Magic: the Gathering

Deck Guide

O Efeito Cannonade

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Uma análise sobre o impacto de Fiery Cannonade para o Pauper.

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revised by Tabata Marques

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Com o full spoiler de Commander Legends, a comunidade de Pauper pegou fogo com uma das cartas da nova edição:

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Em 2017 comentei no blog do Pauper Masters que, dentre as coisas que o Pauper precisava, um Sweeper de custo 3 era uma das coisas que o formato necessitava para lidar com uma possível predominância dos decks de Faeries e de Burning-Tree Emissary.

Usei como exemplo Infest, onde o custo de mana era limitador quanto á quais decks conseguiriam utilizar seu efeito de maneira eficiente, e que um deck como Mono Black Devotion, por exemplo, não se beneficiaria tanto de um sweeper que levasse suas criaturas junto.

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Também citei Steam Blast, cujo efeito em Sorcery-speed permitia que os demais decks pudessem se preparar e cujo drawback era relevante contra os decks Aggro, onde você naturalmente usaria esse tipo de efeito.

Fiery Cannonade é superior á ambos em praticamente todas as ocasiões.

Mas antes de tratarmos sobre a carta em si, vamos conversar sobre False Tempo:

False Tempo

Para falarmos de False Tempo, eu vou ter de ir até o passado do Modern e resgatar um deck que todos amam ou odeiam:

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O Splinter Twin é a melhor referência de False Tempo que um deck pode proporcionar.

Num jogo contra Twin, era muito comum o jogador ter de jogar em torno do combo praticamente todos os turnos pois, com uma peça podendo ser jogada em Instant-Speed e a outra peça sendo jogada no turno seguinte, você perdia independente da posição em que você estivesse no jogo.

Portanto, muitos decks eram obrigados á ficar num ciclo onde precisavam segurar mana e fazer jogadas menos efetivas, mesmo sem certeza alguma se o oponente tinha o combo na mão, apenas pela possibilidade.

Ter uma remoção significava ter de segurar sua mana todos os turnos.

Não ter uma remoção significava ter de tomar a difícil decisão de jogar no All-In e torcer pra não morrer na volta, ou blefar e arriscar se colocar pra trás no jogo por nada.

Como a mão do oponente costuma ser uma zona desconhecida para os jogadores, era difícil que jogadores que não tivessem acesso á descartes pudessem supor, de fato, se o oponente estava fazendo um Pestermite no passe só pra tentar agredir pelo ar ou porque está ameaçando o combo na volta.

Ou seja, ao decorrer da partida, o jogador de Twin basicamente tinha um pseudo-Stone Rain no turno pelo mero fato do oponente precisar respeitar o combo todo turno á partir do turno 3 e o efeito virava uma bola de neve á cada turno onde o oponente jogava de maneira mais conservada e se dava pseudoTime Walks

Isso fazia com que fosse muito difícil o oponente dar tapout, utilizar melhor seus recursos e fazer as melhores jogadas possíveis naquele turno, optando por jogadas sub-otimizadas.

E como o jogador de Twin reagia á isso? Jogando fair e tirando proveito dos Time Walks que o medo do combo na volta fazia com que o oponente desse á ele.

Snapcaster Mage com Lightning Bolt e Vendillion Clique eram cards que interagiam perfeitamente com o que o deck precisava fazer em responder ás ameaças do oponente ou proteger o seu combo, enquanto também operavam com um plano de beatdown que punia o oponente por não gastar seus recursos.

Algumas listas começaram á splashar para cards como Tarmogoyf ou Tasigur, the Golden Fang para tirar ainda mais vantagem disso.

Em resumo, False Tempo é um termo utilizado para quando um jogador faz jogadas sub-otimizadas, segura seus recursos e toma decisões ruins durante a partida por receio ou medo de que o seu oponente tenha uma jogada que possa simplesmente destruir seu plano de jogo ou ganhar o jogo no turno seguinte.

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Você pode ver isso acontecer, por exemplo, quando você está jogando de Faeries contra Burn e segura a mana do Counterspell no seu turno tendo 3 manas em pé, mesmo podendo fazer um Ninja of the Deep Hours numa mesa vazia porque você está com 7 de vida, o oponente tem duas cartas na mão e você considera se poderia ser qualquer combinação de dano direto entre aquelas duas cartas mais o draw que ele vai dar no turno seguinte que o levem á vencer o jogo.

Você deixou de se colocar numa posição vantajosa na mesa e que muito provavelmente faria com que você obtivesse tanto Card Advantage que o oponente não teria como voltar pro jogo em 2 ou 3 turnos, por medo de perder na volta por uma combinação de Lightning Bolt com Fireblast ou de 2 burns de 3 de dano com Needle Drop, etc.

Você se deu um Time Walk para não perder o jogo.

E provocar um False Tempo por parte do oponente na partida é de longe uma das maiores jogadas que você pode fazer.

Mas por qual razão estou falando de False Tempo nesse artigo ?

Porque Fiery Cannonade é um exemplo perfeito de card que pode provocar False Tempo num formato como o Pauper.

Considere listas de uma quantidade considerável de decks Aggro ou Tempo do formato e me diga qual melhor jogada feita á partir do seu turno 3 não seria simplesmente horrível se você tomar um Fiery Cannonade na volta ?

Qual jogada você pode fazer que não te coloca numa posição extremamente desfarovável contra um board wipe em resposta ao fim do turno, no turno seguinte ou em resposta ?

E o quanto essa jogada vai atrasar o seu plano de jogo e favorecer o oponente em alguns turnos ?

O quão disposto você está em jogar "safe" e atrasar seu plano de jogo ? E o que a possibilidade de se dar um ou dois Time Walks para evitar uma que um boardwipe estrague seu jogo significa para o seu oponente ?

Fiery Cannonade por si só cria para mais da metade dos decks do formato uma ameaça constante nos principais turnos dos decks agressivos, da qual pode forçar esses decks á jogar em torno dele, ou se arriscar mais e correr o risco de sofrer consequências desastrosas que podem efetivamente lhe custar a partida.

O card é a interação absoluta para o formato, a jogada á ser respeitada e que você sabe que pode estar presente no deck do oponente.

E para o jogador de Cannonade, isso significa dar ao oponente o constante peso da dúvida e tentar capitalizar em cima do receio ou coragem dele para criar as melhores aberturas para jogadas que o coloque á frente no jogo de maneira irreversível.

Este não é o "Fim do Pauper", mas ele cria uma linha divisória que tem potencial para mudar a forma como o formato se comporta, recompensando mais o jogo grindy e menos o jogo All-In.

Desta maneira, a Wizards pode conseguir fazer com o Pauper o mesmo efeito de "rotação forçada" que conseguiu fazer com todos os demais formatos eternos entre os anos de 2019 e 2020.

Por qual motivo há tanto alarde em cima de uma remoção global ?

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O principal motivo é que o Pauper é um formato composto por criaturas, majoritariamente de custo baixo e poucas vão além de 2/2, e os decks são compostos de combinações de cartas que funcionam como engines e permitem aos decks operar de maneira eficiente.

Utilizando como exemplo alguns dos principais decks do formato:

O esqueleto de qualquer variante de Faeries é composta pela interação de fadas como Faerie Seer e Spellstutter Sprite com Ninjas á fim de conseguir se colocar á frente no jogo enquanto interage com o oponente utilizando counters e remoção.

O Stompy tem como objetivo encher a mesa com algumas criaturas, punir o 1-por-1 e utilizar de cards como Rancor e Savage Swipe para se colocar á frente na mesa á irreversível para o jogador.

O Boros Monarch funciona como um clássico Midrange e utiliza da interação de Glint Hawk e Kor Skyfisher com efeitos de ETB para gerar card advantage ao decorrer dos turnos, enquanto responde ás ameaças do oponente com removal.

Já o Boros Bully aposta numa investida mais agressiva com cards como Seeker of the Way e Battle Screech, deixando o card advantage somente para a interação de cards com flashback e Faithless Looting ou utilizando do Monarch com Palace Sentinels.

Elves é um deck que funciona com base em encher a mesa de pequenas criaturas, ter abundância de mana e e conseguir finalizar o jogo em poucos turnos utilizando muitas criaturas na mesa, impossibilitando trocas de 1-por-1

RDW, ou Goblins, tem como plano encher a mesa de criaturas nos primeiros turnos para causar a maior quantidade de dano possível e finalizar o jogo com mágicas como Lightning Bolt, Goblin Grenade ou Fireblast

Criaturas são o principal esqueleto de construção de muitos decks no Pauper, e diferente da maioria dos formatos, as criaturas do formato não costumam possuir um impacto imediato tão grande quando você é o agressor, precisando então se favorecer do clássico "Quantidade ao invés de Qualidade" para ganhar jogos.

Logo, para o formato, Fiery Cannonade é tão eficiente quanto um Languish foi para o Standard pois afeta grande maioria das criaturas e é, de longe, o melhor efeito X-por-1 que o formato já viu.

Sua presença no formato tem a possibilidade de criar uma linha de ruptura que pode reformular o formato em poucas semanas ou meses.

Os decks que são majoritariamente afetados pelo card vão continuar existindo, mas terão de se adaptar ou sucumbir á uma possível queda de Tier, Enquanto outros decks vão se beneficiar dele para tentar subir ou se afixar no metagame como um dos decks principais, substituindo decks que hoje podem ser considerados pilares do formato.

E é claro que os efeitos de Fiery Cannonade, junto ás demais cartas que serão lançadas em Commander Legends, podem criar decks totalmente novos para competir numa field que parece estar ganhando um estranho, porém bem-vindo, ar de renovação.

E onde exatamente cada deck do formato hoje se encaixa nessa linha ?

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Quais Decks se Beneficiam ?

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O Tron continua se beneficiando de toda carta boa que sai para o formato. Não importa o quão boa a carta venha á ser, ela será melhor no Tron.

Fiery Cannonade custa apenas uma mana colorida, é Instant, o que significa que pode ser tutorado com Mystical Teachings, destrói apenas Mulldrifter e é de grande ajuda em duas das piores matchups que o Tron possui: Faeries e Aggro

Cannonade essencialmente reduz o tempo em que os Aggros podem capitalizar em cima da baixa velocidade do deck em 1 ou 2 turnos.

E alguns dos outros decks que se beneficiam do novo card são os Midranges, naturalmente apresados pelo Tron num formato que continua á não ter uma resposta boa o suficiente contra o arquétipo.

Ao passar dos anos, temos visto o Tron se firmar cada vez mais como o melhor deck do formato, ficar cada vez mais forte com novos cards como Ephemerate e Bonder's Ornament, e subir posições constantemente no metagame, mesmo tendo seus predadores naturais na sua cola.

Agora com um Sweeper de custo baixo e splashável que responde á grande maioria das ameaças ao deck no metagame e com uma provável desaceleração do formato, é possível que o Tron assuma de vez seu lugar como melhor deck do formato.

Ressalto que talvez essa predominância do Tron não venha á ser perceptível em todos os âmbitos de jogo pois o deck possui um outro predador natural muito eficiente e tão inevitável quanto o Thanos: O Relógio.

Jogadores menos experientes com o deck costumam tomar tempo para fazer todos os cliques necessários para os locks de Flicker ou para tomar suas decisões, o que consome o relógio no MTGO (que é individual) e acabam perdendo por timeout.

Mas caso o Tron se torne um deck opressivo no formato e isso ser demonstrado pelos resultados nos Challanges onde jogadores mais experientes costumam chegar ao Top 8, o fator relógio não deve ser levado em consideração para definir se um banimento será necessário, já que este fator é inexiste numa partida real de Magic e não evitou que um deck como Izzet Drake fosse banido em 2016.

Temo que essa reformulação no formato coloque o Tron numa posição onde a martelada do Banhammer terá de ser em seus terrenos, pois nenhuma outra opção parece resolver o problema que o deck tem se tornado desde o final do ano passado.

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Acredito que o Orzhov Monarch venha á se beneficiar do card bem mais do que o próprio Boros Monarch, visto que este possui mais criaturas que sobrevivem ao sweeper e o deck não se importa tanto se suas criaturas morrerem, já que pode operar na combinação de Guardian of the Guildpact e Pestilence para ganhar o jogo.

O deck também possui meios mais eficientes de recorrer ás suas criaturas e mais efeitos disruptivos do que a versão com vermelho, dando um jogo melhor contra remoções de outros Midranges e mais elementos que podem servir para tentar "hatear" o Tron.

O Boros Monarch, por sua vez, se firma mais em um plano de beatdown com valor para ganhar o jogo, e ter um de seus principais atacantes morto pode vir á ser prejudicial em algumas partidas.

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Por outro lado, o deck provavelmente se beneficia mais do que é prejudicado, já que Glint Hawk costuma gerar valor assim que entra em jogo, e são pouquíssimas as matchs onde o deck precisa assumir rapidamente o papel de agressor.

Porém, o sucesso dos Monarch Decks também depende muito do sucesso de decks como Faeries ao qual costumam se apresar, e do Tron que é seu predador natural.

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O sweeper funciona contra pouquíssimas cartas do Walls Combo, e o deck não se importa nem um pouco em ser agressivo. O combo permanece naturalmente intocado e pode se beneficiar caso o formato fique mais voltado para Midranges.

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Delver Decks menos voltados á mecânica de Faeries podem vir á ser a melhor resposta dos Tempo Decks para o sweeper.

Na lista acima, Cannonade mata apenas Delver of Secrets enquanto deixa a maioria das demais cartas intocadas, e caso você não possua uma resposta para o card, você não se importa tanto de ter trocado 1 por 1 com o oponente, onde ele gastou 3 manas pra lidar com o seu 3/2 por uma mana.

Vale constar que o azul estará recebendo dois Monarcas novos em Commander Legends, que podem contribuir ainda mais para a estrutura de decks como o UB Delver.

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O Burn se importa muito pouco com uma remoção global que não interage de maneira alguma com quase nenhuma carta fora Ghitu Lavarunner e Firebrand Archer, que não costuma ser tão presente nas listas.

Burn também é um deck que se beneficia caso haja uma redução no número de Faeries no formato.

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Fiery Cannonade precisa ser utilizado num timing muito específico para afetar o Familiar Combo, pois torna-se útil apenas se atingir um Archaeomancer, preferencialmente em resposta á um efeito de Flicker.

E nesse caso, o deck pode considerar utilizar Mnemonic Wall, se parecer uma opção mais favorável no metagame.

Pode-se utilizar o sweeper também para lidar com o plano B de beatdown de Mulldrifter do deck, que costuma ser sua principal maneira de vencer o jogo sem ser punido pelo relógio.

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O Affinity se importa muito pouco com os efeitos de Fiery Cannonade na maioria das vezes, sendo universalmente útil apenas para matar Frogmite ou um Atog caso o jogador não queira sacrificar nada para mantê-lo vivo.

É provável que, enquanto o formato se adapta, o Affinity se torne o melhor deck Aggro do metagame.

Uma versão de Affinity que tenho minhas dúvidas quanto ao impacto do sweeper é o Brute Squad, comumente pilotado pelo jogador Deluixeicoff, pois este é mais dependente de criaturas artefato para fazer o Metalcraft funcionar e, se utilizado num bom timing, Fiery Cannonade pode simplesmente limpar a mesa sem deixar sequer as criaturas com Metalcraft.

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O Heroic está numa posição favorável pois apesar de um Cannonade bem aplicado poder ser um problema, uma única mágica qualquer é o suficiente para a maioria de suas criaturas sair do range de dano do removal.

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Logo, o Heroic precisa apenas se comportar como se o sweeper fosse apenas mais um removal.

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Apesar das semelhanças em termos de plano de jogo, o Bogles sofre mais com Fiery Cannonade do que o Heroic.

O principal motivo é que o package de encantamentos utilizados pelo deck atualmente necessita de pelo menos 2 encantamentos na criatura antes do sweeper, sendo que uma delas precisa ser Ethereal Armor ou Ancestral Mask.

Por outro lado, o Bogles também necessita apenas de um encantamento entre Armadillo Cloak ou Hyena Umbra e pode adicionar também Spider Umbra nas suas listas como mais uma forma de manter sua criatura viva.

Portanto, considero que o Bogles também pode se beneficiar e crescer nesse metagame de acordo com as demais mudanças no metagame.

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O Tortured Existence se importa muito pouco com um board wipe já que pode simplesmente recorrer á qualquer criatura que venha á ser destruída ao decorrer do jogo e se beneficia de um metagame mais lento.

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Um deck que não utiliza criaturas e vence de Mill simplesmente não tem motivos para se importar com a inclusão desse card no formato.

O deck ainda se beneficia do fato de que um dos maiores prejudicados é um dos seus predadores naturais: Faeries.

Por outro lado, tanto Burn quanto Affinity não são duas das melhores matchs para o deck e isso pode reduzir significativamente sua vantagem.

(- CONTROL DECKS -)

Eu gostaria de poder dizer que Fiery Cannonade dá a oportunidade de decks de controle terem reais chances num formato tão composto por criaturas como é o Pauper.

O problema é que o principal predador deles hoje é o Tron, que é apenas o melhor controle do formato por uma margem absurda.

O excesso de mana do deck permite que ele tenha um late-game melhor do que qualquer outro deck do formato e possua inevitabilidade na forma soft-lock e Rolling Thunder.

Portanto, torna-se pouco produtivo especular decks de Control no momento, porque o Tron vai simplesmente ser um Control melhor do que qualquer lista que eu consigo imaginar no momento.

(- COMBO DECKS -)

Decks de combo que tentam ganhar das mais diversificadas maneiras podem se beneficiar caso o formato fique mais lento e mais aberto á jogos mais longos.

Até mesmo decks como UR Fiend ou Inside Out (caso alguém consiga uma boa maneira de monta-lo novamente) podem se beneficiar, já que costumam trocar a posição e se tornar o deck de False Tempo contra os decks que normalmente usariam o board wipe.

E Quais Decks Serão Prejudicados ?

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Fiery Cannonade mata basicamente todos os elfos que importam no jogo.

Diferente de outros decks, não há muito o que o Elves possa fazer no maindeck para melhorar essa situação. Sua melhor aposta é torcer para o oponente não ter no momento certo e ganhar o jogo antes de ter seus elfos queimados já que nem mesmo Spidersilk Armor salva a maioria deles.

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Isso se aplica mais necessariamente á atual engine de Faeries + Ninja.

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Diferente do que falam, isso não simboliza um fim para o deck de Faeries, pois o "valor" do novo sweeper contra o deck é muito parecido para com o de Suffocating Fumes exceto que em compensação de tomar Hydroblast, Cannonade também mata os Ninjas.

Essa pequena diferença poderá obrigar o Faeries á respeitar o card e jogar em volta dele principalmente nos primeiros turnos do jogo já que seu plano de jogo existe em torno da interação entre suas criaturas.

Acredito que, dentre todos os decks, Faeries é o que possuirá um dos maiores desafios de adaptação em termos de decklist até que encontre uma lista que se encaixe no possível novo formato, ao mesmo tempo que obtém as melhores respostas pois tem acesso á boas anulações como Dispel ou o próprio Counterspell.

O Azul também ganhou grandes adições com Commander Legends na forma de Fall From Favor e Azure Fleet Admiral, e será interessante ver como esse e outros decks da cor vão se transformar á partir do fim de Novembro.

Está longe de ser o fim para o Faeries e os decks azuis, mas com certeza a versão atual como a conhecemos fica menos eficiente caso Fiery Cannonade se torne o limitador do formato.

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O Stompy como o conhecemos hoje possui somente uma jogada proativa contra Fiery Cannonade: Elephant Guide.

Todas as demais jogadas do deck são feitas em torno de encher a mesa e em seguida pumpar seus bichos de maneira que o oponente não tenha tempo para reagir e seja punido por utilizar remoções pontuais.

Portanto, o deck seria um dos exemplos perfeitos sobre ter de passar á arriscar tomar um sweeper que provavelmente atrasaria muito seu jogo, ou jogar de maneira mais conservada á fim de evitar um completo "blowout".

O Stompy, por sua vez, possui um potencial de adaptação bom se comparado com outros decks pois possui bons cards que naturalmente servem á estratégia do deck e provavelmente continuará á existir e estar entre os competidores do formato.

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A jogada que permite ao Boros Bully se colocar numa posição "safe" quanto ao novo sweeper é Prismatic Strands, que inclusive pode ser a melhor resposta contra o card no branco, mas se trata de uma jogada reativa.

Jogada essa que para ser efetiva e não atrasar o plano do jogador, Prismatic Strands precisa já ter sido utilizado ou descartado com Faithless Looting.

E, em muitas ocasiões, você ainda estará dando um Time Walk para o oponente ao deixar as manas desviradas ou uma criatura em pé num ataque que talvez poderia definir o dano letal no turno seguinte.

Cannonade também passa por proteções genéricas que esse deck costuma usar como Ramosian Rally e Lumithread Field, e a vida do deck já seria muito difícil se muitos decks decidissem usar Electrickery no maindeck.

A vantagem do Boros Bully em contrapartida com a sua versão de artefatos é a sua velocidade e plano de jogo mais proátivo. Se você retirar isso dele precisando se proteger de uma remoção global, o Boros Bully se torna apenas uma versão pior do outro deck.

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Por outro lado, talvez incluir mais interações de custo baixo ou até mesmo o uso de Kor Skyfisher e o já utilizado Guardian of the Guildpact á lista podem dar uma sobrevida ao deck enquanto ainda consegue manter o plano agressivo.

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Tanto Red Aggro quanto White Aggro nas suas versões atuais são destruídos por um Fiery Cannonade em quase todos os momentos do jogo e terão de ser os primeiros á se adaptar ao novo metagame.

Enquanto o branco possui algumas boas opções para contornar o sweeper, o vermelho provavelmente terá de apostar em mais dano e mais criaturas com Ímpeto para contornar o board wipe.

Por fim, há dois decks que parecem se encontrar no meio termo

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O Slivers está numa situação parecida com a do Bogles, já que precisa de uma combinação específica de 2 ou 3 cards para conseguir sobreviver á Cannonade.

A situação é, entretanto, desfavorável pois remoções direcionadas são mais eficientes no caso do Slivers, então é possível usar um Lightning Bolt num Sinew Sliver e dar um Fiery Cannonade no turno seguinte para limpar a mesa, etc.

Por outro lado, o Slivers tem um potencial de recuperação maior do que o Bogles ou o Elves por conta de suas criaturas serem mais impactantes juntas contra um sweeper do que os elfos e ter acesso á card advantage com Lead the Stampede e Winding Way, além de poder se adaptar melhor com cards como Watcher Sliver e Spidersilk Armor.

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O Mono Black Devotion tem como suas principais fontes de 2 por 1 criaturas de resistência 2, sem nenhum meio de proteção, mas não costuma se importar muito se perder essas criaturas já que elas já cumpriram seu papel no jogo e podem ser reutilizadas futuramente.

Porém, uma redução no número de decks agressivos torna do deck em si pior, já que ele naturalmente se apresa dos decks de criatura.

E é claro, se Tron se tornar o melhor deck do formato, Mono Black e todos os outros Midranges serão escolhas ruins para lidar com o melhor deck.

É provável que o Mono Black também tenha de se adaptar e adote um plano ainda mais focado na mecânica de Monarca para acompanhar as mudanças no metagame.

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Esta é minha previsão pessoal para o que chamo de "Efeito Cannonade".

Não é o fim do mundo: Remoções globais são parte fundamental do Magic como um todo, e agora que o formato possui tal efeito num custo razoável, será necessário aprender com os demais formatos e entender como é possível lidar e contornar situações voltadas para o card.

E Como Podemos Lidar Com Cannonade ?

Jogar Magic, principalmente num cenário competitivo, significa se adaptar ás mudanças e aprender a jogar com e contra os cards que são lançados ao decorrer dos anos.

Não será diferente no Pauper, e caso Fiery Cannonade se torne o elemento limitador do formato, será necessário reformular o formato para lidar com ele.

Há lições que o Standard ensina melhor do que a maioria dos outros formatos:

Se adaptar ao metagame ás vezes significa utilizar cards que normalmente estariam fora do radar para combater determinados cards e estratégias.

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Por exemplo, com a predominância dos decks verdes e com os decks vermelhos que se apresavam deles sendo os principais decks do formato durante boa parte da season desse ano, cards como Aether Gust viram jogo de maindeck em muitas listas.

Em 2010, quando Jund era o melhor deck, alguns decks começaram á utilizar Spreading Seas para atacar a manabase do deck, que era muito frágil.

Há diversos exemplos, pois o Standard sempre foi um laboratório de adaptação onde praticamente toda semana surge uma nova ideia ou método de lidar com alguma estratégia específica.

E a definição de deck opressivo no formato costuma vir, justamente, da ausência de meios eficientes de responder á determinados cards, ou quando as respostas simplesmente não são o suficiente

É uma questão de tempo para descobrirmos se este será o caso de Cannonade.

Até lá, a melhor opção é se adaptar, e existem algumas opções para isso:

1) Jogando com decks que não são prejudicados por ele

Essa é a opção mais óbvia, e há uma seleção razoável entre os decks que você pode escolher dentre os que citei, ou outros que não me vieram em mente ou do qual não sei avaliar bem como se portarão neste novo metagame.

Se o deck não é afetado pelo card novo de maneira negativa, provavelmente ele está bem posicionado no field, principalmente nas primeiras semanas onde todos estão se adaptando.

Falando em primeiras semanas, eu facilmente jogaria de Affinity ou Burn após o lançamento de Commander Legends, pois são decks que podem facilmente se apresar dos decks mais lentos e dos decks que estarão se adaptando á novas formas de construir listas.

2) Aceitando que haverão momentos onde você vai tomar um sweeper

Sweepers são parte do Magic e já existiam no formato antes na forma de Crypt Rats, Evincar's Justice e Pestilence que, eu sei, são mais lentos e piores do que o novo board wipe.

Não é o fim do mundo, e você ainda pode se recuperar.

E ainda estamos falando de, no máximo, 4 cartas de 60.

Não é porque ele tem no deck que ele sempre vai ter na mão.

Independente de quantas cantrips, draws e removals o oponente dê, você ainda pode simplesmente esmagar ele, se proteger ou controlar o jogo antes de tomar um removal em massa.

E quanto mais o jogo se prolonga sem o oponente utilizar um sweeper, mais prováveis respostas você pode ter para essa ocasião e/ou mais recursos você consegue acumular para voltar ao jogo.

Da mesma maneira , haverão momentos onde jogar de maneira mais conservada para se proteger de Fiery Cannonade será a melhor opção.

Caberá aos jogadores aprenderem á avaliar esses momentos da melhor maneira.

3) Adapte suas 75 com cards que sejam bons contra ele

Isso pode ser feito com:

A) Utilizando cards que contornam sweepers ou são boas respostas de Maindeck :

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B) Utilizando cards no sideboard que servem como uma boa resposta:

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4) Jogue de Piratas !

Pirates já chegou a dominar o Legacy em algum momentolink outside website, é claro que pode fazer o mesmo no Pauper ! :D

Image content of the Website

Ok, não faça isso. E o Popeye Stompy foi um dos experimentos sociais mais interessantes na comunidade de Magic nos últimos anos.

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Fiery Cannonade chegará ao formato ao fim de Novembro e seu impacto existirá de alguma maneira no Pauper.

Talvez não de maneira tão expressiva quanto estamos especulando, talvez se torne apenas uma carta boa no sideboard de alguns decks e no maindeck do Tron.

Ou talvez o card por si só altere todo o metagame do formato, possivelmente tornando-o mais lento e voltado para valor.

E uma grande preocupação da comunidade, caso o formato torne-se de fato mais lento, é que o pêndulo balance demais para o Grind-Game de Monarch e Tron e exista pouco espaço para as demais estratégias.

Se chegar á esse ponto, seria importante a Wizards considerar virar o pêndulo e printar ameaças de maior impacto no formato para os decks Aggro, já que as ameaças impactantes de decks como Monarch e Tron já estão garantidas e acabaram de receber novas adições.

Ou isso, ou admitir que cometeu outro erro num formato competitivo ao qual, sinceramente, não vejo o mal sendo o sweeper, mas o Tron tendo acesso á todas as melhores cartas do formato sem quase nenhuma restrição.

Enfim, uma história pra outro artigo !

Eu particularmente considero que o metagame do formato estava estagnado por tempo demais, e que estávamos lidando e encarando os mesmos decks com pouca ou nenhuma novidade por muito tempo, com mudanças significativas surgindo somente antes do banimento de Arcum's Astrolabe.

Fiery Cannonade parece trazer ao Pauper um impacto similar ou ainda maior do que o de Astrolabe, e por mais que a sua inclusão venha á criar uma mudança onde o formato se torne polarizado por um deck dominante, eu espero que as mudanças no longo prazo sejam positivas e, com os devidos ajustes por parte dos jogadores e da Wizards, possamos ver uma reformulação no formato parecida com a vista nos outros formatos eternos.

Eu sei que, assim que sair Commander Legends, eu estarei procurando a maneira mais eficiente de capitalizar em cima do efeito de False Tempo que o card pode proporcionar.

Mas hoje, nos resta esperar e observar o que o futuro reserva para o nosso formato favorito.