A turminha da Marvel não é muito a minha onda. Sei bem pouco sobre os personagens, fora alguns detalhes bem crípticos da lore deles, e tenho uns três gibis do Deadpool que comprei na adolescência. O protagonista do artigo de hoje mesmo, Iron Spider, Stark Upgrade, sei bem pouco sobre. Sei que é um traje novo que o Tony Stark entrega para o Parker.
Mesmo com pouco conhecimento desse mundo, ainda sei muito sobre Magic e percebo quando um card bom está na minha frente. Assim, no artigo de hoje, iremos ver o que Iron Spider, Stark Upgrade traz de possibilidades ao Commander!
Iron Spider, Stark Upgrade: o Comandante
Iron Spider, Stark Upgrade é um comandante que chama atenção por ser simples na teoria, mas extremamente versátil na prática. É uma carta que à primeira vista lembra muito Steel Overseer, mas com um range bem maior, ajudando também a veículos e tendo a vantagem de ter a mecânica de vigilância, que permite que o amigão da vizinhança possa ser usado para atacar, bloquear e ser virado na melhor hora para ativar sua habilidade, gerando cadência de jogo.

A outra força desse carinha é a possibilidade de converter os marcadores colocados em suas criaturas e veículos em compra de cartas. É aqui que Iron Spider, Stark Upgrade se destaca, porque até mesmo alguns decks Izzet focados em artefatos costumam sofrer com consistência a longo prazo.
Ter no próprio comandante um motor de vantagem de cartas significa não depender tanto de engines externas e deixa esse deck colorless numa situação melhor até do que a de alguns decks vermelhos.
Por fim, poder retirar marcadores de criaturas a qualquer momento para transformar em compra de card nos ajuda até a tirar o melhor de criaturas prestes a morrer, sempre nos ajudando com um pouco de valor e a mitigar perda de cards em campo.
O Deck de Iron Spider
O deck de hoje é um Bracket 4 desenvolvido pelo jogador JovenLD. A lista dele foi a que eu mais gostei dentre as de preço mais acessível, tendo menos chance de afastar jogadores que não dispõem de cards raros e caros, ou dos recursos para conseguir tais.
A lista que veremos hoje é a seguinte:
Vamos utilizar muito mais cards de criaturas artefato do que de veículos, devido à facilidade de as utilizarmos. Curiosamente, o Aranha não dá buff para Spacecrafts antes delas se tornarem criaturas, deixando-as de fora do deck, com exceção de The Eternity Elevator, que é uma pedra de mana.
Ramp e Redução de Custos

Em um deck totalmente colorless, o uso de boas pedras de mana é quase uma obrigação, já que as opções de compra são mais restritas e os custos dos cards tendem a ser altos.
Como não precisamos nos apoiar em cores de mana, o pacote tradicional, como Sol Ring, Thran Dynamo, Basalt Monolith, Everflowing Chalice e até suportes de terreno como Temple of the False God e o trio de Urza é interessante. Como estamos falando de opções que geram bastante mana, também contamos com a habilidade de virar e desvirar artefatos, como Voltaic Key e Clock of Omens.

Outra forma de compensar o deck é a redução de custos, deixando nossos artefatos pesados bem mais acessíveis. Cartas como Foundry Inspector, Jhoira’s Familiar, Cloud Key, Semblance Anvil e principalmente Mycosynth Golem fazem com que a curva de mana do deck seja bem controlada.
Decks colorless normalmente têm custos dispendiosos tanto de valor de mana quanto para ativar habilidades e sequenciar efeitos de virar e desvirar artefatos, e é através desse motor que iremos desenvolver nosso jogo.
Sinergias de Marcadores
Se o ramp garante que esse baralho colorless funcione, são as sinergias com marcadores que permitem jogo ao Iron Spider. O comandante é, em essência, um distribuidor de +1/+1 para todas as suas criaturas artefatos, e a lista foi construída para auxiliar esse crescimento.

Começando pelo óbvio, Steel Overseer atua como uma segunda cópia do efeito principal, dobrando a opção de marcadores no campo ao longo dos turnos. Complementando, peças como Animation Module, Iron Apprentice e Patchwork Automaton se fortalecem de maneira natural conforme entram ou são alimentados por novos artefatos. Já opções como Cryptic Trilobite geram e redistribuem seus próprios marcadores em forma de mana.

Também temos ameaças clássicas de formatos de 75 cards, criaturas como Hangarback Walker e Walking Ballista, enquanto Threefold Thunderhulk e Marketback Walker são uma roupagem nova desse tipo bem singular de card, transformando marcadores em diferentes formas de manter os oponentes em cheque.
Contamos com cards utilitários como Giggling Skitterspike ou Surge Conductor que aumentam o número de marcadores na mesa, mas iremos falar deles em sessões futuras, mais focadas em seus devidos papéis no deck.
Proliferação e Aceleradores

Uma vez que estamos lidando com um deck sem cor, não temos tantas chances de proliferar nossos marcadores como se estivéssemos lidando com a cor azul, por exemplo.
Infelizmente, não temos cards como Thrummingbird, mas temos opções como Contagion Engine, uma das peças centrais, funcionando tanto como remoção em massa contra criaturas menores quanto como repetidor de marcadores em todos os seus permanentes.
Throne of Geth também cumpre um papel parecido, mas de forma mais humilde, sacrificando artefatos para multiplicar marcadores de forma barata e instantânea. Já Karn’s Bastion oferece a segurança de um efeito recursivo e atrelado à sua base de mana, garantindo a ativação dos efeitos de proliferação sempre que sobra uma maninha disponível. Surge Conductor também é outro proliferador interessante aqui.

Além da proliferação em si, voltamos aos meios de desvirar artefatos mencionados anteriormente, apostando em aceleradores de cadência que fazem com que o Iron Spider e outras peças de suporte funcionem acima da curva.
Thousand-Year Elixir, em especial, permite que as habilidades de virar das criaturas sejam ativadas como se elas tivessem ímpeto, trazendo usabilidade desde nosso comandante até Palladium Myr, Steel Overseer e Cryptic Trilobite.

Clock of Omens e Unwinding Clock seguem a mesma lógica, mantendo seus artefatos sempre prontos para defender ataques ou ativar habilidades no passar dos turnos. Voltaic Key e Manifold Key são opções de baixo custo para desvirar.
Outras peças

Existem diversas peças neste deck que não contribuem diretamente com a estratégia básica, mas reforçam bem o deck. Darksteel Forge é um ótimo exemplo, garantindo que seus artefatos sejam contemplados com a keyword indestrutível, permitindo investir, quase, sem medo em um board gigante que irá espremer o melhor que o Aranha tem a oferecer.
Mystic Forge pode ser considerada uma segunda mão, ao permitir jogar artefatos diretamente do topo do grimório. Em uma lista com curva reduzida graças a efeitos como Foundry Inspector e Jhoira’s Familiar, esse artefato restrito no Vintage consegue desencadear várias conjurações de cards seguidos, ajudando a montar a board.

Outro destaque é Liberator, Urza’s Battlethopter, que dá velocidade instantânea para seus artefatos e permite jogar de forma muito mais cautelosa, transformando ramp e ameaças em surpresas durante o turno dos oponentes, enquanto a própria Liberator cresce. Shimmer Myr cumpre papel parecido, reforçando o uso de lampejo e dificultando que a mesa consiga prever o que vem por aí.
Winconditions
O plano principal é transformar criaturas artefato em verdadeiros colossos com as habilidades que os enchem de marcadores, fazendo com que elas cresçam rápido demais para serem respondidas a tempo. Walking Ballista, Hangarback Walker e outros citados anteriormente são exemplos mais clássicos, e cada marcador neles conta para a finalização do jogo.

Virulent Silencer é um Fynn, the Fangbearer para criaturas artefatos, gerando vantagem na forma de marcadores de veneno e pressionando o jogo com a ajuda do dano dessas criaturas e das mecânicas de proliferar. Vai pintar um alvo na sua testa, mas diverte bastante.
Já Giggling Skitterspike é um colega mais sorrateiro, parecendo ter vindo de uma versão maluca do primeiro Toy Story. Ele cresce se defendendo com sua habilidade de indestrutível e se paga na facilidade em acumular dano letal. Num deck onde cada turno adiciona novos marcadores, o brinquedinho do Sid se transforma em uma Wincon. E ainda por cima parece uma aranha.
Por fim, The Millennium Calendar é a condição de vitória divertida do deck, uma rota de apoio para sua estratégia, que vai se aproveitar muito de cards que permitem desvirá-lo e contribui com um senso de inevitabilidade e imediatismo em removê-lo conforme o jogo avança. Sem dúvidas, o melhor do commandinho é ver cards como esse fazendo seu nome.
Iron Spider, Stark Upgrade: Versão Budget
Aqui iremos mostrar uma versão mais budget do deck, sendo mais amigável e acessível para jogadores, e tentando não comprometer muito o nosso power level.
A lista budget vemos a seguir:
Considerações Finais
Como eu disse no começo, por mais que eu não entenda tanto das aventuras do amigo da vizinhança, eu sei reconhecer bons cards. Iron Spider, Stark Upgrade, como comandante, entrega exatamente o que promete, boas e divertidas jogadas, assim como resiliência e consistência. Pode não ser o comandante mais explosivo, mas compensa com estabilidade e uma nova forma de ver o arquétipo mais recorrente do Commander, os artefatos.
Não fazia algo sobre um deck incolor desde Marvin, Murderous Mimic e o aranha de ferro me surpreendeu muito positivamente.
Até o próximo artigo!













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