Magic: the Gathering

Review

Os decks que estão em alta no Commander (C19 e ELD)

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Uma análise de como o Commander está lidando com as coleções novas.

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rezensiert von Tabata Marques

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Salve, salve... leitores da Cards Realm!

Vinicius Sorin aqui de volta - um pouquinho atrasado com os artigos quinzenais, porém a gente tarda mas não falha.

Sempre que uma nova coleção começa a ser spoileada, eu me mantenho vigilante pra qualquer nova e valiosa joia que possa ver jogo em nosso formato EDH; e a 3 meses atrás fiz uma análise de conjuntura do metagame do Commanderlink outside website tendo como base o hype das coleções recém lançadas da época (Modern horizons e Guerra da Centelha) além de todo o panorama do standard vigente. Pois bem, de lá pra cá tivemos outros dois grandes lançamentos: Commander 2019 e Trono de Eldraine e nos aproximamos ainda mais do final do ano. Até onde se sabe, não teremos nenhuma novidade até janeiro com Theros:Beyond Death... Sendo assim, hora de atualizarmos nossas previsões e falar sobre os decks que estarão em alta no Commander nesse ultimo trimestre.

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Avaliando o cenário anterior

Desde a última análise, além das duas coleções novas tivemos também uma rotação no Standard que deixou para trás 4 outras coleções: Ixalan, Rivais de Ixalan, Dominária e M19. Embora a rotação possa não significar absolutamente nada para um formato eterno como o Commander, o fato de uma coleção estar fora do standard significa também que a wizards parou de imprimi-la e consequentemente uma maior ausência de boosters e cards desta coleção no mercado. Como já foi dito antes, o jogador médio de commander é muito levado pelas emoções, e cards novos e circulantes tendem a exercer alguma influência sobre ele mesmo que inconscientemente. Desta forma, alguns arquétipos e temas que estiveram em alta no passado próximo começarão a perder força lentamente a medida que nos vemos próximos a uma nova coleção. Temas como “Legends” e vários tribais (sobretudo os que tínhamos em Ixalan, como vampiros) já começam a descolar do imaginários dos deckbuilders que são mais suscetíveis as novidades. No entanto, como diria o mestre Yoda, “sempre em movimento o futuro está”, e nada garante que arquétipos que passam por um estágio decrescente de hype não retornem com tudo no futuro.

Os temas do presente

Enfim, vamos falar sobre as tendências que foram construídas com as duas últimas coleções e suas principais adições para o EDH.

Suicide

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O termo “Suicide” já foi usado para nomear um arquétipo de deck monoblack na época que Phyrexian Negator era T2, que consistia em usar e abusar de permanentes “sacrificáveis”. Vou aproveitar o termo pra batizar um (não tão) novo tipo de estratégia que vem ganhando espaço no imaginário popular dos deckbuilders trevosos, embora o termo em português mais correto pra sintetizar esse tipo de gameplan seja sadomasoquismo. Trata-se de decks que buscam minar os próprios pontos de vida – algumas vezes beirando a própria morte – e extrair vantagem disso. É a definição mais clara de “usar vida como recurso”. Vilis, Broker of Blood, K’rrik, Son of Yawgmoth e Greven, Predator Captain são os generais que chegaram para galvanizar esse sentimento, impulsionados por cards recentes como Bolas’s Citadel, Font of Agonies e Staples antigas como Hatred, Necropotence e afins. Eu diria que é um tema específico e exótico demais pra dizer que se tornará mainstrem, mas pra mim está mais do que claro que a WotC vem facilitando as coisas pra que decks assim tenham reforços em todas as coleções.

Caos/Politics

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Estes são temas que eu adoro e sempre acabam hypando após o lançamento de uma coleção de Commander (ou um set especial voltado pra multiplayer como Battlebond ou Conspiracy). Isto por que tornou-se tradição na Wizards aproveitar estes sets pra desenhar cards com habilidades de alto teor político como atiçar, Oferta Tentadora e Monarch. Este ano não foi diferente e tivemos inúmeros reforços para decks políticos, tanto os mais “amigáveis”, passando pelos pillow-forts até os mais caóticos. Os highlights de C19 são tantos que fica até chato listar todos, mas os comandantes certamente são os principais: [cards](Marisi, Breaker of the Coil), Pramikon, Sky Rampart e Tahngarth, First Mate;e é claro que também não podemos nos esquecer do divertidíssimo Kenrith, the Returned King em ELD. A má notícia para os apreciadores deste estilo de jogo é que cartas políticas não costumam aparecer aos montes em coleções do Stardard, já que muitas vezes suas mecânicas são muito específicas para funcionarem em sets voltados essencialmente para multiplayer. No entanto, uma coisa ou outra costumam aparecer... e não se esqueçam que enquanto o set especial do ano que vem não for confirmado, existe sempre chances de trazerem um Battlebond 2 ou um Conspiracy 3 no futuro, o que seria garantia de politicagem.

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Tribais

Como já dito no artigo passado desta série: temas tribais sempre recebem uma quota dos slots de qualquer coleção do T2 por motivos de fan service. Embora em C19 nenhuma tribo específica tenha recebido qualquer representante muito sugestivo (com exceção das barreiras com Pramikon, Sky Rampart), em Trono de Eldraine duas tribos receberam bastante destaque. A primeira delas é a dos cavaleiros.

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Esta é uma que durante muito tempo sequer foi tratada como tribo, servindo apenas como adorno para tipos de criatura mais relevantes. Alguns cards deixavam uma fagulha do que poderia se tornar uma tribo como Haakon, Stromgald Scourge, Knight Exemplar, Kinsbaile Cavalier e talvez o precon da série Duel Decks: Knights vs Dragons.... mas isso só veio a se tornar palpável mesmo muuuito depois. Em 2017 Ixalan foi lançada, trazendo vários cavaleiros junto a tribo dos vampiros e muitos cards genéricos para decks tribais. Algum tempo depois veio Dominária com Aryel, Knight of Windgrace e alguns outros cards que faziam fichas de cavaleiros, seguidos de Battlebond com os parceiros Khorvath Brightflame e Sylvia Brightspear. A tribo começava a tomar forma no Commander, mas apesar de agora terem generais com alguma sinergia tribal, alguma coisa estava errada. As cores características da tribo eram o branco, o preto e o vermelho, mas as 2 últimas opções de comandantes só permitiam decks Orzhov ou Boros... quando o ideal seria juntar ambas. Agora com Eldraine a engrenagem foi posta no lugar e após anos tivemos finalmente um comandante a altura da tribo nas cores Mardu: Syr Gwyn, Hero of Ashvale. Adicionando um subtema voltron de equipamentos, Gwyn possibilita uma construção com tudo que há de melhor na tribo dos cavaleiros, unindo o potencial de cards antigos e aclamados como Puresteel Paladin, Balan, Wandering knight e Danitha Capashen, Paragon com todas as sinergias que um deck tribal pode oferecer. Este é um grande momento para os apreciadores da tribo, já que além do comandante a coleção de Eldraine trás inúmeros outros cavaleiros relevantes como Inspiring Veteran, Acclaimed Contender, Smitten Swordmaster, Knights' Charge, The Circle of Loyalty e mais.

A segunda tribo são as fadas.

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Sim, embora as fadas estejam presentes em Eldraine, elas não tem qualquer apelo tribal. Então por que haveria qualquer hype nessa tribo?! Simples: RECALL! A tribo das fadas é uma das mais emblemáticas do Magic por conta de ter dominado o metagame T2 durante um tempo na época do bloco de Lorwyn. Pra quem não jogava na época ou não lembra, saiba que foi um verdadeiro caos... o deck de fadas era realmente opressor. Se não me engano, elas representaram uma ameaça significativa também ao formato Modern durante seus primórdios, o que resultou no banimento da carta Blitterblossom durante um bom tempo. Talvez por ter sido este flagelo na história do Magic competitivo a Wizards ficou com medo de investir na tribo novamente e o resultado é que passamos longos anos sem conhecer uma coleção sequer onde houvesse qualquer reforço significativo para a tribo. Isso logicamente afetou o arquétipo no Commander, já que para nós a realidade é bem diferente e os decks de fada carecem de suporte. Além do que foi feito no bloco de Lorwyn/Shadowmoor, existia praticamente nada que reforçasse um deck de fadas... até agora. Eldraine trouxe uma quantidade razoável de criaturas deste tipo. Nada que sugerisse qualquer sinergia tribal especificamente, mas mesmo assim existem criaturas relevantes no set que reforçam bem a tribo no Commander. Faerie Formation, Hypnotic Sprite, Rankle, Master of Pranks, Stolen by the Fae e logicamente Alela, Artful Provocateur. Alela assume um lugar de destaque nesta leva, pois é uma excelente opção de comandante para o arquétipo (não só assumindo o papel de lord, como também criando fichas com uma eficiência superior a de sua antecessora Oona, Queen of Fae). Para os amantes da tribo este é um motivo para se alegrarem um pouco, mas infelizmente não vejo um futuro muito promissor para a tribo com as coleções que estão por vir. Não existem fadas em Theros ou em Zendikar... e essa tal de Ikoria me parece mais focada em criaturas enormes do que diminutas. Portanto, aproveitem Eldraine pois acredito que não veremos fadas novamente durante um bom tempo.

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Conjecturas para o futuro

Temos a nossa frente Theros Beyond Death em janeiro (o que significa um possível retorno de mecânicas como devoção), e algo me diz que o standard esta prestes a pender para arquétipos mais monocromáticos (a habilidade “obstinação” pode ser um sinal disso). Talvez seja prudente não passar Staples características de decks monocoloridos como Sol Engaiolado, Extraplanar Lens e Abantesma da Cripta já que a procura por tais cards pode aumentar. E pelo amor da Santa Elspeth... garanta JÁ sua cópia de Hall of Heliod's Generosity porque isso vai explodir caso Theros retorne com a temática dos encantamentos (o que é praticamente certo levando em conta que este é o tema central do plano).

Vou ficando por aqui pessoal, até a próxima, e não esqueçam de se inscrever lá no canallink outside website. Valew =)