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Review

Pauper: Review de Double Masters 2022

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Double Masters 2022 definitivamente trará mudanças ao Pauper — e mudanças sempre trazem os mais variados sentimentos ao público, mas devemos estar prontos para aceitá-las conforme elas se apresentam.

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revisado por Tabata Marques

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Eles reprintaram Monastery Swiftspear como comum!

Sim, esse é a grande surpresa que Double Masters 2022 trouxe ao Pauper, e você pode esperar ao menos cinco parágrafos sobre como essa carta afetará o Metagame à partir da semana que vem — mas não é apenas de Monastery Swiftspear que a nova edição vive, e ela trouxe alguns bons downshifts, outros cards que definitivamente impactarão o Metagame e carregam a possibilidade de se tornarem staples, e outras alternativas atrativas para a construção de decks.

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Portanto, sejam bem-vindos ao meu review do novo Master Set para o Pauper!

Caso prefira conteúdo audiovisual, também teço comentários no vídeo abaixo:

Pauper / Comuns: Review de Double M...

Branco

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Militia Bugler esteve na minha lista de desejos do Pauper por bastante tempo e é gratificante vê-lo sair com um downshift para torná-lo válido no formato porque há uma infinidade de opções que ele pode buscar: Kor Skyfisher, Mulldrifter, e basicamente qualquer criatura do Familiars ou do Jeskai Ephemerate.

Seu corpo 2/3 com Vigilância o torna uma opção muito decente no atual Metagame — além de também adicionar mais consistência e redundância a um arquétipo que vem crescendo no cenário competitivo nos últimos meses: White Weenie.

Esse será uma das peças mais impactantes para o formato e estará presente nas mais variadas versões de Midrange por cavar extremamente fundo em busca da criatura certa.

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Relief Captain pode ter um custo alto, mas com as atuais versões de White Weenie tendo um maior foco em efeitos de ETB e jogando mais lento, consigo imaginar que o potencial de aumentar permanentemente o poder de três criaturas, ser reutilizável com Ephemerate e Kor Skyfisher, além de também ser uma criatura e aprimorar a sua posição da mesa o tornam uma opção para o formato.

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Quatro de poder por cinco manas não é nada impressionante no Pauper atual, mas dou uma menção honrosa à Sensor Splicer pelas interações que seu efeito de ETB possui com Ephemerate e Ghostly Flicker, onde ele pode aumentar o clock de arquétipos que costumam recorrer a esses cards.

Azul

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Menção honrosa porque Advanced Stitchwing possui uma habilidade sem precedentes no formato, e consigo imaginar algumas estratégias que podem se aproveitar do descarte para o devolver ao campo de batalha (seja com Dredge, ou algum Control se livrando de terrenos inúteis da mão), e um 3/4 recorrente e com Flying é relevante no atual Pauper.

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Outra criatura que esteve sempre na minha wishlist, Jeskai Elder é um ótimo two-drop para arquétipos de Spellslinger e permite, caso conecte, filtrar a mão para sempre ter alguma ação a se tomar.

Consigo imaginar listas de Izzet Prowess, Azorius Tribe ou até mesmo Dimir Delver procurando utilizá-lo como uma ameaça complementar — a questão é se eles realmente possuem os meios necessários para jogar em igualdade contra os atuais Top Tiers, especialmente Affinity e Boros.

Dito isso, a inclusão de boas ameaças com Prowess por um custo baixo ao formato é extremamente empolgante, já que isso recompensa um estilo de Tempo deck voltado para poucas criaturas e muitas mágicas.

Preto

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Ter mais criaturas para Aristocrats no preto sempre é uma boa opção porque adiciona mais consistência às versões Mono Black e Rakdos, e Carrier Thrall é relativamente decente como uma criatura para causar algum dano numa mesa vazia.

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Primeiro, confundi a habilidade de Liliana’s Elite com a de Wight of Precinct Six e o descartei imediatamente, mas fui lembrado que ele conta as criaturas em seu cemitério, e isso o torna uma opção relativamente útil para o Zombies, ou como um one-of no Tortured Existence.

Não deve ver jogo no cenário competitivo, mas é uma adição divertida.

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Não creio que Seekers’ Squire será melhor que Dusk Legion Zealot nos Black-Based, mas como ele teve um impacto relevante durante seus tempos de Standard (muito relacionado à sua interação com Wildgrowth Walker), estou lhe dando uma menção honrosa.

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No dia em que escrevo esse artigo, estive em um debate interessante sobre o quanto Siege Rhino realmente impactaria o Pauper e se ele quebraria o formato atualmente, porque ele seria a ameaça perfeita contra Affinity.

Se você quer saber a minha opinião sobre esse assunto, mesmo com a combinação Abzan não tendo sua versão de Ardent Elementalist, acredito que um corpo 4/5 com Trample que gera um Lightning Helix por quatro manas e reutilizável com Ephemerate e Kor Skyfisher, num formato onde jogadores estão conseguindo pilotar até Five-Color Cascade sem muitos problemas de mana graças às Thriving Lands e Gates, não parece a coisa mais saudável do mundo — especialmente se considerarmos o que o Affinity faz hoje como uma anomalia do Metagame.

Vampire Sovereign é o Siege Rhino que temos em casa: ele tem evasão, custa uma mana a mais, e possui um corpo menor que não sobrevive à Galvanic Blast, mas interage tão bem com Ephemerate quanto a antiga staple de Standard e Modern faria, o que me leva a crer que ele é uma opção incrivelmente decente para diversas categorias de Black-Based Midrange e até mesmo uma opção para estratégias de Cascade, e provavelmente verá jogo se o formato ficar mais lento no futuro.

Vermelho

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Dark-Dweller Oracle, o downshift de raro para comum do novo set, é perfeito para o Moggwarts, onde após habilitar mana infinita com Skirk Prospector, podemos agora recorrer à “draw” infinito com essa criatura, amplificando as winconditions viáveis sem contar exclusivamente com Goblin Matron e Flamewave Invoker, abrindo mais espaço para Makeshift Munitions e Pyromatics.

Fora do combo, o novo Goblin também é mais uma excelente maneira de dar ainda mais consistência para o arquétipo encontrar suas peças de combo ou manter o atrito — função que também será feita com excelência no Rakdos Aristocrats e similares.

Como um todo, suponho que Dark-Dweller Oracle é uma ótima adição para o Pauper e aumentará parcialmente o power level de alguns arquétipos pontuais.

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Apesar de gostar do downshift de Lava Coil para lidar com Mnemonic Wall caso, em algum momento, o Flicker Tron ou listas com Ghostly Flicker e Pulse of Murasa retornem ao topo, julgo que essa mágica é menos eficiente do que Flame Slash no atual Metagame.

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A staple de basicamente todos os formatos eternos chegou ao Pauper — e será, definitivamente, a adição mais impactante de Double Masters 2022 ao formato.

Sempre mencionei que o Pauper precisava de ameaças melhores, e Monastery Swiftspear está acima de qualquer expectativa de power level que eu tinha. Para fins de comparação, eu considerava um downshift de Goblin Guide mais lógico e razoável do que um de Monastery Swiftspear.

Ela altera absurdamente a natureza da maioria dos arquétipos que possuem vermelho e diversas mágicas porque absolutamente tudo o que você jogar será recompensado com ela, e é importante ressaltar que Prowess desencadeia com qualquer mágica que não seja de criatura, inclusive artefatos e encantamentos.

Isso significa que Monastery Swiftspear se encaixa em tantas possibilidades que é impossível não considerá-la uma staple instantânea para várias estratégias: Burn, Kiln Fiend, Boros Synthesizer, Tribe Combo, Izzet Tempo, Gruul, Heroic, dentre diversas outros— consigo imaginar até o Affinity testando algumas cópias dela, apesar de não ter certeza se isso é uma boa ideia.

Agora, dentre essas opções, quais devem obter maior sucesso e tirar o máximo de proveito do novo melhor one-drop do formato? Além obviamente do Burn, creio que os Izzet com Delver of Secrets e Izzet Charm podem ter um bom retorno com essa adição, mas minha principal aposta vai para as mesmas estratégias que recorrem a Seeker of the Way, possibilitando aberturas explosivas com ambas as criaturas enquanto acumula card advantage com outras mágicas de custo baixo.

No entanto, a dúvida que permanece é se isso será o suficiente para tirar o Affinity do seu longínquo posto de melhor deck do formato, e um one-drop que cresce exponencialmente e pune listas que passam tempo demais tentando fazer suas próprias interações pode ser exatamente o que o Pauper necessita para lidar com ele.

E como esperado, o mero downshift dessa carta já criou uma dezena de tópicos sobre banimentos no Burn — sobre isso, mantenham a calma antes de apertar o botão de pânico, e diferente do atual Affinity por conta das Bridges, existem inúmeras respostas que tornam de uma partida ruim contra ele bem mais tolerável, como Weather the Storm, Lone Missionary, Circle of Protection: Red, Hydroblast, dentre outros que podem facilmente mitigar os potenciais turn 3 kill que ela oferece.

No final, Monastery Swiftspear servirá como termômetro para o Pauper: se sua adição não quebrar o formato e até colaborar para o equilíbrio do Metagame para um estado mais saudável, significa que podemos considerar outras criaturas poderosas que obtenham um downshift no futuro, mas se ela eventualmente polarizar os torneios e se provar eficiente demais, teremos uma noção de até onde a linha de “criaturas melhores” pode ir.

Pretendo fazer um artigo na semana que vem, com decklists e ideias de como podemos tirar o maior proveito da nova staple, então fiquem ligados!

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Verde

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Falando em criaturas melhores, Experiment One é outro bom downshift, mas um que não consigo enxergar tendo um lar atualmente, já que é significativamente pior do que Nettle Sentinel ou Skarrgan Pit-Skulk no Stompy e dificilmente passará de 3 de poder.

Talvez ele apareça no Naya Zoo e similares onde ele pode crescer rapidamente e complementar os drops agressivos de Wild Nacatl e Matca Rioters, mas não me parece relevante o suficiente no Pauper de 2022.

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Apesar de não considerar como tão jogável no Stompy, já que esse tenta sempre jogar em torno de removals, Might of Old Krosa é extremamente relevante para dar mais consistência ao Infect, que possui agora até duas mágicas de uma mana que dão +4/+4 (considerando o landfall de Groundswell), aumentando a possibilidade de um turn 2 ou turn 3 kill.

Porém, o Infect permanece muito inconsistente em encontrar a mistura certa de criaturas e pumps, e o Pauper ainda é um formato extremamente interativo onde removals como Galvanic Blast, Lightning Bolt e Snuff Out são comuns, limitando a possibilidade de se estender demais numa estratégia All-In sem backup ou proteção.

Outro lugar onde consigo imaginar Might of Old Krosa são em listas de Gruul com Kiln Fiend e Monastery Swiftspear, onde podemos entregar um 3-card combo com Temur Battle Rage e temos boas mágicas de proteção como Snakeskin Veil e Apostle’s Blessing, mas testes serão necessários para saber o quão longe a manabase do formato nos permite ir com essa ideia hoje.

Multicolorido

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Bloodwater Entity é uma opção interessante para arquétipos mais lentos e voltados para mágicas, como o Izzet Serpentine, onde ele pode crescer rapidamente enquanto recorre à qualquer coisa que você pode precisar no momento — sem contar que sobrevive ao seu Fiery Cannonade e similares.

Possivelmente também possui espaço como one-of no Jeskai Ephemerate, onde seu ETB é similar ao de Archaeomancer e seu corpo evasivo faz muita diferença.

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Não posso afirmar que estou empolgado com Call to the Feast onde já temos Battle Screech, mas o Lifelink pode ser relevante, e gosto o suficiente dos decks de Nightsky Mimic para dar uma menção honrosa.

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Outra menção honrosa porque não imagino onde exatamente Cartel Aristocrat se encaixa hoje, e eu preferiria mil vezes se o downshift fosse de Cruel Celebrant, pois daria um motivo para de fato tentar um Orzhov Sacrifice, mas sac outlets baratos são sempre úteis, e o fato dela se proteger de basicamente qualquer removal e até de bloqueadores a torna uma opção decente caso encontremos o lar certo para ela.

Um fato curioso é que, por conta da sua proteção embutida, Cartel Aristocrat grita “voltron” de muitas maneiras, mas não consigo imaginar uma temática de Auras e Equipamentos interagindo bem com “sacrificar criaturas”, apesar de Cartouche of Solidarity e Nurturing Presence existirem.

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Dreg Mangler não possui um lar no momento, mas isso não retira suas qualidades como uma criatura de custo razoável, impacto imediato e habilidade reutilizável do cemitério.

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Outra adição interessante para a temática de Sacrifice, Fireblade Artist possui impacto imediato e pune o oponente por cada turno em que ele permanece no campo de batalha, além de interagir bem com Body Dropper e outros Payoffs.

Porém, sinto que o slot para ele é muito limitado atualmente, já que eu normalmente vou preferir Makeshift Munitions no campo de batalha ao invés dele.

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Menção honrosa como outra adição interessante para o Tortured Existence, complementando Satyr Wayfinder e oferecendo um clock relevante para uma mesa vazia.

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Eu estou desapontado que só tivemos um medalhão do ciclo de Return to Ravnica, afinal alguns deles como Azorius Charm e Golgari Charm seriam muito interessantes, mas Izzet Charm definitivamente é o melhor dentre eles (Boros Charm saiu em Gatecrash) e creio não haver um momento em que esse card não seja útil no Pauper.

O formato ainda possui uma parcela importante de criaturas que um Shock mataria ou ajudaria a matar após o combate, Spell Pierce é uma ótima resposta para os turnos iniciais de decks como Affinity e nunca é uma resposta morta contra Burn, e Faithless Looting possui a constante utilidade de filtrar a sua mão — ter tudo isso em único slot é criar uma flexibilidade gigantesca ao seu jogo.

Acredito que as listas de Izzet usarão cerca de duas cópias no Maindeck, pois existem situações onde ela não é mais importante do que outros cards que ocupam esse espaço flexível, mas a quantidade de partidas onde todos os seus modos são relevantes não é pequena, já que Faeries, Boros Bully, Burn, Familiars e até mesmo Elves são exemplos de onde um removal acoplado a um soft counter é extremamente poderoso.

Tal como Monastery Swiftspear, acredito que Izzet Charm também será extremamente impactante para o formato e mudará a dinâmica dos jogos contra os arquétipos que tenham acesso às suas cores.

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Lyev Skyknight cria um soft-lock com blink recorrente no Familiars, impossibilitando o oponente de atacar ou bloquear, e também é outro corpo agressivo que interage bem com blinks e outros meios de reutilizar seu ETB — logo, merece uma menção honrosa como uma potencial ameaça por um bom custo numa combinação de cores que nem sempre consegue partir para a race.

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Eu tinha uma opinião fixa sobre Tenth District Legionnaire, de que o splash para vermelho provavelmente não valia a pena apenas para adicioná-la, mas o downshift de Monastery Swiftspear muda as circunstâncias. Agora, consigo imaginar Boros Heroic como uma possibilidade real.

Mas o que exatamente adicionar vermelho ao Heroic nos proporciona, além dessas duas criaturas? A possibilidade de usar mágicas como Ancestral Anger e interações melhores no Sideboard, como Pyroblast e Electrickery, além de que as novas adições de Double Masters são de altíssima qualidade e jogam juntas na versão Pioneer do Borosa Heroic.

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A preocupação com esse splash, obviamente, é o quanto um deck que tenta ganhar rápido e “por baixo” dos demais se atrasará por conta da manabase do formato que não recompensa estratégias agressivas de duas cores, e não imagino uma situação onde o Heroic consiga jogar melhor e acumular tanto valor quanto os arquétipos que se dão ao luxo de jogar uma ou duas lands viradas nos primeiros turnos.

Dito isso, Tenth District Legionnaire é essencial para o Heroic em outros formatos, e definitivamente merece todos os testes possíveis no Pauper para avaliarmos a sua importância e valor para o formato.

Terrenos

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Por ter que decidir no momento em que você está construindo sua lista, ao invés de quando ele entra no campo de batalha — o que o tornaria infinitamente melhor e talvez nem sequer digna do slot de comum — Cryptic Spires não possui nenhuma diferença prática em comparação aos Guildgates de Return to Ravnica.

Isso me leva a questionar se as Tri-Lands de Shards of Alara e Khans of Tarkir seriam fortes demais agora que temos acesso às Thriving Lands e aos Gates de Commander Legends e conseguimos montar decks com quatro ou cinco cores sem a mesma dificuldade que costumávamos ter há poucos anos.

Conclusão

Chegamos ao fim do meu review de Double Masters 2022 para o Pauper, e afirmo com certeza de que o novo Masters set será uma das edições mais impactantes para o formato este ano.

Monastery Swiftspear definitivamente mudará o posicionamento do Metagame, recompensando arquétipos mais ágeis enquanto pune decks que requerem um setup específico para funcionar apropriadamente, talvez trazendo o tão necessário equilíbrio para a predominância que o Affinity apresenta hoje — e preferencialmente colocará em evidência outras estratégias que respondam apropriadamente ao possível aumento de velocidade que ela proporcionará, estabelecendo o famoso pedra-papel-tesoura presente na maioria dos formatos saudáveis.

Além dela, não faltaram adições relevantes para os mais variados gostos, como Militia Bugler, Izzet Charm, Dark-Dweller Oracle, Might of Old Krosa e Tenth District Legionnaire. Portanto, podemos esperar algumas mudanças significativas nas próximas semanas

E referenciando uma frase famosa de uma das minhas franquias de jogos favorita: mudança “pode trazer felicidade, pode trazer medo, mas vamos abraçar o que quer que ela traga”.

Obrigado pela leitura!