Magic: the Gathering

Deck Guide

Alchemy: Seu potencial e o que deu errado

, Comment regular icon0 comments

Mesmo sendo um dos principais formatos do Neon Dynasty Championship, o Alchemy parece estagnado. Quais são seus problemas e o que pode ser feito para consertá-lo?

Writer image

revisado por Tabata Marques

Edit Article

Apesar de os canais oficiais de Magic já estarem falando de Streets of New Capenna, resta pouco menos de uma semana para o Neon Dynasty Championship, o evento de grande porte que “substituiu” os que conhecíamos anteriormente como Pro Tour, e normalmente simboliza um grande marco na temporada competitiva e na temporada da própria edição recém-lançada, visto que o evento costumava ser o momento em que jogadores profissionais costumavam apresentar novos arquétipos e estratégias das quais eles conseguiam suceder com elas, e foi durante a temporada de Pro Tour que vimos diversos decks surgirem e se tornarem populares entre os jogadores, especialmente no Standard.

Ad

Porém, os tempos mudaram, e muito.

Não apenas o Pro Tour como o conhecemos não existe mais, como o contato dos jogadores com os novos sets ocorrem mais cedo através das plataformas digitais, e a informação referente a novos cards, estratégias e combinações é disseminada muito mais rápido do que costumava ser há dez anos, graças ao advento das redes sociais e da maior facilidade de coleta de dados e análise coletiva da comunidade através de uma plataforma que atraiu cada vez mais jogadores — o Magic Arena.

E falando em Magic Arena, o Neon Dynasty Championship será disputado nos formatos Alchemy e Historic, ambos exclusivos da plataforma digital e com efeitos e cards que só existem lá e fazem alguma diferença no cenário competitivo, como Town-Razer Tyrant e Key to the Archive, além de uma infinidade de outras possibilidades e sets com mecânicas exclusivas para o ambiente digital sendo lançados desde JumpStart: Historic Horizons, no ano passado, tornando-o o primeiro campeonato profissional onde os formatos competidos só podem ser jogados através do Magic Arena, simbolizando o notório objetivo de promover a plataforma para os espectadores e demonstrando, através dos competidores do evento, como a criação de um formato exclusivamente digital pode levar o jogo para uma nova camada de interações, mecânicas e um ambiente com uma maior diversidade de estratégias e com um pouco de fato aleatório também.

No entanto, mesmo sendo o principal formato promovido pelo próximo grande evento do jogo, e mesmo recebendo algum suporte e atenção por parte da empresa, com rebalanceamentos e upgrades ocorrendo com alguma frequência (e, inclusive, com o desbanimento de cards para o Historic, como Teferi, Time Raveler e Fires of Invention), o Alchemy, como um formato, parece já ter nascido sem muito interesse comunitário nele, e não parece estar havendo relevância o suficiente para ele no cenário competitivo para que a maioria dos jogadores esteja interessado em montar decks no mesmo, e nem que organizadores de evento tenham atrativos o suficiente para organizar eventos nele, já que a maioria da comunidade do Magic Arena ainda possui uma notória preferência pelo Standard.

Se o Alchemy ainda conseguirá prevalecer na sua proposta como um formato exclusivamente digital permanece uma incógnita, e muito do seu futuro pode, inclusive, ser definido pela receptividade do público para com o Neon Dynasty Championship, e é por isso que se torna ainda mais importante compreender como chegamos até aqui e quais são os prós e os contras inerentes ao formato e sua relação com toda a estrutura existente em torno do Magic Arena.

Recentemente, o grinder de Magic Arena, Jose Lopes, ou Metallix87link outside website, fez uma thread no Twitter comentando a opinião dele sobre por quais motivos o Alchemy parece estar fracassando desastrosamente, e ele propôs que outros usuários deixassem seus comentários e opiniões sobre os problemas referentes ao formato e o que pode ser feito para fazer com que ele se recupere e possa suceder.

Ad

O artigo de hoje é uma reflexão sobre os meus pensamentos referentes ao formato atualmente, e minha proposta do que pode ser feito para melhorá-lo e dar a devida relevância para a sua existência no ambiente competitivo.

A tentativa de entrar no mundo dos eSports sem a estrutura de um eSport

Desde que foi anunciado oficialmente e com seu lançamento em 2018, o Magic Arena é a tentativa da Wizards of the Coast de ingressar o jogo ao universo dos eSports, e essencialmente todos os passos que a empresa tomou com relação ao jogo e ao cenário competitivo, como a criação da MPL e do Challenger Gauntlet, possuíram como objetivo construir um cenário que fosse convidativo para o jogador ocasional de eSports como um todo, inclusive com convites para que competidores de outras plataformas pudessem competir nos primeiros grandes eventos.

Porém, a Wizards ainda reproduz falhas abismais no que concerne ao mundo dos eSports, e investe muito dos seus recursos em expandir o fator comercial da plataforma (por exemplo, criando formatos, adicionando produtos e JumpStart e Anthologies, etc), enquanto negligencia conceitos básicos e essenciais para um card game digital.

Eu realmente odeio ficar me repetindo sobre este assunto, mas é absurdamente bizarro como o Magic Arena, com quatro anos de existência, não possui um modo espectador e, em momento algum, a possibilidade de adicionar ou não um modo espectador sequer foi mencionado pela empresa, enquanto os outros principais competidores de card games digitais, como Hearthstone, Legends of Runeterra e, recentemente, Yu-Gi-Oh! Duel Master já adicionaram um modo espectador, ou já foram lançados com esse recurso embutido — e esta ausência é apenas a mais notória para o público comum de eSports porque força uma sequência de pequenos improvisos, como compartilhamento de tela em torneios oficiais e até mesmo no Campeonato Mundial, mas existem diversos outros pontos onde o Magic Arena simplesmente falha em entregar uma experiência que seja atrativa para os atletas de outros card games digitais, como uma estrutura de ascensão competitiva mais clara e objetiva que realmente recompense o jogador por jogar o jogo.

Não que eu considere o atual cenário de “eventos independentes dando vagas para o Pro Tour” como ruim. Pelo contrário, o advento da plataforma digital permitiu uma democratização e um maior acesso aos jogadores para um cenário mais competitivo onde, anteriormente, existia apenas uma camada específica de jogadores que conseguia chegar ao topo e participar de grandes eventos em outros países; um grande jogador que morasse numa cidade de interior de um país como o Brasil, por exemplo, possuía muito mais dificuldades em conseguir ascender para a carreira profissional por conta de fatores como estadia e transporte para os PTQs e similares, sem contar um estudante, por exemplo, que comumente jamais teria dinheiro para acompanhar as mudanças do Standard competitivo, mas que consegue agora, através de muito grind, completar decks do formato através do Magic Arena.

Ad

O que falta, no entanto, é uma melhor comunicação de como essa estrutura competitiva funciona, e porque um jogador deveria focar nela. O Organized Play está em um enorme vácuo, e ninguém tem muita certeza de quais são os meios para competir no Magic Arena porque não existe uma voz uníssona, ou uma central de informações vindas diretamente da empresa responsável pelo jogo, já que absolutamente tudo, das vagas para um grande evento até a distribuição de informações foi meio que terceirizada para a comunidade, e apesar dessa metodologia funcionar e muitos jogadores se adaptarem a essa descentralização, isso cria uma imagem externa de que a empresa não está muito preocupada em gerir a própria plataforma, o que não é nada atrativo para um jogador vindo de outro card game.

E onde o Alchemy se encaixa nisso? Bom, o formato é uma ótima ideia e um meio eficiente de colocar Magic a par dos demais Card Games digitais, onde rebalanceamentos e efeitos que são humanamente impossíveis de serem reproduzidos são comuns e fazem parte do estratagema desses jogos, e com certeza existe um público e um nicho de mercado que estaria muito interessado em jogar Magic com regras já bem estabelecidas em outros jogos, como a troca da natureza de banimentos por nerfs, ou o trabalho de gerir o power level das cartas e aumentar a diversidade através de buffs, mas o formato falha em entregar uma experiência significativa para qualquer jogador porque a plataforma ainda é expressivamente falha em se equivaler aos seus concorrentes em diversos pontos-chave: Suporte para PCs menos otimizados, modo espectador, economia, organização competitiva, tornar a experiência do jogo recompensadora, etc.

Ou seja, a Wizards pode tentar criar todo tipo de ideia voltada para o sentido comercial para atrair novos jogadores de outras plataformas, mas continuará a falhar miseravelmente no processo de ingressar ao mundo dos eSports se não construir uma estrutura sólida e abrangente para o Magic Arena.

Ninguém realmente pediu pelo formato

Já mencionei acima que o Alchemy foi criado com o principal intuito de equivaler o Magic Arena às regras e táticas de outros card games digitais e atrair um novo nicho de público, mas e quanto ao público que a plataforma já possui?

Bom, a verdade é que a maioria da comunidade nunca pediu por um formato com rebalanceamentos e que agregasse aos elementos exclusivamente digitais, apesar de que este segundo ponto realmente é o grande atrativo do formato: Jogar Magic de uma forma que você simplesmente não consegue no Tabletop significa ter uma experiência que só o Arena te proporciona (e é exatamente este o approach que observaremos no Neon Dynasty Championship), com decks e estratégias que só existem lá, e apesar de existir um público para esta experiência, não é exatamente o que a comunidade do jogo esperava quando mencionaram que haveria um anúncio importantíssimo.

A maioria das reivindicações da comunidade atualmente no que concerne a formatos competitivos é justamente de existirem outros meios de jogar o Magic “tabletop” no Arena na forma de um formato eterno (o que, muitas vezes, é feito na forma de pedir para que o Pioneer seja introduzido ao formato), sendo exatamente o oposto do que o Alchemy e o Historic, que se tornou absolutamente irreconhecível após as mudanças ocorridas em 2020 e 2021, como a inclusão de JumpStart e o fato de tornarem as Mystical Archives válida no formato, oferecem.

Ad

E isso nos leva a outro ponto, e um do qual particularmente eu me sinto meio mal de ainda existir num mundo tão digitalizado:

Parte da comunidade é extremamente saudosista e teme mudanças

Não podemos afirmar de maneira alguma que a comunidade de Magic é a mais saudável dos jogos. Sim, eu já vi piores, mas também já vi melhores.

No que concerne ao Alchemy, precisamos relembrar como os jogadores mais “old school” simplesmente odiaram a ideia de cards exclusivamente digitais desde o lançamento de JumpStart: Historic Horizons, e como toda e qualquer mudança drástica na natureza do jogo sempre significa o fim do mundo para uma parcela da comunidade que, por alguma ironia, decide permanecer nessa relação estranha, ou até abusiva, de odiar o jogo e continuar a jogá-lo, vivendo eternamente nesta espiral entre aproveitar as partidas e sentir desgosto pelas decisões tomadas, e isso não é uma natureza exclusiva de jogadores de Magic — qualquer grande franquia de jogos, como Dungeons & Dragons ou Final Fantasy possuem a sua parcela de fãs que acredita que aquele título seria melhor se ele se ativesse às suas raízes ao invés de adaptar-se aos conceitos criados ou adaptados para a atual geração ou aos ventos de mudança sociais e culturais.

E essa parcela da comunidade já possui um preconceito natural com o formato por ele incluir mecânicas que não os agradam e falharem em compreender que nem todo produto é realmente construído e pensado para o tipo de consumidor que ele é. Isso não significa que toda e qualquer reclamação mais saudosista sobre Magic deve ser desconsiderada e avaliada como sem fundamento, faz-se necessário ter um olhar crítico sobre as diversas questões e novidades referentes ao jogo e muitos dos que estiveram acompanhando Magic desde a década passada com certeza sentem falta de um ponto ou outro, ou sentem que algo mudou de maneira que não deveria.

Usando aqui o meu exemplo pessoal, eu considero que Magic se tornou comercial demais nos últimos anos, e que esta cultura de sempre manter o hype dos jogadores com previews de um novo set saindo treze dias após o lançamento oficial do produto mais recente, como fizeram na última Quinta-Feira com Streets of New Capenna, é extremamente prejudicial para o bom desenvolvimento da comunidade para com o produto e cria severos problemas para que lojistas locais possam, de fato, vender o produto mais recente. Afinal, quem pode se interessar em comprar um dos dois Commander Decks de Kamigawa: Neon Dynasty quando a fonte central de informações do jogo já anunciou que terão cinco decks diferentes na próxima edição que sai daqui a dois meses e meio?

E você pode contra-argumentar que os produtos voltados para o Standard ainda estão saindo a cada três meses, e isso é verdade, mas é justamente porque o produto só vai sair daqui a dois meses e meio que acredito que o gerenciamento de tempo poderia ser melhor aplicado para otimizar a promoção do produto do set recém-lançado, ao invés de termos recém-aproveitado o prerelease e já pularmos para o trenzinho do hype da próxima edição.

Ad

Falta planejamento na hora de promover o Alchemy

Você sabia que o set Alchemy: Kamigawa vai sair ainda em março? Se você está aqui, provavelmente sim.

Mas quando vai sair? Nós não sabemos porque essa informação ainda não está disponível, e é provável que teremos este update ocorrendo entre o próximo WeeklyMTG ou durante o coverage do Neon Dynasty Championship que, por alguma razão, não irá refletir integralmente como você poderá jogar o formato caso se interesse nele porque haverá um novo set que irá sair neste mês, e que provavelmente alterará de alguma maneira o cenário competitivo, ou pelo menos é o que se espera de um lançamento com cards dedicados integralmente ao formato.

Existem algumas falhas significativas no calendário de lançamentos da Wizards e nas datas dos seus eventos competitivos que faz com que, por muitas vezes, a experiência que o espectador assiste no grande evento não reflita a mesma experiência que ele pode ter caso se interesse em jogar o Magic Arena, e não é a primeira vez que esta falha crítica e crucial ocorre na cadeia de lançamentos ou outras intervenções diretas.

Outro ponto que tem demonstrado ser uma recorrência no formato é o timing dos rebalanceamentos e a falta de qualquer aviso de quando eles vão ocorrer, o que difere e muito do que costumamos ver em outros card games digitais e que, apesar de abrir maior autonomia para que estas modificações ocorram conforme a necessidade do Metagame, também abre um fator de imprevisibilidade, onde um jogador pode facilmente temer construir um determinado deck pela insegurança de não saber até quando ele estará disponível sem a introdução de um nerf que afete significativamente a sua jogabilidade.

Loading icon

Town-Razer Tyrant foi, até o momento, o único caso até de dois rebalanceamentos consecutivos com o propósito de reduzir a quantidade de arquétipos que recorrem à sua habilidade para ter uma vantagem significativa na partida, e pode ainda estar entre os principais competidores do Metagame, apesar de sua última atualização ter saído cerca de quatorze dias antes do Neon Dynasty Championship, algo que definitivamente alterou a maneira como alguns competidores estavam se preparando para o evento e abrindo um curto espaço de tempo para eles poderem reavaliar suas opções e treinar adequadamente.

E isso sem considerar o que ainda é um dos maiores problemas do Magic Arena:

A estrutura econômica do Arena não favorece ingressar em um formato com rebalanceamentos

Se a economia do Arena é ruim, ela é pior para formatos exclusivamente digitais.

Novamente, este é um assunto do qual já repeti meu discurso sobre uma dezena de vezes: A economia do Magic Arena é a pior economia de Card Games digitais porque ele demanda uma alta quantia de investimento em tempo para grind, ou em dinheiro, para você poder ter uma coleção viável para a construção de múltiplos decks, comumente forçando o jogador a passar bastante tempo pilotando uma mesma lista, enquanto desencoraja a construção de mais decks por conta do alto preço necessário para a aquisição de Wildcards e a falta de um sistema de dusting, que lhe permitiria “trocar” os cards que você não quer utilizar por algum recurso que poderia posteriormente ser revertido em novos wildcards, ou de meios mais eficientes de garantir um aprimoramento na sua coleção.

Ad

Não significa que o sistema não consiga te suprir: Fazer as quests diárias e uma quantia mínima de 4 vitórias por dia lhe dá uma quantia suficiente de Gold para você abrir vários boosters ou jogar diversos drafts quando a próxima edição sair, mas não supre o suficiente para que o jogador possa transicionar entre decks e reter os cards indesejados que você abriu durante o draft ou abrindo boosters, alguns dos quais você nunca irá usar, cria uma situação que desencoraja amplamente a diversidade de opções para uma gigantesca parcela dos jogadores, especialmente no receio de um card ser banido e invalidar todos os recursos que você utilizou, como ocorreu diversas vezes no Standard de 2020, onde as manabases eram muito pesadas por conta das Shocklands e os banimentos eram frequentes.

E se a economia do Arena já é naturalmente desfavorável, especialmente em caso de banimentos, onde pelo menos há um refund dos cards banidos, o que podemos esperar de rebalanceamentos, que não oferecem refunds já que você tecnicamente pode continuar jogando com o card?

É claro, provavelmente é pedir um pouco demais que a plataforma nos desse de volta os Wildcards investidos no jogo por uma intervenção direta, já que poderemos continuar os utilizando neste mesmo formato, e eu não tenho tanta certeza do quão ou viável seria remover estes cards da coleção dos jogadores para eles decidirem se ainda querem utilizá-los ou não (fora que isso parece um exercício exaustivo para a equipe de programação), mas não é com essa mentalidade que o jogador comum de Magic irá enxergar essa situação, porque o sentimento final é de que ele sairá prejudicado.

Então, porque o jogador médio perderia tempo com Alchemy se ele não tem nenhuma garantia ou refund em caso de interferência externa do formato por parte da Wizards, diferente do que ocorre no Standard onde, inclusive, ainda há algum proveito de que banimentos são bem menos prováveis do que rebalanceamentos? A resposta é: a menos que o jogador realmente goste da proposta do formato, não há motivos para ele se interessar e gastar mais wildcards para completar um deck e muito menos motivos para ele querer competir no formato se muitos outros pensarão exatamente da mesma maneira e deixarão o formato ao relento do esquecimento.

Se você somar este ponto ao fato de que os sets de Alchemy não estão disponíveis para draft e não costumam, na maioria dos eventos e no Mastery Pass, estar disponível como recompensas por jogar e ganhar partidas, querer jogar os formatos exclusivamente digitais do Magic Arena é muito mais prejudicial no uso de recursos do que tentar jogar o formato que pode ser reproduzido no tabletop.

Como Consertar o Alchemy?

Melhor gerenciamento e planejamento do Magic Arena como um competidor entre os Card Games Digitais

Se a intenção da Wizards of the Coast com um formato exclusivamente digital era de colocar Magic na competição como um eSport de Card Games, a empresa deve aprender como melhorar a experiência da plataforma, e não apenas adicionar mais produtos e mais cards com mecânicas exclusivas e acreditar que a comunidade vai comprar a ideia e fazer a roda girar, e há muito do que a empresa pode aprender e absorver de seus principais competidores no gênero e, como uma empresa recém-declarada bilionária, não creio que faltem recursos para tentar aplicar mudanças benéficas para a plataforma digital que definitivamente colaborou para o significativo acréscimo de popularidade do jogo.

Ad

Outro ponto a ser adereçado é que rebalanceamentos não deveriam ser feitos sem avisos prévios ou sem uma data específica para tal, pois isso é contra-intuitivo com o que outros jogos se propõem a fazer e cria um espaço de insegurança muito grande para a comunidade atual.

Tornar do Alchemy um formato mais relevante no Magic Arena.

E quando eu quero dizer relevante, é dar motivos para que as pessoas queiram jogar Alchemy, e isso pode ser feito através da criação de mais eventos com foco no formato, seja no Midweek Magic com premiações que incluem boosters ou cards exclusivos de Alchemy, ou até mesmo com opções de grande porte, como o Arena Open.

A questão aqui é que a Wizards precisa dar pontos de interesse para que um jogador médio tenha o mínimo de curiosidade de conhecer o formato, e que organizadores de evento queiram o promover em torneios independentes, seja por meio da aquisição de vagas para o New Capenna Championship através do formato, ou oferecendo alguma vantagem para quem realizar torneios com foco neste formato, dentre outras opções que, novamente, recompensem os jogadores por montarem decks e se dedicarem ao Alchemy.

Melhorar a distribuição de cards exclusivos

Os sets de Alchemy não estão disponíveis para draft, e a aquisição dos cards exclusivos deles só podem ser feitas através da compra de Boosters. A inclusão de cards exclusivos para o formato como premiação de eventos, ou até mesmo no Mastery Pass, faria com que mais jogadores pudessem considerar construir decks e experimentar o formato.

Enfatizar os pontos positivos do Alchemy

Como todo formato competitivo, Alchemy também possui seus pontos positivos e negativos na hora de jogá-lo ou construir um deck, e enfatizar os positivos é uma maneira eficiente de dar motivos para experimentarem o formato.

Hoje, não posso afirmar que conheço o suficiente para enfatizar os principais pontos positivos, mas é notório e perceptível que um dos elementos mais atrativos do formato em algumas ocasiões é o quanto seus elementos digitais criam uma experiência única de Magic: The Gathering, além de também já ouvir ou ler de outros produtores de conteúdo que o formato valoriza muito mais a sinergia em detrimento do poder individual de alguns cards, por conta da natureza dos rebalanceamentos.

Conclusão

Isso é tudo por hoje.

Como um todo, o Alchemy é um divisor de águas para a comunidade e, no momento, parecem haver muito mais pessoas dispostas a odiá-lo ou em não dar interesse algum ao formato do que pessoas dispostas a jogá-lo e promover eventos tendo-o como principal foco.

Falando em eventos, evitei mencionar a ausência de torneios de Alchemy por me parecer uma questão relativamente muito óbvia de se concluir: Eventos só podem existir se houverem jogadores dispostos a jogá-los, e não parece ter sido muito bem o caso deste formato no último mês.

O Neon Dynasty Championship parece ser uma oportunidade de ouro da Wizards promover o seu “ambiente integralmente digital” com Alchemy e Historic como seus principais formatos, e a minha dúvida é se será possível realizar tal promoção de forma eficiente, ou se teremos apenas uma terrível falha no coverage oficial pela ausência de elementos básicos que deveriam definir o Magic como um eSport antes de estarmos falando de acréscimos em premiação.

Ad

Obrigado pela leitura!