Magic: the Gathering

Deck Guide

Afinal, como anda o Pioneer hoje?

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Apresento-lhes o atual metagame do Pioneer.

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revised by Tabata Marques

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Em Outubro de 2019, a Wizards anunciou uma nova proposta de formato sem rotação, iniciando-se de Return to Ravnica adiante. O propósito da sua criação foi a mesma da qual o Modern preenchia quando foi anunciado: Um formato sem rotação onde jogadores possam reutilizar suas cartas do Standard após a rotação. E assim nasceu o Pioneer.

No começo do ano, a Wizards passou a integrar o Pioneer á seus anúncios tradicionais de banidas e restritas e o formato tornou-se, oficialmente, um formato sancionado com planejamento de ser um dos principais para eventos como MagicFest, SCG Tour e Players Tour em 2020. Então a pandemia ocorreu. E a maioria dos eventos de Magic de grande porte foram migrados para o MTG Arena. Pioneer firmou-se então apenas no MOL, com eventos semanais.

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Por conta dessa cadeia de eventos, o Pioneer acabou não tendo sua "grande estreia" ao decorrer do ano, e ficou um pouco ofuscado nas matérias dos principais sites e nos eventos.

Portanto, hoje estou aqui para apresentar á vocês o atual metagame do Pioneer, baseando-me nos oito decks que mais fizeram resultados no último mês.

A primeira coisa á se entender sobre o metagame do Pioneer, é que ele é definido hoje pelo o que eu chamo de "Tríade do Combo", que são os três decks que mais tem feito resultados nos torneios atualmente:

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Atualmente, o deck mais presente no formato é o Dimir Inverter. Ele funciona como um combo-control que tenta responder ás ameaças do oponente e disrupções para se proteger, até que possa utilizar de um Inverter of Truth para exilar o próprio grimório e ganhar com Thassa's Oracle ou Jace, Wielder of Mysteries.

O que o torna tão eficiente é a sua capacidade de proteger-se com cards como Thoughtseize, enquanto interage com a mesa do oponente com remoções até ter todos os recursos para fechar o combo. Além disso, ele consegue manter um cemitério vazio ou quase vazio utilizando Dig Through Time, um card que encaixa-se perfeitamente em tudo o que o deck precisa fazer: Segurar o jogo e encontrar as peças para fazer o combo, ou as respostas para lidar com situações desfavoráveis.

Em muitos aspectos, o Dimir Inverter lembra-me o antigo Splinter Twin do Modern.

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Na Tríade dos Combos, o Mono White Devotion é o menos consistente em termos de conseguir fechar o jogo com seu combo, mas ele compensa isso sendo capaz de jogar o fair-game de maneira excepcional e essa é sua maior vantagem.

O deck consegue misturar o card advantage de Thraben Inspector, Arcanist Owl, Elspeth Conquers Death e Walking Ballista com ameaças difíceis de responder como Heliod, Sun-Crowned e Gideon of the Trials para criar uma lista extremamente sinérgica e eficiente que, em muitas ocasiões, consegue levar o jogo no bom e velho 'fair Magic'. Mas sempre apresentando aquela constante ameaça de poder fechar o combo á qualquer momento.

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O Lotus Breach é o único deck da Tríade que é um combo puro, sem jogos alternativos.

Ele utiliza de cards que desviram permanentes, como Vizier of Tumbling Sands e Hidden Strings junto de Lotus Field, que pode ser copiado com Thespian's Stage, para gerar uma quantidade abundante de mana.

Feito isso, pode utilizar de Underworld Breach para reutilizar quase que constantemente as mágicas de seu cemitério, graças á Tome Scour. Em seguida, o deck utiliza Fae of Wishes para buscar a sua win-condition, que varia de acordo com a situação em que ele se encontra.

A grande força do Lotus Breach encontra-se num misto de sua velocidade com sua capacidade não-interativa de se proteger: Com a maioria de suas win-conditions no sideboard, e tendo sua principal fonte de mana com hexproof, o deck consegue ter certa tranquilidade de que, independente da situação em que se encontre, ele sempre terá uma oportunidade onde ainda consegue ganhar o jogo.

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Além disso, nem sempre o deck precisa gerar mana infinita ou millar infinito para ganhar o jogo: Ugin, The Spirit Dragon ás vezes é tudo o que o ele precisa para estabilizar o jogo e ganhar. Isso porque muitos decks não conseguem se recuperar da remoção global que o Planeswalker produz enquanto ainda sobrevive para controlar o jogo todos os turnos. Ás vezes, você não precisa de mana infinita. Basta buscar um Ugin no Sideboard e fazer oito manas.

Apesar da Triade do Combo compor hoje mais de 30% do metagame, o formato não é feito apenas deles:

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Não importa o formato, sempre existirá uma variação de Mono Red ou Burn.

O Burn tornou-se um dos principais decks do formato antes da mudança feita na mecânica de Companion, mas não ficou necessariamente inviabilizado: Lurrus ainda é uma carta que gera muito valor ao entrar em jogo e que demanda uma resposta imediata em listas como essa. Além disso, o deck não faz concessão alguma para colocar o famoso companheiro na sua lista.

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Por outro lado, a versão Mono Red possui muitos traços dos decks vermelhos que costumamos ver no Standard nos últimos anos: Criaturas de qualidade que apresentam-se como uma ameaça constante na mesa, e mágicas que servem tanto como remoção quanto para finalizar o jogo. As ameaças das listas variam muito nas curvas mais elevadas do deck. Já vi inclusive listas que utilizavam Glorybringer e Embercleave.

Com relação aos combos, esses decks tentam vencer o jogo o quanto antes. Em algumas ocasiões, pouca importa se seu oponente acabou de fazer um Inverter of Truth e vai combar no próximo, ou conseguiu buscar e baixar uma Lotus Field: O que importa é que a vida dele está baixa, e você precisa ter o suficiente para leva-lo á zero antes do próximo turno.

Outros decks que se encaixam nessa categoria são o Izzet Ensoul e o Gruul Aggro.

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Apesar de não ser tão ágil quanto o Mono Red, as listas de Vampires tem sido uma boa maneira de ser disruptivo sem abrir mão da agressividade: Seu early game pode não ser explosivo, mas o card advantage e a sinergia que Champion of Dusk e Sorin, Imperious Bloodlord oferecem para com o resto do deck tendem a compensar e oferecer uma estratégia consistente.

Além disso, a inclusão deMutavault, Castle Locthwain e Kalitas, Traitor of Geth o permite ter um late-game razoável, podendo se portar bem contra os controls e os midranges.

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O Sultai Delirium é o clássico midrange do formato e utiliza uma quantidade significativa das melhores cartas que o Pioneer tem a oferecer: Thoughtseize, Jace, Vryn's Prodigy, Uro, Titan of Nature's Wrath e o finalizador de jogos supremo: Emrakul, The Promised End.

Com uma quantidade tão grande de bons cards ao seu dispor, o deck é extremamente ajustável ao meta de acordo com como for conveniente. Além disso, o uso de Traverse the Ulvenwald adiciona certa consistência, seja buscando a land da cor que você precisa no early game, ou buscando a criatura que você necessita para lidar com a situação que está á sua frente na mesa.

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Por outro lado, a maior fraqueza do Sultai é justamente que ele tenta fazer muito e abrir mão de pouco: Há situações onde você vai comprar a parte errada do deck, e vai perder o jogo por não interagir da maneira que deveria com o oponente.

Esses decks procuram enfrentar os combos utilizando uma quantidade relevante de mágicas disruptivas para atrasar o jogo deles, enquanto estabilizam uma mesa agressiva para aproveitar-se do tempo que o oponente perde tentando se recompor. Outros decks que utilizam dessa tática incluem o Bant Spirits, o Mono-Black Aggro e o Niv to Light.

Por fim, apresento-lhes o atual Control do formato.

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A inclusão de Yorin, Sky Nomad ao formato fez com que as variantes de UW Control adotassem uma quantidade maior de permanentes, e assim surgiu o Esper Control.

Com a capacidade de segurar o jogo por tempo o suficiente e a possibilidade de "blinkar" todas as suas permanentes com Yorion, o Esper Control funciona como um tapout: Ele abre mão da maioria das anulações em prol de descartes e permanentes que tenham um efeito imediato quando entram em jogo.

Além disso, todos os planeswalkers que o deck utiliza são extremamente eficientes, e resolver um Yorion com quatro ou mais permanentes na mesa costuma ser o suficiente para ganhar o jogo.

Outros controls do formato incluem o Jeskai Superfriends e o Azorius Control. Cada um com uma forma diferente de interagir com o oponente e ganhar o jogo.

E assim, encerro essa apresentação sobre o metagame do Pioneer. É claro que o formato não se resume apenas á esses decks, temos muitos outros aparecendo e fazendo resultados mais tímidos como o Naya Midrange, o Bant Spirits, ou o Mono-Black Aggro, Gx Stompy e até mesmo decks peculiares como o Dredgeless Dredge tem seu espaço.

Mas esses são os decks que você precisa ter em mente quando montar a sua lista, pois são eles que você tem mais chances de enfrentar ao se inscrever numa liga ou num Challange no MOL.

E é possível que serão alguns deles que teremos de considerar quando a pandemia passar e voltarmos á possibilidade de jogarmos presencialmente e nos reunirmos em MagicFests ou eventos locais.

Entretanto, existe uma parcela considerável de jogadores que não se sentem confortáveis ou satisfeitos com o atual cenário do Pioneer. Por isso, estarei debatendo em outro momento sobre a possível predominância dos combos no formato e o que pode ser feito á respeito para criar uma diversidade ainda maior no metagame.

Até lá,

Stay safe. Stay home.