Magic: the Gathering

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Power Level no Commander: definição e tiers

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Nesse artigo vou falar sobre um tema muito discutido na comunidade de commander: power level. A definição, a utilidade da classificação, e os tiers/notas de power level.

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revisado por Tabata Marques

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Introdução

Olá, meus queridos leitores e leitoras! Tudo bem com vocês? Hoje vou trazer um tópico que é essencial que todos os jogadores do formato saibam, também muito discutido pela comunidade de commander: o Power level! Nesse artigo vou explicar o que ele é, seus tiers, e decks de exemplo para cada um deles. Então vamos lá!

O que é power level?

Power level é uma escala genérica, normalmente de 1 à 10, dividida em cinco tiers, usada para classificar o quão fortes os decks de Commander são. Essa classificação tem como objetivo fazer os jogadores encontrarem grupos de nível próximo aos seus para ter jogos equilibrados. É bom ressaltar que os decks não precisam ser exatamente do mesmo nível, um deck de nota 6 pode jogar com um 4 ou com um 8, e ainda ter uma partida divertida. O power level serve para evitar que um 4 jogue na mesma mesa de um 9-10 e só perca, sem se divertir.

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Lembrando que a classificação do power level não é necessariamente exata, cada deck pode ter uma nota diferente na visão de cada jogador e nem todas as estratégias e comandantes são iguais, então uma certa estratégia pode precisar de muitas cartas competitivas. Um exemplo clássico é Mana crypt como uma pedra de mana, para ser uma deck de nota 6-7, enquanto outros comandantes nas suas builds mais medíocres conseguem alcançar as mesmas notas sem dificuldade.

Notas e tiers

1-2: Jank

A primeira categoria é uma que, no geral, não possui nenhum foco ou estratégia para ganhar, são decks geralmente temáticos, seja focados em um artista, com artes específicas, que usam só cartas do frame antigo, de personagens de um certo plano, entre outras ideias criativas. Outro tipo de build com essa nota são aqueles que são praticamente 100 cartas juntas, sem sinergia nem estratégia, normalmente feitas por jogadores que acabaram de entrar no formato e não conhecem muito sobre deckbuilding. Não quer dizer que esses decks sejam necessariamente ruins de se jogar com, eles podem ser muito engraçados e divertidos, e além do mais, commander é um formato para todos, então esses decks são muito bem-vindos em vários grupos de jogo e quem os monta faz para se divertir, e gostam desse estilo diferente e descontraído deles.

Uma dica para jogadores com decks dessa categoria e que querem ganhar um mesão é: não se sintam mal, às vezes vocês estão a poucos upgrades de terem ótimos decks. E para pessoas que jogam com decks jank no seu grupo de jogo, não falem mal ou ridicularizem o deck do outro só porque ele joga de um jeito diferente, o importante do commander é que todos se divirtam, e essa atitude não é legal e nem educada de se fazer com um amigo do seu grupo.

O deck de exemplo que eu estou usando é do Mitch, do canal Commander’s Quarters, com o Atogatog como comandante, que é um tribal de cadeiras (sim, é isso mesmo que você leu!). É um deck onde todas as cartas têm cadeiras na arte, e isso consegue ser engraçado e ainda render bons jogos, mesmo sem alcançar a vitória. Isso foi uma brincadeira de primeiro de abril em um vídeolink outside website dele.

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3-4: Casual

Esse é um tier em que a maioria dos decks já querem a vitória no mesão, ainda respeitando o “contrato social do commander”, mas eles não tem uma única estratégia, parecem estar tentando fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas não consegue fazer nenhuma de forma eficiente. Outra característica que esses decks possuem são os chamados de “pet cards”, que são cartas que você ama por qualquer razão e coloca no deck só porque gosta, mas que nem sempre são eficientes nele. Esses decks não são os que mais ganham jogos, mas conseguem muitas vezes almejar vitórias e partidas muito divertidas em vários mesões afora, e fazem parte de muitos grupos de jogo.

Um exemplo muito usado pela comunidade para representar decks casuais são os decks pré-construídos de C11, que tinham 3 comandantes com planos diferentes e que pareciam três decks misturados em um só, tentando fazer três planos de jogo e não fazendo nenhum deles muito bem. Vou trazer como exemplo o deck do Riku of two reflections (comandante que foca em um plano de clones e em copiar instantâneas e feitiços), que também é o deck do Animar, soul of elements (focado em diminuir o custo de criaturas grandes), e Intet, the dreamer (com foco em conjurar mágicas grandes do topo do grimório sem pagar o custo delas). Esses três planos são completamente distintos, porém estão em um deck só, trazendo assim uma dificuldade para executar todos.

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5-6: Focado

Os decks desta categoria são os que possuem foco em uma estratégia principal e com vários jeitos de alcançá-la. A única coisa que costuma impedir esses decks de chegarem a um power level maior é budget, porque muitas cartas boas custam caro e nem todos os jogadores têm dinheiro para comprá-las, optando por opções menos poderosas, porém ainda eficientes. Outra característica dessa categoria é que, mesmo que os decks focados queiram a vitória, eles tendem a ter poucos ou até nenhum combo infinito ou que acaba com o jogo, principalmente os que podem ser executados nos turnos iniciais, por conta disso não são muito bem vistos em grupos de jogo que querem apenas ter uma partida divertida e duradoura, que não acabe com apenas um jogador combando e levando a vitória para si logo no começo.

Os commanders pré-construídos mais recentes são exemplos de decks focados. Vou trazer aqui o “Primal Genesis”, dos precons de 2019, com o comandante principal sendo o Ghired, Conclave Exile, que utiliza uma estratégia em torno da mecânica de populate, fazendo várias fichas para atropelar os oponentes. Mesmo não sendo da forma mais eficiente possível no formato, ele já é um ótimo deck e ainda pode ser melhorado.

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7-8 Otimizado

Nessa categoria, os decks são muito parecidos com os focados, porém, dinheiro não é um problema, então eles conseguem ser muito mais eficientes e poderosos, apesar de ter outros tipos de limitações. Os commanders dessa categoria ainda seguem o “contrato social do commander”, que envolve coisas como: não utilizar combos que sejam executáveis antes do turno 4 com consistência, sem destruição massiva de terrenos (armageddon), não usar ferramentas de stax (winter orb)...

Este tier é o pináculo da otimização de várias estratégias, porque nem todas são viáveis em ambientes competitivos. Um exemplo muito usado são os decks voltron: se você analisar mesas competitivas, você não vai encontrar esses tipos de decks, isso ocorre porque essas estratégias são ruins no meta do cEDH. Logo, os decks com esta nota são eficientes, porém ainda seguem o contrato social, ainda focando na diversão e nem sempre somente na vitória.

O exemplo que estou trazendo de deck otimizado é justamente um voltron com Sram, senior edificer que encontrei no MTG Goldfishlink outside website. Outra coisa de se notar nessa build é a falta de cartas como armageddon, sem coisas consideradas irritantes, então dá para ter partidas muito divertidas e ser poderoso, podendo alcançar a vitória.

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9-10 Competitivo/cEDH

Chegamos ao pico de otimização e com certeza no ambiente mais exótico do commander, o cEDH, ou commander competitivo. É um local em que há um contrato social completamente diferente do comum, onde o foco é ganhar o mais rápido possível, onde combos no turno 3 são comuns, onde todos os comandantes são do meta e são apenas os melhores, e que as builds em torno deles são para se aproveitar ao máximo do potencial deles e das cores que eles oferecem. Por isso muito dos decks top tier do cEDH são 3-4 cores. Nesse tier apenas algumas estratégias são bem-vindas, Stax, storms, combos, alguns decks de controle, etc… Nem todo plano de jogo é compatível com o ambiente do cEDH, então caso você queira um deck desse nível, entenda que se seu comandante favorito funcionar somente com um tipo de jogo fora do meta ele dificilmente vai conseguir bater de frente contra outros decks competitivos, é muito difícil um Phelddagrif de group hug ganhar de um Urza, Lord High Artificer de storm e combo.

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O exemplo que vou trazer é de uma dupla de comandantes popular do cEDH, Kraum, Ludevic's Opus e Tymna the Weaver, lista do Freeze Thief do Cinestra, que pilotou o deck e ficou em primeiro lugar na liga cEDH.

Além de disponibilizar 4 cores muito boas para uma estratégia explosiva, tanto o Kraum quanto a Tymna são ótimos motores de card advantage. Esta característica é muito útil quando o plano principal do deck, que é resolver um Ad Nauseam/Peer into the Abyss ou combar com Thassa's Oracle e Demonic Consultation/Tainted Pact, não funciona ou é combatido. Além das rotas mencionadas, o deck também utiliza o combo de Underworld Breach, Lion's Eye Diamond e Brain Freeze. A cor branca oferece Sevinne's Reclamation, o que permite pilhas de Intuition determinísticas.

Rodas e payoffs formam a terceira face do deck. Wheel of Fortune + Hullbreacher pode não encerrar o jogo no mesmo turno, mas provavelmente colocará o piloto do deck em uma posição muito superior.

Em suma, Freeze Thief é um deck capaz de explodir no early game e abusar de pacotes eficientes para ganhar o jogo, porém ainda conta com comandantes fortíssimos para grindar o mid e late games.

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Conclusão

Power level é um assunto que deve ser discutido, principalmente dentro dos grupos de jogo para que todos os jogadores estejam na mesma página e em um nível de poder próximo, garantindo que ninguém saia sempre ganhando e evitar aquela situação de “ir jogar para ser atropelado pelo deck super forte do fulano”. A situação ideal é que todos estejam com decks de nível próximo, assim, todos vão se divertir na mesa!

Vale ressaltar algumas coisas: power level não leva em conta a habilidade do jogador, ele serve para dar uma nota somente aos decks e a única coisa levada em conta são as cartas nele. Outra coisa importante é: essa nota não é algo escrito em pedra. Por exemplo, muitos decks que são nota 8 na visão de um são nota 9-10 na visão de outros, não existe nenhum jeito 100% exato de definir a nota do seu deck.

Espero que esse artigo tenha sido útil, compartilhem, deixem seu feedback que ele vale muito para fazer meus próximos artigos! Adorei escrever sobre esse assunto, foi super legal pesquisar sobre tudo isso e poder trazer esse conteúdo para vocês!

Se quiserem saber mais sobre, vou recomendar três vídeos/podcasts que eu usei de base para o artigo em que eles explicam o assunto muito bem: o episódio do podcast do command zone sobre power levelepisódio do podcast do edhrec sobre o assuntovídeo do Commander’s Quarters sobre tiers de poder no commanderlink outside website. Enfim, desejo a vocês muitos topdecks, ótimos mesões, várias míticas nos boosters e tudo mais de bom! Vejo vocês no próximo artigo!