Pioneer: Top 10 Cartas mais importantes de 2022

Esse último ano foi longo e muito interessante para a trajetória de Magic: The Gathering como um jogo, e nós da Cards Realm iniciamos a nossa temporada de retrospectivas, onde relembramos momentos importantes de Magic esse ano e também avaliamos o impacto que 2022 deixará para os formatos competitivos.

Hoje, avaliaremos os dez cards mais impactantes lançados neste ano para o Pioneer!

Antes de Kamigawa: Neon Dynasty, o Azorius Control e outros arquétipos com branco precisavam recorrer a respostas mais lentas ou condicionais para lidar com artefatos e encantamentos sem gastar slots de interação com criaturas, como Portable Hole e Detention Sphere.

A chegada de March of Otherworldly Light e Farewell ao Pioneer aumentou a flexibilidade de respostas no branco para lidar com variadas ameaças, e proporciona meios eficientes de lidar com situações problemáticas do Metagame atual, enquanto também cria uma válvula de segurança para o formato, com as respostas mais úteis necessárias para momentos no futuro onde novas estratégias apareçam.

Apesar de toda a atenção de Dominaria United estava voltada para o reprint de Liliana of the Veil, foi Sheoldred, the Apocalypse quem se destacou após o lançamento da edição e virou uma staple de variadas estratégias no Pioneer.

Com sua presença principalmente nas listas de Rakdos Midrange, mas também presente em variantes de Mono Black, Dimir Control e até em algumas versões de Lotus Combo onde ganha o jogo ao lado de Peer into the Abyss, Sheoldred conquistou seu espaço após demonstrar-se uma força predominante no Standard, e sua capacidade de punir jogos longos de atrito e mirrors de Midrange fez dela uma peça essencial no Pioneer de 2022, onde ela é hoje uma das três criaturas mais jogadas do formato.

Decks multicoloridos ganharam algumas peças novas e importantes em 2022, principalmente o fechamento do ciclo de Triomas em Streets of New Capenna. Mas outra adição impactante para essas estratégias foi Leyline Binding, que oferece uma resposta definitiva para qualquer permanente que não seja terreno, com Flash e por até uma mana.

Além da sua flexibilidade como removal, Leyline Binding também se destaca pelas suas interações com outros cards: ele está no valor de mana certo e com as habilidades perfeitas para fazer parte do Keruga Fires, é a melhor interação que o Niv-to-Light poderia desejar, e seu custo 6 significa que Enigmatic Incarnation pode sacrificá-la para buscar Agent of Treachery, Dragonlord Atarka ou Koma, Cosmos Serpent tão cedo quanto no turno 4.

Considerada a Planeswalker branca mais forte já lançada até hoje, The Wandering Emperor deixou sua marca em praticamente todos os formatos competitivos e está presente até no Legacy por conta da combinação ideal de habilidades flexíveis por um custo aceitável.

Apesar de estar presente principalmente no Azorius Control e Esper Control, a Planeswalker também encontra seu espaço em algumas variantes de Esper Greasefang, onde permite uma postura mais próxima do Midrange em jogos de atrito ao lado de Raffine, Scheming Seer.

Complementando o ciclo lançado em Ikoria: Lair of Behemoths, os triomas retornaram em Streets of New Capenna, apesar de que com outro nome. Representando o lar de cada um dos cinco demônios que representam as cinco famílias que dominam o plano, essas lands aumentaram a consistência e flexibilidade de decks com três ou mais cores, e se tornaram um dos principais motivos pelo qual Leyline Binding é tão útil nesses arquétipos.

Também lançado em Streets of New Capenna, Ledger Shredder foi outro divisor de águas dos formatos competitivos em 2022. Diversos jogadores e criadores de conteúdo inicialmente desconsideraram o valor agregado que filtrar a própria mão e crescer essa criatura no processo poderia trazer para estratégias que já buscam conjurar uma grande quantia de mágicas, como as estratégias de Turbo Xerox fazem.

No Pioneer, o principal arquétipo de Turbo Xerox é o Izzet Phoenix, que naturalmente já quer descartar determinadas peças para o cemitério para devolvê-las ao campo de batalha e/ou alimentá-las para conjurar Treasure Cruise ou Temporal Trespass. Porém, o pássaro também encontrou lar no Esper Greasefang e em qualquer outra variante de Izzet que busque jogar várias mágicas em um turno, seja ao lado de Young Pyromancer, Arclight Phoenix ou Crackling Drake.

O ciclo de Channel Lands foi um dos designs mais elegantes de terrenos lançados na última década: o fato de nenhum deles entrar virado os tornam essenciais para qualquer lista com uma ou duas cores, mas como elas são lendárias, nenhum deck realmente gostaria de mais do que uma ou duas cópias de cada, mitigando o potencial de seus efeitos no decorrer de uma partida.

Ainda assim, praticamente todas as Channel Lands estão presentes na maioria das listas do formato, sendo raras as ocasiões onde vemos um deck sem pelo menos uma ou duas delas. Portanto, apesar de usadas em poucas cópias, elas se tornaram essenciais para o Metagame.

A nossa lista do Top 10 até aqui trouxe cards que se tornaram peças importantes em diversas estratégias, ou que colaboraram e melhoraram um determinado deck, ou que se tornaram peças importantes para a estrutura do formato, mas nenhuma delas criou por conta própria uma estratégia de sucesso no Pioneer.

Greasefang, Okiba Boss, por outro lado, determinou por conta própria a criação de um arquétipo com inúmeras variantes por habilitar com facilidade um combo de duas cartas com Parhelion II, onde Greasefang reanima o veículo do cemitério e seu controlador ataca para 13 de dano, criando dois tokens de Anjo 4/4 que garantirão os outros oito de dano restantes no turno seguinte.

O potencial de criar uma posição de mesa capaz ganhar o jogo em dois turnos fez com que esse combo fosse extensivamente experimentado em diversas formas no Pioneer, dando origem às listas mais voltadas para o Midrange nas variantes Mardu e Esper, ou focadas no plano de Combo-Control, ou na sua versão mais famosa hoje, Abzan, voltada em efetuar o combo o mais rápido o possível enquanto também conta com interações poderosas ao lado de Esika's Chariot.

Em um contexto geral, o card mais poderoso de 2022 foi Fable of the Mirror-Breaker. A saga de Kamigawa: Neon Dynasty faz tanta coisa por um custo tão baixo que basicamente se estabeleceu como uma staple de muitas listas que usam vermelho no Pioneer, se tornando parte essencial do Rakdos Midrange, das variantes de Sacrifice e também do Mardu Greasefang, além de facilitar o uso de uma terceira cor em decks como o Grixis Midrange e a diversidade de cores nas listas de Enigmatic Fires e Keruga Fires.

Outro espaço que Fable of the Mirror-Breaker abriu no Pioneer foi a ascensão das estratégias de Indomitable Creativity, que agora podiam recorrer a um meio mais eficiente de criar os tokens necessários para conjurar seu principal card e, normalmente, ganhar o jogo em seguida.

No final das contas, essa saga vermelha contribuiu muito para o Pioneer no decorrer deste ano, e sua relevância para o cenário competitivo é comparável ao de outros cards considerados pilares do formato.

Ter uma carta de Sideboard como o mais importante de 2022 para o Pioneer pode parecer loucura, mas se compararmos o formato que temos hoje com o que tínhamos no ano passado, a principal peça que alterou a estrutura do Metagame foi a existência de um veículo que pudesse funcionar tanto como hate de cemitério quanto como wincondition na forma de Unlicensed Hearse.

O artefato lançado em Streets of New Capenna ajudou o Pioneer a colocar em cheque algumas das principais estratégias que se apresavam do formato por muito tempo, em especial o Izzet Phoenix, além de ser um dos cards que colabora em manter Greasefang, Okiba Boss em cheque, apesar de potencialmente ser um combo de turno 3.

Além disso, Unlicensed Hearse é um meio tão importante para combater determinadas estratégias no Pioneer e tão fácil de encaixar na maioria das listas que ele se tornou o card mais utilizado do formato hoje, com a presença de cerca de duas cópias em 38% dos decks.

Portanto, pelas mudanças que ocasionou no Metagame, pela sua presença no sideboard de uma parcela considerável de listas, e por ter o potencial de se manter-se como uma staple pelos anos que estão por vir, Unlicensed Hearse é o card mais importante de 2022 para o Pioneer!

O Pioneer mudou bastante em 2022. Tivemos uma variedade de cards poderosos entrando no formato, além de reprints impactantes como o de Liliana of the Veil, que não entrou na lista porque causou menos impacto que o esperado no longo prazo.

Ao que tudo indica, os lançamentos do próximo ano também trarão novidades que poderão mudar significativamente o formato, além de reprints históricos de outros anos do jogo, como no caso de Phyrexian Obliterator.

Obrigado pela leitura!