Quando Greasefang, Okiba Boss foi lançada, diversas vertentes foram criadas para descobrir a melhor utilização da interação entre a Rata e Parhelion II.
Tivemos a linha Esper, abusando de Raffine, Scheming Seer connives e anulações eficientes como Stubborn Denial. A versão Mardu mais focada em alternar entre o combo e o "BR Midrange" tradicional, utilizando o Bloodtithe Harvester e a Fable of the Mirror-Breaker. Por fim, tivemos as listas Abzan com Esika's Chariot e Traverse the Ulvenwald como adições sólidas ao combo.
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Com o tempo, a versão Abzan foi ganhando cada vez mais espaço no meta, de maneira a se pensar que o verde seria a cor complementar definitiva para o combo. Mas recentemente, com Duskmourn e suas diversas cartas com a habilidade Delirium, a versão Mardu teve algumas mudanças sutis em sua lista que acabaram fazendo com que ela acabasse vendo mais resultados nas últimas semanas.
Hoje, vamos tentar chegar a uma resposta: O Mardu Greasefang é uma boa escolha, ou apenas está em fase de testes?
Introdução ao Greasefang
Antes das comparações, é válido explicar um pouco sobre como funciona o cerne do baralho da Rata Motoqueira.
A principal interação do baralho consiste em dar algum feito de descartar o veículo colossal Parhelion II, para depois, trazê-lo ao campo com a habilidade da Greasefang, Okiba Boss, que, além disso, consegue tripular a nave angelical - garantindo, além de um ataque de uma 5/5 voadora, uma board com dois anjos 4/4 com voar e vigilância, te dando um salto significativo em presença de campo que, dependendo do turno que feito, pode impossibilitar o oponente de voltar ao jogo.
Como a maioria dos combos no formato, Greasefang atua em duas frentes. Geralmente vai ser um baralho interativo com remoções e cartas de valor individual para conseguir ganhar sem o combo, mas também vai possuir peças que acelerem o processo tanto de encontrar a criatura, quanto de jogar a nave para o cemitério, criando uma possibilidade de "combar" nos turnos iniciais do jogo, além de tornar essa interação cada vez mais eminente.
Assim, podemos concluir que todos os baralhos vão trabalhar nessa zona de quatro tópicos: peças do combo, interações disrruptivas, cartas para cavar ou acelerar a interação e cartas de valor e impacto individuais. Dentro disso, cada versão vai dar mais ou menos atenção a cada um desses tópicos, dependendo de quais cartas serão inseridas.
Como não vamos falar dele na comparação, é válido ao menos citar na introdução como menção honrosa a variante Esper do baralho. Dentro das cores, ainda sim existiam abordagens diferentes nesse caso, mas num geral, o Esper Greasefang era a alternativa mais reativa para o deck, às vezes semelhante a uma lista control com o combo como condição de vitória. Além disso, a lista mais focada em connive com Ledger Shredder e Raffine, Scheming Seer chegou a ter uma certa popularidade.
Na minha opinião, no entanto, a melhor vantagem de se utilizar o Esper é o acesso à Stubborn Denial: uma anulação barata, versátil e que te protege no cenário mais crucial desse baralho. Dito isso, a lista Esper sempre desempenhou menos que suas semelhantes, principalmente por ser mais lenta em ambos os planos e linhas de jogo do deck.
Abzan Greasefang
Iniciando com o "time da casa", Abzan Greasefang é o deck mais equilibrado justamente pelo que o verde tem a oferecer. Quando pensamos em combos, tutor é o primeiro suporte que nos vem à mente, e nesse caso, temos Traverse the Ulvenwald para fazer o trabalho de redundância.
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Alcançar o delirium com esse baralho é um trabalho muito fácil, parte por ser um baralho que utiliza e alimenta muito o cemitério, parte também por possuir uma gama diversa de tipos de cartas.
Mas claro, quando pensamos nessa versão, Esika's Chariot é a primeira coisa que vem à mente. A comumente chamada de carroça é uma forma de "Mini Parhelion", mas que leva vantagem pela sua versatilidade. É evidente que reanimar a nave que cria dois anjos por turno é uma jogada incrível, mas não é como se reanimar e bater com a carroça, criando três tokens 2/2 no processo, fosse uma jogada ruim para o turno três.
Além do fato de que a carruagem pode ser reanimada no turno três e conjurada no turno quatro, ou simplesmente feita na curva para sobrepujar o oponente em recurso. Sua maleabilidade faz com que ela funcione bem para o combo, servindo de payoff substituto. Também serve como peça individual do deck, sendo uma carta simples de se usar e com crescimento constante de presença de campo.
Mardu Greasefang
O Mardu Greasefang sempre foi um baralho que "existiu". Principalmente no começo quando o deckbuild da estratégia não estava tão avançado, é seguro presumir que era mais fácil pensar no Mardu. Com cartas já certeiras como Fable of the Mirror-Breaker e Bloodtithe Harvester, era mais simples visualizar um deck, até porque essas cartas, além de serem boas genericamente, são úteis para encontrar a Rata (e usá-la para reanimar algo importante).
Dito isso, nosso "Às" aqui é Fear of Missing Out. A carta que veio com Duskmourn encaixa perfeitamente na estratégia do Greasefang, de uma forma que é uma pena que a carta dificilmente possa performar junto a Traverse the Ulvenwald. Seu efeito de entrar em jogo já é muito semelhante a outra carta na curva - Raffine's Informant é a criatura que joga na lista Abzan e que também jogava na Mardu, sendo um corpo útil que também serve para jogar os veículos ao cemitério. Analisando apenas essa habilidade, comprar antes de descartar é melhor no sentido de ter mais informação para encontrar a carta certa a descartar.
Porém, o que torna o pesadelo tão bom é seu poder em delirium, já que todos os payoffs do baralho envolvem entrar em combate: Parhelion II batendo duas vezes pode ser um pouco overkill, agora Skysovereign, Consul Flagship causando mais 3 pontos de dano ou até o Overlord of the Balemurk, carta nova que está performando bem igualmente em ambos os baralhos, batendo mais uma vez, pode gerar um salto de valor para definir a partida.
Concluindo, Fear of Missing Out entra em um espaço já existente e atua como enabler e como finisher, tudo o que o baralho gostaria de ter.
Comparativo
Ok, sabemos que a carta nova é muito forte, mas é preciso analisar se é o suficiente para ser a melhor opção para o contexto atual, nessa ótica, a carta não muda tanto o ritmo do deck, que seguirá sem acesso a tutores e “cavando” menos que a versão com verde, que é mais veloz em achar as peças, possui mais peças e que, mesmo com mais peças de valor, não tem essa vantagem tão clara, tendo em vista que Esika's Chariot também é uma grande carta de valor individual.
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Ainda assim, não é dizer que o Mardu é um deck que não funciona - ele é bem consistente e, em um meta mais baseado em atrito, com decks agressivos e midranges, a versão com vermelho se sai melhor com micro-interações e vantagens, aliados a um combo cada vez mais eminente. Acontece que, num meta em que Azorius Control está em alta, opções que conseguem combar mais cedo dando menos chance do oponente reagir acabam sendo mais produtivas.
Agora, pensando em decks voltados ao early game, ou até baralhos que ganham em grind, como o Rakdos Midrange, o Mardu performará um pouco melhor.
Conclusão
Por fim, pode se concluir que ambas as listas são efetivas, sendo o estado do metagame a única régua para concluir qual vai estar melhor posicionado, hoje, com o Azorius Control e Enigmatic Incarnation jogando, o Abzan parece ter partidas mais fáceis contra esses decks enquanto possui partidas equilibradas com outros baralhos. Mas, como o meta é fluido e mutável, é importante não perder a lista com Fear of Missing Out de vista!
Por hoje é isso. Até a próxima!
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