Magic: the Gathering

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Carta Destaque: The One Ring no Modern e no Legacy

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Seria "Um Anel para todos governar" também "Um Anel para dominar todos os formatos"? No artigo de hoje, apresento uma análise do The One Ring e o que podemos esperar dele no Modern e no Legacy!

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revisado por Tabata Marques

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Lord of the Rings: Tales of Middle-Earthlink outside website é provavelmente o lançamento mais esperado para Magic: The Gathering em 2023. O set faz parte da série Universes Beyond, que retrata a lore e personagens icônicos de outras franquias em cards do jogo, como já ocorreu com franquias como Street Fighter, Warhammer 40,000, Arcane, The Walking Dead e Fortnite.

Diferente da maioria desses produtos, Tales of the Middle Earth será um booster set, ou seja, ele seguirá o padrão das edições que vemos para o Standard ou os Masters Sets que saem todos os anos. Porém, seus cards serão válidos no Modern, além de no Legacy, Pauper e Commander, o que lhe deu a pseudo-fama de ser um possível Modern Horizons 3 e impactar significativamente o universo competitivo desses formatos. Sua data de lançamento está prevista para 23 de junho.

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A primeira leva de previews oficiais da expansão começou ontem através de uma matéria da IGN, que revelou um dos elementos mais importantes da série de livros de J. R. R. Tolkien, O Anel ou, como conhecido em inglês, The One Ring. E hoje, analisaremos o potencial deste artefato no Modern e no Legacy.

The One Ring: A Análise

The One Ring traz um efeito muito singular por um custo apropriado.

Em seus 30 anos e mais de vinte mil cards diferentes lançados, Magic: the Gathering possui apenas cinco cards que incluem em seu texto a frase Proteção contra Tudo, com o sexto sendo O Anel. Como ele garante esse efeito ao seu controlador, isso significa que ele não pode ser alvo de mágicas ou habilidades, todo dano que lhe seria causado é prevenido, e Auras não podem ser acopladas a ele. Porém, há algumas ressalvas: efeitos que dizem que dano não pode ser prevenido ainda permitem dano caso sua fonte não dê um alvo, efeitos assimétricos que dizem "cada jogador" ainda afetam o controlador do Anel e ter Proteção contra Tudo não impede que o oponente ganhe o jogo ou você perca o jogo por meios não-tradicionais (como Thassa's Oracle ou o ultimate de Nicol Bolas, Dragon God).

A segunda habilidade do Anel é uma engine de valor: ele lhe oferece imediatamente um draw extra no turno em que você o conjura e, como você possui proteção contra tudo, ele lhe oferecerá mais dois draws no turno seguinte, totalizando três draws e um pseudo turno-extra por apenas quatro manas. Isso torna do artefato um excelente mecanismo de valor para partidas de atrito, pois gera um valor imediato que se acumula de maneira recorrente conforme os turnos passam, mas sob o custo de você perder uma alta quantia de vida se o jogo se estender por tempo demais.

Ou seja, ele é uma excelente ferramenta de atrito que lhe oferece mais recursos por um preço que se torna alto no médio prazo. Em termos de flavor, a Wizards acertou precisamente na forma como representar The One Ring em Magic, e assim como os personagens da Terra Média ficam tentados pelos seus poderes, os jogadores definitivamente não conseguirão resistir à tentação de elaborar combos que abusem de seus efeitos - como no Commander, onde já o combinaram com Mind Over Matter para draw infinito (e em seguida ganhar o jogo com Thassa's Oracle).

Num contexto geral, The One Ring faz bastante coisa por um custo relativamente baixo para todas as suas qualidades, e enquanto seu lar natural seria em partidas contra Midranges e outros jogos voltados para card advantage, seu verdadeiro potencial encontra-se nas variadas interações com outros cards que possibilitam loopings, ou com estratégias que podem se beneficiar facilmente de um pseudo-Ancestral Recall com Time Walk por quatro manas, já que você garante mais um turno por conta da proteção e mais três cards na mão entre as duas ativações do artefato.

The One Ring e o Modern

Não é difícil concluir que O Anel possui alguns melhores amigos no Modern, inclusive os que são conhecidos por possibilitarem algumas interações absurdas no formato.

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A primeira e principal peça de interação com The One Ring no Modern passa por Emry, Lurker of the Loch, pois o artefato necessita ser conjurado para garantir Proteção contra Tudo ao seu controlador. Portanto, efeitos como blink ou reanimate não funcionam para abusar dessa habilidade, e como Emry permite conjurar um artefato do seu cemitério, ela sempre garantirá que você tire o máximo de proveito do Anel a cada turno enquanto habilita um lock contra o oponente caso ele não possua respostas ou outros meios de ganhar o jogo que não envolvem o combate.

E para colocar The One Ring no seu cemitério, também não faltam opções:

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Dentre esses, Grinding Station é provavelmente a rota mais segura porque já existe um combo com ela envolvendo Underworld Breach, e ao lado do Anel, você pode millar três cards do oponente para cada turno em que ele não consegue lidar com o looping, criando uma wincondition consistente com poucas peças.

Thopter Foundry é outro artefato interessante de se usar ao lado de The One Ring, dado que ele também acelera a sua wincondition e interage bem com outro combo conhecido no Modern ao lado de Sword of the Meek e Urza, Lord High Artificer.

No entanto, enquanto você tem Proteção contra Tudo, suas permanentes continuam passíveis à interação. Portanto, confiar em um plano que envolve depender demais de Emry, Lurker of the Loch para fechar um looping recorrente pode provar-se um grande desafio em um formato onde remoções baratas como Lightning Bolt, Unholy Heat e Solitude são comuns no cenário competitivo.

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Decks com Karn, the Great Creator são, em maioria, arquétipos de Big Mana como Tron e o Mono Black Coffers desde o lançamento de Modern Horizons II. E apesar dele não estabelecer loopings com The One Ring, ele garantir acesso ao artefato em qualquer momento do jogo pode tornar-se um elemento decisivo em diversas partidas. Então, você pode esperar encontrá-lo como pelo menos um one-of no Sideboard desses arquétipos.

E se você tem mana em abundância e quiser realizar um looping, sempre existem algumas opções:

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The Mycosynth Gardens tem visto jogo no Amulet Titan, mas pode ser utilizado para copiar The One Ring e forçar o seu controlador a sacrificar o Anel original toda vez que ele entrar em jogo por conta da regra de lendárias, jogando-o assim em seu cemitério para ser devolvido para sua mão com Academy Ruins na sua Upkeep.

Loopings com Academy Ruins são comuns no Mono Blue Tron por conta da sua interação com Mindslaver, e apesar do artefato ser mais eficiente em travar o jogo do oponente, ele também requer uma quantia bem maior de mana, e como a lista já utiliza Karn, the Great Creator naturalmente, a opção de incluir outro artefato para fechar o looping, como Grinding Station, para sacrificar The One Ring e devolvê-lo para o topo do deck é uma abordagem válida cujo potencial deve ser considerado.

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Se olharmos para o Anel com intenções menos voltadas para loopings, mas como um mecanismo individual de valor, ele encontra outra excelente companhia em Teferi, Time Raveler, que está presente em uma maioria considerável de decks Modern que abusam das manabases de três ou mais cores para estabelecer um plano de atrito eficiente. Seja com Elementals, Valakut, the Molten Pinnacle ou bases clássicas de Goodstuff, há muito espaço para listas que comportam Teferi como um meio de extrair valor e que poderiam facilmente se beneficiar da quantia gigantesca de card advantage que The One Ring oferece ao lado do Planeswalker.

Além disso, formatos como o Modern são alguns onde "desperdiçar" um turno ou ganhar um turno pode ser a diferença crucial entre a vitória ou a derrota. Se seu oponente fechou um combo que lhe fará perder o jogo na volta, The One Ring te oferecerá três cards e mais uma oportunidade de sobreviver e/ou fechar o seu combo antes que ele possa lhe causar dano letal. Se por acaso ele criou uma situação de mesa irreversível, O Anel também lhe garantirá os meios necessários para tentar virar o jogo ou até mesmo vencer a partida, e se você encontrar outra cópia dele, poderá jogá-la e garantir mais draws e mais um turno para encontrar uma resposta.

Em geral, The One Ring não parece uma staple instantânea em todo deck no Modern, mas ele faz muita coisa por apenas três manas e definitivamente poderá encontrar um lar nos mais variados arquétipos, sejam eles combos, Blue-Based Control ou os famosos Goodstuff Decks, sem contar a possibilidade de usá-los em Midranges que consigam tirar proveito eficiente de seu efeito sem se atrasar demais por pagar quatro manas no processo.

The One Ring e o Legacy

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O combo que tem gerado debates no Commander também existe no Legacy. Nele, você vira The One Ring para adicionar um marcador e comprar um ou mais cards e, em seguida, descarta um card para desvirá-lo com Mind over Matter e repete o processo até que você não tenha mais cards no deck e ganhe o jogo com Laboratory Maniac ou Thassa's Oracle. Porém, cinco manas já é um custo muito alto para os padrões do Legacy sem Cloudpost ou Sol Lands, e com quatro manas azuis, ele é praticamente inconjurável no formato.

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Emry também existe no Legacy e vê bastante jogo em arquétipos como 8-Cast e Painter Stone. Portanto, comportar O Anel nesses arquétipos seria uma opção viável se eles não fossem tão intensivos de mana, já que o 8-Cast quer um número alto de artefatos de custo baixo para conjurar Kappa Cannoneer cedo, enquanto o Painter Stone possui um combo mais eficiente e imediato para vencer a partida.

Além disso, ele possui a clausura de só oferecer a proteção no cast, ou seja, ele também não interage com Goblin Welder e efeitos similares.

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A próxima opção para The One Ring no Legacy seriam as estratégias de Stompy: Mono Red Prison, Eldrazi e Initiative são exemplos que me vêm em mente, pois além de conseguirem comportar uma base sólida e não-dependente de artefatos baratos para jogar com suas winconditions, eles também podem lockar o oponente e aproveitar os benefícios de duas ou até três ativações do Anel antes que ele se torne um problema - e caso ele se torne, opções como Breya's Apprentice podem ajudar à mitigar esse dano.

Falando em Initiative, O Anel é bem problemático ao lado dessa mecânica, pois se trata de um efeito assimétrico ao qual seu oponente não tem como interagir contra. Portanto, sua inclusão no Legacy pode levar o arquétipo a encontrar novas configurações após o recente banimento de White Plume Adventurer.

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Outro lugar onde o artefato pode chamar a atenção como uma peça pontual de Sideboard ou até de maindeck é nos decks de Storm, pois esses podem aproveitar dos draws do artefato, e sua estratégia interage incrivelmente bem com a função de Proteção contra Tudo, dado que isso significa não precisar se preocupar com Thoughtseize ou Xantid Swarm (apesar de que ela não é mais a staple anti-Storm que já foi um dia).

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Por fim, O Anel merece alguma atenção e testes nas diversas variantes de Control, já que esses arquétipos são também os que não costumam importar-se em dar tap out para conjurar Planeswalkers de quatro manas como Jace, the Mind Sculptor e The Wandering Emperor. Claro, o artefato não é um pitch pra Force of Will e isso faz uma grande diferença, mas há ocasiões no Legacy onde ter acesso a ele no seu Maindeck ou Sideboard faz uma grande diferença, e o card advantage cumulativo dele pode também ser mitigado por Teferi, Time Raveler no formato.

Conclusão

The One Ring oferece um efeito singular e tão poderoso que pode ser comparado à junção de dois dos cards mais poderosos da história de Magic: The Gathering, apesar de com um custo mais alto em comparação a ambos. Nos formatos eternos, ele possui algumas possibilidades envolvendo interações com outros cards ou estratégias, mas seu valor individual já o torna bom o suficiente para ser considerado no Maindeck ou Sideboard de uma variedade de arquétipos.

Se esse primeiro preview prova algo para os jogadores, é que Tales of the Middle Earth terá de fato um power level a par do que esperamos de um set voltado também para o Modern, e dentre uma variedade de cards que serão considerados para jogos mais casuais, podemos esperar também algumas peças fortes o suficiente para se tornarem staples competitivas.

Obrigado pela leitura!