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Abzan Traverse e o GP 2018

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Fala pessoal, aqui é o Leonardo gostaria de lhes falar um pouco sobre o Abzan Traverse, deck que levei ao segundo lugar do GP 2018.

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revised by Tabata Marques

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Fala pessoal, aqui é o Leonardo gostaria de lhes falar um pouco sobre o Abzan Traverse, deck que levei ao segundo lugar do GP SP 2018link outside website.

Comecei com um baralho budget do MTGgoldfish que usava Siege Rhinos e Restauration Angels, pois queria finalmente ter um baralho pra jogar Modern, mas bom, Modern é caro né hehe Como o baralho apanhava infalivelmente dos combos e big mana eu tive que ir pedindo cartas boas emprestadas (Goyfs etc) para ter alguma chance nesses matchups. No fim das contas virou um baralho totalmente diferentelink outside website e quase idêntico a um baralho que o Willy Edel tinha feito em 2017. No momento essa é minha lista atual:

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O Traverse é um midrange agressivo, parecido com um Abzan tradicional mas com algumas diferenças importantes. Como todo midrange BGx, são baralhos equilibrados que podem assumir tanto o papel de control quanto o de aggro dependendo da situação.

No caso do traverse temos as seguintes características/diferenças:

4 Tarmogoyfs e 4 Grim flayers: Isso nos torna mais agressivos que um BGx tradicional que geralmente só conta com 4 criaturas (goyfs) para pressionar o oponente no começo do jogo. É certo que um Dark confidant também precisa ser resolvido, mas ele não pressiona a vida do oponente do mesmo modo. Essa característica creio que deixa o baralho melhor posicionado contra baralhos combo e big mana, já que o importante nesses matchups é pressionar os pontos de vida ao mesmo tempo que você desestabiliza o plano de jogo do oponente. Grim Flayer também é muitíssimo melhor que um Confidant contra baralhos aggros, essa é outra vantagem da carta.

4 mishra’s bauble: Uma carta indispensável para o arquétipo, te permite alcançar delírio com muito mais facilidade, é um scry grátis que pode ser utilizado em combinação com uma fetch para tirar uma carta inútil do topo do baralho, cresce seu goyf (isso é surpreendentemente relevante) e além de tudo ainda diminui o número de lands que você precisa rodar, uma vez que você estaria efetivamente jogando com menos cards no baralho.

3 traverse the ulwenwald: É um engano pensar que essa é a carta/mecânica chave do baralho. O deck funciona como um midrange mais agressivo, mas que usa um componente de cemitério para ter mais poder e alternativas. A carta traverse the ulwenwald é mais um suplemento que qualquer coisa. Ela nos permite: rodar menos lands (podemos sempre buscar uma land básica sem delírio), ter acesso a mais ameaças no late game quando lands extras seriam inúteis; tutorar por criaturas específicas para a situação, isso é especialmente útil pós side quando podemos escolher criaturas que destruam arquétipos específicos.

Apesar de o cemitério não ser fundamental para o baralho, ele é bastante importante, um grave hate no estilo Rest in Peace, que permanentemente exila tudo precisa quase sempre ser resolvido. Essa é uma das fraquezas do arquétipo em relação a um BGx tradicional (que, no entanto, já sofrem com cartas tipo Rest in Peace, embora menos)

Quase todos nossos matchups são equilibrados, esse baralho praticamente não tem matchup ganho, mas também raramente tem um bad match.

Matchups onde levamos boa vantagem:

- Storm

- Ad nauseam

- Hollow one

- UR Phoenix

- Infect

- Elves

Matchups equilibrados no geral (embora prefira o traverse contra a maioria):

- Humans

- Burn

- Spirits

- Tron (vantagem para o Tron, mas realmente não é tao ruim assim)

- Valakut (pequena vantagem para o Valakut)

- Dredge

- Jeskai Control

- Mardu Pyromancer

- Lantern

- BG

- Eldrazi tron (um pouco desfavorável)

Matchups desfavoráveis ou ruins (todos são bastante ganháveis, mas desfavoráveis em níveis diferentes):

- Living end tradicional (g1 praticamente impossível, pós sb melhora muito mas dependemos das cartas do sb)

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- Jund (não é péssimo, mas eles tem muito mais grind e late que game que nós)

- UW control (matchup bem complicado, você é altamente dependente de uma Liliana entrar cedo já que ele costuma ter removals pra todas suas criaturas, possivelmente nosso pior matchup)

Vamos a algumas escolhas de carta:

Maindeck: A manabase do meu baralho do GP é horrível, não usem ela. Você realmente não pode se dar ao luxo de usar mais de uma land que não gere preto ou verde, cortei a planície e o ghost quarter do md pois nenhum dos dois ajuda a castar algumas spells importantes.

1 Siege Rhino Apenas: No GP São Paulo usei 2, estávamos no auge do Hollow One e Siege Rhino é ótimo nesse matchup, 2 atualmente não são realmente necessários.

1 Nihil Spellbomb md: Carta excelente que acaba com alguns baralhos e se cicla, facilitando também alcançar delirium. Outra opção nesse slot é Anafenza, the Foremost, que tem outras propriedades mas também é excelente contra baralhos de cemitério. Não sei qual é melhor MD.

2 trophy e 1 abrupt decay: Nós já rodamos 2 path to exile, que cumpre melhor o papel de trophy em vários momentos. Ter muitos removals que são ruins no early game pode ser um grande problema, prefiro deixar 1 abrupt decay e apenas 2 trophys por esse motivo.

Sideboard:

1 Gaddock teeg: Excelente carta, pode ser tutorada com traverse, entra contra matches difíceis como Tron, UW Control, e até baralhos com Collected Company, entre outros que não lembro agora. Poder ter acesso a “4” gaddocks é uma grande vantagem.

1 Eidolon of rhetoric: esse slot pode ser substituído por Kambal, consul sl o que, embora eu prefira o Eidolon pelos seguintes motivos; não morre pra bolt, tornando-o melhor nos matchups que ele geralmente entra (Storm, Phoenix etc). Inviabiliza o Living End ou qualquer outro deck de cascade, que podem ser matchups bem complicados; funciona também contra baralhos tipo Elves etc, que utilizam várias spells de criatura no mesmo turno. A fraqueza dele é o fato de ser uma criatura-encantamento, o que o torna suscetível a mais hate (embora ter um encantamento no grave ajude a obter delírio/crescer o goyf), e o fato de ser inútil contra control e burn, 2 matchups onde kambal é excelente.

1 Shriekmaw: Um removal tutorável que ajuda a gerar delírio caso você ainda não tenha, e que serve como uma threat com evasão no late game. Não é uma carta muito boa em si, mas funciona muito bem no arquétipo, gosto de tê-la no side. É especialmente boa contra humans e burn, por escapar do tax da Thalia e dos 2 de dano do eidolon (também não toma spell queller). Outra opção é usar 1 Walking ballista no lugar ou mesmo maindeck, é um carta que tem seus méritos nessa versão e cumpre boa parte do papel do shriekmaw.

1 Damping sphere: staple de sb de modern, deveria estar em quase qualquer lista;

1 Collective Brutallity: Concessão ao fato de burn estar crescendo;

1 Knight of Autumn: Ótimo contra burn, útil contra muitas coisas, carta versátil, não é necessária mas eu ainda acho positiva.

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1 Gonti, lord of luxury: Minha concessão ao fato de Eldrazi Tron e Jund serem matchups difíceis. Podem haver cartas melhores aqui, mas Gonti é definitivamente bom para esse nicho.

1 Damnation ou Languish: Damnation é mais confiável, mas Languish é melhor contra Selfless Spirit, além de te permitir manter Goyfs vivos. No GP usei 2 Damnation (acho que 1 basta, são poucos os matchups onde você realmente quer dois), ainda não sei se é melhor que Languish.

1 Kataki, Wars Wage: com a queda do KCI ele perde um pouco seu valor, mas ainda é incrível contra Affinity, não tiraria do side embora muitas listas o façam já que Affinity já é um matchup favorável e para o qual voce já tem várias cartas adequadas. Stony silence é uma opção pois também dificulta a vida do Tron, mas não é tutorável com traverse (grande diferença) e também inviabiliza suas Mishra’s Bauble, prefiro não rodar nenhum por esse motivo.

2 Fulminator Mage: Contra Tron, Control, Valakut, Affinity, alguns midrange etc…

2 Surgical Extraction: O melhor grave hate contra Phoenix e Dredge, dois dos baralhos mais usados no formato atual. Útil também contra alguns combos.

1 Nihil Spellbomb: Grave hate melhor contra baralhos que dependem mais de quantidade de cartas no grave do que de cartas específicas (Hollow one, Mardu pyromancer etc).

1 Ghost Quarter: Pode ser MD (no lugar de um blooming marsh), ou pode ser cortada para dar lugar a outra coisa. Entra contra Affinity e alguns outros baralhos mas está aí basicamente contra Tron por ser tutorável com o Traverse (Traverse com delirium pode buscar land não básica, ganhei minha semifinal no GP desse modo então fica difícil cortar heh).

Outras cartas a se considerar: Remorseful Cleric, Kalitas, traitor of Ghet, Engineered Explosives, Choke etc

Por fim, acho importante ressaltar que esse não é um baralho nada fácil de jogar, baralhos BGx já não são baralhos simples, uma vez que as vantagens que conseguimos jogando com esse arquétipo geralmente são muito pequenas e incrementais, some-se a isso o fato de que você está rodando 4 baubles (mais triggers e decisões), 4 grim flayers (idem), ao mesmo tempo em que tem que manter conta dos tipos de carta no grave e direcionar seu plano de jogo para atingir delírio e poder tutorar por criaturas específicas para cada situação; o resultado é que torna-se um baralho bem complicado de se jogar.

Não escrevo isso para desmotivar, se você gosta de baralhos BGx é uma ótima opção (assim como Jund e BG que melhoraram muito agora com trophy), além de ter um gameplay muito interessante por si só, mas eu realmente recomendo que você pratique bem com esse baralho se tiver a intenção de ter bons resultados.

É isso pessoal, se houver interesse posso fazer um guia de sideboard para os matches mais comuns em outro artigo.

Abs!