Magic: the Gathering

Deck Guide

Modern: Jeskai Stoneblade e a resposta ao meta

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O artigo aborda uma vertente diferente do deck baseado em Stoneforge Mystic, uma versão bem mais focada em responder ao formato Modern atual.

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Por mais que muita gente prefira o Modern como uma "selva", com diversas possibilidades e decks, é inegável que um metagame mais definido tem suas vantagens.

Competitivamente falando, é muito melhor se preparar, fazer plano de sideboard e treinar partidas quando você tem uma lista menor de decks/cartas em mente. Pensando em momentos como o que estamos passando, com algumas cartas-chave que aparecem em vários baralhos, alguns jogadores montam estratégias e decks inteiros baseados apenas em responder o metagame, os chamados antimeta.

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Hoje nós vamos falar um pouco sobre a versão de Jeskai Stoneblade que o jogador Talisker usou para conseguir uma sólida posição no Top 1 do Challenge de 16/10link outside website, pois o baralho dele ilustra muito bem o que citamos como antimeta.

Jeskai Stoneblade - A Lista

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Quando falamos em Stoneblade, pensamos direto em diversos counters ou criaturas com lampejo e voar carregando as espadas buscadas pela Stoneforge Mystic, mas o Talisker pensou em um approach bem diferente, algo semelhante ao Monored Prision do Legacy, sendo um deck baseado em punir opções agressivas de deckbuilding.

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Como eu digo e repito, Chalice of the Void se tornou uma peça importantíssima para o formato, sendo uma das cartas que melhor lida com dois gêneros de baralho que são muito presentes no metagame: Decks de Cascade e decks de Lurrus.

Se de um lado um Cálice com 0 marcadores para completamente os Suspends Crashing Footfalls e Living End, também temos o Cálice com um marcador, que para praticamente todos os drops 1 do Magic, inclusive os mais relevantes no momento, Ragavan, Nimble Pilferer, Dragon's Rage Channeler, Death's Shadow, Thoughtseize, Unholy Heat, dentre diversas outras cartas que são extremamente presentes no formato.

Para obter vantagem de um efeito simétrico como o Cálice, o baralho é montado contornando o uso de mágicas de custo 1, a única excessão é Prismatic Ending, que mesmo com o Valor de Mana 1, pode driblar o Cálice adicionando algum valor em X. Sim, é uma escolha que deixa o baralho mais lento e com menos opções de sequenciamento por jogadas nos primeiros turnos, mas foi uma escolha consciente do deckbuilder, que seguiu na linha de se apoiar nas vitórias que o Cálice entrega quase que sozinho e tentar dissipar o máximo possível desse drawback.

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Falando em cartas que carregam partidas, é claro que temos que citar a Blood Moon, que também é um clássico dos hates no Modern, tentando atingir algo ainda mais comum, a base de mana. Graças a fetchlands e shocklands, o Modern é um formato aonde é possível ser bem ganancioso em escolhas de cores, decks com três, quatro e até cinco cores não são tão incomuns, mas claro que tudo tem um custo e uma punição, e a Blood Moon mostra essa punição do jeito mais simples. "Tem terreno não-básico? Eu espero que você também tenha utilidade para mana vermelha".

Além disso, a nossa Lua possui vantagens especificas no cenário atual. Graças as nossas nem sempre tão simples regras de jogo, a Lua Sangrenta automaticamente manda todas as Urza's Sagas em campo direto para o cemitério, independente de quantos marcadores a mesma tiver.

Além disso, o Modern está repleto de baralhos com terrenos específicos que acabam sendo cartas importantes para a estratégia, como os terrenos de urza e as bouncelands do Amulet Titan, assim, inutilizar terrenos não-básicos acaba sendo um efeito mais vantajoso do que aparenta.

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Para completar nossa linha de hate, temos um dos planeswalkers mais poderosos já lançados. Teferi, Time Raveler também está aqui para uma função muito útil no meta atual: impedir ou atrasar interações.

Com sua habilidade estática, ele deixa o dia de qualquer baralho baseado em anulações bem mais triste. Além disso, essa mesma habilidade tem diversas camadas de complexidade que afetam cartas bem presentes no metagame, como o fato de impedir completamente a habilidade de Cascade, ou o próprio Suspend das cartas.

Sem falar que não estamos falando de um encantamento, mas sim de um planeswalker com outras duas habilidades que possibilitam diversas linhas de estratégia (quem não gosta de usar Prismatic Ending em velocidade instantânea?). É verdade que ser um planeswalker dá um nível de fragilidade maior do que ser um encantamento ou artefato, mas é inegável que um Teferi entrando limpo deixa o jogo muito desigual ao seu favor.

Disrupção e wincondition

Ok, falamos bastante sobre o que eu considero os três pilares do baralho, mas impedir que o oponente jogue direito não é a única coisa que esse Jeskai pode fazer! Também temos uma coletânea boa de disrupções e winconditions (em alguns casos, as duas coisas ao mesmo tempo).

Como a estratégia do baralho é passar os primeiros turnos minando recursos do oponente e/ou conjurando os hates para deixar o jogo a favor do Jeskai, os primeiros turnos do baralho são bem proativos em questão do uso de mana, portanto, o Talisker optou por não utilizar counters (o que na minha opinião foi muito assertivo). Logo, a disrupção do deck é baseada em remoções.

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Temos a já citada Prismatic Ending, que segue sendo uma das remoções mais eficientes do formato por lidar com quase qualquer tipo de permanente, além de ser especialmente boa em um formato pautado em curvas mais baixas. Além disso, a lista utiliza Lightning Helix, ótima contra baralhos mais agressivos, repondo parte da nossa vida ao remover uma criatura ou planeswalker problemático.

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Também temos Bonecrusher Giant e Fury, que mesmo sendo criaturas e fazendo parte da nossa condição de vitória, são igualmente remoções eficientes em mana, ótimas para lidar com as criaturas iniciais que o oponente fez antes do cálice entrar em jogo. Essa versatilidade aliada ao excelente corpo ofensivo que as duas cartas possuem, fazem com que elas sejam ótimas escolhas tanto como remoções, quanto como criaturas.

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E claro, temos o "Pacote Gaga", que é basicamente o que dá nome ao deck. Desde que foi desbanida, a Stoneforge Mystic e suas espadas se tornaram recorrentes como uma wincondition simples para decks interativos, o que foi potencializado com a vinda de Kaldra Compleat.

São duas "criaturas" bem problemáticas que podem vir com a habilidade da nossa querida Gaga, além da espada que pode ser bem útil graças as criaturas que citei no parágrafo anterior (uma Fury batendo com a Sword of Fire and Ice pode causar um grande estrago). Sem atrapalhar nenhuma das peças de hate, esse conjunto de cartas complementa muito bem a core agressiva do baralho.

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Alternativas para o Deck

Como estamos falando de um deck bem mais abrangente, existem inúmeras possibilidades de mudança aqui, mas muitas dessas alternativas envolvem mudar completamente a configuração da lista, o que acabaria fugindo do propósito do artigo que é falar especificamente dessa versão mais prison do baralho. Dito isso, decidi separar as opções viáveis que mais se encaixam na estratégia abordada, e é sobre essas opções que vamos falar aqui.

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Solitude está aqui para a mesma função de Fury e Bonecrusher Giant, com a diferença de que como remoção, a encarnação branca é mais definitiva, não se importando com valor de mana ou com a resistência do alvo, a carta é uma opção bem viável para casos em que a criatura problemática ultrapasse o alcance das outras remoções do baralho. Mesmo com o corpo menos agressivo que o das outras criaturas do deck e não tendo tantas cartas brancas assim na lista para conjurar Solitude pelo evoke, eu diria que vale o teste de uma cópia ou duas.

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Já pensando em uma ferramenta de prison, o Archon of Emeria consegue atrapalhar bastante o jogo do oponente com suas duas habilidades, tanto impedindo cascatas e outros combos (assim como o Teferi, Time Raveler), como atrapalhando jogadores com uma base de mana gananciosa (assim como a Blood Moon). E todas essas vantagens estão dentro de um corpo 2/3 voador que pode carregar uma espada com maestria.

Conclusão

Metas bem definidos quase sempre geram alguma resposta do próprio field, possibilitando que cartas que pareçam especificas demais se tornem ferramentas sólidas para enfrentar o ambiente, tanto sendo o pilar de um baralho inteiro, como foi o caso que vimos hoje, quanto em aparições recorrentes nos sideboards de decks já consolidados.

E nessa nota mais analítica que eu me despeço de vocês, até a próxima!