Pauper: MTGO Creator Showdown e Seu Impacto no Metagame

Modern Horizons 3 já mostrou a que veio e causou mudanças significativas no formato Pauper, inclusive quebrando muitas expectativas.

Muito disso se deve aos primeiros eventos que aconteceram na semana 1 de MH3, com destaque para o MTGO Creator Showdown que ocorreu no último fim de semana, no dia 15 de Junho pelo Magic Online.

O Creator Showdown é um evento exclusivo que reuniu em sua primeira edição diversos criadores de conteúdo de vários lugares do mundo, todos participantes do MTGO Creator Program, um programa criado pela equipe do Magic Online para trazer mais visibilidade à plataforma, atraindo novos jogadores e ao mesmo tempo fomentando a comunidade através dos criadores de conteúdo.

Eu tive o grande prazer de poder participar desse evento por fazer parte do programa e com o formato de estreia do torneio sendo meu formato favorito, o Pauper, eu não poderia estar mais empolgado.

O torneio foi feito no formato de seis rodadas com Double Elimination, então os jogadores eram eliminados ao atingir duas derrotas ao longo das rodadas. O deck que escolhi para essa competição foi o Grixis Affinity, utilizando o novo Refurbished Familiar.

Avancei até a quarta rodada com o deck, vencendo uma mirror, um Dimir Terror com Sneaky Snacker (do qual falarei mais adiante) e sofrendo duas derrotas seguidas para Poison Storm e Gruul Ponza. Apesar de não ter avançado até o final, me diverti bastante e senti que a lista estava bem forte e consistente com a adição do rato de MH3.

Apesar do upgrade, o deck ainda possui suas bad matches. Poison Storm foi extremamente difícil de lidar, assim como Ponza, que consegue impor um clock muito rápido e opressivo, abusando da mecânica de dianteira.

O Metagame do evento se comportou conforme podemos observar a seguir.

Como esperado, Grixis Affinity foi o deck mais popular do evento, mesmo com o banimento de Cranial Ram poucos dias antes, com o deck inclusive saindo campeão pelas mãos de El_Gran_Boa, que venceu ninguém menos do que Gabriel Nassif, o Yellowhat em pessoa, e seu Boros Bully na rodada final.

Boros Bully é um deck que praticamente deixou de existir no formato e foi substituído pelo Caw-Gates, mas em um metagame recheado de Affinity o deck pode ser uma opção interessante.

Outro deck que fez muito sucesso na competição e que alcançou ótimos resultados foi o RG Cascade Ponza, com destaque para a versão sem Land Destruction do brasileiro Lucas Giggs, que trouxe os Eldrazi de MH3 para os holofotes do formato.

Essa versão do deck chama atenção não só pela peculiaridade de utilizar os Eldrazi, que pouco chamaram atenção durante os spoilers de MH3, mas também por trazer Colossal Dreadmask na lista. Writhing Chrysalis já mostrou a que veio e também conquistou seu espaço nas listas de RG mais tradicionais com Land Destruction, assim como Eldrazi Repurposer, ambos tendo uma sinergia absurda entre si e se encaixando muito bem na estratégia ramp dos RG.

Chrysalys é uma carta absurda que, confesso, passou completamente despercebida para mim, mas que têm se mostrado uma grata surpresa. Um corpo relevante que melhora a si mesmo e rampa, podendo ser conjurado de graça na cascata e que pode lidar com criaturas como Guardian of the Guildpact, passar através de Prismatic Strands e não pode ser anulado por Hydroblast, sem dúvidas uma carta que entrega muito.

O Top 8 do evento também teve um Bogles, com uma lista um tanto quanto peculiar, mas sem fugir muito do tradicional, um Dimir Terror (o mesmo que comentei anteriormente), um Rakdos Madness pilotado por Alexandre Weber, um Poison Storm e outro Affinity.

O Dimir Terror mostrou novas tecnologias para poder incorporar Sneaky Snacker, utilizando The Modern Age ao invés de Augur of Bolas, que permite não só jogar as Sneakers no cemitério como também comprar cartas para possivelmente trazê-las de volta, além de gerar um corpo 2/3 com evasão.

Eviscerator’s Insight também aparece na lista, jogando ao lado de Deep Analysis, ambas boas cartas para jogar no cemitério e acelerar Tolarian Terror.

Rakdos Madness parece ser uma casa excelente para Sneaky Snacker, o que mostra a versatilidade dessa carta. Além de ser uma peça de looting para evitar descartar cartas mais úteis, ela ainda volta tranquilamente para o campo de batalha com os draws do Rakdos. Refurbished Familiar é uma escolha bem interessante, sendo um corpo que agrega ao clock do deck e gera valor de uma forma ou de outra com seu ETB.

O Creator Showdown basicamente serviu como vitrine da nova coleção no formato Pauper, mas seu impacto vai além disso. O Formato viu uma primeira semana com um forte domínio do Grixis Affinity na Pauper League, seguido de uma crescente de decks que tentam predar esse arquétipo, forçando o formato a voltar com força para os hates, quatro cópias de Dust to Dust, quatro Revoke Existence e quatro Gorilla Shaman.

Gruul Ponza e Bogles cresceram rapidamente nos últimos dias, desbancando outros tiers como Dimir Faeries e Caw-Gates e competindo ao lado do Affinity no topo do metagame. Rakdos Madness também cresceu bastante, com sua versão utilizando a fada.

Essa virada no formato trouxe outros decks à tona, como Walls, que já se encontrava em uma boa posição, White Weenie e variações de White Heroic, Dredge e BW Blade. Todos decks que há pouco tempo estavam bem abaixo, mas que mostram grande potencial nesse novo metagame.

Com certeza o Pauper ainda vai evoluir muito nos próximos dias e podemos ver mais decks surgindo e outros retornando ao meta mais preparados e adaptados para lidar com as novas ameaças. Ainda é cedo para afirmar quais decks dominarão o formato e quais estão apenas se aproveitando do momento, mas é fato que há muito mais se explorar em MH3 e talvez o reinado do Affinity não esteja tão seguro como pensávamos.

Finalizo aqui mais um artigo. Deixe suas dúvidas, críticas e/ou sugestões no comentários.

Obrigado pela leitura e até a próxima!