Magic: the Gathering

Opinion

Legends of Runeterra na visão de um jogador de Magic

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Legends of Runeterra aparentemente tenta combinar pontos fortes de diversos jogos

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revised by Tabata Marques

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Para os que não me conhecem, jogo Magic: The Gathering em nível de engajamento competitivo há algum tempo. Em outras palavras, faz tempo que venho estudando o jogo no detalhe, analisando o metagame, acompanhando notícias, jogando em um cenário competitivo, entre outras iniciativas.

Meu objetivo com esse artigo é passar a visão de um jogador de Magic a respeito do novo Cardgame da RIOT chamado Legends of Runeterralink outside website. Minha expectativa é que ao fim do artigo você consiga responder a seguinte pergunta:

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Devo dar uma chance ao Runeterra?

E para isso, começo dizendo que eu já joguei alguns outros cardgames, como Hearthstone, Pokemon, Gwent, Legends, Keyforge... e nenhum desses conseguiu me prender por muito tempo, acabei enjoando rápido.

Runeterra aparentemente tenta combinar pontos fortes de diversos jogos, o que poderia sair um Frankenstein ou obra prima, não havia como dizer antes de testar por alguns dias, compreender o balanceamento do meta, assistir a outras reviews, etc.

Entre algumas coisas que eles buscaram de outros jogos, temos os “cristais de mana” de Hearthstone, “combate posicional” como em Artifact e a famosa “pilha” do Magic. SIM, vocês não leram errado, eles implementaram a pilha, tendo cartas que são análogas as “instantâneas”, “feitiços” e até a antiga “interrupt”. Ou seja, eles resolveram o principal motivo de não me sentir atraído por outros jogos de cartas, a falta de interação durante o turno do oponente. Acredito que essa falta de interação é o que torna os demais jogos um pouco monótonos, chatos e menos complexos, exigindo menos dos jogadores e, consequentemente, não recompensando bons jogadores da forma merecida.

Não conseguiria listar muitos pontos negativos e o jogo está há pouquíssimo tempo em sua versão final (há poucas semanas estava em Beta Aberto), por isso listarei pontos positivos, alguns “a melhorar” e apenas um negativo. Não acho que temos nenhum problema estrutural no jogo, quase tudo que pensei pode ser corrigido com pequenas atualizações.

PONTOS FORTES

• Preciso creditar ao Elba, do canal Fazendo Nerdicelink outside website, por me fazer perceber isso: eu não reclamei de azar, zika ou coisas do tipo em NENHUM jogo que perdi. Uma vez ou outra lembro de ver o adversário comprando bem, mas me parece que os fatores zika e sorte foram MUITO bem resolvidos com a utilização dos “cristais de mana” e a “reserva de cristais para feitiços”. Essa segunda é realmente uma novidade do Runeterra para que possamos optar por “guardar mana” e castar alguma carta mais pesada alguns turnos mais cedo, dando vida e equilíbrio a decks Control e Midrange.

• O visual do jogo está muito bom, o campo de batalha é muito limpo e intuitivo, permite com que o jogador entenda muito bem o que está acontecendo. As animações são muito legais e o problema que existia no Beta Fechado (onde muitas pessoas reclamavam que as animações tomavam muito tempo do turno) foi resolvido. Isso é ótimo, pois mostra que a empresa está ativa para resolver o problema dos jogadores.

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• A “pilha” foi implementada de uma forma muito mais simples, visual e bonita do que a Wizards conseguiu fazer. Essa regra que sempre foi uma barreira de entrada para novos jogadores por ser “muito complicada”, acabou ficando mais compreensível e visualmente menos poluída.

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Nota: as bolas no centro são as mágicas na pilha, que podem ser ampliadas em cartas com o mouse e resolvem da esquerda para a direita

• Existe interação entre os jogadores em todas as fazes do turno, ambos podendo responder cartas instantâneas e habilidades. Apesar de não ser novidade para o Magic, essas mecânicas são muito interessantes e raramente encontradas em cardgames.

• Tem um modelo de recompensas e coringas que é bem mais generoso do que o Magic Arena, possibilitando que os jogadores que preferem dedicar horas jogando ao invés de colocar dinheiro consigam grindar decks Tier 1 (fechei um em 2 dias, sem gastar dinheiro). O jogo também não é caro e você consegue comprar coringas, possibilitando que as pessoas que preferem pagar possam fechar os decks e não tenham ficar comprando booster como no Arena.

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• Não é novidade que cardgames online possam nerfar cartas de vez em quando, ou seja, piorar um pouco para que o meta fique balanceado novamente, mas o Runeterra se mostrou muito eficiente fazendo não apenas isso, mas algo um pouco menos comum, também aumentam o power level de algumas cartas. Cardgames em geral só ignoram as cartas que são ruins, mas Runeterra mostrou que se importa quando melhorou cartas pouco jogadas de modo a manter o jogo equilibrado. Esses buffs e nerfs são sempre muito bem explicados em posts oficiais da atualização.

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• As habilidades são balanceadas e de ótimo funcionamento no jogo, pois boa parte delas foram baseadas em Magic e Hearthstone. Como por exemplo: “Sobrepujar” e “Elusivo” que seriam o “Atropelar” e “Sombra” do Magic ou “Barreira” que seria o “Escudo Divino” do Hearthstone.

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• As regiões são como as cores do Magic, mas são 7 regiões ao invés de 5 cores. Cada deck pode utilizar no máximo duas regiões e é muito interessante ver como as misturas de regiões e campeões podem gerar mecânicas diferentes.

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• O aplicativo também é muito bom e funciona normalmente, coisa que a Wizards aparenta estar tendo dificuldade de colocar no mercado.

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• A Riot enviou produtos e disponibilizou diversas cartas para criadores de conteúdo, incentivando demais o crescimento do jogo no Brasil.

• Existe uma Lore por trás do jogo, apesar de não saber dizer o quão boa é, o fato de criar uma identificação do jogador com suas cartas é um ótimo ponto. Talvez esse seja um dos principais motivos de Pokemon permanecer forte no mercado, mesmo com metas desbalanceados, pouco incentivo no país etc.

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• O olho que mostra o resultado parcial da pilha e de combates ajuda muito nas contas, economizando muito tempo de partida.

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• O combate posicional é algo novo para os jogadores de Magic, apesar de outros jogos já terem implementado. Achei bem interessante, muitas vezes mudando resultado de jogos no detalhe, com o combate se tornando mais estratégico. Essa mecânica faz com que decks aggros semelhante a Stompy e Burn tenham que tomar decisões posicionais relevantes que podem decidir o jogo.

A MELHORAR

• Muitas pessoas dizem já ter enfrentado, algumas vezes, dificuldades de logar pelo servidor estar lotado. Particularmente, só tive o problema uma vez e quando tentei novamente, 20 minutos depois, já estava normalizado. Portando, não consigo afirmar até que ponto é exagero ou um problema real.

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• Os drafts são ótimos, mas as recompensas, ao meu ver, estão um pouco baixas e poderiam melhorar, pois é um modo de jogo que demanda bastante tempo dos jogadores. Eles nerfaram o draft, pois muitos players reclamavam que algumas recompensas só poderiam ser ganhas no mesmo, beneficiando jogadores de draft. Ouvindo os players eles alteraram a premiação, colocando esse item especial nas recompensas semanais, para que todos tivessem acesso. Portanto, em termos de quantidade de itens que o jogo dá para os players ainda está muito bom, muito acima da média, mas o draft se tornou desinteressante em termos de retorno (salvo casos em que o jogador tem muitas horas para jogar por dia e chegou ao limite de recompensas em todos os modos de jogo daquele dia).

• Na data que estou escrevendo isso ainda não existe um modo espectador.

PONTO NEGATIVO

• Jogo não mostra o cemitério. Ainda não há mecânicas que usem o cemitério e prezaram pelo visual mais clean. Realmente não é algo que atrapalhe muito, pois os jogos em geral não são tão longos ... mas eles deveriam incluir isso. O cemitério muitas vezes te lembra de cartas e ajuda em cálculos valiosos. Vale ressaltar que o Mobalyticslink outside website disponibiliza um programa que se conecta com o Runeterra, colocando essa e demais informações durante o jogo, mas é tanta coisa que achei meio poluído e preferia que a Riot apenas incluísse os cemitérios no jogo, as demais informações não acho necessárias. Uma sugestão seria que se baseassem no Gwent ou Arena, onde o cemitério fica "escondido", só abrindo quando clicamos. Caso haja necessidade de não poluir a visão, poderia ser apenas um botão.

CONCLUSÃO

Em geral, os pontos fortes superam por muito os pontos negativos. Goste ou não de League of Legends, é de se admitir que Legends of Runeterra está se tornando um cardgame muito jogado e, na minha opinião, mais divertido do que boa parte dos que estão no mercado. Mesmo que seja um jogador de Magic competitivo e não tenha tempo para outros jogos, recomendo que experimente, com certeza vale a pena para dar uma alternada quando pegar aquela série de derrotas no Arena ou estiver economizando para o próximo deck do Mol.

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Com certeza não consegui passar por todas as nuances do jogo, existem outros pontos que podem ser levantados. Jogo apenas há uma semana e com o passar dos dias posso reparar em outros detalhes. Então sinta-se a vontade para acrescentar algo que eu não tenha comentado sobre.

Gostariam de ver mais conteúdo de Legends of Runeterra aqui no site? O que achou do jogo?

Espero que o artigo tenha sido útil. Me mantenho disponível para responder dúvidas nos comentários.