Magic: the Gathering

Deck Guide

Preparem-se, os Esquilos estão chegando!

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Após oito anos, Storm está de volta ao Pauper. E isso não parece uma boa notícia.

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revised by Tabata Marques

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Era terça-feira,

Já passavam de onze horas da noite, eu estava tranquilamente preparando meu lanche noturno e pronto para retornar ao meu videogame, onde estou jogando Yakuza: Like a Dragon, quando Aaron Forsythe postou uma bomba no Twitter que levou toda a comunidade de Pauper á loucura:

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Confesso, minha primeira reação foi dar risada até confirmar que foi o próprio Aaron que postou o card e, logo, não era fake.

Jogadores de Pauper foram ao delírio e não foi de uma maneira positiva. Produtores de longa data do formato criticaram duramente a decisão de printar um card de Storm comum com uma habilidade passível de se tornar uma wincondition novamente.

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Como se tivessem visto um pesadelo, um trauma de tempos distantes.

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Storm foi um arquétipo que permaneceu no Pauper por um tempo considerável, já que existia de alguma maneira desde a sua concepção, em 2008, levando ao banimento de Frantic Search em 2011, até que finalmente em Fevereiro de 2013, Grapeshot e Empty the Warrens foram banidos.

A estratégia do deck era tão forte que mesmo removendo sua principal engine com Frantic Search, o arquétipo foi reinventado e ainda conseguiu dominar o Metagame num formato que incluía Delver, Affinity, Infect (com Invigorate), Mono-Black e Cloudpost.

Isso significa, resumidamente, que se destacava como opressivo num formato que incluía outras cartas banidas atualmente como Cloudpost, Invigorate, Cloud of Faeries, Gush, Daze, Gitaxian Probe e Expedition Map.

É claro que, para jogadores que viveram a época, Chatterstorm foi um sinal de preocupação e temor pelo futuro do formato. Não apenas isso, mas diversos jogadores comentaram em suas contas que não fazia sentido o card ter saído como uma carta comum quando as demais cartas de Storm que efetivamente podem ganhar o jogo são banidas do formato

Então, por qual motivo deveríamos acreditar que será diferente agora?

A resposta é: Não deveríamos.

Como criador de conteúdo, costumo citar constantemente que não devemos apertar o botão de pânico e nem fazer um overreact com relação ao que sai na Spoiler Season antes de testarmos e jogarmos com a carta e vermos como seu deck funciona e os demais decks do formato se adaptam ao arquétipo antes de chamar o card de quebrado ou pedir por banimentos.

Mas Storm tem precedentes poderosíssimos no Pauper, perdeu durante os últimos oito anos apenas Gitaxian Probe, ganhou novos brinquedos e a sua base permanece inteiramente intacta enquanto os demais decks não possuem o suficiente para impedi-lo.

Recentemente, vimos adentrar ao formato Histórico cards como Grapeshot e Mind’s Desire através da Mystical Archives, e os jogadores pensavam que elas iam quebrar o formato, mas o arquétipo não está nem entre os decks do Tier 2 porque o formato não tem os elementos necessários para fazer Storm funcionar.

Já o Pauper tem de sobra:

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A free mana.

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Os filtros de mana.

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Os rituais.

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As Cantrips.

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As draw spells.

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Os tutores.

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Terrenos que aceleram a mana.

E por fim, porém não menos importante:

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Um meio de não só reduzir a quantidade de Storm necessária com Chatterstorm, mas também torná-la uma mágica de impacto imediato na mesa que ganhará o jogo no mesmo turno.

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A ideia de juntar Chatterstorm com First Day of Class é fascinante.

Não só as suas criaturas terão Ímpeto ao entrar na mesa, como também serão criaturas 2/2 (escapando, dessa maneira, de Electrickery) e First Day of Class ainda permite ao deck fazer exatamente o que ele se propõe a fazer: filtrar sua mão enquanto procura pelas demais peças do combo.

Com um pouco de pesquisa e alguns testes, acredito que a partir do lançamento de Modern Horizons II, você provavelmente enfrentará algo assim:

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Essa lista está longe de ser otimizada, mas é forte e consistente o suficiente para realizar o Storm no turno 3 ou 4.

Em resumo, o combo funcionará da seguinte maneira:

• Você utilizará os primeiros turnos para jogar seus terrenos e colocar cards como Chromatic Sphere em jogo;

• Quando você sentir que possui os elementos necessários ou se sentir pressionado a fazer o combo, você utilizará uma quantidade significativa de rituais e draw spells para fazer o fluxo de cartas continuar até ter jogado ao menos 8 cartas (mas é preferível jogar mais do que isso se for possível);

• Em seguida, você jogará First Day of Class e então jogará Chatterstorm que contará o Storm para 9 (8 mágicas jogadas antes e First Day of Class), colocando um total de 10 fichas, que entrarão com marcadores +1/+1 e Ímpeto, totalizando pelo menos 20 de dano ao atacar.

Você nem precisa necessariamente fazer um Storm nos primeiros turnos do jogo para 9, considerando que seu oponente não possua os melhores meios de interagir com você, sempre existirá a possibilidade de fazer um Storm pra 5, colocar 5 tokens 2/2 no turno 2 ou 3 e partir pra race com essas criaturas enquanto recupera seus recursos caso não ganhe o jogo em poucos turnos.

E como exatamente podemos lidar com a ameaça que está por vir?

Bom, existem algumas opções.

Remova os Tokens

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A minha primeira sugestão é a inclusão de Echoing Truth e Echoing Decay para lidar com os tokens, já que Storm é um arquétipo que precisa utilizar muitos dos seus recursos em um único turno para conseguir explodir e ganhar o jogo. Ambos os cards são respostas limpas e de custo baixo, que podem ser mantidas na mão com a mana aberta a partir do turno 2 e são extremamente eficientes para decks com ameaças e respostas em instant-speed como Faeries ou Delver.

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Apesar de mais lento, Fiery Cannonade também se encaixa nessa categoria como mais uma resposta limpa e direta contra os tokens (considerando que o oponente tenha jogado apenas um First Day of Class, pois a habilidade do feitiço é acumulativa) que pode ser utilizado por decks vermelhos para lidar com a agressão do oponente.

Descarte e Disrupção

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A quantidade de cartas na mão é muito importante para o jogador de Storm. Portanto, recorrer a descartes pontuais e constantes no oponente parece ser o outro meio mais eficiente de atrapalhar o jogo do Storm, já que menos cartas na mão significam menos possibilidades de fazer a sequência de mágicas necessárias para ganhar o jogo.

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No passado, o Mono-Black Control era considerado uma das matchs ruins do Storm por conta do seu pacote de disrupções, e acredito que o mesmo possa ser reproduzido com diversos decks que utilizam preto no Pauper atualmente.

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Outra opção é anular cartas pontuais enquanto o oponente está combando. Jogar um Dispel contra um Cabal Ritual quando o oponente está com pouca mana, jogar Negate ou Counterspell no First Day of Class, entre outros são opções viáveis para atrasar o plano do deck o suficiente para levar o jogo.

Um ponto importante sobre utilizar counters contra Storm é que essa tática demandará tempo, paciência e experiência por parte dos jogadores (onde muitos nunca enfrentaram um deck de Storm no Pauper antes) para aprenderem que cards devem ser anulados e quando eles devem ser anulados.

Destruindo Terrenos

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Particularmente, creio que essa opção também só funcione se acompanhada de um clock, mas destruir as Sac Lands do oponente antes que ele consiga as utilizar da melhor maneira é uma opção muito viável especialmente para um deck que tende a utilizar poucas lands.

É claro que o arquétipo pode se adaptar e passar a adotar mais lands e até mesmo lands básicas para lidar com Cleansing Wildfire, mas a opção é viável quando utilizada nos primeiros turnos do jogo e contra jogadores com uma manabase gananciosa.

Punir o oponente por jogar muitas criaturas

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Esta opção pode nem ser tão eficiente porque o oponente normalmente vai fazer um Storm para 10 a 12 tokens + First Day of Class, então você precisará estabelecer um clock nos primeiros turnos ou jogar vários desses cards para punir o oponente dessa maneira.

Prevenir o Dano

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A nova variante de Storm ganhará o jogo através do combate, utilizando tokens de Esquilo com Haste. Cards como Moment’s Peace, Tangle, Prismatic Strands e afins podem segurar a mesa por tempo o suficiente para você conseguir virar o jogo a seu favor ou ganhar do oponente na race (no caso do Boros Bully).

Weather the Storm não é a melhor opção para lidar com este deck, já que ele essencialmente vai ganhar 1 de vida pra cada mágica feita (os tokens estarão atacando como criaturas 2/2) e não colabora muito caso o oponente consiga utilizar mais de um Chatterstorm.

Ganhar na Race

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Essa é bem simples: um oponente morto não comba.

O Storm é um arquétipo com pouca ou nenhuma interação de mesa, um arquétipo que na maioria das vezes é tão focado em “jogar sozinho” que permite ao oponente jogar livremente ao decorrer dos turnos. Isso abre a oportunidade para que decks com um clock significativo possam ganhar o jogo antes que ele tenha a possibilidade de combar.

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Decks como Affinity, Burn, Bogles, Stompy e Heroic são decks rápidos e capazes de criar situações na mesa que forçarão o oponente a combar de maneira defensiva, produzindo tokens majoritariamente para o bloqueio, o que significa gastar recursos que ele naturalmente não gostaria de gastar antes de ganhar o jogo.

Obviamente, esse plano tem falhas: você não pode simplesmente garantir ganhar o jogo antes de o oponente conseguir fechar o Storm.

Se há tantos meios de se lidar, qual é o problema?

O problema é que nenhuma dessas respostas é eficiente o suficiente para lidar com o Storm. Nós não temos cards como Deafening Silence, Damping Sphere ou Flusterstorm no Pauper.

Além disso, praticamente todas as formas de se lidar com o deck são pouco eficientes se comparadas o que o deck faz e, inclusive, ao que o deck pode ter para responder.

Se sua resposta for Echoing Truth ou Echoing Decay, ele possui Duress.

Se sua resposta for Trespasser’s Curse e afins, ele possui Echoing Truth.

Se sua resposta for prevenir o dano, ele possui Flaring Pain.

Se sua resposta for dar a race, ele possui Echoing Truth e Weather the Storm.

Quer anular alguma carta específica durante o combo? Ele tem Pyroblast.

Seu objetivo é remover os cards da mão? Ele pode sidear Deep Analysis e afins pra gerar card advantage

Ou seja, você utiliza efeitos que são muito voltados para o que o deck se propõe a fazer, enquanto ele utiliza cards que são universalmente bons para lidar com as suas respostas.

Dessa maneira, o Storm torna-se um deck altamente redundante que, quando pilotado por jogadores experientes e que conhecem bem o formato, torna-se uma verdadeira máquina de ganhar jogos com consistência o suficiente para polarizar o formato.

Digo polarizar porque, com a ausência de meios mais eficientes de hatear Storm no Pauper, não é apenas um tipo de hate específico que vai fazer com que você tenha melhores chances contra o arquétipo.

Não é uma questão de você colocar 4 Duress no side e esperar que seja o suficiente: você vai ter de montar o seu deck considerando se ele tem o suficiente para ganhar de Storm OU se você simplesmente aceita perder para o que pode então tornar-se o deck mais jogado do formato.

Quais decks possuem realmente chances de ser bom contra Storm?

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Dimir Faeries possui basicamente tudo o que pode ser necessário para lidar com o Storm: a capacidade de jogar com ameaças proativas enquanto possui fortes elementos de disrupção como counters e descartes enquanto também pode utilizar Echoing Decay e Echoing Truth. É exatamente o deck que o Storm deveria temer porque normalmente o Faeries terá mais respostas do que o Storm possui de recursos e disrupção.

A única fraqueza do Faeries é que seu clock não é rápido o suficiente para lidar com o Storm caso o jogo se prolongue demais, o que nos leva ao outro arquétipo:

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Acredito que o Dimir Delver seja ainda mais favorável contra o Storm do que o Faeries, já que o deck possui uma quantidade de slots mais significativas que pode ser dedicada a lidar com o arquétipo, enquanto seu clock com Delver of Secrets e principalmente Gurmag Angler se acumulam de maneira mais rápida do que no caso das fadas.

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O grande problema se comparado ao deck anterior é que as ameaças do Dimir Delver são cards singulares e não diversas criaturas atacando em simultâneo, o que significa que cards que o Storm pode sidear como Echoing Truth ou até mesmo algum removal são mais eficientes em atrasar o seu jogo.

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Aqui incluo também todos os Black-Based Monarch decks, como o Rakdos Monarch.

Black-Based decks, se construídos entre maindeck e sideboard de maneira a jogar bem contra combos, pode tornar da partida um pesadelo para o Storm: Descartes como Duress e Wrench Mind, além de Chittering Rats, atrasam o plano do deck. Land disruption como Choking Sands são um problema para um deck que costuma utilizar as Sac Lands para ter mana extra.

O problema do MBC é que o clock ainda é ruim: mesmo uma sequência com Chittering Rats, Thorn of the Black Rose e Gray Merchant of Asphodel ainda oferece uma janela de oportunidade para o oponente se recuperar e combar. Mas considero que a quantidade de disrupção disponível no preto é mais que o suficiente para tornar a partida contra black-based decks um pesadelo para o Storm.

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Pode parecer estranho, mas acredito que Moggwarts possui o suficiente para ter um match favorável contra Storm: o deck possui elementos disruptivos com Duress, pode adotar mais desses elementos se necessário, e tem um clock de turno 4 limpo e sem problemas contra um deck que não interage com ele.

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Estou adicionando a lista de Jeskai, mas acredito que outras variantes agressivas do arquétipo também podem ser inclusas.

Versões mais agressivas do Affinity possuem clock o suficiente para fazer com que o Storm não tenha tempo para combar da maneira que deseja. É claro que isso encaixa um pouco de sorte porque o Affinity possui alguns jogos onde ele perde para si mesmo, mas uma combinação agressiva de Myr Enforcer, Atog, Fling ou Temur Battle Rage é o maior clock dentre os decks Aggro do formato.

Eu poderia citar outros decks Aggro aqui, mas acredito que uma parcela considerável deles possa simplesmente ser totalmente anulada por um Weather the Storm bem aplicado por parte do oponente, e jogar em volta do card significa dar ainda mais oportunidades do oponente ganhar com Chatterstorm.

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Se o Gruul Cascade voltar às suas origens e utilizar a base do Ponza, apostando em uma maior disrupção de terrenos, o deck possui grandes chances de ser um deck favorável contra Storm enquanto as listas apostarem numa manabase com poucos terrenos e Sac Lands, já que Boarding Party e Annoyed Altisaur são ótimos cards para estabelecer pressão na mesa.

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Falando em Cascade, o Jund também pode possuir um match positiva contra Storm se recorrer a disrupções mais dedicadas ao deck.

A combinação de cores em questão possui tudo o que precisa: Descarte, Land Destruction, um clock significativo e um plano de jogo que pode dedicar mais slots a lidar com este combo.

Conclusão

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Chatterstorm e as demais inclusões de Modern Horizons II para o Pauper chegarão no dia 18 de Junho.

Particularmente, temo que a mecânica continue sendo eficiente demais para o formato e, mesmo tendo mais respostas agora, a combinação de Chatterstorm com First Day of Class é extremamente poderosa e poderá levar o formato a mudar totalmente a sua forma de construir decks, necessitando considerar o renascimento de uma ameaça que estava enterrada nos últimos oito anos: o Storm.

Gostaria de ser mais otimista quanto a inclusão desse card, e até acredito que as opções disponíveis para respondê-lo faz com que alguns arquétipos possam competir com o combo de maneira justa.

Entretanto, acredito que será necessário muito mais do que apenas alguns slots para lidar com o arquétipo, o que tornaria do formato polarizado e jogado em torno de uma estratégia, o que são sinais claros de um formato não-saudável.

Por conta disso, minha aposta pessoal é que Chatterstorm não dura mais do que 45 dias no Pauper à partir do lançamento de Modern Horizons II. Torcerei para estar errado, afinal novos combos são sempre bem-vindos ao formato.

Até lá, estarei jogando com este deck do Dia 1 até o dia do seu fatídico banimento.

(...Ou até, por alguma força do acaso, estarmos todos errados e percebermos que a carta não quebrou o formato.)

Obrigado pela leitura!