Spoiler Destaque: Suplex no Pauper

Suplex é um card que tenho desejado falar sobre desde que ele foi vazado há algumas semanas, mas que optamos por esperar o lançamento oficial dele para fazer uma análise do seu potencial para o Pauper.

Estaria mentindo se dissesse que esse é o único motivo de querer falar do card — a verdadeira razão é ter a oportunidade de postar neste site a melhor coisa que você pode fazer em Final Fantasy VI.

Existe um debate importante em torno do novo card: Suplex tem aquela linha de texto que hoje define algumas das principais staples de Sideboard do Pauper — exile o artefato-alvo, que o transforma em uma potencial resposta contra o Affinity ao mesmo tempo em que não o torna tão linear ao ponto de lidar apenas com essa partida.

Por outro lado, a nova mágica é um feitiço, o que prejudica muito das possibilidades de interação que um card de custo poderia ter em um formato tão eficiente em mana como o Pauper. Três de dano por duas manas nunca foi muito impressionante no formato, e Abrade já existe para lidar com criaturas e a maioria dos artefatos em velocidade instantânea, então a importância do card para o formato está exclusivamente no quão importante ela é para lidar com o mesmo problema que tornou Cast into the Fire uma staple: as Bridges

Dust to Dust já foi o card de Sideboard mais jogado do formato por conta da predominância do Affinity, e com a base de jogadores enxergando a necessidade de atacar a mana como principal ferramenta para lidar com o arquétipo, tal qual faziam outrora com Gorilla Shaman antes do lançamento das Bridges.

Era necessário. Quando seu oponente estava jogando vários 4/4 por um custo baixo, encantando criaturas com All That Glitters ou fechando combo-kills com Atog, a única maneira de puxar o Affinity para o jogo justo envolvia reduzir sua velocidade ao ponto em que alguns decks complementaram esse plano com Revoke Existence, enquanto outras estratégias seguiram a mesma linha com Deglamer.

Conforme os anos passaram, o Affinity se adaptou, aumentando a quantidade de terrenos, passando a utilizar um Pântano básico para buscar em caso de Cleansing Wildfire e também contornava este problema com Deadly Dispute. Com ela banida do formato, a possibilidade de atacar o arquétipo pela mana melhorou, e o Affinity respondeu reduzindo sua dependência de uma terceira cor para funcionar.

No Metagame atual, há uma redução notória de Dust to Dust nos Sideboards, que pode ser ocasionada pelo declínio do Mono White Aggro ou do Boros Synthesizer, ou também porque o alvo primário do formato foi do Affinity ou do Broodscale Combo para o Mono Blue Terror, Faeries e Synthesizer Red — apesar do Affinity ainda ser um dos melhores decks e demandar respostas como Deglamer, Troublemaker Ouphe ou Cast into the Fire nas 75 de muitas estratégias.

Abrade praticamente não vê jogo no Pauper hoje, mas oferece interação em velocidade instantânea que lida com Boarding Party, Thermo-Alchemist e qualquer coisa no meio do caminho no turno do oponente. Vale ressaltar que ambos não lidam com Writhing Chrysalis, que ainda é uma das melhores criaturas do formato hoje.

O que ambos compartilham é a usabilidade de maindeck. Enquanto arquétipos de Midrange/Tempo vermelhos que aproveitariam Suplex estão em baixa, o card é uma remoção decente para o Gruul Ramp caso o Metagame demande mais interação de mesa, ao mesmo tempo que atrapalha a mana do Affinity desde o Game 1 enquanto também lida com Myr Enforcer e afins sem muitas concessões para estratégias de Big Mana que já costumam usar todos os recursos na fase principal.

Quando comparado a Cast into the Fire, Suplex é notoriamente pior no Sideboard. Causar dano para duas criaturas diferentes em velocidade instantânea lida com Spellstutter Sprite e outras fadas enquanto também resolve a maioria dos Elfos caso o oponente não tenha Spidersilk Armor.

Esses dois de dano separados também seguram o Aggro de Sneaky Snacker por um turno, apesar de Suplex resolver esse problema sem que ela possa voltar no turno seguinte. O efeito de exílio no dano também lida com criaturas problemáticas de arquétipos com Blood Fountain ou Pulse of Murasa, mas esses nunca foram predominantes ao ponto de precisarmos de Scorching Dragonfire ou Flame-Blessed Bolt no formato.

Sim, o novo card tem potencial para ser eventualmente uma staple do Pauper, mas requer condições específicas para chegar neste nível.

O maior atrativo de Suplex é que ele é um card de maindeck. No Metagame atual, com Cryptic Serpent e Tolarian Terror ditando o limiar de dano das suas mágicas que não dão alvo no oponente, é difícil imaginá-lo aparecendo em muitas listas sem um crescimento considerável do Affinity e do Jund Wildfire que justificaria usar efeitos de exilar artefatos no Game 1, onde ele é o melhor card dessa categoria.

Por conta da natureza da mecânica, Affinity é um deck que sempre tem riscos de crescer demais. Pode ser porque saiu um novo artefato que facilita demais o Myr Enforcer, ou porque uma nova criatura com Afinidade apareceu em um slot comum e aumentou a consistência e velocidade do arquétipo, ou até pelo fato dele ser um Midrange tão eficiente que qualquer coisa saindo um pouco da linha do justo o leva direto para o quebrado — por conta dessa volatilidade, não podemos descartar Suplex como potencial resposta de Game 1 em ambientes com mais predominância e popularidade do Affinity e com menos Mono Blue Terror no futuro.

Portanto, tenha um set desta nova remoção no fichário. Assim como Sabin deu um Suplex no Phantom Train em Final Fantasy VI, é possível que, um dia, teremos de dobrar as apostas e jogar Suplex em uma Drossforge Bridge, de preferência no segundo turno do Game 1.