Pioneer: Reprints do Modern que estariam no mesmo Power Level

Hoje, decidi trazer um conteúdo mais próximo do espectro casual e especulativo: pouco mais de uma semana atrás, vi uma postagem numa rede social referente á quais cartas válidas no Modern os jogadores gostariam de jogar no Pioneer, e quais das staples que se tornaram "obsoletas" no Modern poderiam ser úteis se inseridas em seu irmão mais novo.

Além disso, o power level de Magic como um todo aumentou significativamente nos últimos anos, e muitas staples do Pioneer também se tornaram staples do Modern - seria possível, portanto, que algumas atuais ou antigas peças importantes do formato eterno mais antigo estejam á par do Pioneer quando se trata de impacto e qualidade individual ou interação com alguns dos principais arquétipos?

Então, vamos fazer um pequeno exercício de pensamento aqui - O ano é 202X, a Wizards acabará de anunciar que estará lançando o seu primeiro produto de draft direcionado ao Pioneer, o Pioneer Masters. Mas... Tem um extra: além dos óbvios reprints de Pioneer, algumas cartas válidas no Modern serão adicionadas no produto e automaticamente inseridas na validade do formato.

Sejamos honestos, essa possibilidade existe, principalmente agora que todo produto de Booster vêm com diversas variantes e tudo precisa sempre ser novo e empolgante para que o consumidor tenha interesse em comprar os cards - e o manuseio da empresa em relação aos formatos sempre pode passar por mudanças severas, como exemplificado pelos produtos de Modern Horizons ou a legalidade de algumas cartas de Unfinity em formatos eternos.

Então, nessa situação hipotética, quais cartas você gostaria que viessem do Modern para o Pioneer? Nesse artigo, separei doze cartas e dois ciclos que eu acredito que seriam interessantes ou benéficos de aparecerem no formato - seja por um set de Standard, ou por meio de um produto premium - e considerei o quanto eles seriam impactantes e/ou o quanto encorajariam novos arquétipos ou ajudariam estratégias em baixa hoje á subirem no Metagame.

Esper Sentinel

Provavelmente uma das duas cartas mais poderosas da minha seleção, Esper Sentinel é uma staple de variadas listas do Modern e do Legacy por oferecer um dos melhores one-drops brancos que já existiram - mas é uma das cartas que está na minha wishlist faz bastante tempo porque sua presença no formato seria punitivo para diversos decks populares atualmente.

Seu efeito de taxing é uma maneira interessante de motivar mais arquétipos de criatura no formato enquanto pune decks com muitas mágicas, como o Izzet Phoenix, Lotus Combo ou Boros Prowess, além de também ser relativamente útil contra Rakdos Midrange, dentre outros arquétipos que usam noncreature spells de custo mais alto, como Fable of the Mirror-Breaker

Além disso, por ser um Artefato e um Humano, Esper Sentinel se encaixaria incrivelmente bem em duas estratégias bem conhecidas: Humans, que vem crecendo no Metagame recentemente e o Azorius Ensoul, que sumiu do formato desde o banimento de Lurrus of the Dream-Den. Mas também estaria presente nas mais variadas listas com criaturas brancas e se tornaria uma staple instantânea do formato.

Kor Spiritdancer

Desde o banimento de Lurrus of the Dream-Den, o Auras simplesmente desapareceu do formato. E sinceramente, não vejo outra maneira de beneficiar essa estratégia sem quebrar o formato ao meio que não seja aumentando a quantidade de Payoffs do deck - e nesse sentido, Kor Spiritdancer é a melhor opção.

Ao ter ainda mais payoffs que possibilitam ao jogador manter a sua paridade de cards enquanto investe Auras em suas criaturas, e ainda acoplada com um significativo aumento de poder, imagino que Kor Spiritdancer seria uma adição extremamente benéfica para esse arquétipo e, ao lado de Sram, Senior Edificer e Light-Paws, Emperor's Voice, daria consistência o suficiente para tornar do Auras viável novamente.

Remand

Algumas listas do Pioneer hoje, como Mono-Green Devotion, Rakdos Midrange e até Azorius Control procuram pagar altos valores de mana para conjurar suas mágicas - tornando-os um alvo fácil para Remand.

Agora, Remand não é exatamente um Counterspell, ele é uma jogada de Tempo - você troca duas manas por devolver a mágica do oponente para a mão dele e comprar uma carta - em alguns estágios ele será um pseudo-Time Walk e em outros ele apenas será uma cantrip de duas manas, á depender do estado da partida e/ou de qual deck seu oponente está utilizando.

Outra opção nesse slot seria Mana Leak como uma resposta eficiente contra qualque arquétipo que não seja um Big Mana, mas já temos uma variedade de opções parecidas com Quench, Make Disappear, Censor e Jwari Disruption, enquanto Remand adiciona algo relativamente novo ao formato, cuja únicas cartas com efeitos parecidos são Unsubstantiate e Aether Gust.

Snapcaster Mage

É possível que Snapcaster Mage seja forte demais para o Pioneer, mas ele está ficando cada vez mais ultrapassado no Modern e já não alcança um power level aceitável para o Legacy - e seria muito interessante existir um lar para ele no Pioneer antes que ele se torne totalmente obsoleto nos formatos onde ele é válido.

No entanto, sua inclusão não adicionaria nada para estratégias pouco populares no formato. Na verdade, ele apenas colaboraria ainda mais para melhorar algumas das estratégias que estão em alta atualmente, como Izzet Phoenix (onde ele interage absurdamente bem com Ledger Shredder), Azorius Control e suas variantes - agregando pouco ou absolutamente nada no quesito de aumentar a diversidade do Metagame.

Bloodghast

No Pioneer, existe um arquétipo que fez ocasionais resultados nos primeiros meses do formato e desapareceu conforme o Metagame foi se formando e dando pouco espaço para ele. Apesar de adições úteis recentes como Otherworldly Gaze, o Dredgeless Dredge ainda carece de bons payoffs vindos do cemitério para desencadear Prized Amalgam com mais frequência - e isso nos leva á Bloodghast ou Gravecrawler.

Dentre eles, eu preferiria Bloodghast porque é uma carta relativamente mais difícil de quebrar de maneiras inesperadas, já que ele só pode retornar ao campo de batalha através do Landfall - além de também colaborar com duas estratégias que particularmente tenho um certo apreço: Vampires e Mono-Black Aggro

Death's Shadow

Death's Shadow é a minha criatura favorita de Magic: The Gathering e isso seria motivo o suficiente para o incluir na lista, mas vamos o avaliar com base no cenário competitivo: o quão poderoso ele realmente seria na ausência de Fetch Lands e Street Wraith.

Se olharmos pro exemplo mais próximo - o Historic - Death's Shadow não está nem sequer dentre os principais competidores do formato e muitas vezes é apenas uma carta de alto risco com pouca recompensa num formato onde a eficiência de mana é bem menor do que costumava ser no Modern, e a ausência de muitos meios proativos de perder vida para obter alguma vantagem nos levaria á jogar com opções sub-otimizadas, como Shatterskull Smashing, Adanto Vanguard ou Sign in Blood.

Dito isso, sua presença no Pioneer definitivamente animaria os jogadores á elaborarem as mais variadas listas para aproveitar de um dos one-drops mais famosos do jogo, e seria muito interessante ver uma lista Rakdos com ele ao lado de Monastery Swiftspear e Scourge of the Skyclaves.

Galvanic Blast

Fora de estratégias centradas em artefatos, o quão poderoso um Shock com esteroides seria no Pioneer?

Galvanic Blast seria uma das cartas mais polarizadas do Pioneer: ou ela seria incrível e se tornaria uma staple até do Burn, que mudaria sua estrutura em prol desses 4 de dano extras incluindo Voldaren Epicure e talvez até Experimental Synthesizer, ou ele veria jogo em estratégias muito específicas voltadas para artefatos, como o Izzet Ensoul e os recentes arquétipos de Metalwork Colossus.

Porém, a minha maior preocupação sobre Galvanic Blast não seria exatamente o impacto dele no Burn ou no Ensoul, mas nos decks de Sacrifice que teriam um aumento de clock com uma facilidade absurda de acesso graças às interações entre Witch's Oven, Deadly Dispute e Experimental Synthesizer - sem mencionar os tokens de Blood criados por Bloodtithe Harvester e Voldaren Epicure.

Goblin Chieftain

Goblins tem muitos elementos do que ele precisa para ser viável no Pioneer: Legion Loyalist, Goblin Piledriver, Goblin Warchief, Skirk Prospector e até Collected Company se você quiser - mas ele não tem uma quantidade suficiente de lords para justificar a tentativa de criar um arquétipo tribal de sucesso.

Goblin Chieftain seria parte do empurrão necessário para trazer um novo deck tribal para os competidores do Pioneer - e uma opção que até considero possível de ocorrer em Dominaria United.

Birds of Paradise

Birds of Paradise é uma das cartas mais icônicas da história de Magic, e também um dos melhores mana dorks presentes no jogo - mas um que foi se tornando obsoleto numa variedade de listas pela baixa necessidade de um one-drop para acelerar a mana ou a criação de opções mais funcionais como Noble Hierarch e seu primo Ignoble Hierarch.

No Pioneer, além da provável inclusão no Niv-to-Light - apesar de ser um bloqueador pior do que Sylvan Caryatid - e o notório empurrão que isso daria para o Four-Color Ascendancy, Birds of Paradise traria algumas possibilidades para arquétipos de ramp de duas ou mais cores e agilizaria as jogadas mais pesadas de Midranges verdes, além de melhorar a viabilidade de opções como Abzan ou Jund e, quem sabe, até dar um lar para uma das criaturas mais nostálgicas de Khans of Tarkir, Siege Rhino.

A preocupação, no entanto, envolve o quanto melhorar a mana do Niv-to-Light e dar a opção do Mono-Green Devotion ter até doze mana dorks realmente seria problemático no médio ou longo prazo.

Rancor

Rancor, por mais inofensivo que pareça, poderia dar um empurrão gigantesco para uma variedade de estratégias.

O encantamento, sozinho, poderia melhorar significativamente o desempenho do Gruul Aggro, viabilizar o Gruul Prowess como uma opção competitiva no Pioneer, tornar do Mono Green Stompy mais consistente e adicionar um payoff importantíssimo para o Selesnya Auras, sem mencionar a possibilidade de dar uma boa evasão para outros arquétipos de criaturas como o Humans.

Spellskite

Sempre estou mais interessado em ter mais respostas do que ameaças num formato porque isso permite que ameaças melhores e estratégias mais bem-elaboradas possam ser construídas sem se tornarem problemáticas ou quebradas - e ainda precisamos considerar

Nesse sentido, se eu tivesse de escolher entre artefatos genéricos que funcionam como boas engines ou ameaças (como Batterskull ou Cranial Plating), e dado que a maioria das respostas decentes na forma de artefatos que não se tornam peças de lock (como Ensnaring Bridge) já estão disponíveis no Pioneer, minha escolha seria Spellskite, como um blocker decente que pune as mágicas de arquétipos como Burn, Boros Heroic ou Auras.

Porém, é possível que ele inviabilizaria demais os Aggros que tentam jogar por baixo. Spellskite é uma criatura 0/4, então bloqueia muito bem Monastery Swiftspear e similares, e a capacidade de usar mana phyrexiana para redirecionar alvos de mágicas importantes significaria a necessidade de reformular essas estratégias para lidar com essa criatura em praticamente qualquer deck.

Engineered Explosives

Uma necessidade que sinto no Pioneer - especialmente por conta da quantidade de arquétipos que contam com uma curva baixa - é a necessidade de responder eficientemente á diversas ameaças com apenas um card e com a maior flexibilidade possível.

Nesse sentido, eu realmente gosto bastante de Engineered Explosives como uma arma versátil contra uma variedade de permanentes de custo baixo: dos early-drops do Burn até Witch's Oven no Rakdos Sacrifice, sem contar a possibilidade de lidar com a curva mais ameaçadora de arquétipos Go Wide como Spirits e Humans numa disponível para basicamente qualquer lista com mais de uma cor.

Fast Lands Aliadas

As Fast Lands são parte de um dos ciclos mais importantes de terrenos de Magic: The Gathering e todas as variantes de cores inimigas vêem bastante jogo no Pioneer, e sempre pareceu extremamente injusto que as cores aliadas tenham mais dificuldade em juntar suas peças e jogar com um bom timing no early-game, apesar desse problema ter sido mitigado com as Pathways.

Então é óbvio que seria bom se, em algum momento, a Wizards completasse os ciclos de terrenos faltantes para o Pioneer. No caso das Fast Lands, uma oportunidade perfeita para isso pode acontecer quando retornarmos para New Phyrexia, que costumava ser Mirrodin e, provavelmente, as localidades referidas nos terrenos ainda devem existir - apesar de numa paisagem completamente diferente da que conhecíamos.

Pain Lands Aliadas

Seguindo a mesma lógica, a ausência das Painlands também pioram a diversidade de terrenos disponíveis nas cores aliadas no formato, apesar de o ciclo de cores inimigas raramente ser usado em diversas listas.

O atual retorno á Dominaria e o futuro lançamento de The Brothers' War traz uma janela de oportunidade incrível para finalmente inserir essas cartas no Pioneer, visto que parte delas referem-se diretamente á localidades desse plano.

Ao final desse artigo, ressalto que esse texto têm como propósito um mero exercício de pensamento com teor especulativo e não deve ser, de maneira alguma, tratada como uma lista de desejos - exceto por Death's Shadow.

No entanto, um fato muito interessante que percebi na elaboração deste artigo é que muitas das ótimas cartas de Maindeck e Sideboard do Modern atualmente que não são peças das edições de Horizons também estão presentes no Pioneer. Isso demonstra o quão notório o acréscimo de power level nos últimos anos se tornou, e que não precisamos necessariamente demonizar ou considerar irracional a ideia de que cartas mais antigas possam, um dia, também ter o seu espaço no formato e ainda estarem á par do resto do Metagame sem especificamente quebrar o Pioneer.

E quais cartas e antigas staples do Modern você considera que estão á par do Power Level do Pioneer atualmente? Quais opções você adicionaria ao formato se você pudesse?

Obrigado pela leitura!