Deck da Semana: Grixis Affinity Pauper

Jogadores e jogadoras, estamos de volta com mais um Decklist da Semana, trazendo as novidades dos últimos grandes eventos e dissecando novas listas.

Hoje, estaremos falando diretamente da lista que ficou em segundo lugar no Pauper Challenge deste sábado, pilotado pelo jogador Hamuda e com grandes novidades de Modern Horizons II: o Grixis Affinity.

O Affinity esteve presente no Pauper desde a sua concepção.

Affinity já era tão certo como uma estratégia viável no Pauper que o primeiro card banido do formato foi Cranial Plating, para que esse arquétipo não se tornasse obviamente o deck mais opressivo do formato por uma margem significativa.

O arquétipo foi se transformando e ganhando variantes com o passar dos anos: Scars of Mirrodin trouxe ótimos cards de Metalcraft que levaram o deck a sua variante Temur, que por diversos anos era considerada a versão mais viável do arquétipo até que Thraben Inspector e Navigator’s Compass adicionaram ao deck a possibilidade de procurar jogar um jogo mais voltado para valor com Kor Skyfisher, mas ainda retendo criaturas agressivas como Ardent Recruit, dando origem ao Jeskai Affinity.

Recentemente, com a introdução de Makeshift Munitions ao formato, o Grixis Affinity, procurando abusar de Disciple of the Vault e tirando valor de cards com alto valor no sacrifício como Ichor Wellspring, criando uma máquina de alta sinergia que pode atacar por diversos ângulos distintos.

Modern Horizons II é provavelmente a edição mais impactante que o Affinity recebeu desde Scars of Mirrodin. Primeiro por conta das novas dual lands artefatos que, apesar de entrarem viradas, são indestrutíveis e lidam muito bem com dois problemas crônicos que o arquétipo sempre possuiu: a fraqueza iminente para com destruição de artefatos, especialmente Gorilla Shaman e Shenanigans que efetivamente poderiam lockar o Affinity indefinidamente, e a recorrente possibilidade de perder para si próprio por conta da péssima mana que o deck costumava possuir.

Além disso, o deck ganhou uma nova peça que tem se mostrado essencial para as atuais versões de todas as cores:

Sojourner's Companion é uma das melhores criaturas que o Affinity poderia receber.

Além de ser a cópia 5-8 de Myr Enforcer, o que significa um aumento expressivo no clock do deck e, em algumas listas, uma substituição pelo então menos impactante Frogmite, a criatura também serve como outro meio de consertar a mana do deck, servindo assim para basicamente tudo o que o deck precisa fazer para ganhar o jogo.

O Grixis Affinity já estava fazendo bons resultados nas últimas semanas, e parece que com o lançamento de Modern Horizons II, onde muitos jogadores estão migrando e experimentando com Affinity e Storm, essa variante se destaca ainda mais por obter uma vantagem significativa contra esses decks.

Começando por Disciple of the Vault, o card interage incrivelmente bem com Atog, podendo servir como uma metralhadora de dano contra o oponente mesmo quando não se pode atacar, e transforma Makeshift Munitions em basicamente um Shock no oponente para cada mana e artefato que você tiver disponível.

Além disso, num metagame onde os jogadores estão experimentando diversas configurações de Affinity, Disciple of the Vault brilha como o melhor card que você pode ter na mirror match, já que a sua habilidade desencadeia para qualquer artefato que for colocado no cemitério.

Splinter Twin

A combinação de Atog com Fling é provavelmente um dos motivos pelos quais o Affinity está sempre entre os principais decks competitivos do formato: a capacidade estabelecer um clock absurdamente rápido com as suas criaturas e ainda possuir um alcance, que funciona muitas vezes como um botão de “free-win” na forma dessa combinação faz com que o oponente precise respeitar o combo e mantenha recursos para lidar com o combo.

Além disso, Atog é a última criatura que o oponente quer ver do outro lado da mesa quando não possui mais recursos e/ou bloqueadores, já que o card comumente levará o jogo sozinho em poucos turnos.

Além disso, o deck também conta agora com o pacote de criaturas de enorme impacto que podem ser jogadas de graça na forma de Myr Enforcer e Sojourner’s Companion.

Não há muito o que ser dito sobre estes cards. Eles comumente serão criaturas 4/4 por 3 manas ou menos a partir do turno 3 e estabelecerão uma pressão gigantesca no oponente quando jogados em múltiplos.

Vale constar que o fato destes cards custarem 7 é extremamente relevante para fugir principalmente de Spellstutter Sprite, já que é impossível em praticamente toda ocasião o oponente ter sete fadas em jogo para anular suas criaturas.

O deck ainda necessita de artefatos de custo baixo relevantes para funcionar e é por isso que você possui o seu pacote de manafixing.

Apesar da inclusão das duais, é importante ainda possuir artefatos que ajudem a consertar a mana e tenham boas interações com outros cards do deck. É o caso de Chromatic Star, que além de ser utilizado para consertar a mana, também pode ser utilizado com Atog ou Makeshift Munnitions para obter valor já que você comprará um card se Chromatic Star for para o cemitério, independente de como.

Prophetic Prism é um card mais direto como um manafixing permanente que compra um card, e é o melhor que existe na sua categoria.

Como artefatos complementares para o deck, temos Ichor Wellspring e Witching Well.

Witching Well é um card interessante para a lista, pois não só ajuda o deck a filtrar o topo nos primeiros turnos (o que é essencial num deck que não possui cantrips e trabalha com uma manabase sensível e/ou inconsistente), mas também opera como um ótimo manasink no late-game para gerar valor e manter o fluxo de cards do deck.

Ichor Wellspring interage absurdamente bem com Atog e Makeshift Munitions, enquanto exerce a função de comprar um card no ETB e aumentar a afinidade.

Além das criaturas, existem mágicas que também se beneficiam dos artefatos utilizados pelo deck.

Thoughtcast é card advantage e mana advantage na sua melhor forma, desde que você tenha artefatos o suficiente na mesa, operando quase como um mini-Treasure Cruise. Normalmente, os turnos mais explosivos do deck envolvem um Thoughtcast e é este o card que comumente fará com que o arquétipo não perca o fôlego durante a partida.

Galvanic Blast é o melhor removal e alcance que este deck pode querer, já que em 99% das vezes o card estará dando 4 de dano em qualquer alvo.

Nos one-ofs, temos cartas com funções bem distintas.

Makeshift Munitions é um card que vem ganhando espaço nas listas de Affinity como uma ótima maneira de ter alcance e responder aos mais diversos Elfos, Fadas e outras criaturas X/1 ou X/2.

Temur Battle Rage serve como mais um botão de free-win com Atog que depende do combate para funcionar, mas que também interage muito bem com Myr Enforcer e Sojourner’s Companion, especialmente em mesas populosas e/ou contra oponentes desavisados. O card também pode ser utilizado como um combat trick.

Dispel é uma staple do formato e comumente serve para lidar com as mais diversas respostas, de Counterspell a Vines of Vastwood, passando por Cast Down, entre outros.

O deck agora conta com os duais artefato, que possuem grande vantagem em consertar a mana e serem indestrutíveis, mas também possuem a desvantagem de entrar viradas, o que é extremamente relevante para um deck agressivo como o Affinity.

Por conta disso, o deck opta por usar um total de 5 duais, sendo duas de cada uma das cores com azul, o que é importante para castar Thoughtcast e Witching Well, e uma nas cores preto e vermelho.

Darksteel Citadel é utilizado como mais um terreno indestrutível que entra em pé, totalizando nove fontes de mana que o oponente não consegue remover.

As tradicionais lands artefato. Um set de cada cor que é mais utilizada pelo deck e uma Vault of Whispers, que pode ser tutorada com Sojourner's Companion.

Os tradicionais Elemental Blasts que já se tornaram padrão no formato.

Pyroblast funciona bem contra a maioria dos Blue-Based decks enquanto também serve de resposta para cards azuis pontuais.

Blue Elemental Blast (cujo optar por ele ao invés de Hydroblast dá um nervoso no meu TOC) serve como uma ótima resposta contra removals vermelhos, hates comumente utilizandos como Gorilla Shaman e Ancient Grudge, além de também servir contra Cleansing Wildfire, Burn e para responder ao Atog ou Fling na mirror.

É válido constar que a inclusão de Blue Elemental Blast ao invés de Hydroblast provavelmente foi uma escolha consciente devido a rara, porém possível ocasião onde o oponente possui um Standard Bearer e uma permanente vermelha em jogo, já que Hydroblast dá alvo numa permanente ou mágica e a destrói ou anula se ela for vermelha, enquanto Blue Elemental Blast só pode dar alvo em permanentes ou mágicas vermelhas.

Não há muito a se dizer sobre Dispel que já não tenha sido dito na cópia de maindeck.

Duress é uma opção interessante, especialmente como um one-of, mas acredito que a ascensão dos decks de Storm demande uma resposta mais limpa contra Chatterstorm e Duress é a melhor opção enquanto também fornece informação das cartas do oponente

Seu pacote anti-aggro.

Krark-Clan Shaman comumente entrará em muitas partidas contra decks agressivos, além de Bogles, e sempre fará um ótimo trabalho em limpar a mesa do oponente, além de ser uma resposta suficientemente limpa e que não toma Duress contra os tokens de Chattterstorm.

Fiery Cannonade opera na mesma base, mas também funciona como uma ótima resposta contra Faeries, onde Krark-Clan Shaman não lida com criaturas voadoras.

Com a ascensão do Affinity e a menor consistência no uso de Gorilla Shaman, torna-se preferível lidar com artefatos pontuais do oponente, especialmente as criaturas e, nesse quesito, Ancient Grudge é infinitamente superior a Shenanigans ou Gorilla Shaman.

Reaping the Graves é um dos cards mais poderosos que o Affinity pode ter contra decks voltados para removals, já que a maioria das criaturas do deck são cartas com enorme impacto na mesa e o deck consegue sequenciar mágicas o suficiente para fazer o card com um Storm alto o suficiente para voltar muitas criaturas.

Este foi o Grixis Affinity que o jogador Hamuda utilizou para chegar à segunda colocação no Pauper Challenge do último sábado (05/06).

Como podemos ver, após muito tempo o arquétipo finalmente ganhou novos elementos que o tornaram muito mais consistente, escalando-o para provavelmente um dos principais competidores do Tier 1 do formato nas próximas semanas.

Obrigado pela leitura!