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Deck da Semana: Grixis Valki Pioneer

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No artigo de hoje, disseco uma das listas mais interessantes que apareceram nos torneios online neste fim de semana: O Grixis Valki do Pioneer !

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revised by Tabata Marques

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Esta semana, estarei iniciando um experimento para uma nova série de artigos chamada Deck da Semana, onde pretendo enfatizar e dissecar uma lista diferente que tenha feito resultado em um Challenge ou Liga durante a semana e nunca será necessariamente focado em um único formato.

Tentarei sempre jogar com este deck em algum torneio Free para testar como ele se comporta e o que pode ser melhorado nele.

Vamos começar, então?

A lista de hoje é o Grixis Valki pilotado pelo jogador MentalMisstep no Pioneer Challenge do último Domingo !

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O Grixis Valki é um deck Control, quase Combo-Control dependendo da sua concepção do que um combo precisa fazer para ser definido como tal, já que seu combo não ganha o jogo imediatamente, mas tem todo o potencial para ganhar a partida por conta própria.

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O combo é bem simples de se entender: Ao exilar Valki, God of Lies com Release to the Wind, você pode casta-lo sem pagar seu custo de mana, e isso significa que você pode castar o outro lado, Tibalt, Cosmic Impostor sem pagar seu custo de mana e começar a acumular valor ainda nos primeiros turnos.

A jogada ideal do deck é fazer Thoughtseize no turno 1 para tirar o disruption ou removal do oponente, Valki, God of Lies para remover o próximo drop dele, potencialmente dando um Time Walk e, no próximo turno, jogar um Release to the Wind no Valki para fazer Tibalt, Cosmic Impostor no turno 3 e, á partir desse momento, é muito difícil você perder o jogo por conta da quantidade absurda de valor que o Planeswalker coloca na mesa.

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Jace, Vryn’s Prodigy, conhecido como Baby Jace, é a outra permanente relevante do seu deck pois oferece tudo o que ele precisa: Uma forma de ganhar constante valor de 2 por 1, uma maneira de filtrar seus draws e uma segunda wincondition com o emblema de Jace, Telepath Unbound que, dado o alto número de mágicas de custo baixo que o deck utiliza, consegue millar o deck do seu oponente rapidamente.

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A inclusão de disrupções de custo baixo na forma de Thoughtseize e Duress permite ao deck ter uma válvula de segurança para com as interações dos oponentes nos primeiros turnos, o que é muito importante caso você possua o combo na mão inicial. Duress, inclusive, é extremamente benéfico nessa lista contra alguns dos principais decks Aggro do formato como Auras e Burn por remover peças pontuais do oponente sem custos adicionais, enquanto é uma ótima resposta contra outros decks como a maioria dos Controls e parte do Mono-Green Walkers.

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O suite de removals é bem diversificado e procura atender a maioria das necessidades que o deck possui.

Fatal Push, Bloodchief’s Thirst e Eliminate são suas opções para lidar com a maioria das ameaças que o oponente coloca na mesa, especialmente no early game, com o Kicker de Bloodchief’s Thirst e Hero’s Downfall sendo suas respostas para as ameaças maiores de mid ou late-game do oponente.

Por fim, o 1-of de Languish é uma boa saída de maindeck para ocasionais swarm decks que aparecem nas ligas, challenges e torneios free como Spirits, Mono-Black Aggro, Stompy e Vampires além de servir também contra Burn e até mesmo contra Mono-Green em algumas ocasiões.

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Num deck que tenta flipar Jace, Vryn’s Prodigy tão cedo quanto no turno 4, é natural querer mágicas de custo baixo que fiquem no cemitério e Opt é a melhor cantrip de custo 1 que o Pioneer nos oferece.

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Dig Through Time é uma carta que protagonizou controvérsias desde a concepção do formato, onde muitos jogadores acreditavam que ela eventualmente seria banida do formato junto á Treasure Cruise pelo destino que elas tiveram nos demais formatos eternos, e essa teoria só foi reforçada na época em que o Dimir Inverter era o melhor deck do formato.

Neste deck, ela serve como o elemento perfeito para procurar as peças certas para manter-se á frente no jogo. Seja um removal, um descarte, um Valki. O que você precisar, você normalmente vai encontrar com Dig Through Time.

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Por último, porém não menos importante Kolaghan’s Command é o card mais versátil da lista e ajuda a adicionar um elemento extra de grind no jogo ao reutilizar Jace ou Valki que estão no seu cemitério e poder ser reutilizado com o -3 do lado Planeswalker do Jace para gerar ainda mais valor.

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Além das Shocklands (4 Watery Grave, 3 Blood Crypt e 1 Steam Vents) e lands básicas, o deck utiliza 4 Fabled Passage para corrigir a mana e acelerar o flip do Jace, e 4 Choked Estuary como uma land que comumente vai entrar desvirada no começo do jogo graças á grande quantia de Ilhas e Pântanos presentes no deck.

O deck também conta com uma cópia de Clearwater Pathway, a qual eu particularmente trocaria 1 ou 2 cópias de Choked Estuary por mais Pathway lands.

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Devido a todas as suas permanentes possuírem um custo baixo (e provavelmente por causa disso) o deck utiliza Lurrus of the Dream-Den como um Companion que consegue recorrer à todas as criaturas do deck sem problema algum, e que pode ser retornado do cemitério com Kolaghan’s Command se for necessário.

O Sideboard do deck é relativamente bem direto: Mais removal quando você precisa de removal, Aether Gust para resolver os decks vermelhos e verdes que tem sido recorrentes no cenário competitivo, Disdainful Stroke contra Mono-Green Walkers, Niv-to-Light e algumas variantes de Control, Mystical Dispute e Negate contra Midranges e Control e Kolaghan’s Command como mais um elemento de grind.

O card que se destaca no sideboard para mim é Erebos’s Intervention, servindo como um card que consegue tanto ser um removal/Lifegain contra decks mais rápidos e agressivos quanto como um hate de cemitério para lidar com os decks de Rakdos Pyromancer que tem crescido no Metagame atualmente.

Análise de Desempenho

Ao todo, joguei 10 partidas com o deck entre o Pioneer Royale e jogos no Tournament Practice (por conta de alguns problemas recorrentes de conectividade na última semana, estou evitando jogar Ligas para evitar o estresse).

Em 10 partidas, o resultado foi de 6-4 (1-2 drop no Pioneer Royale e 5-2 no Tournament Practice). Os resultados foram:

2-0 vs Rakdos Pyromancer

1-2 vs Boros Burn

1-2 vs Azorius Spirits

1-2 vs Mono-Green Walkers

2-0 vs Vampires

2-1 vs Mono-Green Walkers

2-0 vs Selesnya Auras

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0-2 vs Mono-Red Aggro

2-0 vs Mono-White Devotion (Deck bem interessante usando a antiga base do Helliod-Ballista com Nykthos, Shrine to Nyx pra jogar drops mais pesados como Elspeth, Sun’s Champion)

2-1 vs Rakdos Pyromancer

MentalMisstep fez Top 8 no Pioneer Challenge com esse deck, o que é um resultado a se considerar e respeitar, mas vejo alguns problemas com o desenvolvimento do deck durante o jogo.

O primeiro é o fato do deck se comportar puramente como um Combo-Control e acabar não sendo eficiente como nenhum dos dois porque suas peças de Control não são, digamos, “control” o suficiente e suas peças de combo não ganharem o jogo imediatamente, então em muitas partidas o deck se comporta como um Control que tenta trocar favoravelmente até castar um Tibalt, tendo o Lurrus de backup ou até de principal wincondition caso você consiga reduzir ao máximo os recursos do seu oponente.

O problema é que, apesar de todas as peças do deck serem boas, ele carece de uma quantidade maior de efeitos de Card Advantage para se denominar um Control que usa Lurrus, fazendo com que você muitas vezes acabe muito atrás no jogo por fazer excessivas trocas de 1-por-1 e ainda assim estar sob pressão.

O outro ponto a se considerar sobre essa lista é a má-utilização de Release to the Wind.

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Nesta lista, Release to the Wind possui apenas 8 alvos válidos fora as permanentes do oponente, e apesar disso ter suas utilidades como impedir um ataque ou exilar um Kroxa, Titan of Death’s Hunger recém-escapado para que o oponente tenha de joga-lo de novo ao cemitério (o que, sinceramente, parece uma troca horrível mas me salvou um jogo), o card parece mais uma “peça ruim do combo ao qual você nunca quer comprar sozinha” do que um efeito de proteção.

Portanto, já que o combo é eficiente (fazer um Tibalt antes do turno 7 ganha jogos sozinho a longo prazo), eu apostaria em utilizar mais permanentes que possam tirar proveito dos efeitos deste card.

Quais? Bom, as Aventuras são um bom começo.

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Tal como com Valki e Tibalt, Release to the Wind lhe permite escolher o lado que você quer castar de graça com os cards com Adventure, portanto você pode castar a Aventura de graça e então pagar o custo da criatura para joga-la novamente. Dessa maneira, Release to the Wind se torna mais uma engine de card advantage para o deck, especialmente considerando que tanto Brazen Borrower quanto Murderous Rider são cards bons por conta própria..

Um outro ponto a se considerar é a possibilidade de tornar o deck mais control, utilizar mais sweepers e mais efeitos de 2 por 1, talvez até alguns Planeswalkers ou Nicol Bolas, the Ravager para obter valor e conseguir desempenhar um plano mais conciso.

No final das contas, esta seria a lista que eu pensaria em testa em um outro momento:

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Talvez o ideal seja não focar tanto no combo e sim em jogar um fair game onde você pode, por acaso, fazer um Tibalt ainda nos primeiros turnos, mas gosto da proposta de tentar abusar de Release to the Wind com as criaturas com Adventures que, inclusive, poderia ser considerado adicionar Bonecrusher Giant

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a elas, mas o card não parece muito atrativo no metagame atual.

Como agora possuo uma quantidade menor de mágicas que vão para o cemitério, me pareceu lógico remover uma quantia dos cards que usam do cemitério, e optei por um 2-2 split por conta da versatilidade, onde Jace, Vryn’s Prodigy tende a ser mais relevante nos primeiros estágios do jogo enquanto Dig Through Time é mais próximo de uma carta de mid-game.

O resto da lista permanece quase o mesmo, exceto pela troca de Choked Estuary por Clearwater Pathway e a inclusão de um terceiro Bloodchief’s Thirst no lugar de um Dead Weight.

Confesso que a ideia de perder Lurrus of the Dream-Den como Companion me é bem desagradável, mas sinto que na atual configuração ele ainda faz muito pouco pelo deck e a versão com Adventures parece interagir melhor com o combo. Caso você opte por seguir uma rota mais voltada pro Control ou mais voltada para a versão original, manter o Companion pode ser uma opção mais favorável.

Conclusão

Esta foi minha análise do Deck da Semana, o Grixis Valki do Pioneer.

Caso você tenha gostado da leitura, deixe seu comentário e/ou compartilhe com seus amigos. Quem sabe na próxima semana eu não trago mais um deck interessante para dissecarmos?