Legacy: Esper Aggro Deck Tech e Guia de Sideboard

Olá, meus caros amigos do Legacy. Com Modern Horizons 3 no formato já faz algum tempo, era de se esperar que a expansão já tinha revelado tudo o que tinha pra mostrar. Pois eis que fomos surpreendidos novamente! Em uma mesma semana, não apenas uma, mas duas listas de decks utilizando um trio de criaturas Brancas de MH3 composto por Guide of Souls, Ocelot Pride e Ajani, Nacatl Pariah apareceram nas listas de top 8 de Challenges do Magic Online.

Uma delas, o Esper Aggro que discutiremos hoje, venceu o Challenge 32 do dia 04/08. A outra, uma variação do Monowhite Initiative, perdeu a final do Challenge 64 de 04/08 e top 8 do Challenge de 07/08. Lá no final, eu vou postar a lista dessa segunda versão. Mas vamos dar uma olhada no que esses 3 camaradas fazem.

Antes de entrar na análise do deck, vamos entender o que essas 3 cartas jogam e como elas interagem entre si.

Guide of Souls gera Vida e Energia a cada nova criatura que entra em jogo, uma habilidade que é acelerada tanto por Ocelot Pride quanto por Ajani, Nacatl Pariah. Os pontos de Vida ganho pelo Guide, por sua vez, retroalimentam o Pride a gerar mais tokens, mesmo sem a necessidade de atacar.

Por fim, Pride e seus Tokens ajudam a transformar o Ajani, que por sua vez continua a gerar mais Tokens – que podem inclusive ser copiados pelo Ocelot Pride assim que você tenha conquistado a City’s Blessing – ou inflar os atributos dos seus felinos. Embora não sejam atrelados diretamente um ao outro, essas 3 cartas jogam muito bem entre si - um grande exemplo de sinergia, e, se olharmos pelo resultado, parecem estar bem colocadas no formato.

Vamos ao deck piloto pelo jogador PushingWaterfalls (embora eu, por princípio, discorde de usar 62 cartas):

Além do trio acima, também se fazem presentes no deck, diretamente de MH3, Psychic Frog e Tamiyo, Inquisitive Student. Pois é, quase um terço do deck, 20 de 62 cartas, são de Modern Horizons 3.

O Sapo já assumiu o posto de agressor mais relevante do formato (há o argumento de que Grief ainda é a criatura mais relevante), fazendo tudo de maneira eficiente: recupera cartas ao causar dano, é difícil de matar via dano, tem evasão quando necessário e é capaz de bater com a força de um caminhão com algum investimento.

Tamiyo ainda procura um lar permanente no formato, mas é difícil argumentar contra a possibilidade de ter um Planeswalker por apenas uma mana. Nesse deck, ela parece ter encontrado um lugar ideal para exibir suas habilidades.

Uma carta inusitada na lista é Geist of Saint Traft, que é uma relíquia do passado, mas uma que joga muito bem com os marcadores gerados pelo Guide of Souls. Confesso que tenho minhas dúvidas sobre a viabilidade da carta no formato, mas é complicado discutir com o resultado obtido.

De resto, temos a boa e velha arquitetura Azorius do Legacy: Brainstorm, Ponder, Force of Will e Swords to Plowshares, aliada a elementos de Tempo como Daze e Wasteland. Prismatic Ending fecha a lista como uma resposta genérica para qualquer coisa.

Como todo bom deck de Tempo com acesso às cantrips Brainstorm e Ponder, esse aqui permite uma grande opção de mãos que você pode manter já que ele possui muitas maneiras de esculpir suas compras e encontrar respostas adequadas, sem a necessidade de ter que ir atrás de uma combinação específica. Uma mão com alguma interação e mana suficiente para jogar deve bastar.

Exemplos de mãos:

Uma mão relativamente lenta e um pouco pesada nos terrenos, mas tem basicamente o que você precisa para jogar. No turno 1, você tem a opção de usar Wasteland no terreno adversário, baixar a Tundra para ter acesso a Swords to Plowshares e Psychic Frog no 2, se defender de alguma ameaça através de Force of Will usando o Sapo como pagamento e baixar Marsh Flats no 1, buscando Meticulous Archive para filtrar sua próxima compra. Veredito: Keep cauteloso.

Essa mão é bem agressiva, embora leve nos terrenos e nula em interações. Contra um deck agressivo, ela é capaz de simplesmente atropelar, mas vai ter problemas contra listas de Combo. Saber o deck do oponente ou qual o Metagame que você está inserido ajuda a decidir sobre manter ou mandar de volta. Veredito: Keep bem arriscado no vazio, no momento eu acho que há bastante decks vulneráveis a essa estratégia para justificar manter. Mulligan se souber que está enfrentando Combo.

É uma mão justificável, já que possui 2 Counters e 1 remoção, mas vai depender bastante de Brainstorm encontrar uma maneira de baixar o Sapo. Veredito: Keep arriscado – se Brainstorm não encontrar nada, o jogo vai ser curto. Mas é um dos ônus de se jogar com um deck de Tempo com cantrips.

Outra mão arriscada, daquelas super-dependentes nas suas cantrips. Quem já jogou de Delver e outros decks semelhantes já se viu algumas vezes encarando uma mão como essa. E você acaba mantendo, porque sabe que é assim que o deck funciona. Veredito: keep arriscado pelos mesmos motivos da mão anterior.

O sideboard da lista apresentada segue o padrão de decks azuis agressivos: muitas opções diferentes para várias situações, já que você conta que as cantrips, o Psychic Frog e até mesmo a Tamiyo te ajudem a encontrar essas cartas enquanto aumentam o seu leque de respostas.

Surgical Extraction segue como uma das melhores opções contra cemitério, especialmente para decks que não usam Chalice of the Void. Stony Silence continua uma verdadeira bomba contra decks dependentes de artefatos como fonte de mana.

Containment Priest adicionam mais respostas contra reanimações mas que também respondem coisas como Natural Order e Show and Tell. Abiding Grace é uma carta para jogos onde você precisa ganhar no atrito. March of Otherworldly Light é mais uma remoção de amplo espectro.

Consign to Memory tem se mostrado uma das respostas preferidas contra a ameaça Eldrazi. Lavinia, Azorius Renegade e Flusterstorm ajudam a lida com decks de Combo. Celestial Purge é uma carta que resolve de Psychic Frog até Blood Moon.

Por fim, Harbinger of the Seas serve para lidar com a infinidade de decks dependentes de interações fortes dos seus terrenos, como Dark Depths e Lands.

Scaminator

Como esse deck é menos dependente de cartas específicas, Grief pune um pouco menos, embora afete a efetividade de Force of Will.

Após o game 1, você sobe respostas mais efetivas. Geist é uma carta perigosa caso seja reanimado por eles, por isso abre espaço para outras cartas.

Entra:

Sai:

Grixis / Dimir Delver

Você tem mecanismos para ganhar muita vida e gerar mesas grandes, coisas que eles podem não estar preparados para lidar. Pós-side, as Force of Will, que não são tão úteis são trocadas por remoções diretas e Abiding Grace, que é capaz de gerar recursos indefinidamente.

Entram:

Saem:

Red Stompy

Esse deck é uma verdadeira seleção de coisas que dificultam o seu dia: Chalice of the Void trava apenas 20 cartas do seu deck, Blood Moon pode inviabilizar todo o seu jogo e mesmo se você conseguir comprar algum dos terrenos básicos, seu fluxo de jogo é afetado, e Fury pode obliterar toda a sua mesa.

Por outro lado, é um dos decks mais vulneráveis ao Psychic Frog e uma Force of Will ou um Daze bem encaixado é capaz de desmontar todo o plano de jogo deles.

Entram:

Saem:

Eldrazi Aggro

Como a maioria das listas usa Cavern of Souls, é bem capaz que seus Counters fiquem inutilizados a menos que você acerte uma Wasteland precisa. Por falar nela, como eles também fazem uso desse terreno, espere jogos com bases de mana bem precárias de ambos o lados. Eles têm dificuldade em lidar com mesas com muitas criaturas, portanto esse acaba sendo o seu melhor plano de jogo, faça esse Ocelot Pride multiplicar!

No pós-side, Harbinger of the Seas ajuda a desmontar a base de mana deles e Consign to Memory é muito eficiente quando Cavern of Souls não está envolvida. Os terrenos de 2 manas, Lotus Petal e Tokens de Eldrazi Spawn diminuem muito a eficácia de Daze.

Entram:

Saem:

Cradle Control

Sua principal preocupação é não deixar Natural Order resolver. Sua segunda preocupação é se Wight of the Reliquary (e em um grau um pouco menor, Elvish Reclaimer) perder o enjoo de invocação, pois a possibilidade de encontrar Talon Gates of Madara atrapalha as suas remoções.

Wasteland tem uma bala engatilhada com um nome: Gaea’s Cradle.

Cuidado com Endurance emboscando Tamiyo, Inquisitive Student.

Entra:

Sai:

Quem acompanha os meus artigos aqui, sabe que eu sou um Initiative Boy e que esse Meta pesado em Grief Scam não é um bom momento para meu querido Boros. Por isso não é sem uma pitada de alegria que eu vejo um deck com essa mecânica sendo bem sucedida essa semana.

Como, por motivos que já citarei, não vou poder fazer uma análise sobre o deck, vou deixar a lista aqui para vocês darem uma olhada.

Confesso que fui pego de surpresa por esses decks com esse trio de cartas Brancas. Essa é uma prova que em um formato tão vasto quanto o Legacy, sempre há espaço para inovação. É também a minha opinião que esses decks ainda não estão refinados (como alguém que trabalha com estatísticas no mundo real, 62 cartas é algo que não posso endossar), portanto acredito que ainda não estamos perto de ver a forma final desses arquétipos, ainda mais com um banimento com o potencial de sacudir o formato bem aí na esquina.

Nesse momento, aproveito para me despedir de vocês por um período, pois vou curtir longas e merecidas férias, com direito a viajar 5.000km de carro para levar meu cachorro para as montanhas nevadas dos Andes! Espero que tenham gostado, um abraço andino e até a próxima!