Magic: the Gathering

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Modern: Amulet Titan e a Presença Constante

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Nesse artigo falaremos sobre o baralho que marca presença no Modern desde sua criação, sendo uma ótima opção para quem procura estabilidade.

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Dentre toda a variedade de decks e arquétipos possíveis, alguns baralhos acabam recebendo destaque por sua consistência perante o meta, baralhos esses que, mesmo com mudanças constantes, conseguem resultados satisfatórios. Um exemplo disso é o burn, onde independente do meta, o burn nunca faz feio; geralmente não vai ser o deck mais forte do campeonato, mas com um bom piloto, o deck sempre vai ser uma opção confiável.

Mas não é do burn que vamos falar hoje, e sim do Amulet Titan! Desde que entrou no meta, o deck se mostra uma opção sólida e consistente, graças ao seu plano de jogo explosivo e que consegue muitas vezes ignorar o plano adversário, além de sua recursividade e draws que podem te voltar totalmente para o jogo, mesmo se a partida se arrastar um pouco mais.

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O baralho pode ter idas e vindas em relevância, mas nunca realmente deixou o metagame. Um exemplo claro foram as duas posições no top 8 do MTG Vegaslink outside website. Além disso, o baralho constantemente aparece em Challenges e Ligas no Magic Online, e vamos inclusive usar como análise a lista do Nade, que conseguiu o segundo lugar no Challenge do dia 04/12.

Amulet Titan - Nade

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Análise da Lista - Funcionalidades

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Para falar das funcionalidades do baralho, é crucial falarmos das duas cartas que dão nome ao baralho: Primeval Titan e Amulet of Vigor, que são cartas distintas, porém cruciais para a amplitude do baralho.

Amulet of Vigor é a peça principal de ramp do deck, e graças a sua interação com bouncelands, é possível gerar uma quantidade alta de mana nos primeiros turnos do jogo, assim possibilitando jogadas de maior vantagem, que muitas vezes são mais poderosas do que o inimigo pode fazer naquele momento do jogo. Outro ponto importante é que os amuletos se acumulam em efeito, portanto, os terrenos geram mais mana quando se tem dois ou mais cópias do artefato em campo.

Já o Primeval Titan é a principal condição de vitória do baralho e o motivo do deck ser construído para gerar muita mana logo cedo. Um Titã entrando em campo no early game já seria problemático o suficiente por ser uma criatura 6/6 com atropelar, mas convenhamos que sua habilidade de buscar quaisquer terrenos e colocá-los diretamente no campo é o que faz o nosso gigante ser tão poderoso nesse baralho, graças a quantidade expressiva de terrenos utilitários que o baralho usa, desde ganho de vida até uma combinação que fará o Primeval Titan entrar batendo com golpe duplo! É uma carta extremamente poderosa que praticamente ganha o jogo ao entrar, no caso deste deck.

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Se tratando de um deck de ramp, é claro que teremos métodos de termos mais terrenos baixados por turno, nesse caso, contamos com criaturas muito eficientes para isso, e que geralmente possuem outras funções no baralho.

Arboreal Grazer é uma adição simples, porém muito efetiva, seu efeito que se resolve assim que a popularmente chamada "Preguiça" entra em campo traz vantagem perante outros drops 1 possíveis, como Sakura-Tribe Scout que mesmo tendo sua habilidade podendo ser reutilizada, pode morrer enquanto ainda está enjoada, assim perdendo seu valor. Além disso, o Grazer possui um ótimo corpo defensivo, que junto a sua habilidade de alcance, consegue segurar uns bons pontos de dano contra decks mais agressivos.

Dryad of the Ilysian Grove é uma carta que gerou impacto no deck desde sua entrada na última Theros. Seu efeito de colocar mais terrenos por turno, por mais que seja extremamente poderoso, não é único, e cartas como Azusa, Lost but Seeking ainda fazem isso com mais eficiência. Mas o que complementa a usabilidade da dríade nesse contexto é sua segunda habilidade, que faz com que seus terrenos virem de todos os tipos. Sim, pode parecer algo simples, mas é a carta-chave no deck, de início, fazer os terrenos gerarem mana de quaisquer cores, já é interessante o suficiente para um baralho com uma devoção verde alta e vários terrenos utilitários que não geram essa cor. Porém existe outra carta que se beneficia disso... sim, estou falando de Valakut, the Molten Pinnacle, que junto a nossa dríade, fará com que cada terreno em campo cause 3 de dano a qualquer alvo.

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Temos também a já citada Azusa, Lost but Seeking que está no baralho praticamente desde sua criação. Ela pode não ter outras funções como as cartas faladas anteriormente, mas a qualidade do seu ramp acaba sendo superior, colocar três terrenos por turno é algo extremamente poderoso e, junto as bouncelands e ao amuleto, pode gerar uma quantidade absurda de mana nos primeiros turnos, que é basicamente o que queremos.

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Uma carta interessante trazida pelo Nade foi a novidade vinda em Innistrad, Crimson Vow, Cultivator Colossus, que vem aí como uma "quinta cópia" de Primeval Titan, porém com uma abordagem um pouco diferente, ele não busca terrenos específicos como o nosso gigante, mas traz consigo uma função de trazer mais card advantage ao deck, já que dada a quantidade de terrenos que usamos e a função das bouncelands de sempre deixar terrenos nas nossas mãos, a nossa planta gigante consegue comprar diversas cartas e, além disso, é uma criatura exponencial que muitas vezes causará pressão no jogo adversário, e também ficar maior que o Titã, o que é ótimo para causar mais dano e escapar de remoções como Unholy Heat.

Análise da Lista - Consistência

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Outro ponto importante é a consistência em achar nossas criaturas, principalmente nossas condições de vitória. Para isso, o baralho conta com dois dos melhores tutores de criatura existentes no formato.

Eladamri's Call é simples e poderosa, e por duas manas busca qualquer criatura do baralho, assim sendo na maioria das vezes "mais duas cópias do Titã"; porém com um custo virtual maior. Ser uma instantânea dá vantagem estratégica, assim é possível escolher o melhor momento para buscar a melhor carta.

O Summoner's Pact é o tutor mais importante do deck, tendo em vista que ele tem um custo peculiar, sendo zero ao conjurar a carta, o que é perfeito para otimização de mana, buscando nossas winconditions praticamente de graça. Sim, é necessário pagar quatro manas no próximo turno, mas muitas vezes esse turno pode não chegar, já que o Primeval Titan tem um grande potencial de finalizar o jogo praticamente ao entrar em campo.

Outro ponto importante é sua interação com Tolaria West, que graças a sua habilidade de transmutar, consegue trazer ainda mais consistência ao plano de buscar criaturas específicas.

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E finalmente, vamos falar de um ponto extremamente importante em um deck de terrenos, os terrenos! Sim, alguns foram citados em outros parágrafos devido a sinergias com cartas em particular, mas existem alguns terrenos bem importantes na lista que merecem ser citados com mais detalhes.

E obviamente a Urza's Saga seria bem-vinda nesse baralho, e graças a recursão de voltar terrenos pra mão que cartas como Selesnya Sanctuary e Simic Growth Chamber trazem, é possível trazer bastante valor a habilidade de criar tokens que a saga possui, mas sua função principal é trazer nossos Amulet of Vigor para o campo, o que proporciona consistência para termos mais cópias do mesmo e, assim, gerarmos ainda mais mana, sem falar que o tutor da saga é praticamente inanulável, o que traz inevitabilidade ao plano.

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Falando em trazer inevitabilidade e impedir counters, temos Cavern of Souls, que está aqui exatamente para garantir que nossos gigantes entrem ao campo, o que é perfeito para quando o titã entra muito cedo, já que graças ao seu corpo e valor de mana, não são todas as respostas do jogo que conseguem impedir o gigante, e atrapalhar counters já acaba sendo de grande ajuda.

E é obvio que temos que falar da interação com maior poder ofensivo do baralho, Slayers' Stronghold e Sunhome, Fortress of the Legion são os terrenos que o Primeval Titan busca para acabar o jogo, junto a Boros Garrison e a amuletos, é possível criar uma sequência em que o gigante entra, busca a Stronghold para ganhar ímpeto, bate e busca a Sunhome para ganhar golpe duplo. Só aí são 12 de dano com atropelar, isso contando com apenas um gigante no combate, basta buscar ou já ter algum outro gigante em campo (o que é possível, graças a quantidade de mana absurda que os sequenciamentos do baralho podem gerar), que esse dano pode tranquilamente escalar para letal.

Análise da Lista - Pontos e Contrapontos

Indo direto ao ponto, o Amulet Titan é um baralho extremamente complexo. Por mais que o deck tenha potencial de gerar muita mana com os amuletos, essa mana não ficará no jogo para sempre, tendo em vista que é necessário aproveitar os triggers para otimizar essa mana no momento que o terreno entra em campo, portanto, o sequenciamento correto é essencial para ser bem-sucedido em suas jogadas. Pense nos triggers como os "rituais" do Storm, são uma vantagem em mana que se esvaziará com a mudança de step, então aproveitar o máximo dessa mana é crucial.

Além disso, o baralho é cheio de interações que trazem linhas de jogo mais nebulosas, como utilizar das bouncelands para reutilizar efeitos de terrenos, principalmente terrenos como a Tolaria West; a realidade é que o titã traz uma variedade de linhas e sequenciamentos por turno, e por mais que variedade e poder de escolha sejam pontos extremamente positivos, podem fazer com que um jogador faça a escolha errada.

Porém, é verdade que quando dominado, o baralho possui todas as vantagens e jogadas fortes citadas, sendo assim um grande competidor no metagame atual, já que seu plano de jogo explosivo pode ignorar decks mais cadenciados.

Alternativas para o Deck

Como um deck que está no meta tem um bom tempo, é claro que muita gente testou e ainda testa opções e variantes para o baralho, e é aqui que vamos discutir um pouco sobre elas.

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O Karn é uma excelente carta aqui, inclusive esteve presente nas duas listas que fizeram top 8 no MTG Vegas, por ser um ótimo plano B (e muitas vezes acabava sendo plano A). Seu custo faz com que o planeswalker seja facilmente sequenciado, mesmo em momentos em que o flood de mana não está tão grande, buscando uma peça do side para ser conjurada no próximo turno, ou até no mesmo, em caso de acesso a mais mana. Além disso, sua estática acaba sendo extremamente útil em diversos contextos contra baralhos bem posicionados do metagame.

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Temos também um terreno utilitário bem peculiar, sendo originalmente uma mágica, Turntimber Symbiosis pode servir para dar mais consistência em achar o titã, mesmo não procurando no deck todo, sete cartas do topo são mais de 10% do baralho e mesmo que não achemos o Primeval Titan, ela pode crescer as criaturas menores do baralho, tornando-as ameaças mais resistentes e ofensivas. Tudo isso aliado ao fato da carta ser um terreno que pode ser reutilizado num lategame, graças às nossas queridas e muito úteis bouncelands.

Conclusão

Mesmo sendo um baralho complexo e com sequenciamentos peculiares, o Amulet Titan crava seu espaço no formato sendo extremamente recompensador a quem o dominar, graças a sua extrema consistência e resiliência, sendo explosivo, porém constante em suas ameaças.

E com isso fico por aqui, até a próxima!