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Admirável Pauper Novo

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Houve um completo silêncio sobre o Pauper na última atualização de Banidas & Restritas. Mas como exatamente anda o formato atualmente? Quais decks novos surgiram e quais estão no topo?

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revised by Tabata Marques

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No último anúncio de banidas e restritas, um pequeno fator gerou grande repercussão nas comunidades de Pauper como um todo e foi tópico de suporte e críticas por parte de entusiastas do formato: Não houve sequer uma menção sobre o formato no anúncio. Nem uma nota, nem um parágrafo.

Isso gerou discussão e sugestões de que o formato ainda é irrelevante para a Wizards, mas particularmente enxergo essa questão de outra forma: Para eles, o Pauper está saudável como um formato atualmente, e houve uma intervenção direta com o banimento de Fall from Favor quase um mês antes deste anúncio que alterou muito o metagame de outros formatos.

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Por qual razão exatamente o Pauper pareceria saudável? Bom, a definição geral de saudável significa que o formato está divertido, possui uma boa gama de decks para se jogar e consegue se autorregular em termos de quais decks ficam no topo, sem ter um absoluto melhor deck.

Dentre esses, o fator diversão é o mais complicado pois se trata de uma opinião que diverge entre jogadores e comunidades. Eu, por exemplo, não estou considerando o formato tão divertido pois acredito que os jogos mais competitivos se tornaram um tanto lineares entre quem acumula mais valor com o Monarca ou com Bonder’s Ornament, fazendo com que as engines de Card Advantage do formato se tornem as mesmas para muitos decks e pareçam repetitivas, com jogos sendo definidos por quem consegue ficar mais tempo com o Monarca ou quem faz mais ativações do artefato, fazendo então com que outras mecânicas de Card Advantage (por exemplo Mulldrifter + Ephemerate) pareçam pouco atrativas por necessitar de mais slots.

Em resumo, considero que a mecânica de Monarca e Bonder’s Ornament tornam os jogos repetitivos e criam jogadas ou estilo de jogo pouco criativos.

Porém, essa é a minha concepção. A minha visão da realidade e a minha insatisfação pessoal para com o formato.

Para muitos, o Pauper está divertidíssimo e, especialmente, muito diversificado. E no fator diversidade, eu preciso concordar: Vemos decks inteiramente novos surgindo e colocando em cheque outras estratégias já muito bem estabelecidas no formato enquanto estratégias já conhecidas permanecem entre os principais decks do Metagame, criando o terceiro fator que é a diversidade entre os decks que estão no topo do formato.

O Pauper nunca esteve tão inovador desde que Arcum’s Astrolabe estava no formato, vemos um deck novo ou uma tech nova surgindo toda semana e acredito que seja necessário iniciar este artigo exemplificando novos decks e novas techs que surgiram nos últimos meses.

E é impossível começar por qualquer outro lugar, se não por esses dois cards:

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Cascade é uma mecânica muito proveitosa, Bloodbraid Elf já chegou a ser banido do Modern, era a principal Staple quando jogava no Standard e hoje é um ótimo card no Jund.

Mas o que exatamente os cards de Cascade ofereceram ao Pauper? Além de uma nova mecânica de Card Advantage, Um motivo para você optar pelo “go-big” ao invés do “go-wide”. Ou seja, uma razão para você optar pelo jogo longo ou pelo big mana e fazer ameaças que vão te gerar enorme quantidade de valor.

Isso deve-se ao fato de que tanto Annoyed Altissaur quanto Boarding Party são cards muito bons como criaturas, possuindo impacto imediato na mesa e corpos resilientes além do efeito de 2-por-1 do Cascade, algo que o Pauper careceu por anos já que os seus payoffs para rampar ou para jogar com um Midrange de custo maior não compensavam as concessões de deckbuilding pois você conseguia ter efeitos melhores por um custo menor.

E os cards de Cascade ofereceram diversas maneiras, novas e antigas, de se construir alguns decks:

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Começando pelo Gruul Ponza, é válido mencionar que este deck já existia antes, mas sofria significativamente pelo fato de que não havia um payoff para trabalhar em cima após a disruption das lands do oponente. Não só os cards de Cascade podem puxar mais LD, mas também servem como um ótimo clock contra decks que precisam de boas quantidades de mana para operar, estabelecendo a pressão necessária para tirar vantagem do Tempo loss causado ao oponente com a destruição de suas lands.

O Ponza possivelmente é um dos motivos pelos quais o Tron não se tornou o deck dominante do formato após o banimento de Fall from Favor, já que este deck naturalmente se aproveita da dependência de mana dos outros decks para levar o jogo, e a recursividade de Pulse of Murasa do Tron se torna irrelevante quando suas criaturas anulam esse ganho de vida com um ataque.

É interessante perceber como o formato tem evoluído, e a inclusão de cards como Sarulf’s Packmate faz com que o plano de Land Destruction se torne menos presente, optando por se tornar um deck ramp com alguma disrupção e aceleração de land para conseguir agregar a maior quantidade de valor possível na combinação de Arbor Elf com Utopia Sprawl e Wild Growth.

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Outro deck que segue uma temática parecida, mas opta por jogar o “fair game” com removals e efeitos de 2 por 1 é o Jund Cascade, que trabalha muito próximo dos moldes das listas antigas do deck no Standard, onde você tinha uma curva mais alta do que a que vemos no Modern que, normalmente, fechava em Bituminous Blast e Broodmate Dragon, mas na versão do Pauper, o topo da curva são as próprias criaturas com Cascade, e um Boarding Party castando um Blightning de graça ainda é doloroso, independente de se era no Standard de 2010 ou no Pauper.

O deck possui uma boa versatilidade de respostas enquanto seus ramps nunca perdem valor pois também são parte da sua engine de card advantage, especialmente Bonder’s Ornament, fazendo então com que praticamente todo topdeck seja bom e todo alvo de Cascade seja útil.

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Seguindo uma ideia parecida com a do Jund, o Sultai Midrange pode não ter acesso a Boarding Party, mas ganha acesso a Mulldrifter e Coiling Oracle para manter o Card Advantage, além de respostas melhores no sideboard para determinadas partidas.

O deck também consegue incluir Pestilence como um meio de manter a mesa limpa, o que é um feito em um deck de três cores que só é possível graças á inclusão de Bonder's Ornament para consertar a mana e rampar.

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Apesar de já existir na forma do Walls Combo, o Cascade Walls foi sua evolução natural, jogando as criaturas de Cascade ainda nos primeiros turnos que, por sua vez, puxarão outros cards de impacto para a mesa que permitirão castar mais criaturas com Cascade que esperançosamente estarão com Haste graças à Tuktuk Rubblefort.

O deck ainda consegue operar como um combo deck quando precisa, na maioria das vezes optando por deixar as peças do combo no Sideboard para serem utilizadas em partidas específicas como aquelas onde atacar se torna menos relevante como Tron.

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É válido lembrar que os decks de Cascade não são os únicos decks novos no formato.

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Um deck que ganhou espaço e tem feito resultados inclusive nos Challenges e conseguiu até mesmo um Top 8 no PTQ foi o Cycling Storm.

O deck foi teorizado desde o lançamento de Ikoria, com a inclusão de Drannith Stinger no formato e o seu plano de jogo inclui reciclar uma grande quantidade de criaturas, para então gerar mana com Songs of the Damned e Cabal Ritual e então retornar estas criaturas com Reaping the Graves e, com um Drannith Stinger na mesa, reciclar novamente as criaturas da tua mão para criar a sua própria versão de Grapeshot, podendo utilizar mágicas como Manamorphose para consertar a mana e aumentar o contador de Storm quando necessário.

O Cycling Storm está longe de ser um deck simples de pilotar, e requer grande entendimento especialmente do baralho para funcionar já que possui linhas de jogadas específicas e algumas bem complexas para serem vistas de primeira. Logo, é um deck que se você quer jogar com ele, você deve dedicar uns dias ou até semanas a entender como ele funciona.

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O Mono-Black Aristocrats é um deck que vinha sendo construído lentamente ao decorrer dos anos e levou algum tempo até que o set de cartas boas como Bone Picker, Village Rites e Fleshbag Marauder chegassem ao formato para justificar a construção desse baralho.

Apesar de não fazer os resultados mais expressivos, o deck possui uma ótima sinergia entre suas cartas e possui boas interações que estabelecem um clock significativo e uma curva baixa contra oponentes despreparados. O deck também possui linhas de jogo que demandam algum treino e raciocínio aprofundado, já que normalmente se faz necessário sempre jogar suas cartas pensando na jogada seguinte, e não na play imediata.

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Por fim, porém não menos importante, dou ênfase ao Jeskai Black do jogador Hiro_Taquara, que ficou em segundo colocado no Pauper Warriors com esta lista, que mistura elementos do atual Mardu Monarch com o antigo Jeskai Ephemerate, utilizando-se de certa inevitabilidade para ganhar o jogo com trocas favoráveis enquanto acumula enorme quantidade de Card Advantage.

A Manabase parece um pouco assustadoramente confusa, mas aparentemente funcionou para o jogador e há sim algum planejamento nela, já que este jogador tem pilotado este deck faz um bom tempo.

E quanto ao resto do formato?

Os outros decks do formato são essencialmente os nosso velhos conhecidos:

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Os decks de Faeries (tanto Izzet quanto Dimir) compõem hoje cerca de 14% do Metagame, o que é bem menos do que os habituais 20/25% que éramos habituados a ver em praticamente todo o ano de 2020.

O arquétipo ganhou muitos elementos novos no último ano, inclusive com Cast Down servindo como o principal motivador para se passar a jogar de Dimir Faeries, e a inclusão das novas duais de Kaldheim criaram novas techs como Spire Golem sendo utilizado em algumas listas, enquanto Behold the Multiverse provou-se ser um ótimo recurso de card selection e card advantage.

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Tron e Boros Monarch hoje ocupam, cada um, aproximadamente 8% do Metagame, o que são bons números para dois arquétipos distintos onde um se apresa de Faeries e o outro se apresa de Midranges.

Com novos decks que conseguem jogar por cima e estratégias que conseguem se apresar ou ignorar o Tron, o arquétipo de certa maneira perdeu sua posição de melhor deck do formato, capaz de se adaptar a qualquer situação, e ganhou fortes predadores naturais com o lançamento de Commander Legends, diminuindo significativamente sua predominância no formato.

O Boros Bully, por sua vez, tornou-se o principal Monarch deck do formato, tomando o espaço que antes era do Mardu por possuir um clock mais eficiente e que não necessita de tanto setup para funcionar, podendo dessa maneira estabelecer a pressão necessária para conseguir ganhar dos novos decks de Big Mana mesmo que eles já consigam estabilizar o jogo nos primeiros turnos, além de ainda servir como o melhor predador de Faeries do formato e ser a melhor versão de Monarch para utilizar Cleansing Wildfire.

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Com aproximadamente 6% do Metagame hoje, o Burn vêm reaparecendo no formato após um período de ausência e ainda parece uma boa opção no formato com tantos decks necessitando criar um e carecendo de interação no early game enquanto seu deck possui o único objetivo de causar a maior quantidade de dano que for possível na menor quantidade de turnos.

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O Orzhov Pestilence, ou Orzhov Monarch, era um deck que costumava ficar nos confins do Tier 2 do formato, e hoje se tornou um dos principais competidores do formato com aproximadamente 5% do Metagame.

O que mudou para tornar o deck o que ele é hoje foi a inclusão de dois cards específicos ao formato: Bonder’s Ornament e Cast Down adicionaram ao deck ferramentas que ele precisava para alterar a sua construção de deck de maneira a se tornar um completo Control (onde antes ele precisava se manter na posição de Midrange-Control para não perder Card Advantage), optando por usar poucas criaturas, maximizar o efeito de descartes e removals e gerar um valor absoluto em mana advantage e card advantage com o novo artefato de Ikoria.

Além destes decks, outros decks muito bem conhecidos do formato também estão disponíveis para o cenário competitivo, todos eles com cerca de 4% do Metagame:

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Além disso, diversos outros decks estão presentes no formato e fazendo ocasionais resultados menores com cerca de 2% do Metagame como Mono-White Heroic, Mono-Black Devotion, Azorius Familiar, Mardu Monarch e Goblins.

Conclusão

Apesar das críticas sobre fatores como o Monarca, o Pauper está mais diversificado hoje do que ele esteve nos últimos anos e a mecânica parece estar servindo seu propósito natural de servir como um regulador para decks que possivelmente estariam indisponíveis ou seriam esmagados por outras formas de Card Advantage se a mecânica não existisse.

Ela polariza o Card Advantage no formato? Sim.

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Ela pune por não interagir bem e pode simplesmente ganhar o jogo por conta própria? Sim

Ela torna obsoleta diversas interações existentes no formato que possuem o mesmo propósito? Basicamente.

Mas o Monarca se tornou parte do Pauper, um dos seus principais pilares.

E jogar o formato significa jogar com, lidar, ou trabalhar em volta do Monarca enquanto a mecânica estiver presente.

Ao que tudo indica, o silêncio quanto ao formato na última atualização de banidas e restritas reflete justamente o que parece estar se tornando fatual para a comunidade. Há um grande espaço para inovação hoje no formato, enquanto vemos também outros decks antigos e novos surgindo e ressurgindo nos Challenges e torneios comunitários, oferecendo assim uma gama significativa de decks ao qual o jogador pode escolher e com opções diversas de construção da sua lista para se adaptar a cada Metagame.

“Diversão” é um fator variável para cada jogador, e é natural que exista um formato e um metagame que particularmente não nos agrade por fatores específicos, mas precisamos analisar pontualmente se isso se trata da nossa insatisfação pessoal ou de pontos fatuais que demonstram um problema no formato e, pelo menos atualmente no Pauper, acredito que tenha muito mais a ver com um sentimento particular do que com o formato em si.

Ao Pauper, me resta esperar que as próximas edições possam trazer cada vez mais inovação e diversidade ao formato, com novas estratégias e techs surgindo a cada mês ou até mesmo semana.

E caso você esteja procurando outro formato barato para jogar sem investir muito, o Penny Dreadful corresponde a tudo o que você procura e está aparentemente bem divertido na atual Season.

Mas caso você esteja se divertindo com o Pauper hoje, lembre-se que temos diversos torneios gratuitos rolando em diversos dias da semana na Cards Realm, e teremos neste sábado o segundo Pauper Masters Qualifierlink outside website ás 13:00, com o valor de inscrição de 2 TIX.