Jogadores e Jogadoras, estamos de volta com mais um Decklist da semana, desta vez retornando ao Pioneer, onde uma lista peculiar e muito acessível fez Top 8 no Challenge nas mãos do jogador Team5c: o Mono-Blue Spirits!
Amantes do clássico Mono-Blue Tempo que existia no Standard em 2019, ou até mesmo os pioneiros do Pioneer, onde existia uma lista de Mono-Blue Devotion com características parecidas devem reconhecer a natureza deste deck: o Mono-Blue Spirits pega a base de Mono-Blue Tempo que era muito conhecida no Standard e, inclusive, levou Autumn Burchett à vitória no primeiro Mythic Championship, além de adicionar uma quantidade significativa de sinergias tribais muito conhecidas no Pioneer na forma do Azorius ou do Bant Spirits.
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Antes de fazermos considerações ou comparações sobre essa lista quanto às demais listas de Spirits que contam com cards poderosíssimos como Spell Queller e Selfless Spirit, é importante entendermos exatamente como esse deck se propõe a agir e jogar: estamos falando de um deck que é muito mais voltado para o estilo tradicional de Tempo, onde se procura jogar de forma proativa com suas criaturas enquanto suas disrupções possuem um custo baixo, procurando levar o jogo antes que suas cartas se tornem obsoletas e, portanto, recompensando um jogo menos voltado para o atrito.
Dessa maneira, o Mono-Blue Spirits procura seguir um plano mais parecido com o do clássico Mono-Blue Tempo, onde o que importa é estabelecer uma pressão sobre o oponente e fazer uso de seus recursos da maneira mais eficiente o possível, já que muitos dos seus meios de disrupção perdem muito valor de acordo com a estensão do jogo.
Dito isso, vamos analisar como as cartas se encaixam neste deck:
Maindeck
Spectral Sailor é o one-drop ideal para este tipo de deck: possui flash, é um espírito, é um ótimo mana-sink caso o jogo se estenda e é a sua melhor jogada de turno 1 para jogar Curious Obsession no turno 2, pois se trata de um card pouco relevante em termos de onde seu oponente "deveria gastar" a remoção.
Mausoleum Wanderer, diferente do nosso pirata, pode até não ser em muitas ocasiões a criatura ideal para jogar Curious Obsession, mas é o 1-drop mais agressivo que o deck possui e pode causar uma quantidade significativa de dano nos primeiros turnos, enquanto serve como mais um elemento disruptivo do qual o oponente precisa considerar quando quer castar uma mágica ou um removal.
Ascendant Spirit é provavelmente o pior one-drop do deck em termos de jogada de early game, pois não possui evasão e seu corpo não é relevante num primeiro momento, mas o card é o melhor investimento de mana que este deck possui na maioria das ocasiões, já que suas “transformações” podem ser ativadas em Instant-Speed, possibilitando que o seu controlador possa blefar ou até mesmo segurar interações na mão e utilizar a mana restante no fim do turno do oponente para “buffar” o espírito. O card também é o principal motivo para o deck contar com uma manabase integralmente nevada.
Supreme Phantom pode ser considerado o maior empurrão que esse deck pode ter para existir. Com uma manabase facilitada e mais ágil se em comparação com oas versões Azorius ou Bant, Supreme Phantom possui a função de tornar todos os espíritos na mesa uma ameaça em potencial, já que mesmo que um Spectral Sailor esteja atacando de 2 em 2, esse dano se acumula rapidamente e isso logo exige respostas imediatas por parte do oponente.
Shacklegeist é uma ótima interação de mesa para um deck que está significativamente mais preocupado em proteger suas ameaças das mágicas e respostas do oponente, já que pode ser utilizado tanto como mais um corpo agressivo quanto para remover os bloqueadores do seu oponente.
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Rattlechains é outra forma de proteção no deck que também funciona como outra ameaça na mesa, e um 2/1 Flying por 2 manas, apesar de não ser nada muito impressionante, agrega pressão a um deck que demanda respostas pela parte do oponente. Além disso, Rattlechains adiciona mais uma jogada de Tempo ao deck, fazendo com que todos os espíritos possam ser jogados como se tivessem lampejo e criando mais janelas de oportunidade para fazer o oponente tomar as decisões erradas.
Os espíritos podem até ser a base do deck e o que faz ele funcionar, mas é Curious Obsession que permite a este deck ser tão eficiente. Pelo custo de uma mana, o card não só aumenta o poder da sua criatura, mas também permite que você acumule valor para cada vez que a criatura causar dano ao oponente. Jogadas que envolvem qualquer one-drop no turno 1, Curious Obsession no turno 2 e um backup de Spell Pierce ou Miscast são capazes de levar o jogo por conta própria caso você consiga proteger sua ameaça por três ou mais turnos.
A interação de custo baixo, ambas são muito eficientes em proteger suas ameaças nos primeiros turnos do jogo, mas perdem muito valor de acordo com o prosseguimento do jogo. Ambas contam com suas vantagens e desvantagens:
Spell Pierce possui a vantagem de interagir com Planeswalkers, artefatos e encantamentos, o que pode ser relevante caso você esteja enfrentando decks como Yorion Fires ou até mesmo o Jund Food (já que um Witch’s Oven pode postergar muito o clock do seu deck).
Miscast já possui um alcance mais limitado, podendo ser utilizado apenas em Instantâneas e Feitiços, mas possui uma validade maior em termos de extensão do jogo e continua sendo muito relevante se acompanhado de um bom clock nos estágios mais avançados.
Lofty Denial será, na maioria das vezes, um Mana Leak melhorado para este deck já que é muito improvável você não possuir uma criatura voadora na mesa. Porém é sempre importante lembrar que a mágica confere se existe uma criatura voadora na mesa e, portanto, o oponente pode responder com um removal na sua criatura antes da resolução da mágica.
Unsubstantiate pode não lidar permanentemente com uma mágica na pilha, mas sua versatilidade como interação na mesa é benéfica num contexto onde você muitas vezes não vai conseguir responder à altura de criaturas na mesa que possam criar para o oponente um clock mais rápido do que o seu. Estamos falando de um deck de Tempo, e Unsubstantiate pode gerar o exato Tempo necessário para criar uma abertura que leve à vitória.
O deck procura utilizar uma manabase com lands nevadas para tirar total proveito de Ascendant Spirit, um card que pode dominar o jogo por conta própria no late-game e, portanto, outra maneira de se beneficiar desta manabase é fazer uso de Faceless Haven que, apesar de ter um custo de ativação bem maior que o de Mutavault, colabora para o plano de ativar mana nevada para o espírito, enquanto também apresenta um corpo 4/3 que desvia de sweepers enquanto apresenta um clock considerável e pode até mesmo ser utilizado com Shacklegeist para virar criaturas.
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Sideboard
Grafdigger’s Cage tem sido uma resposta cada vez mais eficiente para diversos decks do formato: decks como Jund Food, Dimir Control, Rakdos Pyromancer, Bant Spirits, Izzet Phoenix, Niv-to-Light e até mesmo Burn possuem alvos e mecânicas que poderiam justificar a inclusão de Grafdigger’s Cage nessas partidas, especialmente num deck que não conta com meios melhores de interação.
Pithing Needle se trata de outro meio eficiente de responder à cartas que o Mono-Blue naturalmente possui dificuldades em lidar uma vez que entrem na mesa. Artefatos como Witch’s Oven ou Planeswalkers são dois dos principais alvos em que você utilizará o card. Porém, podem haver outras ocasiões onde Pithing Needle é extremamente importante para evitar mecânicas de valor por parte do oponente.
Mystic Subdual é uma ótima maneira, em Instant-Speed, do deck lidar com criaturas muito problemáticas para a execução do plano de jogo ou até mesmo de remover bloqueadores do caminho. Os principais alvos para o card incluem Kroxa, Titan of Death’s Hunger, Mayhem Devil, Korvold, Fae-Cursed King, Lurrus of the Dream-Den e basicamente qualquer criatura do Niv-to-Light que se apresente como um problema.
Já Entrancing Melody é um ótimo card para tomar o controle de ameaças impactantes do oponente, com meu favorito sendo Kroxa, Titan of Death’s Hunger, mas cards como Lurrus of the Dream-Den, Young Pyromancer e até mesmo uma criatura bem encantada do Auras são alvos extremamente válidos para esta mágica.
O package de counters e disrupções extras.
Dispel é mandatório neste tipo de deck e é uma resposta limpa e eficiente para muitas das respostas que os oponentes que jogam de Midrange ou Control tentarão utilizar contra você. Existem incontáveis alvos válidos no formato e, diferente de Miscast, o card não perde valor no longo prazo.
Aether Gust é necessário num formato onde decks utilizam muitas cartas verdes ou vermelhas na sua composição. Ainda temos uma presença significativa de listas onde Aether Gust é uma ótima adição, como Niv-to-Light, Fires, Izzet Phoenix, Jund Food, Simic Stompy, entre outros.
Mystical Dispute é obviamente um ótimo card contra decks azuis, mas também é uma resposta limpa e útil (apesar de bem pesado em termos de mana para o que esse deck se propõe) para diversas ameaças, já que estes decks procuram jogar na curva mais alta e,portanto, acabam por dar mais janelas de oportunidade onde cards como Mystical Dispute podem ser certeiros.
Conclusão
Esta foi minha análise do deck Mono-Blue Spirits, que ficou em quinto lugar no Pioneer Challenge e apresenta uma estratégia que é muito mais direcionada ao Tempo do que suas versões Azorius e Bant, enquanto ainda mantém uma boa sinergia tribal.
Particularmente, é difícil avaliar se a versão Mono-Blue é necessariamente superior às suas versões de duas ou três cores, pois acredito se tratarem de espectros diferentes de como se aproximar de um gameplay de Tempo dentro do Pioneer, com um buscando velocidade enquanto o outro busca apresentar um clock junto a jogadas de valor, mas reconheço o Mono-Blue como uma ótima lista budget para o jogador que quiser adentrar ao formato e até mesmo participar dos Pioneer Royale, que ocorrem toda terça-feira às 19:30 aqui na Cards Realm, já que ela custa menos do que 25 tix para ser construída e, de quebra, demonstrou ser mais do que capaz de construir bons resultados em um torneio de grande porte.
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Obrigado pela leitura!
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