Magic: the Gathering

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Guia de Deck Standard: MonoRed Leyline - o novo bicho papão do BO1?

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Neste artigo, Antonio Faillace nos traz seus experimentos com Leyline of Resonance no Standard! Será que o deck é mesmo o bicho-papão do formato?

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revisado por Tabata Marques

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Olá, pessoal!

Pode parecer estranho, mas o artigo hoje não é sobre regras ou atualizações… hoje eu vim me aventurar a escrever uma “deck tech”!

Trouxemos este deck para você, que procura um deck rápido e eficiente para cumprir as missões diárias do Arena, especialmente a de número de vitórias, e para avançar pela ranqueada e garantir uns packs a mais na sua conta no próximo mês. Vamos lá!

MonoRed Leyline - Standard com Duskmourn

Como surgiu o Deck

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Conforme a edição Duskmourn foi revelada, chamou atenção o novo ciclo de Leylines (err… tirando a preta, claro), e a vermelha, Leyline of Resonance, foi bem cotada pelo seu potencial de maximizar as mágicas que aumentam o poder das suas criaturas.

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Várias listas começaram a aparecer, direcionadas a apresentar dano letal no segundo turno, por meio de algumas combinações específicas de cartas, o que dividiu opiniões: seria isso um meme ou um deck a se reconhecer?

O que me motivou a montar o deck foi justamente responder a essa pergunta, além, é claro, de ficar muito agradecido por ter um deck de partidas rápidas e relativamente fácil de montar - o que ajuda demais com o “grind” das missões do Magic Arena.

Decklist e Detalhes

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Antes de falar da estratégia em si, um aviso: o deck é pensado para o formato “Melhor de 1” (ou “Bo1”), que só existe atualmente no Arena.

A princípio, eu não recomendaria jogar no tradicional “Melhor de 3” (ou “Bo3”), já que o uso de sideboards traz grande deficiência ao deck - seus oponentes irão ajustar e manter mãos iniciais com o conhecimento do que estão enfrentando, e dificilmente esse deck conseguirá usar cartas tão impactantes como as que serão trazidas contra ele.

Estratégia do deck

Somos um deck agressivo, buscando por meio de uma combinação de criaturas rápidas e que interagem bem com mágicas (em especial as que aumentam seu poder - ou seja, o dano causado em combate) pressionar os pontos de vida do adversário para atingir a vitória em poucos turnos.

Vamos entender o papel de cada carta do deck.

Criaturas

As criaturas do deck dividem-se basicamente em 2 grupos:

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Temos 8 criaturas que “crescem” quando você joga uma mágica (Monastery Swiftspear e Slickshot Show-Off), e 8 criaturas que ao morrer causam dano igual ao seu poder no oponente (Cacophony Scamp e Heartfire Hero). O Heartfire Hero, na verdade, acaba de certa forma sendo dos dois grupos, mas pense no ratinho a princípio como uma criatura potencialmente a ser sacrificada.

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Idealmente, você sempre começará seu jogo com uma das criaturas de 1 mana, para já apresentar uma ameaça e pressionar o oponente desde o primeiro turno. A exceção fica por conta do Slickshot Show-Off - na verdade, a única carta de 2 manas no deck, que embora seja 1 turno mais lento, tem um power level muito alto e forte sinergia com o resto do deck, por isso seria um erro não utilizá-lo.

Mágicas

Temos 16 mágicas de uma mana cujo objetivo é dar algum bônus de ataque para nossas criaturas. Se conseguirmos uma Leyline of Resonance na mesa, o efeito de cada uma dessas cartas será duplicado, e é justamente nessa sinergia que o deck quer capitalizar.

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Turn Inside Out e Monstrous Rage têm o melhor “ratio” de +3 de poder por uma mana. Monstrous Rage também traz a vantagem de dar atropelar, mas, por outro lado, é pior em múltiplos se você usa na mesma criatura, então tenha isso em mente (especialmente para avaliar mulligans).

Dreadmaw’s Ire tem um bom “ratio” de +2 de poder E atropelar, além de +2 de resistência, o que ajuda em cenários que você quer que sua criatura sobreviva ao combate. O efeito de destruir artefatos também é eventualmente interessante/útil. Muitas listas usam Felonious Rage ao invés de Dreadmaw’s Ire, mas eu particularmente prefiro garantir o atropelar, já que sem isso qualquer “chump block” do oponente ganha muito tempo, e também o bônus de resistência ajuda sua criatura a sobreviver combates.

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Might of the Meek, por fim, é a opção com o “pior” ratio em termos de aumento de poder, mas o importante texto “compre uma carta” torna ela essencial para dar alguma consistência à estratégia, além de ser mais uma carta que dá atropelar. Não esqueça de duas coisas: com uma Leyline of Resonance na mesa, ela compra 2 cartas (uma da original e uma da cópia); e se você estiver com uma mão ruim, pode usar numa criatura do oponente para tentar achar algo mais relevante.

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Temos também uma mágica disfarçada de criatura, que é o Callous Sell-Sword (na verdade, o lado aventura, Burn Together ). É normalmente a carta que finaliza jogos, após aplicar uma série de incrementos de poder numa criatura e causar dano de combate com ela, Burn Together ainda a arremessa na cara do oponente para mais dano.

Leyline of Resonance

Mencionamos algumas vezes a importância da Leyline of Resonance, então vamos agora falar diretamente dela.

Começar o jogo com ela de fato faz o deck entrar em modo “turbo”. Com a duplicação de todas as mágicas do deck, o valor que você gera é imenso. É difícil perder um jogo que você começou com a Leyline na mesa E conseguiu uma criatura (ou idealmente duas) para aplicar as mágicas duplicadas.

Por outro lado, comprar a Leyline em qualquer turno sempre será uma carta perdida, já que por um custo de 4 manas, se você chegou ao ponto de conjurá-la é porque algo deu errado com o seu plano de terminar rápido o jogo.

Para além dos cenários “natalinos” em que a Leyline te permite as vitórias de turno 2, vamos entender o motivo dela ser tão boa no deck: A Leyline duplica mágicas, portanto, a carta que você “perde” da sua mão inicial para colocá-la direto na mesa é recuperada assim que você duplica sua primeira mágica. É como se a Leyline tivesse se transformado numa segunda cópia daquela mágica, mas por 0 de mana. Então, a primeira duplicação te dá uma vantagem de mana, mas não de cartas (já que você só “recuperou” a carta que a própria Leyline te custou). É a partir da segunda mágica que a Leyline traz muito valor, pois passa a ser uma carta a mais E uma mana a mais. Daí em diante, o valor da Leyline só cresce.

Então, tenha isso em mente: a Leyline representa vantagem em “tempo” a partir da primeira mágica, e uma vantagem em cartas E tempo a partir da segunda mágica.

Mulligan

Como nosso deck tem 16 criaturas e 16 mágicas “duplicáveis” pela Leyline (a única que não pode, Burn Together, é por ter dois alvos), já temos um bom indicativo para os mulligans do deck: mãos com Leyline precisam de pelo menos uma mágica para “se pagar”, e idealmente duas ou mais mágicas para gerar valor.

Base de mana

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20 montanhas é o básico do básico, mas é possível adicionar alguns terrenos duplos que adicionem vermelho e preto, para eventualmente conjurar o Callous Sell-Sword.

Se você quiser manter o deck simples e barato, fique com as montanhas, mas caso queira investir, coloque algumas Sulfurous Springs e Blackcleave Cliffs - recomendo jamais usar terrenos que não adicionem mana vermelha, para não correr o risco de atrapalhar a consistência de conjurar suas mágicas.

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Resultados Gerais

Após 50 partidas com o deck na ranqueada Bo1 do Arena, o resultado final foi 32-18, o que dá 64% de vitória - um número considerável. Mais importante que isso, separei entre os resultados quando eu estava no play (17-4) e no draw (15-14), e com isso pode-se observar que mesmo no draw, a estratégia agressiva é extremamente sólida, levemente acima dos 50%, enquanto no play é dominante, como já esperado.

Separei também, desses 50 jogos, em quantos iniciei com a Leyline na mesa (ou seja, com mulligans para procurar a Leyline, mas sem sacrificar uma boa mão em prol da Leyline), e o resultado foi 28 dos 50 (56%), sendo que 25 desses 28 terminaram em vitória (ou seja, quando iniciamos com a Leyline, o deck venceu aproximadamente 90% das vezes).

Por fim, destaco que em apenas 4 desses 50 jogos consegui a vitória no turno 2 ( 8% dos jogos). Ou seja, a estratégia funciona, mas não é o único caminho para vitória e não é necessário trocar mãos boas/consistentes em prol da chance de uma vitória de turno 2.

Conclusões - devo jogar com o deck?

Com tudo isso, trago então as seguintes conclusões:

1. O deck é extremamente forte na play e bom no draw, e essa flexibilidade é um diferencial para o Magic Bo1 do Arena;

2. Também é um deck que permite jogos rápidos - minhas 50 partidas duraram pouco mais de 3h, ou seja, uma média de 4 minutos por jogo;

3. É um deck barato de montar no Arena, já que tem somente 8 raras. Você poderia criar uma conta nova e, só de abrir os packs brinde do jogo, já montar esse deck e “grindar” o modo ranqueado;

Ou seja, recomendo o deck caso você queira algo rápido e simples para “grindar” missões diárias ou subir rapidamente na ranqueada para melhorar as recompensas no próximo mês! É um deck forte, mas não pareceu particularmente “opressor” - não mais que qualquer deck agressivo no Bo1 quando está na play.

Obrigado por acompanhar até aqui! Este foi meu primeiro deck tech aqui, então por favor me deem feedback sobre como melhorar eventuais próximos artigos. Até a próxima!