Filhos do EDH: conheça todas as formas de jogar Commander

No artigo passado falei um pouco sobre as origens do Commander e os motivos dele ter sido tão viral entre os jogadores casuais. No entanto, salientei também sobre a popularidade do formato ter crescido tanto que eventualmente extrapolou o nicho da mesa de cozinha, influenciando a criação de uma série de outras variantes de jogo. Em dado momento estes formatos alternativos chegaram a crescer individualmente conforme pegavam carona na ascensão do próprio Commander. Tal diversidade mostrou-se positiva pois contribuiu para que diferentes perfis de jogadores pudessem se sentir satisfeitos jogando EDH, e não apenas jogadores casuais. Ao mesmo tempo isso gerou uma cacofonia que causava certa confusão em muitos grupos, a medida que tínhamos diversos “Commanders” coexistindo, cada um com suas respectivas regras.

Era bastante comum um destes formatos anunciar a mudança de uma regra - como o banimento de uma carta, por exemplo - e diversas pessoas interpretarem como se aquilo valesse para outro formato. Isso se agrava pelo fato de que uma parte significativa dos jogadores (sobretudo os casuais) não sabe ao certo onde encontrar a fonte mais confiável de informações sobre o formato que joga, tornando a apuração difícil e fazendo com que boa parte das notícias chegue até eles através de intermediários.

Em algum grau isso acontece até hoje. Alguma vez você já teve que explicar para um colega que Edgar Markov e Derevi, Empyrial Tactician NÃO são banidos em Commander e sim do DUEL Commander?! Já se deparou com alguém que insistisse que a lista de banidas oficial era a do site da Wizards of the Coast e não a do Rules Committee?!

Se alguma vez você esteve ou estiver envolvido em algo desse tipo, este artigo foi feito para ajudá-lo. Ele serve ao objetivo de agrupar toda a informação necessária sobre as diversas variantes do Commander em um só lugar, com os links de todas as fontes oficiais. Assim, você poderá não apenas entender melhor o cenário do Commander de uma forma mais abrangente como poderá ajudar outros a entenderem compartilhando um único link. Mais do que isso, você poderá também ter seu primeiro contato com alguma variante de jogo que ainda não conhecia, e quem sabe se identificar com um novo formato.

Começando pelo Commander propriamente dito, aquele que todos conhecemos e que deu origem a todas as outras variantes. Também chamado por aí de Commander Mesão ou pela sigla antiga de EDH (Elder Dragon Highlander), este é o formato original cuja filosofia e história eu já contei no artigo passado e que você provavelmente já conhece (caso contrário dê uma olhada lá depois). O que muitos podem não saber é que o Commander/EDH não é um formato administrado pela Wizards of the Coast, a publisher do Magic. Na verdade, as únicas contribuições da empresa para o formato foram a mudança de seu nome de Elder Dragon Highlander para o atual Commander (agradeço por isso) e o desenvolvimento recorrente de produtos dedicados a ele, como os decks pré-construídos (agradecemos imensamente por isso também), o que já é bastante coisa. No entanto, toda a gestão do formato, incluindo a manutenção de suas regras, lista de banidas e divulgação é feita por um comitê de 4 pessoas que estiveram envolvidas no desenvolvimento e aprimoramento do EDH desde muito antes da Wizards pensar em publicar o primeiro produto com a marca Commander.

Os quatro membros do Comitê de Regras do Commander - Sheldon Menery, Toby Elliott, Gavin Duggan e Scott Larabee - são todos oriundos da comunidade de juizes de MTG, e apesar de alguns trabalharem esporadicamente com a Wizards, na prática, eles são totalmente independentes da empresa em relação à gestão do Commander. Em dado momento a Wizards passou a abraçar o formato e a considera-lo em suas estratégias de mercado, lançando novos cards e mecânicas específicas para ele, mas ela deixa o controle sobre as decisões mais estruturais para este Comitê.

Como um orgão independente, o Comitê de Regras do Commander possui sua própria página oficial (confira aqui), que eles usam para se comunicar com a comunidade e principalmente divulgar atualizações sobre o formato. Lá é o lugar mais confiável para se encontrar tais informações.

Como mencionado à exaustão no artigo passado, Commander originalmente é um formato casual, criado para servir quase que como uma válvula de escape do jogo competitivo. Suas regras e lista de banidas são pensadas para proporcionar partidas longas, e embora seja possível jogar 1x1 com elas, a experiência não é tão satisfatória quanto se for jogado no modo multiplayer. Por esta razão, este formato é o mais adequado para quem estiver procurando este tipo de jogo.

Assim que o Commander tradicional se difundiu por toda a comunidade do Magic, logo ele passou a atrair também jogadores competitivos, atraídos pela imensa variedade de cards poderosos que eram permitidos nele. Uma cena então surgiu em torno de uma demanda por campeonatos (sobretudo na Europa), organizando torneios com premiação e crescendo quase que paralelamente ao Commander casual. Entretanto, o formato original não era exatamente favorável para isso, já que suas regras e lista de banidas contemplavam o mesão e os torneios exigiam duelos para serem viáveis. O Duel Commander surgiu desta necessidade por tornar o Commander mais equilibrado para partidas 1x1. O primeiro comitê de regras de Duel Commander foi criado pelo francês Kevin Desprez em 2007, passando por diversas mudanças de configuração desde então. Este comitê francês durante muito tempo assumiu a vanguarda no que diz respeito ao fomento de campeonatos de Commander na Europa - muitos com premiações consideráveis - e tornou-se uma das principais referências para o resto do mundo no que diz respeito ao Commander x1.

Regras

O Duel Commander (ou Commander Francês, para alguns) possui as mesmas regras do Commander tradicional, com as seguintes exceções:

- Duelo: Um jogo Duel Commander é um jogo para dois jogadores.

- Pontos de vida iniciais: 20

- Lista de Banidas e Restritas: O Duel Commander possui sua própria lista de cartas banidas que inclui cards com bordas especiais (bordas prateadas, douradas, cartas de Conspiracy, dentre outras), cards oversized, cartas que exigem destreza física (Chaos Orb), apostas (Amulet of Quoz), subjogos (Shahrazad) além de cartas marcadas como ofensivas pela Wizards of the Coast (Clique aqui para a lista). A lista francesa também possui uma relação distinta de cards banidos apenas como comandantes, mas que ainda são jogáveis no deck, com a maioria dos cards com partner ou eminência integrando esta lista. Como se trata de um trabalho em constante andamento, a forma mais confiável de conferir a lista atualizada de banidas do Duel Commander é através do site oficial de seu Comitê: mtgdc.info.

O Duel Commander francês durante muito tempo foi a principal referência em partidas 1x1 de Commander no mundo, mas não seria a única. Outros comitês de regras independentes também surgiram com objetivos similares de adaptar melhor o Commander para jogos de duelo competitivos. Um destes era o Leviathan Commander, também chamado de “Lista Italiana”. Durante muito tempo o comitê francês e o Leviathan “rivalizaram” pela vanguarda do Commander 1x1, com ambos oferecendo soluções diferentes para os problemas cada vez mais frequentes de balanceamento que o formato passava. A maior destas tempestades sem dúvidas ocorreu após os anos 2016 e 17 com o advento das mecânicas de Partner e Eminência, que se demonstraram demasiado poderosas em jogos 1x1. A maneira que o Comitê francês lidou com isso - banindo intermitentemente diversos cards e diminuindo os PVs iniciais para 20 - gerou polêmica e dividiu ainda mais a comunidade, fazendo com que muitos grupos migrassem então para o concorrente Leviathan.

Atualmente os entusiastas de ambas as variantes estão relativamente estabelecidos, com os dois dividindo a maior parte da comunidade do Commander 1x1. Logo, se você pretende jogar em um torneio de Commander assim, lembre-se de conferir qual lista de banidas estará sendo usada.

Regras

O Leviathan Commander (LC) possui as mesmas regras do Commander tradicional, com as seguintes exceções:

- Duelo: Um jogo Leviathan Commander é um jogo para dois jogadores.

- Pontos de vida iniciais: 30

- Mão Inicial e Mulligan: As regras de mão inicial e mulligan no Leviathan são diferentes com o intuito de balancear os cards com partner. Cada jogador começa com 7 cartas na mão. Mas no caso de um jogador escolher começar com mais de um comandante, o jogador coloca X cards da mão no fundo de seu grimório em qualquer ordem, onde X é 1 mais o número de mulligans feitos. Desta forma, se os jogadores começarem o jogo com 2 comandantes e optarem por não fazer mulligans, X será 1 e o jogador terá que colocar um único card de sua mão no fundo de seu grimório, começando com um card a menos na mão (já que terá 1 a mais na zona de comando). Se ele escolher fazer mulligan uma vez, o número de cards colocados no fundo de seu grimório será 2 e assim por diante da mesma forma para mais mulligans.

- Troca de Comandante: Outra distinção do LC em relação a outras variantes 1x1 é a possibilidade de trocar de comandantes entre uma partida e outra em um duelo melhor de 3. Depois de cada jogo, os jogadores decidem se querem continuar usando o mesmo comandante ou trocar por outro. Os jogadores decidem ao mesmo tempo, sem saber se o oponente está optando por mudar ou não. Cada jogador embaralha seu (s) comandante (s) em seu deck e apresenta o (s) mesmo (s) ou novo (s) comandante (s) do mesmo deck antes do início de cada jogo seguinte durante cada rodada. Para garantir que as informações não sejam reveladas ambos os jogadores colocam seu comandante virado para baixo e vira-o para cima quando o próximo jogo começa. Se um jogador escolher trocar, seu comandante anterior é embaralhado em seu grimório. A identidade da cor do seu deck deve permanecer a mesma. Por exemplo: Se você começar com um Dragonlord Ojutai (branco e azul) como seu comandante, você só pode trocar para outro comandante com identidade branco e azul, tornando Geist of Saint Traft uma opção legal e Vendilion Clique (azul) ilegal. Os jogadores não podem trocar para comandantes que estão na Lista de Banidos como Comandantes. Os jogadores também podem trocar de um único comandante para dois no caso de parceiros e vice-versa.

- Lista de Banidas e Restritas: O Leviathan Commander também possui sua própria lista de banidas que também conta com uma lista separada apenas para cards que não podem ser comandantes, mas podem jogar no grimório que no geral é menor que a do concorrente francês. Como se trata de um trabalho em constante andamento, a forma mais confiável de conferir a lista atualizada de banidas do Leviathan Commander é através do site oficial de seu Comitê: leviathancommander.wixsite.com/.

O Archon é uma proposta de formato Commander 1x1 gerenciado democraticamente. É focado no jogo competitivo e todas as alterações no formato são feitas de forma transparente e com a aprovação da comunidade. Os membros de seu Conselho de regras - chamados de Archons (os Arcontes) - são eleitos pela comunidade oficial do formato no Discord uma vez por ano. Eles são responsáveis ​​por propor todo tipo de mudanças no formato, bem como por fornecer esclarecimentos detalhados à comunidade sempre que uma proposta é submetida a votação. Para que uma mudança seja sancionada, ela precisa ter a aprovação de, pelo menos, metade da comunidade. Os detalhes sobre como funciona a votação podem ser encontrados no site oficial do formato.

Embora seja o mais recente dentre as variantes de Commander 1x1 mais consolidadas, o Archon se destaca pelo seu caráter participativo e vem ganhando espaço.

Regras

O Archon possui as mesmas regras do Commander tradicional, com as seguintes exceções:

- Duelo: Um jogo Archon é um jogo para dois jogadores.

- Pontos de vida iniciais: 20

- Dano de Comandante: Os jogos de Archon não usam a regra que faz com que um jogador perca o jogo se ele tiver sofrido 21 ou mais danos de combate por um comandante.

- Tamanho do Deck: Os decks de Archon não estão sujeitos à regra 3 do Commander, que diz que um deck deve conter exatamente 100 cartas. Em vez disso, cada deck deve conter PELO MENOS 100 cartas, incluindo seu (s) comandante (s). Em outras palavras, o tamanho mínimo do deck é 100 e não há tamanho máximo do deck.

- Troca de Comandante: De forma similar ao Leviathan Commander, o Archon permite que um jogar substitua seu comandante entre um jogo e outro numa partida melhor de 3. Em um torneio, os jogadores devem designar seu(s) comandante(s) principal(is) e não podem designar outros cards como seus comandantes para o primeiro jogo de cada partida. Se listas de deck forem usadas, o(s) comandante(s) principal(is) deve(m) ser destacado(s). Os jogadores podem, entretanto, trocar de comandante(s) no início de cada outro jogo de uma partida. O(s) novo(s) comandante(s) deve(m) ser escolhido(s) a partir do deck, ser legal e ter a mesma cor de identidade de cor do(s) comandante(s) principal(is). Os jogadores podem manter essas cartas voltadas para baixo conforme são escolhidas, mas cada jogador deve indicar claramente qual carta voltada para baixo eles estão escolhendo.

- Lista de Banidas e Restritas: Assim como as variantes anteriores, o Archon possui sua própria lista de banidas que também conta com uma lista separada apenas para cards que não podem ser comandantes, outra lista ainda mais específica de cards que não podem ser usadas apenas como parceiros e outra de cards que não podem ser escolhidas como companheiro (apenas Lutri, the Spellchaser esta nesta última). Um outro diferencial da lista de banidas do Archon é que cartas com bordas douradas e quadradas também são permitidas em torneios, desde que não sejam distinguíveis do resto do seu deck (usando shields opacos, por exemplo). Como se trata de um trabalho em constante andamento, a forma mais confiável de conferir a lista atualizada de banidas do Archon é através do site oficial de formato: archon.page/.

É inegável que exista uma demanda crescente por jogos de Commander competitivos, na contramão daquilo pelo qual ele foi criado. Boa parte dos esforços para isso ao longo do tempo foram feitos visando melhorar a experiência do 1x1 (como visto anteriormente), mas existem também aqueles que preferem manter a vocação original do Commander para o mesão. O cEDH - Competitive EDH - é o resultado deste esforço: uma forma de se jogar Commander multiplayer competitivamente. Não se trata, no entanto, de um formato distinto. O cEDH não tem pretensão de mudar as regras ou a lista de banidas feitas pelo Comitê de Regras do Commander. Ao invés disso, os jogadores de cEDH buscam apenas modular a experiência do Commander multiplayer tradicional através de uma postura competitiva. Isso significa, dentre outras coisas, otimizar os decks o máximo possível para se obter a vitória acima de tudo. Não existe espaço para cards de estimação ou interações divertidas; toda escolha durante a construção de um deck ou em um jogo de cEDH é baseada na eficiência e no quão ela o deixará mais próximo de ganhar.

Somando isto ao fato do Commander ser um formato eterno com uma disponibilidade incrível de cartas poderosíssimas, o resultado são interações super eficientes, combos incrivelmente rápidos e decks assustadoramente fortes e caros. A falta de atenção do Comitê de Regras do Commander para este tipo de jogo inevitavelmente torna o formato permissivo à jogadas que definam uma partida nos primeiros 3 ou 4 turnos mesmo em um mesão. No entanto, a própria mentalidade proposta pelo cEDH é capaz de contrabalancear este status quo, a medida que combos eficientes exijam respostas tão eficientes quanto. Quando todos estão no mesmo nível de poder e assumem a mesma postura competitiva, o jogo se torna tão interessante quanto qualquer mesa casual, ao invés simples corrida para ver quem comba primeiro... Esta é a proposta do cEDH.

Embora esteja longe de se equiparar ao Commander convencional em número de entusiastas, o cEDH é a variante que mais vem crescendo em relevância. A filosofia de jogo competitiva contribui bastante para o desvendamento sobre o real potencial do formato como um todo, além de desencadear discussões bastante elucidativas sobre power level e postura de mesa no mesão.

Como não se trata essencialmente de um formato diferente, não existe uma página oficial do cEDH, embora existam diversos fóruns regionais e produtores de conteúdo dedicados ao tema. Caso tenha mais interesse no cEDH, aqui mesmo na Cards Realm você encontra vários artigos sobre. Confira aqui.

Enquanto o cEDH é uma maneira de se jogar Commander mesão competitivamente sem a pretensão de criar um novo formato, o Conquest seria a primeira tentativa de faze-lo sem o receio de mudar algumas coisas. O formato veio a luz pela primeira vez em 2020, com a ideia estabelecer um comitê que avaliasse os principais problemas do cEDH - como a baixa diversidade de decks e sua imensa barreira de entrada financeira - oferecendo soluções pontuais a eles na forma de pequenas mudanças nas regras e a criação de uma banlist totalmente nova, mais adequada ao contexto do multiplayer competitivo.

Uma característica marcante do Conquest é o baixo orçamento médio dos decks em comparação com o cEDH, uma distinção provocada propositalmente pelos idealizadores do formato através da lista de banidas que exclui cards da famigerada Lista Reservada. Meu camarada Felipe Torres já fez um excelente artigo analisando o Conquest e seus pontos mais notáveis, que você pode conferir aqui. No mais, trata-se ainda de um formato marginal, embora ainda muito novo. Todas as mudanças de regras se somam para criar jogos relativamente equilibrados, divertidos e focados no tabuleiro.

Regras

O Conquest possui as mesmas regras do Commander tradicional, com as seguintes exceções:

- Planeswalker como Comandantes: Criaturas lendárias e também planeswalkers são permitidos como comandantes.

- Pontos de vida iniciais: 30

- Dano de Comandante: O dano de comandante é 12 (ao invés de 21).

- Tamanho do Deck: O número mínimo de cartas no deck é 80, e não possui um máximo.

- Lista de Banidas e restritas: O Conquest possui sua própria lista de castas banidas que permanece em desenvolvimento. Além de todas as cartas da Lista Reservada, a lista também inclui as 10 fetchlands originais de Zendikar e Investida, e uma série de outras cartas. Você pode conferir a lista de banidas completa aqui.

O Brawl é um formato criado pela própria Wizards of the Coast em 2018 com a intenção de unir seus dois formatos mais populares: o Commander e o Standard. A ideia inicialmente era fomentar uma variante de Commander com decks de 60 cards, onde apenas cartas válidas do Standard fossem permitidas e planeswalkers pudessem também serem usados como comandantes. A princípio, o novo formato seria divulgado com a proposta idêntica ao do Commander de ser voltado para o jogo multiplayer casual. No entanto, a adesão por parte dos jogadores de 1x1 (boa parte vindos do Duel ou do Leviathan Commander) acabou se mostrando maior. A Wizards chegou até mesmo a lançar uma linha de decks pré-construídos para o formato em 2019 junto à coleção de Trono de Eldraine. Porém, mesmo com o suporte da Wizards o formato acabou não vingando no jogo físico, embora tenha uma adesão razoável no MTG Arena, onde o Brawl é o mais próximo que conseguimos ter de um Commander na principal plataforma digital do jogo.

Uma variante do formato disponível apenas no Arena, o Brawl Histórico, tornou-se de fato um representante do Commander 1x1 na plataforma e tornou-se ainda mais popular por permitir quaisquer cards existentes na plataforma ao invés limitar-se apenas ao Standard. Arrisco dizer que se jogos multiplayer fossem possíveis no MTG Arena, o Brawl Histórico seria um fenômeno muito mais impactante na comunidade Commander global, embora reconheça que tal cenário é bastante improvável (quem sabe em um futuro distante?).

Regras

O Brawl Histórico possui as mesmas regras do Commander tradicional, com as seguintes exceções:

- Formato Histórico: O Brawl Histórico permite que você construa um deck usando qualquer carta da MTG Arena

- Planeswalker como Comandantes: Criaturas lendárias e também planeswalkers são permitidos como comandantes.

- Pontos de vida iniciais: 25

- Dano de Comandante: Esta regra não existe no Brawl Histórico.

- Lista de Banidas e restritas: O Brawl Histórico possui sua própria lista de cartas banidas que você pode encontrar aqui.

Oathbreak é um formato Commander com uma proposta bastante inusitada. Além de permitir apenas planeswalkers como comandantes, cada deck possui uma Signature Spell (ou Mágica de Assinatura), que se enquadra na identidade de cor do Oathbreaker (o Comandante). Ambos os cards residem na zona de comando e você pode jogar a Signature Spell a partir de lá se seu Oathbreaker estiver em jogo. O formato foi criado em 2017 pelo pessoal da Weirdcards.org, um grupo sem fins lucrativos que organiza eventos de Magic que arrecadam dinheiro para diversas causas sociais.

Não é uma das variantes mais jogadas já que é difícil concorrer com o próprio Commander como formato casual, mas o Oathbreaker se destaca pela particularidade de suas regras que apesar de arraigadas nos conceitos básicos do EDH oferecem possibilidades diferentes de deck building e jogabilidade. O próprio conceito do Oathbreaker + Signature Spell evoca a questão do flavor de uma maneira promissora, como se você fosse o planeswalker e tivesse um “especial” favorito guardado na manga.

Regras

O Oathbreaker é possui as mesmas regras do Commander tradicional, com algumas exceções. As regras detalhadas podem ser encontradas aqui. Segue um resumo das principais diferenças em relação ao Commander:

- Zona de Comando: Cada deck é liderado por um Planeswalker designado como o Oathbreaker daquele deck e uma mágica instantânea ou feitiço designada como a Signature Spell que deve estar na Identidade de Cor do Oathbreaker. Assim como no Commander, você pode conjurar seu Oathbreaker a partir da sua zona de comando. Sua Signature Spell só pode ser conjurada se o seu Oathbreaker estiver no campo de batalha sob seu controle. Tanto o seu Oathbreaker quanto a Signature Spell estão sujeitos à “taxa de zona de comando”. Essas taxas são definidas individualmente, ou seja, lançar o seu Oathbreaker não faz com que sua Signature Spell custe mais.

- Pontos de vida iniciais: 20

- Tamanho do Deck: Cada deck deve conter exatamente 60 cartas, incluindo Oathbreaker e Signature Spell.

- Dano de Comandante: Por razões óbvias, esta regra não existe no Oathbreaker.

- Lista de Banidas e restritas: O Oathbreaker possui sua própria lista de cartas banidas que você pode encontrar aqui.

Estes são as principais variantes do Commander conhecidas mundo afora, mas o universo do EDH está em constante movimento e sempre existe alguém inovando. A rejogabilidade do Magic permite que ele seja não apenas um jogo, mas uma plataforma onde diversos jogos possam ser criados. Embora essencialmente todas estas formas de se jogar anteriormente citadas remetam fortemente ao Commander, cada uma agrega algo diferente ao todo e carrega consigo uma manifestação de parte da imensidão que se tornou a comunidade EDH.

Qual sua experiência com algum destes outros formatos Commander? Já teve a oportunidade de experimentar algum deles? Existe algum desta lista que você não conhecia e se interessou em jogar? Existe algum que você conheça, mas tenha ficado de fora? Melhor ainda... Você mesmo já criou alguma forma alternativa de jogar Magic? Se sim, gostaria muito de conhecer. Compartilhe suas experiências alternativas com o Commander casual ou competitivo na caixa de comentários abaixo.

Este episódio fecha o ciclo inicial para compreendermos o mínimo sobre a comunidade do Commander. Nos próximos artigos começaremos a entrar de cabeça nas diferentes maneiras de se expressar nesta comunidade por meio da construção de decks. Até lá!