Magic: the Gathering

Review

Manual do cEDH - Avaliação de Ameaças

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Para se atingir um bom nível de avaliação de ameaças é necessário conhecimento profundo sobre o formato e no EDH isto não é exceção

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revised by Tabata Marques

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INTRODUÇÃO

A threat assessment is an evaluation of events that can adversely affect operations and/or specific assets. Historical information is a primary source for threat assessments, including past criminal and terrorist events. A comprehensive threat assessment considers actual, inherent, and potential threats [1]

Naturalmente, para se atingir um bom nível de avaliação de ameaças é necessário conhecimento profundo sobre o formato e no EDH. Magic é um jogo que recompensa a boa utilização de recursos limitados. As decisões que levam uma partida à vitória começam na construção do deck e vão até a última rodada de prioridade. Este artigo irá discutir as tomadas de decisão feitas durante a partida, mas isso não quer dizer que você não precisa se preocupar em montar o seu deck. Afinal, assumiremos aqui que todos os decks foram montados com a intenção de vencer. Mas mesmo um deck com poucas interações deve tomar decisões diferentes em um cenário multiplayer, o jogador de AGGRO no mínimo precisa pensar em quem atacar e essas decisões, quando feitas corretamente, aumentam as chances de vitória.

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Este é o primeiro artigo de vários que deixarei aqui. Como leitura adicional deixarei um link no final de cada artigo para um PDF com o conteúdo para leitura adicional. As contribuições dos artigos são as seguintes:

- Um local centralizado para referências e fontes para leitura adicional;

- Servir como ponto de partida para o leitor que deseja melhorar suas capacidades de Threat Assessment;

- Uma análise não exaustiva dos decks representativos do Metagame EDH atual.

AVALIAÇÃO DE AMEAÇAS

Motivação

Em quase todas as partidas nós tomaremos as seguintes decisões:

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Devo anular essa mágica?

Devido a um período de transformação natural no metagame, onde decks passaram a utilizar permanentes para angariar recursos ao longo do jogo e se tornaram capazes de vencer o jogo com um board state mínimo, o uso de anulações tem se provado cada vez mais complexo de se avaliar. Os decks passaram a utilizar mais remoções e cartas com efeitos adicionais como formas de interação na pilha (cartas como Drown in the Loch e Veil of Summer), porém estrelas do formato continuam presentes: Mana Drain, Swan Song, Flusterstorm etc. Aqui, é importante analisar o estado da mesa, visto que essas cartas são preciosas para proteger suas próprias condições de vitória. Busque tentar responder: "Quem recebe prioridade antes de mim? Quem recebe prioridade depois de mim? Eu posso me dar ao luxo de guardar minha resposta para que outro jogador utilize a dele? Haverá outra oportunidade de interagir ou o jogo estará perdido com a resolução desta mágica?"

Counterspells dobram como proteção para você, lembre-se disso e utilize-os de acordo.

Devo usar minha remoção nessa permanente?

O princípio aqui é análogo ao anterior, porém, com a escolha devendo ser feita após a resolução da mágica. Remoções pontuais também não devem ser usadas levianamente, decks competitivos costumam utilizar remoções para lidar com permanentes problemáticas (que atrapalham o seu plano de jogo). De forma geral, esqueça aquele Abrupt Decay no Sol Ring de um jogador apenas porque ele acelerou no turno 1. Lembre-se também de que toda regra tem exceções, utilize suas remoções abertamente caso a permanente em questão possa levar um jogador à vitória.

Devo atacar?

Em cEDH quase todas as partidas serão decididas por um combo ao invés do tradicional dano de combate, exceto em algumas ocasiões (Najeela), porém a fase de combate deve ser utilizada para reduzir as margens de vitória de decks que utilizam pontos de vida como recurso. Caso você seja o deck que utiliza sua vida para comprar cartas (Sylvan Library), é necessário analisar a mesa para decidir se as criaturas que você usaria para atacar poderiam ser usadas como bloqueadoras. Em um metagame dominado por Tymnas é importante levar em consideração a quantidade de dano causada a um jogador em relação a um draw adicional ao jogador de Tymna.

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Quem devo atacar?

Como dito, a fase de combate não deve ser vista como uma maneira de finalizar a partida, mas sim como um meio de dano incidental que prejudica decks que abusam os 40 pontos de vida iniciais. Decks como Shimmer Zur tem como estratégia principal buscar Necropotência e encher a mão para finalizar o jogo na end step. Ad Nauseam também é largamente utilizado como wincon no formato e deve ser levado em conta ao escolher o jogador que deve ser atacado.

Eu preciso passar o turno com quantas manas em pé?

O metagame tem o costume de se adaptar de forma cíclica, onde os decks se tornam cada vez mais rápidos e gananciosos para outras estratégias que buscam grindar melhor até o late game possam predar nos decks mais gananciosos. Mesmo sem uma análise extensiva sobre o metagame, o cEDH é um "formato turno três", ou seja, o terceiro turno é quando os jogadores apresentam jogadas de grande importância. A heurística de esperar ameaças a partir do terceiro turno é grosseira, então, a decisão de representar respostas deve ser função da composição do POD. Com 3 decks FLASH HULK na mesa é certo de que um dos jogadores irá esperar uma brecha a partir do segundo turno, enquanto numa mesa com decks mais lentos é possível utilizar melhor o early game para desenvolver o board e talvez até passar o turno sem representar respostas. Há uma necessidade de otimizar o comprometimento em desenvolver board e tentar para outros jogadores.

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Será que alguém tem uma resposta para a minha ação? Qual? Devo continuar mesmo assim?

*Por ser um conceito muito genérico, não há uma forma de estabelecer regras para escolher o melhor momento para realizar uma ação, então, é necessário observar o cenário da mesa antes. Conhecimento sobre os decks na partida é essencial para entender quais respostas cada jogador pode estar representando em cada momento do jogo, este conceito parece (e é) complexo, porém alguns cenários se repetem e podem ser facilmente identificados. Exemplos: Piloto de Gitrog passou com 5 Manas em pé e não castou o sapo, não fique supreso em ver um Ad Nauseam. Jogador com 2 Manas azuis em pé, espere Counterspell / Mana Drain...

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Quando é a melhor hora para eu tentar ganhar o jogo?

Outra pergunta sem resposta fácil. É uma questão de saber analisar sua posição no contexto do Pod. Alguns decks são montados para gerar card advantage e ganhar no late game enquanto outros priorizam velocidade e consistência (First Sliver Food Chain) e perdem potência após o early game.

Mesmo que não conhecidas a priori, essas perguntas possuem respostas ótimas. O jogador que falha em reconhecer como utilizar seus recursos e em identificar seu papel provavelmente terá dificuldades para atingir a vitória, ou ... "The player who misassigns himself is inevitably the loser" [2].

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Naturalmente, decisões como Whos's The Beatdown possuem um pouco mais de nuance em um formato multiplayer, onde o resultado da partida não dependerá apenas da interação entre um jogador e seu oponente, mas sim, das interações entre quatro jogadores. O resultado mais favorável se apresentará, quase que exclusivamente, ao jogador que melhor souber se posicionar na mesa. Estas decisões incluirão fatores que podem variar desde o comandante escolhido até quem pegou a mãe de quem na mesa, visto que, por mais que gostemos de falar em decisões ótimas e racionais, é provável que pelo menos um jogador no Pod tome decisões de forma passional.

Os artigos irão focar na discussão sobre como tomar decisões durante um jogo sob as seguintes suposições:

- Todos os jogadores no pod estão igualmente interessados em vencer;

- Todas as decisões tomadas pelos jogadores tem como objetivo, exclusivamente, a vitória da partida;

- Fatores externos ao jogo não serão considerados.

Abe Sargent levanta pontos interessantes sobre a avaliação de ameaças em um ambiente multiplayer [3]. Porém, visto que o foco desta discussão é no ambiente competitivo, é necessário acrescentar algumas informações e discordar de outras. Mas até mesmo em ambientes competitivos, alguns dos erros mencionados por Sargent são comumente cometidos (normalmente por ignorância) e podem ser facilmente corrigidos, são eles:

A ameaça não é necessariamente o jogador:

- Que tem mais interações;

- Que tem permanentes mais poderosas;

- Que interagiu com alguma ação sua previamente.

A fim de ser capaz de avaliar corretamente os cenários de jogo, é necessário desenvolver algumas habilidades. O foco destes artigos será estimular o desenvolvimento dessas habilidades através de uma discussão inicial. Estas habilidades são:

Conhecimento do formato

Isto envolve conhecimento profundo sobre as cartas disponíveis para o formato (banlist), cartas viáveis, estratégias viáveis, decks presentes e possíveis interações representadas pelos outros jogadores. Para este fim, é apresentada uma análise extensiva, porém não exaustiva, dos arquétipos presentes no formato no artigo futuro (Arquétipos).

Familiaridade com o deck pilotado

É de vital importância conhecer os mecanismos e objetivos do deck escolhido. Artigo futuro (Arquétipos) pode ser de grande ajuda para a escolha dos decks, porém, as referências incluídas devem ser utilizadas para obter uma análise detalhada do funcionamento de cada deck/arquétipo [4]. Esta análise está fora do escopo destes artigos.

Ter conhecimento prévio sobre cenários recorrentes

Um ponto chave, porém impossível de ser completamente desenvolvido de forma teórica. Estes artigos não tornarão o leitor um ótimo jogador, porém devem auxiliá-lo em polir habilidades necessárias que devem ser testadas na prática. Artigo futuro (Cenários) serve para demonstrar algumas decisões comuns que o leitor deve encontrar durante seus jogos.

Leitura adicional - spoiler dos próximos artigos - e PDF centralizadolink outside website

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REFERÊNCIAS

[1] D. Philpott, “Appendix f - best practice #2: Forensic methodology,” in Security Consulting (Fourth Edition) (D. Philpott, ed.), pp. 231 – 236, Butterworth-Heinemann, fourth edition ed., 2013.

[2] M. Flores, “Who’s the beatdown?.” https://articles.starcitygames.com/premium/whos-the-beatdown/link outside website, 1999. Acessado em 22/12/2019.

[3] A. Sargent, “Threat assessment 101.” https://www.coolstuffinc.com/a/abesargent-090114-threat-assessment-101link outside website, 2014. Acessado em 01/11/2019.

[4] AverageDragon, “cedh decklist database.” https://cedh-decklist-database.xyz/primary.htmllink outside website, 2019. Acessado em 22/12/2019.