Magic: the Gathering

Opinion

As mecânicas de Kaldheim e seu impacto nos formatos eternos

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As mecânicas de Kaldheim foram reveladas nos spoilers e algumas delas já causaram um grande alvoroço nas comunidades dos formatos eternos, vamos olhar de perto cada uma delas?

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revised by Tabata Marques

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Snow - terreno nevado

Snow já existe desde a edição Ice Age de 1995, nesta coleção vieram os terrenos básicos nevados. Onze anos mais tarde, em 2006 vieram cartas como Skred e Into the North, na coleção Coldsnap, e a esta última, já iremos voltar daqui a pouco.

A carta que teve melhor utilidade baseada em neve, por muito tempo no Pauper, for Skred, ao menos no metagame, pra ser mais exato, no UR Skred, e o deck passou por algumas transformações e adaptações de acordo com o lançamento de cartas que poderiam ser adicionadas ao deck, e nesse decorrer de tempo, o deck foi oscilando entre tier 1, tier 2, até mesmo ficou tempos fora do meta.

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Um pouco mais recentemente, a coleção Modern Horizons trouxe reprints dos terrenos básicos nevados, dessa vez em full art. Uma carta que mudou todos os formatos eternos foi o Arcum's Astrolabe. A carta é absurdamente forte, e nos trouxe um dos melhores decks que o Pauper já viu, em termos de consistência, de velocidade, card advantage, recursividade, em outras palavras, o deck era completo, e costumamos dizer que se você jogou com ele ou contra ele, com certeza marcou sua vida Pauper, o deck era o Jeskai Ephemerate. No Modern o Arcum esteve presente em decks de 5 cores ou em decks com Urza, Lord High Artificer antes do banimento.

Desta vez, além do reprint dos terrenos nevados, teremos o inédito ciclo de terrenos, que podem causar grande impacto, dependendo das cartas que ainda podem ser anunciadas. São eles terrenos duais, ou seja, quando virados, geram 1 uma entre duas cores de mana, e essa mana conta como mana de neve, exigida nos custos de alguma mágica ou habilidade, ou ainda como parte da condição de alguma delas. Eu disse levemente inéditos, pois já existe um ciclo de terrenos duais nevados, eles são incomuns e combinam as cores aliadas, mas não tem uma característica que é fundamental: seu subtipo conta como os terrenos de acordo com a mana que ele gera, por exemplo, Volatile Fjord, gera azul e vermelho e é uma ilha e uma montanha, e mesmo entrando virado, as especulações sobre, a deixam acima das duais que ganham vida que já tem no Pauper. E isso fez com que Into the North aumentasse o preço a níveis astronômicos. Uma das maiores altas do pauper nos últimos anos, fez com que se esgotasse em poucos dias nas lojas brasileiras e isso tudo sem ao menos alguma carta boa o bastante que justifique usar dual tap snow land, ao invés de ganhar um ponto de vida.

Esses novos terrenos também podem ser buscados por fetchlands e contam como terrenos diferentes para um Field of the Dead dentro de campo. Só pela quantidade de interações possíveis com Snow já existe a discussão: não vale a pena trocar todas as básicas comuns por básicas snow? Por mais que não utilize da interação, existe um bluff por usar terrenos nevados que faça seu oponente ser mais cuidadoso com você.

Flip Cards

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As flip cards são cartas com duas faces, você pode escolher qual face jogar. Na sua mão, no grimório ou no cemitério, a face voltada para frente (a que possui apenas 1 triângulo no topo à esquerda) é a face que vale para leitura de Converted Mana Cost (CMC) entre outras regras. Sim, seu Valki, God of Lies // Tibalt, Cosmic Impostor pode ser removido por uma inquisition e você só levará 2 de dano se revelar ele numa trigger de Dark Confidant.

As Flip cards foram apresentadas na coleção passada, mas o fato que estão puxando o poder delas ao máximo é importante. Além disso, ainda não houve errata sobre o uso delas com cascate, isto é, se revelar Valki, God of Lies // Tibalt, Cosmic Impostor por um cascade de um Bloodbraid Elf, você poderá escolher jogar o planeswalker de 7 manas ao invés da criatura de 2 manas. Isto permitirá jogadas muito fortes em formatos eternos e o provável abuso da mecânica pelos jogadores.

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Changeling

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Outra mecânica que a coleção traz que é interessante é o Changeling, como Guardian Gladewalker. A mecânica que retorna mais uma vez, como snow, mas diferente de snow, ela não causa fortes impactos quando aparece. Ainda não tem uma carta boa o suficiente, mas pode ser que apareça alguma carta nova, que crie um deck novo, ou encaixa em algum já existente, principalmente em deck tribais, que não vemos tantos hoje. Os de maiores sucesso são Fractius, Humanos e Elfos, que aparecem mais e são mais consistentes, tem também os Goblins. O Changeling pode permitir abusar de cartas novas como Pyre of Heroes.

FORETELL

É uma mecânica que faz muito sentido em relação à coleção. Nornas são três anciãs que moram em Asgard, com a função de tecer o futuro dos deuses e homens. E a mecânica faz jus a isso. Praticamente você irá tecer o seu futuro, prever, profetizar, por meio das suas mágicas. E como é você que irá profetizar esse futuro, nada mais justo que o oponente saber que algo vai acontecer, mas não ter conhecimento do que irá acontecer, nem quando.

Vejamos um exemplo:

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Basicamente funciona assim: paga 2 manas genéricas, exila doomskar com a face voltada para baixo, isso tudo no seu turno, no mesmo tempo que feitiços podem ser conjurados. Em algum turno futuro, poderá conjurá-lo do exílio pagando seu custo Profetizar, nesse caso, 1 mana branca.

Mas é importante que alguns pontos sejam pontuados.

1° Não poderá conjurar no mesmo turno no qual o exilou. No entanto, Profetizar é opcional, então poderá optar pelo efeito imediato da mágica, pagando seu custo normal.

2° Conjurar uma mágica do exílio, usa as mesmas regras de tempo que a mágica normalmente teria. Como o nosso exemplo, Doomskar Oracle poderá conjurar num outro turno, mas que seja seu, numa fase principal, com a pilha vazia.

O uso dessa mecânica, serve para dividir o seu custo, ou seja, paga em prestação, podendo colocar mais rápido no campo, sem comprometer todas as manas, caso precise de resposta.

No fim da partida, se alguma carta exilada por meio de Profetizar, ou Foretell, como queira, não foi usada, você deve revelar ao oponente para que ele saiba que realmente se tratava de uma carta profetizada. Exilar uma carta sem Profetizar alegando que ela tenha, apenas para blefar em cima do oponente, é considerada trapaça.

No Pauper, essa mecânica pode dar espaço para uma nova build, onde poderemos ver decks novos ou modificados, reajustados, como é o caso de Cascade Wall, que misturou a mecânica de Cascata com o deck Walls Combo, que por sua vez, é uma versão competitiva do antigo deck Freed from the Real. Vamos esperar que aqueles com habilidade em construção de decks nos traga algo relevante com essa mecânica que a princípio, não trouxe nada de grande impacto, mas tudo pode mudar.

BOAST

É traduzido como Vangloria. E se tratando da mitologia nórdica, isso também é relevante. Os vikings contavam vantagem em cima dos seus inimigos, e cantavam, bebiam e dançavam após as batalhas vencidas, o que aumenta o seu feito como um grande herói.

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A habilidade de Vangloria, ou Boast, como queria, é uma habilidade ativada que funciona apenas para criaturas que já atacaram neste turno, claro, só pode se vangloriar quem vai ao combate, mas pode ser ativada apenas uma vez por turno.

Pode ser ativada após o combate mas também após a declaração de atacantes. Isso significa que se de alguma maneira uma criatura entrou atacando, ela não poderá ativar essa habilidade.

Pode trazer muito valor aos decks que baseiam seu jogo no valor que suas criaturas agregam, midranges e controles.

Sagas

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Nesse coleção, ainda tem a mecânica dos encantamentos Saga, que saíram a primeira vez na coleção Dominaria, e cartas dupla face, que permite escolher qual das faces jogar. Mas não são cartas com um Power Level que possamos considerar em formatos eternos.

Conclusão

Essas são as mecânicas da nova coleção, algumas antigas com um retorno interessante, e outras novas e promissoras. O lançamento digital será no dia 28 de janeiro e lançamento fisico dia 5 de fevereiro.