Standard: A Semana Pós-Banimentos e as Potenciais Mudanças de Avatar

A primeira semana do Standard pós-banimentos é um evento bem peculiar desta vez: os Challenges do Magic Online serviram como uma intersecção entre o formato tentando se adaptar às mudanças ao mesmo tempo em que prepara o terreno para a chegada de Avatar: The Last Airbender, cujo lançamento nas plataformas digitais está previsto para o meio desta semana.

Os resultados, entretanto, não mostram muitas surpresas: Dimir Midrange foi o arquétipo mais jogado por uma margem considerável, enquanto outros competidores relevantes no Metagame pré-intervenções, como Simic Counters e Jeskai Control, permaneceram como estratégias com maior presença no Top 32.

Por outro lado, algumas surpresas ou adaptações surgiram: Izzet Prowess se tornou mais popular sem Vivi Ornitier e Proft’s Eidetic Memory no meio do caminho para ofuscá-lo com o Izzet Cauldron, enquanto o Mono Red Aggro ainda busca uma versão eficaz sem Screaming Nemesis, e talvez não tenha de esperar tanto para encontrar.

Abaixo, analisamos quais foram os arquétipos que mais se destacaram nos Challenges do Magic Online neste fim de semana, e também quais cards de Avatar podem ser relevantes para estes decks nas próximas semanas!

Como esperado com a leva de banimentos, o Dimir Midrange se tornou o deck mais jogado nesta primeira semana. O arquétipo já mostrava resultados consistentes no Metagame passado e é também uma escolha confiável para a maioria dos jogadores, além de ser notoriamente popular para os fãs de jogos mais justos.

Ao todo, o Dimir Midrange compôs pouco mais de 30% de presença no Top 32 de todos os Challenges do fim de semana, e não pareceu haver adaptações o suficiente do restante do formato para lidar com ele — talvez porque Avatar já esteja batendo na porta e essa leva de torneios serviu apenas para estruturar por onde começar na temporada da nova expansão.

E por falar em Avatar, ferramentas novas para o Dimir no formato incluem Crashing Wave como possível jogada de Tempo, além de Ty Lee, Chi Blocker que possui a função de “trancar” uma criatura enquanto ela permanecer em jogo.

The Unagi of Kyoshi Island é um card que, apesar de custar mais mana que o ideal, é uma ameaça poderosa que pune os efeitos de Looting e Draw que, como veremos em breve, ainda possuem potencial para estabelecer um arquétipo próprio.

Já Wan Shi Tong, Librarian tem potencial para ser uma ferramenta flexível no início do jogo, como mais um habilitador para Kaito no terceiro turno, enquanto no late-game terá o potencial de gerar vantagem em cartas — enquanto pouco relevante hoje, sua habilidade de punir busca em grimórios pode fazer diferença contra decks de Landfall.

No espectro do preto, Day of Black Sun pode virar um sweeper de Sideboard se arquétipos mais go wide se tornarem comuns, enquanto Epic Downfall e Heartless Act são remoções condicionais que podem crescer ou diminuir em números conforme as demandas do Metagame — por exemplo, com Simic Counters sendo o segundo arquétipo mais jogado hoje, parece um momento ruim para considerar Heartless Act no maindeck.

Os maiores destaques, no entanto, são Raven Eagle e a possível interação dele e de Spyglass Siren com Obsessive Pursuit. Eagle é uma criatura excelente por conta própria: hate de cemitério no maindeck, ameaça evasiva para Kaito e fonte constante de vantagem em cartas se exilarmos criaturas todo turno, mas talvez a adição de mais um gerador de fichas sacrificáveis ofereça motivos para tentar uma cópia ou duas de Pursuit para aumentar a pressão na mesa e também gerar mais valor por um custo de mana baixo.

Simic Counters fez alguns resultados impressionantes no fim de semana e mostrou que é muito além do que apenas um meta call para um formato de Cauldron com a combinação de drops baratos com Jackal, Genius Geneticist e Ouroboroid para pressionar a mesa.

Assim como no caso do Dimir Midrange, Crashing Wave e The Unagi of Kyoshi Island são opções que podem ser consideradas no Sideboard para partidas específicas, e Wan Shi Tong, Librarian interage com o tema de marcadores +1/+1 e com a quantidade de meios de acessar mana rápida que o arquétipo possui, além de ser uma ameaça evasiva que garante recursos extras no decorrer da partida.

Boomerang Basics tem de competir com Into the Flood Maw, o que é um desafio notório, mas este permite algumas interações com Jackal, Genius Geneticist em que reutilizamos uma criatura para copiá-la enquanto compramos um card com o Bounce.

No espectro verde, Badgermole Cub coloca dois corpos na mesa e dobra a mana gerada por Llanowar Elves e Gene Pollinator, possibilitando jogadas mais explosivas a partir do segundo turno, enquanto The Earth King e Ba Sing Se podem merecer alguns testes se jogados juntos, para oferecer mais terrenos na mesa somado com uma fonte recorrente de ameaças para partidas mais longas.

Sem Vivi Ornitier, o Izzet Cauldron desapareceu e deu espaço para as variantes de Prowess novamente, mas com uma roupagem bem distinta da que conhecíamos: ao invés de uma postura mais agressiva, essa variante está mais voltada para o Midrange com Quantum Riddler e Ral, Crackling Wit somado com Stormchaser’s Talent e Astrologian's Planisphere como condições de vitória — esse pacote de criaturas do tipo Lontra também ajuda a transformar Splash Portal em uma cantrip barata além de blinkar Quantum Riddler.

Accumulate Wisdom é um card interessante se considerarmos o uso de, pelo menos, doze Lições para garantir alguma consistência no efeito de draw 3, mas a mana extra para funcionar por conta própria o torna uma opção menos eficaz do que Opt quando queremos agredir, o que pode ser um problema no médio prazo.

Do ponto de vista das Lessons, Boomerang Basics parece um Bounce eficiente com Stormchaser’s Talent, mas com o preço de piorar a velocidade do arquétipo em lidar com as jogadas do oponente, e seria necessário mais um complemento além dele, talvez com Firebending Lesson ou Iroh’s Demonstration.

Por fim, acredito que Wan Shi Tong, Librarian não mereça tantos slots aqui porque não interage muito com o plano de jogo de Prowess, mas ainda falamos de um card flexível com potencial de gerar vantagem em cartas enquanto se transforma em condição de vitória por conta própria.

Como já mencionado, Firebending Lesson e Iroh’s Demonstration são opções se considerarmos o pacote de Lessons com Accumulate Wisdom, e outra mecânica que chamou a atenção durante o Prerelease foi Firebending, cuja interação com mágicas instantâneas é consideravelmente poderosa — cards como Ran and Shaw ou Fire Nation Attacks são opções se quisermos seguir essa rota.

Price of Freedom é uma escolha interessante de Sideboard para lidar com artefatos e terrenos utilitários enquanto garante mais um draw. Como demonstrado com Path to Exile no passado, o terreno básico pode fazer diferença, mas não tanto quanto a ameaça que precisamos resolver na mesa.

Entre os terrenos, Agna Qel’a oferece mais flexibilidade com o topdeck ao filtrar sua mão, e Dragonfly Swarm é uma opção um tanto ruim inicialmente, mas pode merecer um slot ou dois se tentarmos utilizar um pacote de lições.

Jeskai Control ainda possui uma estrutura bem sólida para o novo Metagame e deve ser um arquétipo com certo nível de dificuldade para mudar no lançamento de Avatar, em especial porque precisa da transformação do Metagame com o novo set para seguir um rumo na escolha de respostas — Ultima, por exemplo, continua sendo um ótimo sweeper, mas longe de uma obrigatoriedade como era em outros tempos.

Este é, talvez, o principal arquétipo que imagino buscando o pacote de Lições para extrair valor de Accumulate Wisdom enquanto utiliza cards como Airbender’s Reversal — que possui função dupla de lidar com uma criatura atacante enquanto permite reutilizar os ETBs de Marang River Regent e Shiko, Paragon of the Way — e Iroh’s Demonstration como slots flexíveis.

Fora das Lessons, Razor Rings será importante se decks Aggro rápidos voltarem ao topo do Metagame, especialmente Mono Red agora que este não possui mais Screaming Nemesis, enquanto The Unagi of Kyoshi Island parece uma ótima condição de vitória para a mirror de Control se mais efeitos de draw estiverem presentes nas listas futuras.

Wan Shi Tong, Librarian deve ser tratado nessas listas como um pseudo-Sphinx’s Revelation ao invés de ameaça: efetuamos troca atrás de outra até precisarmos repor os nossos recursos, algo que já fazemos bem com Stock Up e Consult the Star Charts, mas que pode se beneficiar de uma ou duas cópias deste card

Entre os demais decks, Orzhov Bounce foi o maior destaque e o único arquétipo de Cosmogrand Zenith com resultados mais expressivos. Ele também foi a variante de Midrange preto não-Dimir com maior taxa de sucesso no Top 8 dos torneios, comprovando que a combinação de Nurturing Pixie e Sunpearl Kirin permanece relevante em um ambiente pós-banlist.

Este, entretanto, é um dos arquétipos que inicialmente parece menos afetado por Avatar: Airbender Ascension e Appa, Steadfast Guardian só exilam criaturas, o que significa que não podem reaproveitar os ETBs de Momentum Breaker e Nowhere to Run, apesar de ajudarem com os triggers de Cosmogrand Zenith.

Por outro lado, Abandoned Air Temple parece um ótimo complemento para a condição de vitória go wide com Cosmogrand Zenith, enquanto Obsessive Pursuit oferece mais um meio de desencadear o Void de Elegy Acolyte todo turno.

Apesar de perder Screaming Nemesis e ter notoriamente perdido espaço na maioria dos Top 8s, o Mono Red Aggro permanece um arquétipo viável e tem adotado uma linha mais go wide com efeitos que punem as ações do oponente.

Zhao, the Moon Slayer é provavelmente a melhor adição de Avatar para o deck se este decidir se dedicar mais a jogar de puro Mono Red ao invés de tentar um splash de para Scalding Viper, que pode ter os slots substituídos pelo novo card cuja função de pressionar junto dos one-drops e de Tersa Lightshatter ou Nova Hellkite pode ser o diferencial, especialmente contra arquétipos com muitas demandas de cores.

Existem também algumas opções mais condicionais: Iroh’s Demonstration faz uma boa impressão de Obliterating Bolt enquanto resolve criaturas X/1 com o mesmo slot, já The Last Agni Kai pode garantir a vantagem de um turno mais explosivo se fizermos uma troca favorável de poder, inclusive possibilitando, em jogos mais longos — não é o ideal, mas pode acontecer —, ativar a habilidade de Zhao para transformar todos os terrenos não-básicos em Montanhas.

Proft’s Eidetic Memory foi uma perda considerável para os decks Izzet, mas o arquétipo ainda se mantém e faz bons resultados aproveitando Duelist of the Mind como uma nova condição de vitória somada aos efeitos de draw, inclusive fazendo um Top 2 em um dos Challenges.

Sokka, Bold Boomeranger é o único card que ainda não mencionamos em outros arquétipos. Um efeito de looting 2 por duas manas pode fazê-lo merecer alguns testes no arquétipo conforme as listas se desenvolverem, especialmente se tivermos mais interações com Lessons no futuro.

Outros cards, como Wan Shi Tong, Librarian e The Unagi of Kyoshi Island têm relativamente menos interações agora que Proft está banido, mas ainda são isoladamente bons para merecer alguns testes.

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