Magic: the Gathering

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Legacy: 8 Decks sem Cards da Lista Reservada para jogar

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A Lista Reservada é um dos maiores impeditivos para jogadores de Magic experimentarem o Legacy devido aos altos preços dos cards. Neste artigo, apresentamos oito decklists sem cards da Reserved List para jogar nos torneios da sua comunidade e conhecer o formato!

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revisado por Tabata Marques

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A conversa em torno de jogadores não-inseridos no Legacy quando falamos do formato, tende a vir, em algum momento, da conversa de como o Legacy é caro. Eles não estão errados: Magic é um jogo caro e o Legacy pode definitivamente ser ainda mais por conta da quantidade de cartas e staples do formato que fazem parte da Reserved List — uma nota promissória feita pela Wizards of the Coast em 1996 para não reimprimir determinados cards para manter o seu valor colecionável.

A lista foi revisada em 2002, onde tiraram as comuns e incomuns dela e novamente em 2010, quando a empresa tentou algumas iniciativas para reimprimir alguns cards em versões especiais, mas cuja repercussão negativa dos investidores foi, talvez, a maior que Magic já tomou na sua vida. Desde então, a Reserved List é como uma profecia escrita em pedra, intocada, e sinaliza um “investimento seguro” em Magic como colecionável, o que levou a diversos spikes no decorrer dos anos nos preços dos cards inseridos nela.

Para o Legacy, as cartas da lista simbolizam uma faca de dois gumes: por um lado, comprar Old Duals ou Gaea’s Cradle para jogar garante a certeza de que esses cards nunca vão desvalorizar, tornando-os investimentos de longo prazo que podem, no futuro, ser vendidos pelo mesmo valor ou maior. Por outro lado, elas são o maior impeditivo para novos jogadores entrarem no formato.

Pense no Dimir Tempo, por exemplo. O custo médio do deck é de US$ 4.500, sendo que US$ 3.500 são apenas no set de Underground Sea. O mesmo ocorre na maioria dos principais decks competitivos do formato, e a benção de ter um investimento alto assegurado pela própria Wizards of the Coast com uma política de não-reimpressão também é a maldição de alienar o público ao formato que representa o ápice do nível de poder do Legacy.

Decidimos então mostrar outro lado do Legacy neste artigo. Sim, os melhores decks, em geral, estarão utilizando cards da Lista Reservada e as Old Duals são os melhores terrenos que você pode ter, mas nem sempre é necessário buscar esse investimento tão alto para jogar o formato na sua comunidade, e para provar, trazemos oito arquétipos do Legacy que não utilizam nenhum card da Lista Reservada.

Decks de Legacy sem Reserved List

Burn

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O Burn é, ao mesmo tempo, o deck mais barato, simples e mais acessível de jogar que você pode construir no Legacy. Ele segue essencialmente o mesmo molde do que vemos o arquétipo fazer no Pauper, Modern e até no Pioneer, e a maioria dos cards da lista já faz parte da pool natural de outros formatos — a exceção é Price of Progress, que muitas outras versões do arquétipo utilizariam se tivessem acesso a ele.

Mas assim como nos demais formatos, o Burn é um deck fácil de telegrafar e jogar na velocidade não funciona tão bem em mesas mais competitivas de Legacy. Afinal, enquanto você está virando mana para dar três de dano ao oponente, ele pode voltar com uma Atraxa, Grand Unifier com Reanimate, ou fazer um Emrakul, the Aeon’s Torn vinda de um Show and Tell, ganhar o jogo no segundo turno com Thassa’s Oracle, ou apenas saber que você não tem mana sobrando para desviar de um Daze enquanto te pressiona com Delver of Secrets.

All Spells

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O All Spells é um deck de combo linear baseada na interação de Balustrade Spy e Undercity Informer com as MDFCs de Modern Horizons III e Battle for Zendikar, que possibilitam jogar com terrenos e ter acesso à mana deles sem ter cards do tipo terreno. Portanto, ao ativar ou desencadear a habilidade de uma dessas criaturas, seu controlador colocará todos os cards do seu grimório no cemitério.

A principal linha de vitória gira em torno de trazer Thassa’s Oracle do cemitério com Dread Return para ganhar o jogo, já que seu controlador não terá cards no grimório. Caso esse plano dê errado por algum motivo, Memory’s Journey oferece mais uma tentativa no turno seguinte com Reanimate, ou podemos até seguir outras linhas com Poxwalkers e as fichas de Bridge from Below.

Apesar de relativamente simples de jogar e barato de montar, o All Spells possui alguns problemas em relação à filosofia de Magic por ser o mais próximo de um “deck de turno um” — ele pode ganhar jogos rápidos demais e há discussões entre jogadores se, com ele ganhando mais notoriedade, este seria um padrão saudável para o formato. Logo, montar o All Spells vem com o risco de ele ser eventualmente banido do formato por não ser divertido de jogar contra.

Mono Black Depths

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Dark Depths é um combo com muitas versões no Legacy, e a variante Mono Black é um excelente ponto de partida para o arquétipo e para o formato para novatos nele por mesclar uma versão mais barata com um plano de jogo objetivo que permeará a base para todas as variantes que forem construídas a partir dela.

O plano envolve utilizar Vampire Hexmage para remover todos os marcadores de Dark Depths, que ao não ter nenhum marcador, será sacrificado para criar uma ficha 20/20 de Marit Lage indestrutível. Alternativamente, também podemos copiar Depths com Thespian’s Stage, sacrificar o terreno original para a Regra de Lendas e desencadear a cópia — que não terá marcadores — para criar a ficha.

A partir deste ponto, basta proteger Marit Lage com Not of This World ou ter feito o setup anterior com Thoughtseize e Duress para evitar mágicas de bounce, Swords to Plowshares ou Solitude e atacar com a ficha para dano letal no turno seguinte. Para proteger o combo, a lista também inclui um set de Pithing Needle no maindeck para Wasteland e Karakas.

Merfolks

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Há muito tempo, numa década muito distante, o Merfolks já foi um dos melhores decks do Legacy, mas perdeu o posto conforme cards mais eficientes saíram para os demais arquétipos e novas estratégias emergiram de Stoneforge Mystic, Delver of Secrets, Snapcaster Mage e Jace, the Mind Sculptor — todos cards que, de alguma maneira, parecem datados para os padrões do formato em 2025.

Não significa que o Merfolks não seja um bom deck para começar no Legacy.Monocolorido, interativo, com um plano de jogo sem grandes complicações para entender e recompensa seu controlador por se dedicar ao arquétipo e aprender quais são as linhas de jogadas mais eficientes, tudo somado com uma dúzia de interações de linhagem e alguns cards novos que reforçaram o arquétipo nos últimos anos.

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Orzhov Humans

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NOTA: A lista acima utiliza uma cópia de Scrubland. É possível substituir com uma cópia de Godless Shrine sem grandes concessões, já que estamos falando de um one-of, mas optamos por apresentar a lista original para manter a integridade do texto.

Orzhov Humans não era um deck que esperava em uma lista de Legacy, mas foi a presença dele no Top 16 do Monster Alpha, com 105 jogadores, que levou a escrita deste artigo — ele possui quase a mesma estrutura das listas de Humans do Pioneer, apenas com a inclusão de cards disruptivos como Wasteland e outras staples que não há motivos para não usar: Esper Sentinel, Mother of Runes, Aether Vial e Dark Confidant (que estará em breve no Pioneer também!)

Não diferente do Merfolks, o plano do Humans é aproveitar as interações entre suas criaturas com um plano de jogo disruptivo onde todos os seus cards oferecem algum benefício para as demais criaturas, ou atrapalham o plano de jogo do oponente de alguma maneira, permitindo segurar os combos ou decks mais explosivos enquanto avança sua mesa a cada turno.

Death & Taxes

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Existem muitas variantes de Death & Taxes: algumas de duas cores, outras sem Yorion, Sky Nomad, e outras que nem utilizam tanto efeitos estáticos e focam exclusivamente em ETBs enquanto geram valor com Overlord of the Balemurk e/ou Ketramose, the New Dawn. A variante acima, no entanto, é um bom ponto de partida.

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Apesar da quantidade de criaturas, o Death & Taxes é uma espécie de toolbox Control que utiliza Recruiter of the Guard para buscar qualquer criatura que seja um problema para o oponente: efeitos para taxar sua mana como Thalia, Guardian of Thraben, remoção de permanentes com Skyclave Apparition e Solitude, disrupção de terrenos com White Orchid Phantom, ou apenas uma condição de vitória rápida com Stoneforge Mystic para buscar Kaldra Compleat — a maioria desses interage com Phelia, Exuberant Shepherd para criar efeitos de bola-de-neve a cada turno.

Os efeitos disruptivos são agregados com Wasteland e Rishadan Port, e como utilizamos Aether Vial, podemos dedicar duas manas por turno a travar um terreno do oponente enquanto avançamos nosso plano de jogo.

Todos esses elementos tornam do Death & Taxes, independente da versão, uma escolha eficiente para o formato desde que você não enfrente combos muito rápidos, mas o teto de habilidade do arquétipo é extremamente alto e recompensa quem conhece bem o Metagame do Legacy, prepara a melhor lista para lidar com os principais decks da sua região, e sabe masterizar cada possível linha que Recruiter of the Guard possibilita na partida.

Death’s Shadow

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Talvez você queira jogar de Delver, mas não quer gastar tanto com um set de Old Duals — mas e se houver uma versão de “Delver” onde usar Shock Lands seja um benefício? Nascido no Modern em 2016, Death’s Shadow se tornou um deck competitivo reconhecido no Legacy nas mãos de Josh-Utter Leyton durante o Pro Tour 25th em 2018, e desde então se tornou uma das portas de entrada para os fãs dos decks de Tempo.

Como sua criatura-chave se importa com o quanto de vida você perdeu no turno, estourar Fetch Lands para buscar Watery Grave desvirada se torna um benefício para jogar Death’s Shadow mais cedo, ou até servir em alguns momentos como um Giant Growth gratuito para a criatura, que se empilha em mais dano quando temos mais cópias dele na mesa.

Além disso, como comprovado anteriormente no Modern, Shadow é exatamente o tipo de criatura que se beneficia de uma base de Tempo lotada de cantrips eficientes e free spells, e enquanto o power creep mudou uma parcela de quais cards o acompanham nas listas, a base dele com Thoughtseize, Street Wraith e Shock Lands permanece intocada.

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Mono Blue Delver

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E se sua preferência for começar a juntar peças para criar sua pool de Delver, uma variante Mono Blue do arquétipo mais famoso do formato fez alguns resultados recentes em Challenges.

Ao longo dos anos, os decks de Tempo azuis ganharam diversas ferramentas e cards que foram utilizados ou testados em listas de Delver em algum momento, e esta variante aproveita a redução de cores para aproveitar cada uma delas, com linhas que envolvem Stifle, além de one-ofs pontuais como Stern Scolding e Spell Snare.

Por outro lado, jogar com uma cor o torna menos vulnerável à Wasteland mas também limita bastante a quantidade de respostas no maindeck e no Sideboard que não envolvam interação de pilha, deixando-o muito passivo contra cards que resolvem na mesa e/ou que não possam ser anulados. No entanto, o Mono Blue Delver é uma boa porta de entrada para quem deseja, aos poucos, construir a base de duas cores para Izzet, e possivelmente seguir para outras variantes no futuro.

Concluindo

Isso é tudo por hoje!

Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!

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Obrigado pela leitura!