Um novo ano se inicia para Magic: The Gathering!
Com um novo ano, inúmeras possibilidades surgem com as futuras expansões lançadas durante 2024, além das diversas inovações que jogadores podem encontrar e popularizar em grandes torneios. Para outros, este também pode ser o momento para experimentar novos formatos - e neste caso, que tal começar por um dos mais famosos e amados do ambiente presencial do jogo, o Modern?
O Modern é um formato eterno onde todos os cards lançados até a Oitava Edição são válidos para jogos competitivos, com uma vasta lista de cards banidos desde sua concepção, em 2011. Desde então, ele passou por duas grandes mudanças no seu ambiente por conta da inserção direta de cards com alto nível de poder nas coleções Modern Horizons e Modern Horizons II, com a terceira expansão do ciclo, Modern Horizons III, prevista para o segundo trimestre de 2024.
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Neste artigo, apresentamos cinco opções duradouras e competitivas de decks para começar no formato!
Cinco Decks para jogar Modern em 2024
Essa lista apresenta cinco arquétipos confiáveis, com boas curvas de aprendizagem e com bons resultados em eventos competitivos.
Entretanto, não há como prever ainda o impacto que Modern Horizons III poderá ter no ambiente competitivo visto o longo histórico de seus predecessores, e enquanto buscamos escolher opções “seguras” de investimento, não podemos garantir que eles permanecerão em suas respectivas posições no Metagame após o lançamento desta aguardada e temida expansão.
Rakdos Midrange
Rakdos Midrange, ou Rakdos Evoke, manteve-se no topo do Modern mesmo após a intervenção que retirou Fury dele e o tornou menos explosivo. Sua composição de ameaças eficientes e trocas favoráveis tornam dele o arquétipo mais jogado e com parte dos melhores resultados do Modern.
Rakdos conta com um dos pacotes de criaturas mais eficientes do formato, com Ragavan, Nimble Pilferer sendo capaz de garantir pressão e card advantage muito cedo, Orcish Bowmasters como resposta eficiente contra criaturas pequenas e permanente punitiva contra os famosos efeitos de draw - colocando em cheque o antigo melhor deck do Modern, Izzet Murktide - e Dauthi Voidwalker como um hate de cemitério no maindeck com um corpo eficiente, evasão e possibilidade de extrair valor dos cards do oponente.
Seu outro lado é composto pelo pacote conhecido como Scam, que consiste em utilizar a habilidade de evocar de Grief para retirar um card-chave da mão do oponente e, em seguida, responder ao trigger da criatura com Not Dead After All ou Undying Evil, devolvendo Grief para o campo de batalha e retirando outro recurso importante.
Essa é a principal jogada injusta do Rakdos, capaz de fazer um oponente iniciar um jogo sem seus dois melhores cards da mão e atrasando seu jogo enquanto Grief estabelece um clock de cinco turnos.
O pacote de ameaças é complementado pela combinação de Sheoldred, the Apocalypse e Fable of the Mirror-Breaker, dois dos melhores cards lançados no Standard nos últimos dois anos, e cuja interação entre si garante um excelente respiro contra Aggro e Midrange, além de Reflections of Kiki-Jiki ser uma combinação letal junto aos efeitos de ETB de Grief ou Orcish Bowmasters.
O resto da lista é composta por algumas das melhores remoções do formato, além de alguns espaços flexíveis para comportar as melhores opções para cada Metagame.
A grande vantagem do Rakdos é justamente a sua mistura de cards de alto poder, aberturas injustas e flexibilidade para se adaptar às mais variadas partidas, fazendo com que ele tenha muitos jogos equilibrados e poucas partidas unilaterais, sejam elas boas ou ruins. Ele é uma opção sólida para a maioria dos torneios e a experiência do seu controlador faz bastante diferença na hora de competir pela vaga de um Top 8 ou em um RCQ.
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Temur Rhinos
Temur Rhinos ou Temur Footfalls é um Midrange-Combo focado na interação entre a habilidade de Cascade com mágicas sem custo de mana.
Nela, essas mágicas são somadas para trazer Crashing Footfalls, que colocará oito de poder na mesa divididos em duas fichas 4/4 com Atropelar, capazes de vencer partidas não-interativas rapidamente. Só que o Temur Rhinos consegue jogar bem mesmo sem seu combo principal graças ao seu pacote super eficiente de interações e ameaças complementares.
Sem Fury, este deck recorre agora a Subtlety como principal interação gratuita para manter o Tempo, enquanto o elemental faz um bom trabalho como ameaça complementar. Neste mesmo molde, Tishana’s Tidebinder se tornou uma staple pela quantidade quase infindável de interações com outras permanentes e habilidades em jogo no formato, além de possuir um corpo suficientemente agressivo para as partidas de atrito.
Por fim, Murktide Regent opera aqui como uma bomba de meio de jogo, colocando, às vezes, sete ou até oito de poder com evasão no campo de batalha.
Para o começo da partida, o Temur Rhinos utiliza cards que burlam os valores de mana do Cascade, como Fire // Ice, além de recorrer a outras free spells ou mecanismos de card advantage como Flame of Anor, extremamente flexível por conta própria e cujo potencial foi otimizado com Tishana’s Tidebinder.
O Temur Rhinos se destaca como um combo eficiente contra uma dúzia de partidas, mas que também estabelece um excelente plano de atrito quando necessário, tornando-o flexível e capaz de achar uma saída para variados arquétipos no Metagame do Modern.
Tron
Um dos decks mais antigos do formato, o Tron recorre ao pacote de terrenos de Urza para conjurar bombas tão cedo quanto no terceiro turno.
Uma vez juntos, este ciclo de terrenos geram um total de sete manas sozinho - a combinação de custos perfeitas para conjurar alguns dos cards incolores mais poderosos do Modern:
Conforme a partida se estende, a quantidade de bombas na mesa do Tron só aumenta, criando situações que impossibilitam ao oponente continuarem na partida ou conseguirem acompanhar o valor acumulado.
Dentre eles, se destaca Karn, the Great Creator, cuja habilidade possibilita uma estratégia de “toolbox”, onde pode se recorrer aos cards do Sideboard para responder situações distintas em cada partida.
Para chegar nesse plano, o Tron conta com um enorme pacote de tutores e redundância para fechar o trio de terrenos e encontrar seus payoffs, com Expedition Map, Sylvan Scrying e Ancient Stirrings, staples desde sua concepção.
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Ele também possui um pacote decente de interações, que recebeu um suporte excelente com o card central da coleção Lord of the Rings: Tales of Middle-Earth, The One Ring, cujas habilidades oferecem draws e um pseudo-turno extra, essencial para arquétipos de Big Mana.
Estando anos na vanguarda do formato, o Tron é uma das propostas mais eficientes do Metagame e um dos melhores arquétipos para quem deseja adentrar nesse formato. Sua estratégia, enquanto conta com diversos meios de interagir, consiste em ignorar o que o oponente faz porque a inevitabilidade é sua no momento em que cards como Ugin, the Spirit Dragon ou Ulamog, the Ceaseless Hunger entram em jogo, então chegar na conta de 1+1+1 = 7 é essencial e seus primeiros turnos são quase sempre dedicados a isso.
O Tron também é conhecido por ter um dos melhores topdecks do formato e ser uma das estratégias menos passíveis de punição contra efeitos de roubo, como os de Ragavan, Nimble Pilferer e Dauthi Voidwalker.
Hammer Time
O Hammer Time é um daqueles arquétipos que parecem muito simples de pilotar, mas requerem um conhecimento amplo do deck, do Metagame e das diversas micro-decisões que devem ser tomadas a cada turno para se extrair o máximo dele.
Em essência, o Hammer Time é um combo que consiste em usar Puresteel Paladin e Sigarda’s Aid para burlar o custo de equipar de Colossus Hammer para causar dano letal ao oponente em até dois turnos com qualquer criatura, tendo como alvos favoritos Ornithopter, Gingerbrute ou Inkmoth Nexus, que possibilita vencer o jogo no mesmo turno com apenas um martelo equipado.
Ele também é composto de outras duas frentes de ataque: uma envolve Stoneforge Mystic, que além de servir como tutor para Colossus Hammer, pode buscar Kaldra Compleat e usar sua habilidade para burlar seu custo de mana e colocá-lo direto em jogo, deixando um 5/5 com indestrutível e uma sopa de habilidades na mesa para o oponente lidar.
A outra abordagem envolve um plano de “go wide” com o outro e mais recente tutor de artefatos do formato, Urza’s Saga. Além de buscar Colossus Hammer e permitir um toolbox com Gingerbrute e Shadowspear, o terreno-encantamento conta com uma habilidade que permite criar fichas de artefato, naturalmente grandes em um deck cuja base é composta em maioria por elas, permitindo ao Hammer Time ter mais ameaças impactantes no campo de batalha.
Com tantas abordagens distintas, o pacote de interações e complementos do Hammer é muito variável e depende do que cada jogador espera do Metagame: jogar de Mono White ou Azorius pode fazer muita diferença e o pacote de proteções adotado basicamente dita quais serão suas partidas boas ou ruins.
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Por se tratar de um combo mais suscetível contra algumas das principais remoções do formato, o Hammer Time requer bastante treino e estudo de Metagame, do deck e das vantagens e desvantagens de cada variante para decidir qual lista é mais apropriada para cada evento, apesar da sua proposta tornar dele uma das estratégias mais rápidas do formato em jogos não-interativos.
Burn
Mais antigo até do que o próprio formato, o Burn é um Aggro voltado para criaturas de custo baixo e mágicas de dano eficientes. Curiosamente, ele é também um dos decks menos afetados pelo power creep dos sets de Modern Horizons, afinal, ele já conta com a maioria dos melhores cards já lançados em suas respectivas categorias até agora e seu plano de jogo é objetivo o suficiente para não se preocupar com cards de valor, como Ragavan, Nimble Pilferer.
Ao invés, o Burn se preocupa apenas com velocidade. Nesse quesito, Monastery Swiftspear e Goblin Guide são ainda as duas melhores criaturas de uma mana vermelhas já lançadas para pressionar o oponente, mesmo quando um 2/2 por uma mana tenha deixado de impressionar faz alguns anos.
Para complementar esse clock, o Burn recorre a alguns dos efeitos de dano direto mais eficientes do jogo - com exceção de Fireblast e Chain Lightning - para reduzir o número de turnos restantes para o oponente, e interagem bem com Monastery Swiftspear, que adiciona “mais um” de dano para cada mágica conjurada.
O Burn também conta com um dos Sideboards mais objetivos do formato, sem tantas nuances para one-ofs ou efeitos que funcionam em uma condição específica, já que seu plano de jogo envolve não deixar a partida se prolongar por tempo demais. Além disso, ele também é um dos decks mais acessíveis do formato, custando menos da metade do que uma parcela dos outros Tiers do Metagame.
Conclusão
Enquanto as prévias de Murder at Karlov Manor começam já na próxima semana, as grandes novidades para o Modern certamente chegarão no segundo semestre de 2024, com Modern Horizons III.
Em sua última expansão, a série Modern Horizons alterou todo o Metagame competitivo e criou um ambiente onde a aquisição de cards de MH2 se tornou obrigatória para manter-se a par do formato.
O receio de que MH3 tenha o mesmo efeito é real. No entanto, apesar de ter se tornado a segunda edição mais vendida do jogo, a percepção pública de que ela “forçou” uma rotação nos formatos eternos pode fazer com que a curadoria de cards nela seja um pouco menos expressiva do que em seus antecessores.
Ou, no pior cenário, um tsunami de power creep devastará o Metagame do Modern e do Legacy novamente.
Obrigado pela leitura!
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