Jogadores e Jogadoras!
Mas que Segunda-Feira, não? Caso você, por algum motivo, tenha vivido numa caverna nas últimas horas, saiu um anúncio e banidas e restritas extenso para diversos formato, e você pode encontra-lo aqui.
Além de fazer a habitual análise do Metagame dos Challenges esta semana, estarei dissecando um pouco do que levou cada card da atualização de hoje a ser banido.
Standard
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O Standard Challenge de Sábado, dia 13 de Fevereiro, foi composto pelo seguinte Top 8:
2 Sultai Yorion
2 Mono-White Aggro
1 Boros Aggro
1 Dimir Rogues
1 Jund Sacrifice
1 Mono-Green Food
Muitos jogadores já estão considerando o Sultai Yorion como atual melhor deck do formato. A sua combinação de diversos efeitos de 2-por-1 num deck que mais parece um Midrange se comparado as versões anteriores do arquétipo. O destaque da lista, inclusive, fica para uma carta rara pouco utilizada antes do lançamento de Kaldheim: Emergent Ultimatum.
Com a inclusão de cards como Alrund’s Epiphany e Valki, God of Lies além de uma manabase mais equilibrada graças á inclusão das novas Pathway Lands, Emergent Ultimatum se torna o endgame perfeito que lhe permite gerar uma quantidade muito grande de valor independente da situação em que você se encontra: Seja castando um Tibalt, Cosmic Impostor com Valki, seja usando Kiora, Bests the Sea God, seja com Sea Gate Restoration comprando absurdos de cartas ou até com Vorinclex, Monstruous Raider como uma ameaça que trava todas as sagas e planeswalkers na mesa.
Ao meu ver, o Sultai Yorion possui todos os elementos necessários para permanecer como melhor deck do formato por algum tempo.
Já no Domingo, o Standard Challenge teve o seguinte Top 8:
3 Jeskai Cycling
3 Mono-White Aggro
1 Sultai Yorion
1 Gruul Adventures
Eu adoro quando decks duvidosos e que as pessoas não costumam levar á sério passam a fazer resultados, e é exatamente isso que o Jeskai Cycling fez nesse evento:
A base do deck permanece essencialmente a mesma, exceto pelo fato de que agora o deck consegue castar todas as suas spells graças ás Pathway Lands E o fato de que passaram á adotar Improbable Alliance, uma velha staple do Penny Dreadful que permite ao deck ter sua própria versão de Bitterblossom fazendo o que naturalmente faz: Comprar cards.
Infelizmente, a inclusão das Pathway aumenta significativamente o custo desse deck no Arena, mas este é definitivamente um deck que eu tentaria pilotar caso eu optasse por participar de eventos de Standard.
Pioneer
O Pioneer Challenge teve o seguinte Top 8 no Sábado:
2 Boros Heroic
2 Niv to Light
1 Temur Reclamation
1 Boros Burn
1 All Spells
1 Sultai Reclamation
Eu gostaria de aproveitar para comentar um pouco sobre os banimentos de hoje, já que este Top 8 é uma boa representação deles.
Uro foi o principal card banido do Magic hoje, e não é por menos: A combinação de uma ameaça potente de custo baixo que oferecia card advantage constante e recorrente todos os turnos em que ele entrava em jogo ou atacava tornava dele uma das criaturas mais poderosas já existentes na história do Magic hoje. E as suas restrições de jogo, para ser sincero, eram irrelevantes na maioria das vezes e para a maioria das ocasiões pois é recompensada por você apenas jogar uma partida de Magic.
Nós sabemos por experiência que mana e cartas na mão é o recurso mais importante do Magic. Sem nenhum dos dois, você dificilmente vai conseguir sequer jogar uma partida, e o que os decks de Reclamation fazem é garantir que você possua ambos de maneira mais eficiente do que o oponente.
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Com o banimento de Uro, Titan of Nature’s Wrath, os decks de Reclamation ainda conseguiriam sobreviver e se adaptar enquanto eram colocados em cheque por Teferi, Time Raveler, que impedia determinadas interações de Instant-Speed. Como Teferi foi banido, a Wizards optou por banir Wilderness Reclamation antes que o mesmo corresse o risco de se tornar um deck opressivo.
Falando em Teferi, o Planeswalker de custo 3 não conseguiu se manter no Pioneer por ser uma das mecânicas mais limitadoras que o jogo já conheceu, servindo como uma válvula de segurança para que seus oponentes não possam interagir durante seu turno ou em momentos cruciais do jogo.
O Planeswalker era, portanto, a forma perfeita de proteção contra decks control e limitador contra decks como Spirits, Flash, Rogues e outros do formato, além de servir como uma ótima interação e fonte de Card Advantage com suas habilidades.
Já estava claro faz algum tempo que a proposta da Wizards para o Pioneer não é um formato muito centrado em combos, principalmente visto que o Pioneer foi dominado por decks de combo num passado recente.
O All Spells tinha o principal problema de ser um deck que, naturalmente, não parece se encaixar no Pioneer e que tem muitos meios de simplesmente explodir de maneira consistente no formato, tornando-o inclusive um deck de difícil interação e que necessitava de hates e concessões específicas no sideboard para poder se proteger do mesmo.
No final das contas, estava mais do que claro que eventualmente o banimento chegaria a Ballustrade Spy e Undercity Informer
Já no Domingo, tivemos o seguinte Top 8:
2 Temur Reclamation
1 Azorius Spirits
1 Mono-Green Walkers
1 Gruul Aggro
1 Niv-to-Light
1 Boros Burn
1 All Spells
Uma coisa que poucos notaram na spoiler season, em geral, é que Vorinclex, Monstruous Raider é um ótimo card para o Mono Green Walkers, que inclusive foi bem favorecido pelos banimentos de hoje.
Modern
O Top 8 do Modern Challenge de Sábado foi composto por:
5 Valki Cascade
1 Izzet Blitz
1 Living End
1 Enduring Ideal
Querida Wizards, Really?!
Vocês lembram quando a coisa mais absurd que podíamos fazer com Cascade era Living End ou Restore Balance ?
Eu lembro.
Dito isso, não há mais a preocupação de enfrentar um Tibalt no turno dois pois a mecânica de Cascade sofreu uma errata significativa, fazendo com que você só possa castar a mágica de custo menor, e Uro, Titan of Nature’s Wrath foi, como esperado, banido do formato.
Mas além desses, é importante ressaltar alguns outros banimentos:
Field of the Dead é um dos terrenos mais absurdos que já vi sair numa edição de Magic, pois se trata do endgame absoluto com uma concessão de deckbuilding que é muito pouco restritiva nos formatos eternos. Decks como TitanShift, GW Titan, Four-Color Omnath, entre outros conseguiam usar o card sem sacrifício algum pois a manabase do Modern permite ter essa variedade de terrenos sem perder a consistência.
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Alguns meses atrás, Mystic Sanctuary foi banido do Pauper pela sua interação com Deprive e Tragic Lesson e nunca me fez muito sentido em como o terreno continuava no Modern diante da sua interação com Cryptic Command que essencialmente lockava o jogo e criava uma situação na mesa que tornava da partida nada-interativa e extremamente maçante, e tal como Field of the Dead, esta combinação do terreno com a mágica necessitava de pouquíssima concessão de deckbuilding no formato.
Free Mana sempre é um problema e a Wizards admite isso, inclusive já baniu Mox Opal por este problema. Simian Spirit Guide ganhou muito valor no Modern recentemente graças á inclusão de decks de combo mais explosivos como o Belcher, All Spells, entre outros. O deck que mais sofre com isso, infelizmente, é o Ad Nauseam, que vai pagar pelos crimes de outros decks.
É meio estranho que tenham decidido banir Tibalt’s Trickery do Modern sem bani-lo do Bo1 do Standard, já que neste formato as interações de sideboard não existem e os jogos se tornam um lançar de moedas por parte do oponente.
Mas, cá estamos, Tibalt’s Trickery foi banido do Modern pelos mesmos motivos que deveria ser banido do Standard: Promover um estilo de jogo que é pouco divertido e nada interativo para ambos os jogadores e que necessita única e exclusivamente dos slots certos para funcionar. Não é competitivo, nem relevante, mas cria uma experiência de jogo miserável.
Pauper
Nós não tivemos nenhum anúncio de banidas ou desbanidas no Pauper, o que é meio decepcionante, mas esperado já que Fall from Favor foi banido mês passado e o formato está, apesar de polarizado em algumas mecânicas, equilibrado em termos de representatividade.
O Pauper Challenge de Sábado possuiu o seguinte Top 8:
2 Boros Bully
1 Walls Combo
1 Azorius Familiar
1 Jeskai Affinity
1 Jund Ponza
1 Izzet Faeries
1 Cycling Storm
Apesar de eu particularmente achar que o Pauper está preso num ciclo onde as suas mecânicas estão padronizadas demais, este Top 8 acima é o exemplo perfeito de porque o Pauper não precisa de uma intervenção direta: Nenhum deck é excessivamente predominante e estamos tendo a presença de novos arquétipos como Jund Ponza e Cycling Storm no Top 8 dos eventos.
Já no Domingo, o Top 8 foi composto por:
3 Dimir Delver
2 Boros Bully
1 Bogles
1 Izzet Faeries
1 Gruul Cascade
Apesar de eu ter categorizado como 3 Dimir Delver, na realidade uma das listas utiliza um total de zero Delvers na sua lista, apostando unicamente em Gurmag Angler para fechar o jogo numa base de deck que remete muito a versão atual do Dimir Delver,e xceto com um número maior de cantrips e meios de acelerar o Peixe.
No geral, o Pauper realmente parece estar num bom momento e sem a necessidade de intervenções. Decks como Tron estão sendo colocados em cheque, mecânicas como Monarch se tornaram de fato parte do aspecto competitivo do jogo, decks novos surgiram e continuam á surigir e há uma boa diversidade no Metagame atualmente.
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Legacy
O Legacy Challenge de Sabado foi composto por:
2 Four-Color Snow
2 Temur Delver
1 Miracles
1 Sultai Depths
1 Doomsday
1 Sneak and Show
E aqui podemos ver um contraste de como os banimentos de hoje afetam o Legacy:
Oko, o melhor Planeswalker já printado na história do jogo é uma atual staple do Legacy, sendo utilizado principalmente em decks como Snow e Temur Delver e se trata de um card que consegue dominar jogos por conta própria sem muita dificuldade. Jogos onde um Oko era resolvidos passavam a se tornar jogos onde ele se tornava o alvo principal na mesa, á menos que você tivesse como matar seu oponente ao invés disso. A vida extra, os corpos 3/3 todo turno na mesa (o que é um corpo significativo pros padrões do Legacy) e a capacidade de sobreviver a muito dano tornavam do Planeswalker a melhor jogada de custo 3 que existia no formato.
Dreadhorde Arcanist é um card que todos sabiam que eventualmente desequilibraria o balanço natural do Legacy pois se trata de um formato onde as principais cantrips e interações são cartas de custo 1, fazendo com o mago se tornasse um constante efeito de 2-por-1 em cada combate e da forma que fosse mais apropriado para cada jogo.Precisa de um removal? Tem um Fatal Push no cemitério. Precisa filtar o topo ? tem um Ponder, precisa acelerar o clock? Tem um Lightning Bolt.
Tal como o anúncio já dizia e tal como Oko também faz, Dreadhorde Arcanist polarizava o jogo em torno de si, precisando ser então uma ameaça a ser respondida imediatamente nos jogos justos e um card a ser superado nos jogos injustos.
Confesso que nunca pensei que um Prophetic Prism de custo 1 chegaria ao ponto de ser banido do Legacy. Isso demonstra o quanto, por mais inocente que um card pareça, ele tem a possibilidade de ter impactos gigantescos no jogo, e todos pelo mesmo motivo: Providenciar color fixing e card advantage por um custo muito baixo, fazendo com que concessões na base de mana se tornem totalmente irrelevantes.
Não há muito o que dizer aqui, Arcum’s Astrolabe é secretamente um dos melhores cards de Magic já criados. É simplesmente fascinante o quanto um artefato com habilidades tão simples causou tanto impacto no jogo !
No Domingo, tivemos o seguinte Top 8:
3 Temur Delver
1 Dimir Shadow
1 Esper Yorion
1 Five-Color Snow
1 Valki Cascade
1 Death and Taxes
Aqui, apesar de ser um grande fã de Death’s Shadow, preciso dar ênfase ao Esper Yorion, que se trata de um deck de Aether Vial com diversos cards fascinantes como Meddling Mage e Baleful Strix, uma série de silver bullets e um backup de proteção com Force of Will,
Conclusão
Esta foi a análise do Metagame desta semana, com mudanças drásticas nos aguardando nas próximas semanas já que muitos dos principais decks dos formatos passaram por banimentos ou mudanças significativas, fazendo com que os formatos tenham de se movimentar e se adaptarem ao novo Metagame.
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Quais são suas apostas para o futuro desses formatos? Fique a vontade para deixar sua opinião nos comentários!
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