A rotação se aproxima. Enquanto Final Fantasy ainda terá alguns meses vivendo o Standard de Dominaria United, Edge of Eternities será o primeiro sinal para uma nova era de Standard, que levará embora o ciclo inteiro de Pain Lands (Adarkar Wastes), além de todas as Fast Lands aliadas (Seachrome Coast), reduzindo consideravelmente a consistência de decks com três cores e estratégias agressivas de duas cores.

A expansão de Universes Beyond parece trazer a primeira solução para esse novo Standard que se aproxima: Starting Town oferece as mesmas vantagens das Pain Lands para qualquer deck, mas com a restrição já bem conhecida das Fast Lands, exceto que ela conta turnos ao invés de terrenos em jogo, tornando-o um pouco pior caso seu controlador perca um land drop nos turnos iniciais.
Starting Town no Standard
Meio City of Brass, meio Fast Land (Seachrome Coast), e meio Pain Land (Adarkar Wastes) — essa é a melhor maneira de definir Starting Town e suas aplicações para os formatos que podem se beneficiar dele no Standard. Mas o terreno só deve realmente crescer no Metagame após a rotação com Edge of Eternities, já que hoje as estratégias de três cores já contam com uma excelente combinação entre todas as Fast Lands e Pain Lands disponíveis.

Sem o acesso fácil de duais desviradas que não dependem de tipos de terrenos, Starting Town é privilegiado para as estratégias e arquétipos mais agressivos que tenham altos requerimentos de cores. Exemplos incluem Esper Bounce e o Jeskai Oculus — dois decks que podem continuar relevantes na próxima temporada e são gananciosos com seus custos de mana colorida.

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Listas de Aggro de duas cores também podem necessitar do novo terreno para manter consistência. Dependendo dos ciclos de duais de Edge of Eternities — se houver um ciclo visto que duas expansões recentes de Standard até o momento abdicaram de duais raras —, essas estratégias perdem o acesso ao manafixing rápido e eficiente das Pain Lands que facilita os splashes de, por exemplo, Innkeeper’s Talent nas listas de Gruul Prowess, que também perde Copperline Gorge e conta, por enquanto, apenas com Thornspire Verge de terreno dual desvirado.
Starting Town, nesse caso, garante que essas listas continuem tendo acesso às duas cores sem perder tanta consistência, desde que esses sejam jogados nos três primeiros turnos. Em casos como o Boros Mice ou Izzet Prowess, eles também complementam Inspiring Vantage e Spirebluff Canal, garantindo doze terrenos que geram ambas as cores e que entram desvirados nos primeiros turnos.

Por outro lado, sua inserção piora a consistência em listas de três cores com muitas Fast Lands. Por exemplo, o Esper Bounce tende a usar Seachrome Coast e Darkslick Shores nos primeiros turnos e fazer Adarkar Wastes ou Caves of Koilos a partir do quarto turno para manter o acesso de manas desviradas — Starting Town entra virada na mesma velocidade que as Fast Lands, e enquanto ela complementa essas estratégias que perdem muito com a ausência das Pain Lands, ele também apresenta uma redução significativa de velocidade.

Os Midranges também devem precisar do novo card em algum nível, mas com menos recorrência do que Aggro ou decks de três cores. Afinal, esses podem se beneficiar mais de incluir algumas Surveil Lands ou Manlands no lugar das Pain Lands caso o Metagame fique mais leto, ao mesmo tempo em que são mais passíveis de utilizar seja qual ciclo vier com Edge of Eternities após a rotação.
Control, em geral, ganha muito pouco com Starting Town em comparação com a base atual de Surveil Lands com Verges e Fast Lands, que já comportam todas as necessidades deles. A perda de Seachrome Coast e Darkslick Shores será certamente sentida pelos arquétipos azuis, que precisarão do terreno para acessar as cores certas no início do jogo, mesmo que esse venha com a concessão de um ou mais danos extras no longo prazo.

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Por outro lado, o fato de entrar virado a partir do quarto turno faz de Starting Town uma opção ruim para essas estratégias já que o card não agrega nenhum valor extra enquanto Fabled Passage também existe para comportar as necessidades de late-game desses arquétipos enquanto habilita qualquer uma das Verges nos primeiros turnos.
Starting Town no Pioneer

Não é comum vermos listas utilizando Mana Confluence no Pioneer, e Starting Town é um pouco próximo demais do card em muitas frentes. Hoje, Confluence é encontrado em arquétipos como Abzan Greasefang como um one-of, e o novo card pode substituí-lo, mas talvez não o faça.
Decks como o Greasefang, Okiba Boss apostam em eficiência de mana e consistência de acessar as cores acima de tudo. Hoje, a base do arquétipo já conta com Shock Lands, Fast Lands, Pain Lands e Mana Confluence — com Starting Town sendo o meio-termo das três últimas, é difícil imaginar que um arquétipo onde o quarto turno comumente precisa envolver a combinação de Thoughtseize ou Silence e Greasefang para fechar o combo queira arriscar ter mais um terreno que entra virado conforme a partida se prolonga.

Assim como as listas de Control do Standard, pilhas de cinco cores como Niv-to-Light e Quintorius Combo já contam com a base de mana suficientemente robusta para jogos mais longos, e, portanto, optam pela combinação de Triomas, Fabled Passage e Verges enquanto abdicam de Fast Lands e Pain Lands, então Starting Town dificilmente terá um lar aqui.

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A única possibilidade viável para o terreno do Pioneer no Metagame pré-Final Fantasy envolve o Humans em combinações de quatro ou cinco cores, como as que tentam usar a interação de Songcrafter Mage com Collected Company e/ou Mantis Rider, além da base já estabelecida criaturas com sinergias entre seus tipos e permanentes de qualidade — vale lembrar que FF traz vários humanos poderosos, como Lightning, Army of One e Dark Confidant, então a possibilidade de novos cards entrarem no arquétipo existe.
Concluindo
Starting Town é o tipo de card que tem muito potencial no Standard quando este perder a maioria da sua base de mana com Edge of Eternities. Apesar da próxima expansão começar provavelmente a reconstruir o leque de terrenos disponíveis, o novo card oferece uma opção eficiente que corrige cores para qualquer arquétipo que queira jogar rápido nos primeiros turnos.
Decks Control vão preferir opções mais lentas, mas que ofereçam mais versatilidade. Sejam com Manlands para ter mais ação no late-game, ou Surveil Lands pela interação com as Verges, ou até com Fabled Passage para ter a mana disponível imediatamente a partir do quarto turno.
No pré-rotação e no Pioneer, ainda há muita competição pelos slots a que Starting Town pertenceria. É possível que listas com um forte acometimento de mana, mas que não tenham tantas duais desviradas, queiram o card. Por exemplo, as listas majoritariamente vermelhas com Splashes provavelmente querem mais quatro duais desviradas para jogar as mágicas de outras cores no Standard.
As listas de três cores, como Jeskai Oculus e Bounce manterão provavelmente a base de Fast Lands + Pain Lands enquanto essas forem válidas no Standard, já que a sinergia do follow-up entre elas é mais eficiente.
Obrigado pela leitura!
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