Magic: the Gathering

Review

Deck Budget cEDH - Rashmi, Eternities Crafter

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Este artigo traz e discute uma decklist focada em controle para a comandante Rashmi, Eternities Crafter que pode ser uma opção budget no cEDH

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revised by Tabata Marques

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Introdução

Vamos olhar o segundo de uma série de decks construídos com as seguintes condições/restrições:

  • Valor estimado de R$150,00 no momento de criação.

  • O deck deve ser o mais forte possível e deve tentar ganhar com consistência ao jogar contra outros decks na mesma faixa de preço.

  • Terrenos básicos não entram no valor final do deck. Terrenos nevados entram no valor final do deck.

  • O valor do comandante entra no preço final do deck.

O segundo deck apresentado está dentro do arquétipo control. Uma boa iniciação sobre como utilizar esse tipo de estratégia pode ser encontrado na série Manual do cEDHlink outside website.

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Disclaimer

Apesar do intuito dos decks apresentados ser operar da melhor forma possível dentro das restrições, um orçamento de R$150,00 limita demais a capacidade do deck. As listas propostas são testadas contra outros decks na mesma faixa de preço e não devem ser usadas em mesas com decks cEDH perfeitamente otimizadas. Esperamos, porém, que as escolhas de deckbuilding apresentadas junto com cada lista possam estimular jogadores a se aventurar nos decks mais fortes do formato.

Plano de Jogo

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A decklist é do jogador Kaylani Bochielink outside website e está avaliada em R$149,02 no dia 04/01/2021.

A habilidade da Rashmi, Eternities Crafter é uma fonte consistente de card advantage, característica vital para decks controle. O custo reduzido torna a comandante mais atrativa do que alternativas como Niv-Mizzet Parun. Porém, o Niv-Mizzet possui combos compactos e sinergísticos com o comandante, na forma de Curiosity e Ophidian Eye. Sem uma win condition óbvia, qual pode ser um bom plano de vitória para a Rashmi?

Finalizando o Jogo e Construindo o Deck ao Redor do Combo

O combo escolhido foi o clássico Peregrine Drake + Deadeye Navigator. Apesar do custo razoalvemente alto do Navigator (por volta de R$30,00 durante a escrita do artigo), o combo se apresentou como uma opção mais resiliente devido à condição de board state prévia quase irrelevante: alguns terrenos no campo. Combos "melhores" como Isochron Scepter + Dramatic Reversal precisam de um setup um pouco maior, este setup é normalmente trivial em decks otimizados, mas em mesas um pouco mais lentas (com remoções globais acontecendo mais frequentemente) é preferível utilizar um combo que possa ser executado com menos preparação. É interessante mencionar que o combo escolhido é razoavelmente mais resiliente a remoções, ao custo de algumas manas adicionais para flickar as criaturas.

Agora, o combo usado gera apenas mana e triggers de entrar no campo de batalha infinitos. Como ganhar a partir daí se a comandante não oferece um outlet para essa mana como um Thrasios?

O deck foi construído com uma grande quantidade de "soft outlets". Cartas como Coiling Oracle, Spectral Sailor e Read the Runes permitem comprar o deck inteiro depois que o combo for executado, mas cartas como Mystic Snake e Voracious Greatshark permitem anular todas as mágicas dos seus oponentes (é imperativo verificar o board state e se é possível sobreviver apenas com isso). Mas depois disso, como ganhar o jogo? Poderíamos incluir algo como Laboratory Maniac para realmente fechar a partida, mas seria uma carta inútil durante o resto da partida e queremos minimizar essas escolhas. Logo, o deck é construído com uma abordagem winconless, ou seja, utiliza uma combinação super convoluída de cartas que o deck já rodaria de qualquer forma para finalizar o jogo. Talvez o deck mais famoso que utiliza essa filosofia em sua construção é o The Gitrog Monster. Mas vejamos como o combo é executado do início ao fim e algumas alternativas na próxima seção.

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Aliás, uma das armadilhas comuns ao olhar para um comandante que casta mágicas do topo do deck é incluir cartas que sinergizem com esse efeito, mas que não são necessariamente boas, como Future Sight e Magus of the Future. Naturalmente ter esse efeito no campo junto com a Rashmi é muito forte, porém castar uma mágica com custo de mana convertido igual a cinco e passar o turno não é exatamente o que esse deck quer fazer. Este deck também não costuma se sair bem quando ele se apresenta como a ameaça da mesa.

Linhas de Combo

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Condição inicial: terrenos no campo gerando 8 manas (ou menos dependendo de algumas condições que menciono nos itens relevantes). Drake + Navigator + algum outlet na mão.

  1. Castar Peregrine Drake e no ETB desvirar 5 terrenos. Nota: se algum terreno gerar mais de 1 mana, esta etapa gera mana e a condição inicial de mana é reduzida.
  2. Castar Deadeye Navigator e no ETB parear com o Drake.
  3. Pagar 1U e flickar as duas criaturas para desvirar 5 terrenos.

Idealmente será possível comprar o deck com algum dos outlets. Caso isso não seja possível, Mystic Snake e Voracious Greatshark podem anular todas as próximas mágicas até que um outlet seja encontrado. Vale notar que o combo deve ser executado no turno de cada oponente para depois flickar a Snake e o Greatshark, mas é bom parear o Navigator de volta com Drake no final. Se os counters estiverem na mão também podemos tirar 3 triggers da Rashmi em uma rotação de turno. Mas e quando encontrarmos o outlet? Vamos ver como loopar qualquer mágica (usaremos bounces para remover permanentes dos oponentes e um pump spell para ganhar com dano de combate). A mágica a ser loopada no exemplo será Into the Roil.

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  1. Comprar o deck com um outlet. Seja flickando Coiling Oracle ou ativando Spectral Sailor.
  2. Castar Into the Roil.
  3. Castar Skullwinder. No ETB, devolver Roil pra mão e parear com o Navigator.
  4. Castar Into the Roil.
  5. Flickar Skullwinder com o Navigator e repetir a partir do passo anterior.

Depois disso podemos usar um Reclaim para colocar o cemitério de volta no deck e passar o turno. Com a possibilidade de executar o combo em instant speed, nossos oponentes não serão capazes de passar por cima de todas as respostas do deck. No nosso próximo turno o combo é executado novamente para loopar um pump spell como Simic Charm e ganhar batendo.

O custo de mana do combo é extremamente alto, então o deck costuma ir para o late game, onde a qualidade de cartas do deck, associada ao card advantage, faz com que ele seja bastante capaz de segurar o jogo até a hora de finalizar.

Shared Summons

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A carta Shared Summons chama atenção por tutorar as duas peças do combo em instant speed (e este deck tenta jogar sempre em instant speed para maximizar o número de triggers da Rashmi). Apesar de custar 5 manas, como o combo custa mais do que isso, é um ótimo tutor para o deck.

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Como Combater

O deck depende muito da comandante, então é necessário manter a Rashmi em xeque. Além de tentar quebrar o motor de card advantage do piloto de controle, também é importante possuir interação em instant speed para o combo. Remoções de criatura, especialmente efeitos que exilam, são bons para combater o combo. Também é importante pesar quais jogadas podem ser executadas com baixa probabilidade de serem respondidas. O jogador de controle não vai gastar sua resposta em qualquer ação pequena de seus oponentes, mas tentar forçar uma jogada que vai finalizar o jogo quando o jogador de controle tem 6 manas em pé não vai pegar bem. É preciso esperar/forçar melhores oportunidades para fazer o deploy de suas melhores cartas.

Discussão Individual de Cartas

Peças Alternativas do Combo

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Caso o Drake esteja inacessível o combo pode ser executado com Cloud of Faries e Simic Growth Chamber no lugar.

Caso o Navigator esteja inacessível o combo pode ser executado com Skullwinder e Ghostly Flicker no lugar. Nesta variação é necessário um outlet adicional.

Dá pra ver que todas as estradas levam ao Skullwinder. Caso haja algum receio de ganhar sem o Skullwinder você pode incluir um Archeomancer no deck. Porém eu preferi não gastar mais um slot e tentar forçar a vitória apenas com metade do deck na mão e batendo se isso acontecer. É preciso pesar o quanto uma redundância vai ficar presa na sua mão em comparação com quantas partidas você deve perder porque sua wincon foi exilada...

Ramp

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o Deck roda uma composição bem variada de peças de ramp. As que custam menos que 2 tem como objetivo acelerar a Rashmi em 1 turno. As mais pesadas normalmente são em instants para maximizar o número de triggers da Rashmi e sempre passar com mana em pé.

Interação

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Novamente respostas variadas e com uma curva mais baixa. Com exceção das soft outlets e Baral's Expertise que age como curve topper, é para resetar as ameaças imediatas em decks altos.

Guia de Mulligan

Mão Perfeita

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Perfeita é uma palavra forte, mas dá pra ver que uma mão ideal é aquela que rampa na curva correta e estabiliza com a Rashmi antes do turno 4 com alguma jogada pra comprar cartas logo depois.

Mão Aceitável

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Uma mão ligeiramente menos explosiva e com ramps um pouco piores. Mas é uma mão que casta a comandante mais cedo e possui interação + card selection.

Mão Péssima

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Nada pra castar, né? Esperar descer a Lens pra poder gerar uma azul é péssimo. A mão fica +/- se comprar mana azul, mas não vale a pena. Mulligan.

Conclusão

Necessidade de Conhecimento Sobre o Meta

Jogar de controle é extremamente delicado em um ambiente multiplayer. O jogador de controle perde jogos porque usou sua resposta na ameaça errada. Aborde as mesas com cuidado e abuse dos mecanismos de prioridade para preservar suas interações. Tente maximizar o número de triggers da Rashmi.

Pontos Fortes do Deck

O deck estabiliza no midgame e se segura bem até o late game. O combo pode ser tutorado com apenas uma carta e a qualidade de cartas do resto do deck é bastante alta. Ele consegue operar quase como um pillow fort e interagir somente quando necessário, esperando a hora perfeita para finalizar o jogo. O limite de orçamento fez com que as interações se tornassem bastante variadas e difíceis de ler. Isto quer dizer que aquelas leituras clássicas do tipo "1 azul em pé = Swan Song/Flusterstorm/Dispel, então posso castar minha criatura sem medo" não funcionam para os oponentes, afinal, quem espera um Out of Bounds???

Pontos Fracos do Deck

A comandante agindo como principal motor de card advantage faz com que o piloto precisa gastar recursos tentando protegê-la. Decks médios, que colocam ameaças leves aos poucos podem sobrecarregar o deck. Decks com grande presença no campo também podem acabar passando de lado pelas interações, visto que não há um ponto chave com o qual deve ser interagido pelo piloto de Rashmi. Esta lista costuma estabilizar nos turnos 4/5, antes disso o plano é bem linear: rampar e castar a comandante.

Isto encerra o segundo artigo da série. Ela volta em breve com outro deck budget em um novo arquétipo...