Metagame: A Primeira Semana de Final Fantasy nos Challenges

Final Fantasy chegou, e os primeiros torneios competitivos com a colaboração entre Magic: The Gathering e a Square Enix ocorreram neste fim de semana, principalmente nos Challenges do Magic Online.

Os eventos desta semana precedem o Pro Tour Final Fantasy, que ocorre em Las Vegas entre 20 e 22 de junho, nos formatos Standard e Limitado, e nos dão as primeiras impressões do que podemos esperar do cenário competitivo do evento e das potenciais mudanças que a primeira colaboração de Universes Beyond a chegar ao Standard traz.

Abaixo, apresentamos os principais resultados e destaques dos Challenges deste fim de semana, com quais decks Final Fantasy entregou novos cards, e quais novas estratégias ou techs a expansão ofereceu.

Vivi Ornitier e Astrologian’s Planisphere foram os grandes destaques do Standard nos Challenges do fim de semana, e por um motivo claro: Izzet Prowess é o melhor deck do formato e ambos os cards serviram para solidificar ainda mais a posição do arquétipo nos eventos que precedem o Pro Tour.

Enquanto Planisphere não viu tantos resultados em decklists — Cori-Steel Cutter é um equipamento melhor — Vivi Ornitier se manteve com, pelo menos, duas cópias na maioria das listas, onde sua mana extra é utilizada para subir o nível de Stormchaser’s Talent ou pagar o alto custo de Roaring Furnace // Steaming Sauna, oferecendo uma fonte constante de vantagem em cartas.

A adição de mais um encantamento também fez crescer a quantidade de This Town Ain’t Big Enough nesses decks, criando um pseudo-tema de Bounce com Talent e Furnace, que também funciona para proteger Vivi Ornitier.

O Jund está de volta! Não exatamente o Jund em combinação de cores, mas a estrutura do clássico arquétipo do Modern de ameaças e respostas baratas somadas com Dark Confidant ganhou nova vida no Standard com versões Mono Black e Golgari.

Em ambos os casos, as listas seguem a linha de usar remoções individuais e Cecil, Dark Knight como o mais próximo que temos de Tarmogoyf com diversos efeitos de dois-para-um para forçar trocas negativas do oponente, seja com Preacher of the Schism e Gix, Yawgmoth Praetor no Mono Black, ou com Glissa Sunslayer e Liliana of the Veil no Golgari.

Cecil, Dark Knight também ganhou espaço nas listas de Dimir Midrange, com números variando de uma até três cópias. Aparentemente, a predominância de Prowess e Red Aggro não reduz a viabilidade de Cecil — Pelo contrário, amplia o seu potencial de se transformar e segurar jogos tão cedo quanto no terceiro turno.

Por falar em Red Aggro, esses não tiveram grandes adições com Final Fantasy, mas tem testado Opera Love Song como complemento à Questing Druid, ou até como um substituto direto em listas de Mono Red, já que o card oferece mais fôlego em jogos longos enquanto interage com a estratégia proativa do pacote de camundongos.

O Gruul Delirium ganhou Summon: Brynhildr como outro card com dois tipos de permanentes que oferecem algum valor quando entra em jogo enquanto, em uma lista onde criaturas não possuem Haste nativo, ele ajuda a ampliar a pressão que o arquétipo oferece em jogos mais lentos.

Terra, Magical Adept foi outra adição comum ao arquétipo. Além de colocar cinco cards no cemitério, ela recupera Fear of Missing Out e Summon: Brynhildr, ou até Dredger’s Insight em listas que ainda utilizam o encantamento.

Yuna, Hope of Spira gerou um hype gigantesco nos primeiros dias de Final Fantasy no Magic Arena, mas não o converteu em resultados expressivos nos Challenges. Uma lista com ela utilizando Virtue of Persistence e os Overlords de Duskmourn fez Top 16 em um evento independente durante o fim de semana.

Neste mesmo evento, Yuna foi usada como complemento de Zur, Eternal Schemer no Domain Overlords — um preparamento para o que, após a rotação, pode virar a base do arquétipo sem o principal card da lista hoje.

Dark Confidant foi ostensivamente utilizado no Sideboard do Rakdos Prowess como a nova ferramenta para jogos mais longos. Resta saber se ele será mais eficiente do que outras opções nesses slots, como Urabrask’s Forge ou até Cori-Steel Cutter e Opera Love Song.

Um dos melhores decks da temporada passada do Standard, o Esper Legends ganhou diversas ferramentas novas com Final Fantasy, com as duas principais sendo Cecil, Dark Knight e Dark Confidant, trazendo-o de volta para o Pioneer. Além disso, Starting Town oferece uma excelente correção de mana para listas de três cores, sendo menos danoso do que Mana Confluence por gerar incolor sem pagar vida.

Terra, Magical Adept também encontrou lar nos decks de Domain Enigmatic Incarnation do Pioneer. Diferentemente do Gruul Delirium no Standard, essa versão consegue aproveitar ao máximo a protagonista de Final Fantasy VI ao transformá-la, permitindo copiar os Overlords ou qualquer outro encantamento.

Joshua, Phoenix’s Dominant se tornou o novo melhor amigo de Greasefang, Okiba Boss, oferecendo as mesmas qualidades de Tersa Lightshatter, mas com um corpo mais resiliente em troca do Haste e uma habilidade ativada que, se chegar ao terceiro capítulo, pode fazer um jogador voltar para uma partida outrora perdida enquanto reutiliza o ETB do card para descartar mais artefatos.

Por falar em reanimar, o Boros Monument tem experimentado unir seu plano de jogo de descartar cards para gerar valor com Abuelo’s Awakening e Summon: Knights of Round para um combo. Monument to Endurance, inclusive, parece estar dando à luz a um novo deck de Orzhov Greasefang, mas como ele não possui nenhum card de Final Fantasy, falaremos dele em outro artigo.

Sephiroth, Fabled SOLDIER apareceu em um Top 32 dos Challenges numa lista com Rally the Ancestors e a famosa base de Aristocrats. Particularmente, não parece que o mais famoso vilão dos RPGs realmente faça algo inovador nessa lista e muito menos agrega em algo que ele já não tivesse com Zulaport Cutthroat, e o deck não produziu um resultado muito impressionante.

O vilão protagonizou também um dos decks vencedores dos Challenges do fim de semana, o Rakdos Sacrifice, onde se juntou a Mayhem Devil em uma variante que abdica do combo com Ygra, Eater of All em prol de um plano mais direcionado, voltado para jogos de atrito.

Uma lista de Five-Color Humans também esteve no Top 16 do mesmo evento, com Dark Confidant e Sephiroth, Fabled SOLDIER na mesma lista, somado com Cecil, Dark Knight e a estrutura já conhecida do Humans, com Thalia's Lieutenant e Adeline, Resplendent Cathar.

Vivi Ornitier aparenta ser a nova condição de vitória do Izzet Lotus Field, o arquétipo que mais utilizou o card no Pioneer e quase empatou com o Izzet Prowess do Standard em quantidades durante o fim de semana. Além da mana extra, o fato dele causar dano ao oponente a cada mágica jogada o torna o card ideal para ganhar jogos em uma lista que, em outros momentos, tentava fazer loopings com Lightning Strike para obter o mesmo resultado.

Uma lista de Izzet Prowess com Vivi também esteve em um dos Challenges e obteve um bom resultado, mas a impressão ainda é de que Arclight Phoenix faz um trabalho melhor em ser um deck de Tempo nessa combinação de cores.

Sephiroth, Fabled SOLDIER foi uma adição consistente nas listas de Mardu Energy tanto nos Challenges quanto nas Ligas. O vilão de FFVII oferece uma fonte recorrente de vantagem em cartas com Ocelot Pride enquanto se beneficia de Goblin Bombardment para desencadear seu trigger de transformação no mesmo turno em que ele entra — feito isso, Sephiroth é capaz de ganhar o jogo por conta própria entre o seu corpo 5/5 com Flying e a possibilidade de sacrificar várias criaturas para drenar a vida do oponent enquanto compra múltiplos cards.

Todos os sinais indicam que ele será uma staple do Mardu Energy nos próximos meses.

Diversas listas de Boros Energy em ambas Ligas e Challenges experimentaram Joshua, Phoenix’s Dominant em algum slot — no lugar de Seasoned Pyromancer, ou de Fable of the Mirror-Breaker, ou até como parte de outros slots flexíveis do arquétipo. Seu maior atrativo é o potencial de reanimar uma combinação de Guide of Souls, Ocelot Pride e Ajani, Nacatl Pariah com um só card que também funciona como ameaça nas partidas de atrito.

Lightning, Army of One também apareceu como one-of ou two-of em algumas listas de Boros Energy, mas todas estiveram nos montantes de 5-0 das Ligas ao invés dos Challenges.

Cecil, Dark Knight apareceu em uma das listas de Orzhov Blink, que parece mais um slot de testes do que algo que vai ser o padrão do arquétipo no momento. Cecil interage com Ketramose e as Fetch Lands para a perda de vida necessária e oferece um meio de ser agressivo enquanto protege as demais criaturas atacantes, além de compensar a perda de vida de Ketramose, the New Dawn.

Uma adição que definitivamente veio para ficar foi a de The Wandering Minstrel no Amulet Titan como um one-of buscado com Summoner’s Pact ou Green Sun’s Zenith. A vantagem de Minstrel é ter a mesma habilidade passiva de Spelunking — uma staple do deck hoje — em um slot que pode ser encontrado por outros cards, ampliando a consistência em extrair valor das Bounce Lands.

Raubahn, Bull of Ala Mhigo apareceu em algumas listas de Boros Hammer Time para complementar Puresteel Paladin e Sigarda’s Aid em burlar custos de mana, ou servir como o alvo perfeito para Colossus Hammer, visto que a habilidade de Ward dele se transforma em um virtual-Hexproof quando o oponente precisa pagar 12 ou mais de vida para se livrar dele.

Vivi Ornitier se juntou com Emry, Lurker of the Loch para replicar os loopings outrora feitos com Underworld Breach. Um detalhe relevante dessa variante é que Repeal funciona como uma free spell para voltar uma Mox do campo de batalha para a mão, mas também podemos usá-la com mana o suficiente para devolver e jogar Vivi novamente, permitindo reutilizar sua habilidade, já que se trata de um novo objeto.

Astrologian’s Planisphere foi o card mais jogado de Final Fantasy no Legacy, mas com poucos resultados nos Challenges: a competição por esses slots no formato é muito grande principalmente nos decks de Delver, e enquanto as Ligas mostraram bons resultados com o artefato, eles nem sequer foram utilizados ou apareceram no Top 32 dos eventos do fim de semana.

Por outro lado, o Izzet Painter aproveita Planisphere com Flame of Anor para garantir mais ferramentas de atrito e uma condição de vitória alternativa para um deck majoritariamente voltado para artefatos e mágicas de não-criaturas.

Cecil, Dark Knight e Sephiroth, Fabled SOLDIER também tiveram resultados no Legacy, mas com aparições tímidas. Em especial, em uma lista de Rakdos Evoke sem Grief, onde Cecil se beneficia da perda de vida de reanimar um Oliphaunt ou Fury, enquanto Sephiroth interage com Broadside Bombardiers para habilitar o emblema rapidamente e transformar cada criatura em um Lightning Bolt.

Jumbo Cactuar, sim, Jumbo Cactuar esteve no Legacy. Aparentemente, existem situações onde o melhor que você pode fazer é usar Entomb para um cactus gigante e reanimá-lo com Shallow Grave para um hit-kill de 10.000 de dano.

Black Mage’s Rod parece o card mais quente de Final Fantasy para o Pauper e surgiu em diversos arquétipos nas Ligas durante a semana. Um deles foi o Golgari Pactdoll, onde aumentou a quantidade de artefatos ampliou a possibilidade de usar Bleak Coven Vampires como um pseudo-Siege Rhino — uma tática que não vemos no formato há mais de uma década.

O artefato foi tão eficiente no formato que chegou até ao Affinity, onde se beneficia da ampla quantidade de mágicas de não-criatura enquanto oferece mais alimento para os cards com Afinidade ou Reckoner’s Bargain.

O White Weenie utilizou Summon: Choco/Mog em um dos eventos como uma ameaça extra que amplia, durante alguns turnos, o poder de todas as suas criaturas, sendo o mais próximo que temos de uma criatura “lord” no Pauper.

Como esperado, Town Greeter entrou diretamente no Dredge para aumentar a consistência do arquétipo em colocar cards no cemitério. A adição, entretanto, não parece ter alavancado muito os resultados dele nos Challenges.

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