Magic: the Gathering

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Comunidade LGBT+ no Magic brasileiro

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Resolvemos entrevistar Higson Menezes, um dos administradores da comunidade LGBT+ de Magic, para entender as raízes do evento, como surgiu e o que nos espera daqui em diante.

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revised by Tabata Marques

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Com os spoilers de Throne of Eldraine já na porta, muitos jogadores já devem estar se perguntando: "onde jogarei meu pré-release?". Se você faz parte (ou não) da comunidade LGBT+, temos uma ótima oportunidade para você! O grupo Magic: The Gathering LGBT+ há anos organiza um pré-release diferenciado, com muita cor e muita receptividade, o tão aclamado Pridelease.

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Resolvemos então entrevistar Higson Menezes, um dos administradores da iniciativa, para entender as raízes do evento, como surgiu e o que nos espera daqui em diante.

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Olá Higson! Poderia nos contar uma pouco sobre o que é o Magic: The Gathering LGBT+? Qual a proposta dele?

Olar! Turubom?! Prazer, Jace-Mizzet aqui! Convenhamos né bebê, o ambiente geek por si só é bem tóxico. Se tem uma coisa que eu (e outros LGBT+) não quero é estar jogando e ouvir algo na outra mesa (ou talvez na minha) do tipo "e aí, viadinho?! vai fazer algo?", "porra, o cara é bichinha, fraquinho", entre outras coisas. A ideia da iniciativa é poder juntar pessoas de culturas similares (LGBT's em geral, mulheres, etc) em um espaço onde possam falar de divas pop, signos, salto alto, maquiagem, empoderamento e atacar Biroliro sem gente metendo o dedo. É poder colocar pessoas em um ambiente não tóxico e divertido.

Hoje em dia vemos segmentos da nossa sociedade se organizando em comunidades no Facebook. Temos grupos como as das garotas mágicas ganhando cada vez mais força e a comunidade LGBT+ também. Quando e onde surgiu essa iniciativa no Facebook?

Então, em 2015 foi legalizado em todo o território dos EUA o casamento igualitário, a Wizards of The Coast foi uma das empresas apoiadoras. UM dia depois o Felipe (Atarka) e o Alex (Dromoka) se juntaram pra criar o grupo MTG LGBT+, e a partir daí só cresceu. ;) Hoje conta com 6 administradores nacionais: 2 em MG, 2 em SP, 1 em Curitiba, 1 no RJ. Coordenamos juntos cada passo da iniciativa como um todo. Temos um grupo de what's app pra cada regional nossa dessas citadas, um grupo de what's nacional, uma página no facebook e um grupo lá também. Estamos começando atividades no instagram aos poucos.

Recentemente vimos um artigo da Carol Anet comentando sobre a toxidade no mundo do Magic. Ela contou do ponto de vista dela como mulher. A comunidade LGBT+ de Magic também já sofreu com algum ambiente tóxico e compartilha os sentimentos da Carol Anet?

Infelizmente sim, e constantemente. Beu abô, o tanto de gente reclamando de comentários desagradáveis sobre sexualidade alheia. MUITOS são jogadores antigos e pararam de jogar porque não aguentavam mais toda hora ouvir comentários ou brincadeiras homofóbicas nas lojas (de gente que não percebia o quanto era hostil, ou de gente que não ligava de ser tóxica). Voltou agora porque descobriu o MTG LGBT+ e se sente mais seguro conosco. Porém, EU mesmo já sofri um backlash imenso em grupos de lojas, porque só a mera divulgação do grupo já causava furor e gerava muitos comentários negativos, pessoas me julgando, falando que preconceito não existe, falando que estamos segregando, que grupo de magic não é lugar de militância ou política, dentre outras coisas similares... mas bota essas pessoas pra jogarem e a primeira coisa que acontece é rolarem comentários que eles não entendem o quanto são ruins. Eu já li e ouvi muita radiação vindo de gente babaca, e eu to aqui pra quebrar isso, então eu resisti e persisti em nome do que eu represento, e vou continuar fazendo. Tá pensando que viado é bagunça?! VIADO NÃÃÃO É BAGOONÇA.

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Vimos que você administra um dos eventos populares da comunidade LGBT+: o Pridelease. Tem sido muito comentado! Com fotos e um ambiente decorado que nos parece muito especial e aconchegante! Nos conte um pouco sobre ele, o que uma pessoa pode esperar nesse evento?

MELBEIN, por via de regra Pridelease TEM QUE TER MUITA MÚSICA VIADA ÇYN. Faço questão que tenha música rolando o tempo todo, tem concurso de lip sync também, em alguns consigo parcerias pra ceder playmats exclusivos e poderosíssimos pra alguns jogadores, promo cards como brinde, boosters adicionais como brindes e premiações, etc, além da decoração sempre temática LGBT+. É um pré-release aprimorado focado na representatividade, focado na celebração da diversidade.

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Quais outras iniciativas e eventos a Magic: the Gathering LGBT+ tem feito?

Em SP há o "Torre de Comando" que é um evento que não foca apenas no jogo, mas também em palestras e discursos sobre a comunidade LGBT+ como um todo, sobre empatia, sobre respeito. Em MG eles fazem piqueniques constantemente, fizeram festa junina do MTG LGBT+, sempre tem um babado rolando, e em quase todos os eventos temos palestras também, em grande parte com a liderança da Amana (Silumgar), que é militante e defensora ferrenha da causa. Sempre tem coisas rolando. Quanto mais gente, mais poder, mais glamour!

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Por último Higson, quais formatos você joga e onde uma pessoa pode te encontrar jogando eles?

Majoritariamente Commander (e não falta deck pra eu emprestar caso alguém queira jogar), mas arrisco uns selados também! haha Eu passo por todas as lojas mas é bem comum me encontrar na Tijuca, ou podem entrar em contato direto que eu não recuso MEEEIXMOlink outside website. Eu? Deixar passar a oportunidade de Stormar?! Não meixmo.

Ah, adicional! Eu ensino Magic e tenho decks de iniciantes pra ceder! Se alguém quiser aprender é só entrar em contato que marcamos e eu ensino. ^^

E lembrem-se sempre, pessoas... Você não está só, jamais esteve.

Obrigado Higson pela entrevista!

Gostaram do trabalho feito pelo grupo MTG LGBT+? Você pode acompanhá-los na página do facebooklink outside website ou pelo grupo de facebooklink outside website!

Caso queiram participar do Pridelease, detalhes do evento do Rio de Janeiro que é coordenado pelo Higson podem ser encontrados aquilink outside website.