Magic: the Gathering

Opinion

Conquest, tudo o que precisa saber do formato baseado no Commander

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Este artigo trata de um formato recente e variante do Commander, o Conquest, que está ganhando espaço por onde passa.

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Introdução

O Conquest é um novo formato, uma alternativa mais acessível e com regras próprias em conjunto a uma banlist voltada ao competitivo.

Em outras palavras, o objetivo do formato é possuir um metagame competitivo saudável em jogos com mais de dois jogadores, e com decks que possuem diferentes estratégias operando no mesmo nível.

Onde começou o Conquest

Antes de começar a falar sobre o formato, falemos sobre a motivação inicial da criação do formato.

O Commander é um formato voltado para o casual, e o comitê que define os banimentos do formato não pensa no competitivo e sim na maioria das mesas e grupos, por conta disto a comunidade que joga cEDH acaba não tendo suporte para realizar a manutenção do formato. Isso acarreta numa insatisfação de parte dos jogadores de Commander competitivo.

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Esta insatisfação somada a alguns outros problemas vistos no formato fizeram com que um grupo de jogadores de cEDH se reunisse para elaborar uma maneira de tornar jogos Multiplayer mais competitivos, e com uma gama de possibilidades muito maior.

O primeiro conjunto de regras do formato Conquest, visando corrigir os grandes problemas do formato, saiu em março de 2020, ainda como beta e aberto a alterações futuras. Este grupo de jogadores que se reuniu e formulou as primeiras regras do formato era composto por Shapersavant, Sigi, Wedge, Pongo e IMOC.

Problemas vistos no Commander e principais diferenças dos formatos

Problemas Vistos no cEDH

• O comitê que regula o formato realiza banimentos pensando no casual, e não no competitivo.

• A diversidade é muito pequena no competitivo.

• É impossível jogar de Aggro no competitivo, já que seus oponentes possuem, juntos, 120 pontos de vida.

• Grande parte das estratégias abusadas no cEDH se aproveitam do fato de se começar com 40 pontos de vida.

• Entrar no formato é quase impossível por conta dos altos valores das cartas da lista reservada.

• O dano de comandante é muito complicado de ser ajustado e calculado.

Regras do Conquest

• Criaturas lendárias e Planinautas são permitidos como comandantes.

• Os jogadores começam com 30 pontos de vida cada um.

• O dano de comandante é 12.

• O número mínimo de cartas no deck é 80, e não possui um máximo.

• Não pode haver cartas repetidas, com exceção de terrenos básicos e cartas que digam o contrário.

• Lista reservada é banida no formato.

Estas mudanças permitiram estratégias que utilizem planinautas como ponto focal. A redução dos pontos de vida tornou mais difícil de jogadores utilizarem a vida como um recurso sem preocupação, e viabilizou estratégias focadas exclusivamente em combate e causar dano, já que agora não é mais preciso dar 120 de dano total nos oponentes, e sim 90.

O dano de Comandante foi reduzido de 21 para 12, tornando estratégias baseadas em dano de comandante mais simples e efetivas, além do número 12 ser favorável e mais fácil de calcular quantos ataques do seu comandante são precisos para matar os oponentes.

O número de cartas no deck passou de 100 para no mínimo 80, mantendo a regra de não poder cards repetidos, ignorando os terrenos básicos. Para aumentar a consistência dos decks e diminuir o preço dos mesmos, já que os decks podem contar com vinte cartas a menos no seu mínimo.

Com o banimento dos cards da lista reservada, temos uma queda enorme no valor final dos decks, já que as cartas contidas nesta lista, em sua maioria, possuíam preços imensos que serviam como barreira de entrada para jogadores novos.

Cartas banidas do Conquest

Além de tudo que já foi dito, o Conquest possui sua própria lista de cartas banidas que conta com todas as cartas da lista reservada, que você pode conferir aquilink outside website.

• Todas as cartas com o tipo “conspiracy” e tudo que envolve draft.

• Cartas de borda prateada são banidas no Conquest.

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• Cartas consideradas racialmente ou culturalmente ofensivos pela Wizards of the Coastlink outside website.

Balance

Carpet of Flowers

Channel

Demonic Consultation

Demonic Tutor

Dockside Extortionist

Drannith Magistrate

Erayo, Soratami Ascendant

Flash

Food Chain

Griselbrand

Imperial Seal

Isochron Scepter

Jeweled Lotus

Karakas

Limited Resources

Mana Crypt

Mana Drain

Mystic Remora

Mystical Tutor

Natural Order

Rhystic Study

Sol Ring

Tainted Pact

Tinker

Trade Secrets

Upheaval

Vampiric Tutor

Worldly Tutor

Além disso, foram banidas também as 10 fetchlands originais de Zendikar e Investida:

Arid Mesa

Bloodstained Mire

Flooded Strand

Marsh Flats

Misty Rainforest

Polluted Delta

Scalding Tarn

Verdant Catacombs

Windswept Heath

Wooded Foothills

As cartas contidas nesta lista estão aqui por de algum jeito não serem benéficas para o formato, como também os melhores tutores são banidos para equilibrar a força e consistência dos decks. Os rocks positivos também são banidos, incluindo o Sol Ring que é banido tanto por ser um símbolo do EDH, tanto por ser uma Rock positiva, em conjunto do Carpet of Flowers, Channel e Dockside Extortionist para evitar cenários onde um jogador teria uma vantagem enorme simplesmente por começar com uma dessas cartas.

Também foram banidas as wincons mais fortes do cEDH, como Food Chain, Flash, Lion’s Eye Diamond, Demonic Consultation, Isochron Scepter, e Tainted Pact, para dificultar e desacelerar os combos nos decks.

Rhystic Study e Mystic Remora são banidos por serem motores de card advantage azuis muito fortes, e que não possuem um limite de quantos cards podem gerar.

O comitê do Conquest também voltou com uma medida que fora abandonada pelo comitê do Commander: as cartas banidas como comandantes.

Banidas como Comandante:

- Haldan, Avid Arcanist

- Inalla, Archmage Ritualist

- Kinnan, Bonder Prodigy

- Leovold, Emissary of Trest

- Najeela, the Blade-Blossom

- Oko, Thief of Crowns

- Rograkh, Son of Rohgahh

- Thrasios, Triton Hero

- Tymna the Weaver

- Yuriko, the Tiger’s Shadow

Banidas como Companion:

Lutri, the Spellchaser

Esta decisão foi muito boa para o jogo, pois permite que estas cartas ainda sejam utilizadas dentro dos decks, mas sem darem a consistência de terem estas cartas na zona de comando.

O Haldan, Avid Arcanist foi banido por Pako e Haldan ser um deck aggro Voltron que não depende do deck, você podia enchê-lo de ramps e rituais para descer o cachorrinho rápido e ir exilando cards, quando não tinha mais cards na mão você usava o Haldan para conjurar oque foi exilado.

Kinnan, Bonder Prodigy foi banido pois possui combos muito consistentes, e não perdeu os tutores de artefato, então conseguia acelerar o próprio jogo e ganhar mais rápido do que os oponentes conseguiam interagir.

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Foi banida Inalla, Archmage Ritualist por possuir diferentes linhas de combo que eram abusáveis e se complementavam, ela conseguia iniciar o combo, e mesmo que interagissem, ela era capaz de prosseguir com uma outra linha de combo.

Oko, Thief of Crowns foi banido por ser um comandante muito forte em parar outros comandantes, e como formato depende mais do comandante que o cEDH, cartas assim acabam não sendo positivas; Drannith Magistrate também foi banido por interagir com os comandantes de maneira assimétrica e por ser muito fácil de colocar em qualquer deck com branco.

O Leovold, Emissary of Trest é o Leovold e isso é motivo suficiente para o seu banimento é uma peça muito consistente de stax na zona de comando, que ao mesmo tempo em que trava seus oponentes, lhe garante vantagem.

Rograkh, Son of Rohgahh é um comandante que basicamente só custa mana incolor, e em um formato com cartas que podem ser conjuradas sem pagar mana quando se controla um comandante, em conjunto com rituais e tutores que depende de sacrifício de criaturas, faz o nosso amiguinho ser muito abusável.

Thrasios, Triton Hero e Tymna the Weaver dominaram e ainda dominan o cEDH, grande parte dos decks utiliza ou já usou um deles como comandantes, os dois são muito fortes e conseguem dar muito card advantage de maneira fácil para quem os utiliza, por isso ambos estão banidos.

Por último, mas não menos importante, temos a Yuriko, the Tiger’s Shadow, que era um deck muito forte em todos os momentos do jogo, e que era quase impossível de ser parado, já que a Ninjinha sempre vai entrar custando 2 e garantia muito card advantage enquanto causava dano em todos os inimigos simultaneamente.

Considerações finais

Como eu já havia dito antes, um dos objetivos da criação deste formato é ter um cenário de jogo com mais de dois jogadores mais acessível, e o banimento da lista reservada somada à redução do número de cartas no deck torna o formato muito mais barato que até mesmo alguns decks de Modern ou Legacy, e que é muito mais fácil de conseguir montar para quem não possui uma base de Commander, Legacy ou Vintage. Além disso, os decks mais caros não são necessariamente os melhores do formato.

Conquest no Brasil

No cenário do formato no Brasil, já existem artigos sobre o formato e diversos produtores de conteúdo já comentam e debatem sobre, e diversos sites já o adicionaram como um formato para montar decks.

Quando este artigo estava sendo produzido, estava ocorrendo o primeiro torneio do formato com premiação e troféu. No início deste ano (2021) teve o primeiro torneio de Conquest, o King of the Chrome, e desde então surgiram mais alguns torneios do formato, que auxiliaram a definir o metagame do mesmo.

Tudo indica que este formato está crescendo pouco a pouco, mas o tempo e a comunidade poderão dizer como ele ficará no Brasil.

Conclusão

O Conquest ainda é um formato novo e seu metagame ainda tem muito espaço para se desenvolver. Por conta da proximidade do comitê com a comunidade do formato é muito simples e tranquilo entrar em contato com eles, eu mesmo para escrever este artigo entrei em contato com o Shapersavant, um dos fundadores do formato, para tirar algumas dúvidas.

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Eles possuem um grupo no Discord onde é possível entrar para encontrar outras pessoas para jogar e saber das novidades do formato, como torneios, banimentos e etc.

Basicamente toda estratégia é viável neste formato, desde voltron a decks com planeswalkers como comandantes, desde aggros, a combos, a diversidade deste formato é algo que não é visto no cEDH.

O temido Paradox Engine é permitido no formato e isso não o afeta negativamente, são poucas as listas que o utilizam e nenhuma tão relevante quanto um Jeska & Kraum, que consegue eliminar um oponente com uma pancada do Kraum com ativação da Jeska. Sem fetchlands ou old duals, ter uma base de mana forte para montar decks de 4 ou 5 cores é algo muito mais complicado, e isso evita que não se tenha uma punição por estar jogando sem nenhuma restrição e com liberdade de construção.

Deixarei alguns links úteis para aqueles que se interessaram pelo formato. Espero encontrar vocês em alguma mesa por aí!

- A Cards Realm consegue dizer se seu deck é legal ou não no formato, então venha criar e popular nossa página de deckslink outside website de Conquest;

- Regras e banlistlink outside website;

- Discord Conquest Brasillink outside website;

- Discord criado pelos fundadoreslink outside website (original, em inglês).