Blood Moon é provavelmente um dos efeitos mais odiosos e, ao mesmo tempo, necessários em formatos eternos de Magic devido ao acréscimo notório de terrenos utilitários, combos ou a facilidade de acesso às cores proporcionada pela combinação de Fetch Lands com Triomas, tornando-se uma staple em diversos arquétipos.
No Modern, por exemplo, o encantamento é uma peça comum nos sideboards de decks com vermelho e costuma dividir espaços com Magus of the Moon para obrigar jogadores a diversificarem suas respostas e/ou garantir que uma resposta específica não resolverá todos os problemas - e agora, com o lançamento de Harbinger of the Seas, a capacidade de resposta de alguns desses decks fica ainda menor!
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Harbinger of the Seas - Análise
É pouco provável que um Magus of the Moon azul estivesse nas apostas da maioria dos jogadores quando pensávamos em cards que Modern Horizons 3 traria. Afinal, efeitos desse gênero costumam ser pouco divertidos e afetar negativamente a experiência dos jogadores, e como o set estará no Magic Arena, é comum imaginar que posturas mais “anti-jogo” seriam evitadas.
No entanto, não só temos um Magus azul, como ele também está em um dos principais tipos de criaturas com sinergias tribais nos formatos eternos, ajudando a alavancar o Merfolks enquanto também será uma staple garantida de diversos decks azuis que não possuam uma base de mana muito gananciosa.
As comparações diretas com outros efeitos parecidos e até com Back to Basics são óbvias, Harbinger of the Seas possui algumas diferenças notórias na maneira como decks poderão adereçar respostas a ela, começando pela quantidade de arquétipos que usam azul nos formatos competitivos.
Magus of the Moon ainda permite que oponente use Lightning Bolt ou outra remoção vermelha para lidar com ele enquanto o novo Tritão obriga o oponente a ter essa resposta no momento em que ele entra em jogo, ou força o uso de remoções incolores como Dismember para resolver a mesa e voltar a ter o acesso a todas as cores ou terrenos que precisa para ganhar a partida.
Harbinger of the Seas no Modern
No Modern, por exemplo, a cadência de estratégias que utilizam vermelho ou que conseguem contornar Magus of the Moon pelo acesso ao vermelho é bem maior do que as que conseguiriam contornar Harbinger of the Seas: Domain Zoo, Rakdos Evoke, Four-Color Creativity e Four-Color Omnath conseguem, até certo ponto, jogarem mesmo que todos os seus terrenos se transformem em Montanhas e/ou caso tomem um Lock num timing ruim, já que podem caçar remoções vermelhas para lidar com Magus of the Moon.
Já dos arquétipos que operam bem com ilhas, temos o Esper Reanimator, Izzet Murktide, Temur Prowess, Esper/Azorius Control, Dimir Mill e, até certo ponto, Affinity - todos possuem uma base de cards azuis suficientemente relevante e/ou não tem dificuldades em usar fetch lands nos primeiros turnos para buscar um terreno básico das outras cores.
O que deve mudar, no entanto, é a importância de Dismember no Modern para lidar com Harbinger of the Seas, potencialmente transformando-a em uma staple de Sideboard ou até maindeck fora dos principais arquétipos já conhecidos por usá-lo em certa quantidade, como o Amulet Titan ou o Eldrazi Tron,
Já nas estratégias que vão usá-lo, o mais famoso e mais óbvio será provavelmente o Izzet Murktide, que já costuma diversificar a quantidade de hates de terreno e pode usar Harbinger com mais facilidade do que Magus of the Moon enquanto garante para Counterspell ou cantrips.
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E, obviamente, não podemos esquecer do Merfolks.
O problema é que o Merfolks já anda bem abarrotado de criaturas com valor de mana três na sua lista, e nem Tishana’s Tidebinder ou Svyelun of Sea and Sky merecem sair da lista para encaixar Harbinger of the Seas, deixando o deck ainda mais dependente de interações mais reativas nos primeiros turnos e criar o setup ideal para conjurar nossas bombas e termos meios de protegê-las com Force of Negation ou nos proteger dos combos e/ou criaturas do oponente com Subtlety.
Harbinger of the Seas no Timeless
Harbinger of the Seas está numa posição muito privilegiada no Timeless hoje pela maneira como os principais decks do formato são, normalmente, arquétipos de três ou mais cores, mas também possui um sério desafio em “desativar” a mana dos jogadores em um ambiente onde Deathrite Shaman é válido, mana dorks são mais comuns e onde a prevalência de listas com azul é maior.
Ainda assim, é muito provável que sua presença no formato crie mudanças significativas em como alguns arquétipos podem ser construídos e/ou estabelecer arquétipos novos junto de outros cards revelados em MH3, como os elementais com Evoke, que também podem favorecer a construção de listas com menos de três cores para agregar na consistência.
Tal como no Modern, o Merfolks também se favorece da nova criatura no Timeless, dessa vez com mais espaço no maindeck e o uso de Flare of Denial para melhorar a quantidade de interações gratuitas da lista, visto que utilizamos mais criaturas com efeito imediato de ETB ao invés de efeitos permanentes que demandem que elas fiquem em jogo.
Também não podemos esquecer que Harbinger of the Tides é um Mago e, portanto, também interage com cards do Izzet Wizards, além de ajudar no plano de habilitar uma proposta que, no passado, já foi um competidor famoso do Modern - o Blue Moon.
Conclusão
Harbinger of the Seas é, provavelmente, um dos cards mais poderosos de Modern Horizons 3 para os formatos eternos. Seu potencial como disrupção de mana no azul ajuda a complementar determinadas estratégias enquanto o torna significativamente mais desafiador de responder do que Magus of the Moon.
Em caso de dúvidas, ou sugestões, fique a vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!
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