Magic: the Gathering

Deck Guide

Introdução ao Metagame do Historic

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Com o Kaldheim Championship se aproximando, trago uma introdução ao Metagame do Historic, fazendo uma análise dos principais decks do formato.

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revisado por Tabata Marques

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Na última semana, tenho dedicado mais do meu tempo ao Magic Arena após a chegada do meu card favorito ao formato, escalando a ladder para o Mítico no formato Historic desde então, enquanto faço experimentos novos com o arquétipo ao qual tenho me dedicado e analisando os arquétipos que comumente tenho encontrado nos meus jogos.

E como teremos o Kaldheim Championship nos dias 26 a 28 de Marçolink outside website, creio ser uma boa ideia introduzi-los ao formato para que você não só possa se aprofundar nele e quem sabe, passar a joga-lo no Magic Arena, mas também para acompanhar o torneio com alguns dos melhores jogadores do mundo pilotando decks do formato que ainda é pouco conhecido para quem não é tão familiarizado com o Magic Arena.

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Mas o que é o Historic?

Como dito em um dos meus artigos anteriores, o Historic o formato eterno do Magic Arena, originalmente composto por todas as coleções passadas do Standard desde o lançamento da plataforma, como se fosse uma espécie de “Pioneer” para o Magic Arena.

Daí, em algum momento as coisas ficaram estranhas e começaram a sair os Historic Anthologies, bundles de cartas exclusivas para o Historic e, em seguida, saiu por tempo limitado a coleção Jump Start para o formato, com algumas cartas sendo substituídas por outras e, nos últimos meses, tivemos edições chamadas Remastered, onde blocos como Kaladesh e Amonkhet são adicionados ao formato com uma mistura de muitas das melhores cartas destas edições, incluindo cards que originalmente não estavam nessas edições como Thoughtseize, Collected Company, Pact of Negation e Sculpting Steel.

No final das contas, o Historic hoje é aquele formato onde você tem várias cartas de edições anteriores do Standard junto à Staples de múltiplos formatos como Young Pyromancer, Collected Company, Thalia, Guardian of Thraben e Thoughtseize além de cards que brilham em arquétipos bem específicos como Muxus, Goblin Grandee e Phyrexian Tower e, por fim, cards que você nem faz ideia de que estão no formato como Ghost Quarter, Grim Lavamancer, Selvala, Heart of the Wilds, Ranger of Eos, Meddling Mage e Ulamog, the Ceaseless Hunger.

Além desses cards, você comumente também enfrenta decks bem estranhos no outro lado da mesa onde o oponente vai fazer um card que você nem tinha ideia de que existia no formato e sua reação vai ser “isso tá no formato?!”

Eu, por exemplo, descobri hoje que Ancestral Mask está dentro do formato.

Ah, e claro, o formato tem sua lista de banidas que basicamente inclui tudo o que foi banido no Standard nos últimos anos... E Winota, Joiner of Forces que, aparentemente, tinha um absurdo botão de “free-win” com Angrath’s Marauders.

É... Esse me parece um bom resumo do que se trata o Historic.

“Romeu, por qual motivo eu deveria jogar esse formato então?”

O principal motivo é que o Historic é no momento o único formato no Magic Arena além do Standard e é um formato que possui uma cardpool muito mais ampla do que o Standard e com diversos tipos de decks diferentes, ao ponto de você comumente encontrar um arquétipo que de alguma forma se encaixe no tipo de deck que você gosta de pilotar.

Por outro lado, um motivo para ficar longe do Historic é a natureza predatória da economia do Magic Arena que torna muito difícil conseguir construir muitos decks do formato porque eles normalmente precisarão de uma grande quantidade de WildCards raros para concluir a maioria dos principais decks competitivos, o que pode significar um alto investimento financeiro e/ou alto investimento de tempo caso você não tenha uma boa reserva de wildcards na sua conta.

No final das contas, devida a natureza altamente predatória da economia do Magic Arena, eu acho um pouco difícil de convencer alguém que não tem uma pool já considerável de pelo menos a season passada do Standard ou recursos de sobra para investir no jogo a jogar o formato, mas isso não o invalida de forma alguma como um formato divertido, bem competitivo sem necessariamente um deck muito acima dos outros no momento, e com muito espaço para inovação ainda.

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Feito essa introdução ao formato, vamos comentar um pouco sobre os principais decks dele:

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Se até semana passada o Jund Sacrifice parecia um dos melhores decks do formato, nesta semana eu posso afirmar que o deck é o melhor arquétipo do atual metagame do Historic e a escolha certa caso você não saiba com o que jogar.

Não só o deck possui acesso em suas 75 ás melhores cartas do formato: Collected Company e Thoughtseize, como possui uma matchup significativamente boa contra decks de criatura graças ás inúmeras interações que permitem ótimas trocas de recursos com o oponente, punindo tanto os decks que fazem criaturas grandes quanto os decks que jogam por baixo, enquanto a engine também e altamente eficiente contra os decks Control.

Além disso, o Jund Sacrifice possui um dos melhores alcances do jogo já que o combo de Witch’s Oven com Cauldron Familiar é uma fonte recorrente de dano enquanto que Mayhem Devil e Midnight Reaper se beneficiam das suas interações, criando uma engine de valor, card advantage e sinergia que poucos decks conseguem superar, o que o torna portanto um deck que consegue acumular card advantage o suficiente contra decks de grind e ter removals embutidos de sobra contra os decks agressivos.

A principal estratégia do deck demanda algum setup para funcionar e corre algum risco de ter algumas matchups onde o deck apenas falha em achar as peças certas mas, a partir do momento em que você tem 4 lands e um Collected Company na mão, você comumente consegue encontrar as peças faltantes com ela. Quando você tem múltiplos triggers de diferentes permanentes ao sacrificar qualquer card, fica difícil para o oponente ignorar a bola de neve que Cauldron Familiar + Witch’s Oven ou Priest of the Forgotten Gods + Mayhem Devil se tornam.

Toda essa sinergia entre seus cards, acoplada a um sideboard altamente eficiente que possui alguns dos melhores cards do formato tornam do Jund Sacrifice um dos melhores decks do formato, e um bem mais complexo de se pilotar com maestria do que pode parecer.

Recentemente, tem surgido também variantes mais Midranges do deck, batizadas de Jund Food, utilizando uma lista mais próxima das listas antigas do Standard incluindo cards como Korvold, Fae-Cursed King e Trail of Crumbs para gerar valor em jogos mais longos, enquanto utiliza de respostas melhores para cards problemáticos como Yasharn, Implacable Earth na forma de Binding the Old Gods.

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Um deck que você sinceramente não espera ver funcionar até jogar contra ele e nunca conseguir reduzir a vida do seu oponente abaixo de 25 é o Angels Company, um deck que na realidade é tão eficiente e bem posicionado no Metagame atual que o considero o segundo melhor deck do formato.

Sim, o tribal de Anjos habilitado pelos cards de Kaldheim em conjunto com alguns cards de M20 E M21 não só é um dos principais arquétipos competitivos hoje, como é um dos pesadelos dos decks Aggros do formato já que suas criaturas possuem um custo/corpo eficiente e o efeito cascata de lifegain aos montes habilitado por Bishop of Wings em conjunto a Righteous Valkyrie torna impossível realizar uma race às cegas contra o arquétipo.

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Para aumentar ainda mais o valor de suas jogadas, o deck conta com um playset de Collected Company e algumas listas possuem splash para o Azul para cards como Linvala, Shield of Sea Gate e Glasspool Mimic, enquanto outros apostam no splash preto para Vito, Thorn of the Dusk Rose, que permite ao deck conseguir ganhar jogos apenas com base nos seus efeitos de ETB se assim for preciso.

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O principal Control do formato é o Azorius Control. O formato conta com outras variantes como Dimir Control, Esper, Jeskai Superfriends e até tentativas de Izzet Control, mas as listas de maior sucesso se encontram nas listas Azorius e isso deve-se ao fato de que a combinação permite uma manabase estável, pouco punitiva, com bons flex slots para cards como Field of Ruin e os Castelos de Eldraine.

As cores Azorius também te permitem ter acesso aos melhores sweepers do formato na forma de Doomskar e Wrath of God, o melhor counter contra outros decks Control com Dovin’s Veto e um dos, se não o melhor, Planeswalker do formato, Teferi, Hero of Dominaria. O deck também conta com uma infinidade de cards que podem servir nos flex slots para os Metagames mais diversificados, enquanto as outras combinações ainda carecem de alguns cards para cobrir essas lacunas.

Um fato curioso sobre o Azorius Control no formato é que muitas listas utilizam Grafdigger’s Cage de maindeck, já que este card funciona basicamente como uma staple de sideboards e opera como um ótimo hate contra decks de Company, Kroxa, Jund e Goblins.

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Já considerado por muito tempo o melhor deck do formato, o Gruul Aggro se encontra hoje numa posição mais delicada do metagame.

O Gruul Aggro funciona basicamente como um deck agressivo que possui um early-game altamente explosivo, já que possui acesso a uma das (se não a única) “free-spell” do formato na forma de Burning-Tree Emisary, que permite ao deck algumas de suas entradas mais explosivas já conhecidas em outros formatos como no Pauper, onde você consegue fazer múltiplas Burning-Tree Emissary junto a outra ameaça na mesa.

O deck também conta com um ótimo pack de criaturas que são relevantes em todo momento do jogo como Bonecrusher Giant, Gruul Spellbreaker, Scavenging Ooze, Klothys, God of Destiny e Questing Beast em algumas listas, além de incluir o melhor card do formato Collected Company para manter algum grau de card advantage e o famoso botão de free-win na forma de Embercleave.

O conjunto da opera cria um deck que consegue operar bem em todo estágio de jogo e está sempre colocando pressão na vida do oponente. Tornando difícil para ele criar situações onde ele não precise ser sempre cuidadoso com a sua próxima jogada.

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O Rakdos Arcanist é um Midrange deck com uma quantidade gigantesca de sinergia e micro interações entre os seus principais cards.

O pilar do arquétipo encontra-se em Dreadhorde Arcanist, uma staple recentemente banida do Legacy que lhe permite reutilizar mágicas do seu cemitério todo turno por um custo muito baixo. Sendo, dessa maneira, uma gigantesca engine de card advantage se a maioria do seu deck se concentrar em usar mágicas de custo 1.

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O deck também abusa da interação de alto número de uso de spells ao utilizar Young Pyromancer, que se beneficia do fato de você conseguir reutilizar tantas mágicas num único turno e, por fim, também utiliza Kroxa, Titan of Death’s Hunger como principal wincondition e ameaça de mid ou late-game.

Para fazer tudo isso funcionar de maneira expressiva, o deck conta com 4 Stitcher’s Supplier para acelerar a quantidade de cards indo pro cemitério. Podendo, por conta própria, servir para cobrir todo o custo de Escape de Kroxa e ainda ter uma ou duas mágicas para reutilizar do cemitério. O deck também conta com Village Rites que pode ser utilizado no próprio Supplier para gerar muito valor ou numa token de Young Pyromacer, ou até mesmo na criatura do oponente caso você utilize Claim the Firstborn na sua configuração.

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Anteriormente Azorius, o atual Orzhov Aura tem começado a aparecer recentemente no formato é o principal Voltron do formato, incluindo duas grandes Staples deste tipo de arquétipo tanto do Pioneer quanto do Modern: Kor Spiritdancer e Sram, Senior Edificer.

Apesar de não contar com a staple do arquétipo em outros formatos Etherel Armor, o Orzhov Auras faz uso de cards existentes no formato como Cartouche of Solidarity, All that Glitters, Angelic Gift e Kaya’s Ghostform para criar uma base sólida de Auras que podem ser utilizadas nas suas criaturas.

Porém, onde o deck realmente se destaca é na interação com Thoughtseize, Dead Weight e Mire’s Grasp, além de meios de recursão das suas engines com Agadeem’s Awakening e Claim//Fame, criando um deck que não se limita em jogar cegamente o plano de ‘construa seu próprio Megazord’, mas sim em criar um plano de jogo bem elaborado que consegue adquirir valor de cada Aura jogada nas suas criaturas ou nas do oponente.

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Quando JumpStart saiu no Magic Arena, Goblins passou a ser considerado por muitos e por um bom tempo o melhor deck do formato. Ou melhor, um deck quebrado no formato ao ponto de muitos jogadores e criadores de conteúdo pedirem o banimento de Muxus, Goblin Grandee.

O tempo foi passando e os jogadores foram se acostumando e se habituando a jogar contra o arquétipo e especialmente contra o card, até o ponto onde ele foi deixando de ser o melhor deck do formato para ser parte de mais um dos decks competitivos do formato.

O Goblins opera como um clássico Aggro deck tribal, misturando interações sinérgicas com velocidade o suficiente para levar jogos em poucos turnos. Porém, o card também possui interações muito mais dedicadas a fazer Muxus, Goblin Grandee o quanto antes já que, normalmente, é este card que te ganhará jogos por conta própria já que pode colocar até seis Goblins na mesa, comumente dando Haste para todas as criaturas com Goblin Warchief e Goblin Chieftain e, se você estiver com sorte, trazendo junto um Krenko, Mob Boss para lotar a mesa e atacar.

Portanto, o deck conta com Skirk Prospector e Wily Goblin para acelerar mana nos primeiros turnos enquanto outras listas também adotam Phyrexian Tower e até mesmo Irencrag Feat para trazer Muxus o quanto antes.

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O que o deck carece, entretanto é de criaturas que são naturalmente boas por conta própria. Mesmo que Conspiuous Snoop seja uma ótima engine de card advantage, Goblin Chieftain seja um bom lord, Goblin Matron seja um bom tutor e Krenko, Mob Boss seja uma ótima forma de obter valor, estes cards por conta própria tendem a ser medíocres e, portanto, o deck sofre significativamente contra muitos removals.

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Se o Goblins carece de poder individual de cards e o Angels Company aposta muito em sinergias tribais, o Selesnya Company aposta no poder individual dos seus cards para ganhar jogos.

O Selesnya Company funciona quase como um Goodstuff-Aggro, pegando as melhores criaturas dessa combinação de cores e colocando-as juntas numa única lista, com sua grande maioria podendo ser colocada em jogo com Collected Company.

Diferente dos demais decks de Company, é muito mais difícil definir como sequenciar suas jogadas contra o Selesnya Company se você for o deck control da partida, já que um removal utilizado num Scavenging Ooze na 2 pode significar ter de enfrentar uma criatura pior no turno seguinte, enquanto fazer jogadas proativas na mesa acabam sendo significativamente inferiores ás jogadas do oponente.

Com acesso a Scavenging Ooze, Thalia, Guardian of Thraben, Skyclave Apparition, Lovestruck Beast, Kazandu Mammoth e Luminarch Aspirant, o Selesnya Company possui, tal como o Gruul Aggro, um clock e um elemento disruptivo muito eficiente para a maioria das partidas.

O único card que costuma estar nas listas, mas não pode ser colocado em jogo através de um Collected Company é Yasharn, Implacable Earth, que pode ser visto hoje como uma staple do formato já que Jund Sacrifice é um dos melhores decks e a criatura ainda atrapalha o ramp de Muxus com Skirk Prospector ou Phyrexian Tower, além de ser disruptivo contra os muitos decks de Death’s Shadow que tem aparecido desde o seu lançamento na última semana.

Nas últimas semanas, tenho visto novas variantes de Selesnya Company com splashes para o azul para cards como Meddling Mage, Deputy of Detention e Glasspool Mimic.

Conclusão

Essa foi minha introdução aos principais arquétipos do Histórico, um pequeno guia para que você se prepare para o formato e possa acompanhar de maneira mais aprofundada o Kaldheim Championship, que ocorre nos dias 26 a 28 de Março.

Porém, o formato ainda conta com muitos outros arquétipos que são viáveis e que podem ver algum jogo dentro do formato como: Elves, Mono Blue Tempo, Death's Shadow, Neoform Combo, Mono-Black Midrange, Mono-Red Aggro, Colorless Ramp, entre outros.

Além disso, o formato continua constantemente evoluindo dentro das últimas semanas, com decks como Elves crescendo no Metagame dada as adições que Kaldheim ofereceu ao arquétipo, enquanto outros decks inteiramente novos continuam a surgir no formato.

Por fim, caso você tenha se interessado no formato mas não tenha muitos Wildcards raros de sobra para jogar, deixo aqui duas listas de sugestão de decks que você pode montar e obter algum resultado nos seus jogos apenas com Wildcards comuns e incomuns.

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O clássico Mono-Blue Tempo é um dos decks mais fáceis de craftar no formato pois utiliza uma quantidade pequena de Raras e Míticas (normalmente 4 de cada no Maindeck), e esta versão diminui ainda mais a curva do deck para construir uma lista que possa ser construída sem qualquer número de Wildcards raros ou míticos, tirando ainda assim proveito de um total de 8 efeitos de Curiosity.

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O Cycling é um deck que surgiu no formato tem poucas semanas por conta da adição de Flameblade Adept, fazendo com que você tenha acesso a 8 criaturas de custo 1 extremamente agressivas para o arquétipo.

A base do deck é totalmente inalterada nessa versão, mas as duais foram totalmente cortadas e optei por não adicionar duais que entrem viradas pois o deck requer velocidade e, devido ao custo incolor da maioria dos cards de cycling, o deck costuma precisar somente de uma fonte vermelha e uma fonte branca, o que é fácil de conseguir na maioria das ocasiões. Pelo mesmo motivo, optei por utilizar os desertos de Amonkhet como terrenos que lhe causarão dano de maneira menos frequente do que o esperado já que a maioria dos custos de cycling podem ser pagos com mana incolor.

Por fim, a lista uma única carta rara na forma do Companion, Lurrus of the Dream-Den, já que acredito que o custo ínfimo de um Wildcard raro agrega muito valor á consistência e resiliência dessa lista como um todo.

Espero que essa introdução ao formato possa ser informativo a vocês enquanto estiverem assistindo o Kaldheim Championship neste fim de semana.

Obrigado pela leitura!