A semana passada foi gigantesca para o Modern. Além do banimento de cards-chave do formato como The One Ring e Amped Raptor, a Wizards of the Coast também anunciou o desbanimento de quatro staples históricas do formato: Faithless Looting, Green Sun’s Zenith, Mox Opal e Splinter Twin.
Após muitos testes e Challenges, os primeiros resultados mostram algumas mudanças no formato de certas frentes enquanto, em outras, ele parece ter ficado no mesmo lugar. O período de fim de ano é sempre mais difícil de avaliar, e a primeira semana pós-mudanças dificulta ainda mais o processo de entender como o Metagame está se desenvolvendo.
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Neste artigo, apresentamos as principais novidades do Modern nos Challenges da primeira semana pós-banimentos, que contou com o retorno de Mox Opal em decks de combo, Green Sun’s Zenith se solidificando como nova peça fundamental para alguns arquétipos enquanto, e por outro lado, os decks de Energy ainda parecem a melhor opção do formato.
Energy Vive!
É cedo para afirmar que Energy ainda é o melhor deck. O Metagame mudou bastante e é normal que um arquétipo agressivo tenha vantagem em um ambiente onde todos estão testando alguma coisa. O que ficou claro, entretanto, é que as perdas do Energy foram relativamente fáceis de substituir, mesmo quando não oferecem o card advantage que Amped Raptor e The One Ring ofereciam.
O arquétipo está separado entre as variantes de Boros, Mardu e Jeskai. As substituições mudam conforme a combinação de cores, mas os principais candidatos incluem Unstable Amulet, Seasoned Pyromancer, Fable of the Mirror-Breaker, Chthonian Nightmare e Expressive Iteration. Algumas vezes, dois ou mais desses cards compartilham a mesma lista.
Vale ressaltar que Energy foi o deck com maior quantidade de aparições no Top 8 dos Challenges neste fim de semana.
As variantes de Boros apostaram pesado em Seasoned Pyromancer, traço compartilhado com a maioria das listas com resultados em Challenges.
A interação de Pyromancer com cards como Phlage, Titan of Fire’s Fury enquanto coloca fichas na mesa para desencadear Guide of Souls e, consequentemente, Ocelot Pride, tornam de Pyromancer o card perfeito para Energy, além das suas fichas ajudarem Ajani, Nacatl Pariah a causar dano com sua habilidade e poder sacrificar tanto Pyromancer quanto as criaturas que ele colocar em jogo com Goblin Bombardment.
Outra adição comum nas listas Boros foi Blood Moon para punir bases de mana gananciosas, o que pode ou não virar uma tendência a depender de como o formato vai se adaptar em janeiro.
Mardu parece tirar lições da versão de Energy do Timeless para se adaptar ao Modern pós-banimentos com cards como Chthonian Nightmare e interação com Thoughtseize, além do já conhecido set de Orcish Bowmasters.
A competição entre ele e a variante Boros será definida por qual card é mais importante no Metagame: Thoughtseize para lidar com combos ou Blood Moon para travar a base de mana gananciosa de arquétipos como Amulet Titan ou Four-Color Goodstuff, que pode ter voltado ao menu.
Jeskai parece a versão menos atrativa agora, mas Expressive Iteration é uma boa fonte barata de card advantage que interage bem com Unstable Amulet. Talvez, jogar com uma curva mais baixa e/ou em um Metagame onde cards como Spell Pierce ou Consign to Memory sejam essenciais faça com que essa variante ganhe mais espaço.
Apesar dos resultados, é muito cedo para afirmar que Energy é o melhor deck do Modern. Ele foi a escolha confiável, o baralho que seria jogado por quem quer ganhar sem tentar nada muito ousado e que se aproveita de um Metagame onde listas novas estão sendo adaptadas.
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Fica claro, entretanto, que ele provavelmente ainda ocupa o espaço de Melhor Aggro. Arquétipos como Domain Zoo não tiveram resultados expressivos essa semana e ainda aparentam requerer muito para fazer o que o Boros Energy faz melhor. Além disso, mesmo que o Zoo ganhe espaço, a quantidade de respostas flexíveis nas combinações do Energy, inclusive Blood Moon, certamente o colocam em um espaço mais favorecido no Metagame.
Mana de graça é um problema… certo?
Dentre os cards desbanidos do Modern na semana passada, Mox Opal foi o mais jogado e com mais resultados nos Challenges. Enquanto todos temiam que o Affinity fosse esmagar todos, Opal se mostrou uma opção muito mais eficiente em combos.
Afinal, para quê tentar jogar Kappa Cannoneer no segundo turno quando podemos fechar o combo muito cedo no terceiro turno e ganhar com Grapeshot ou Thassa’s Oracle?
A combinação de Grinding Station com Underworld Breach já era uma estratégia bem conhecida no Modern e que ganhou tração em um formato onde arquétipos tentavam ignorar o Boros Energy e desviar da proteção de The One Ring, e o que Mox Opal fez para o arquétipo foi dar mais quatro fontes de mana gratuita, totalizando oito Moxes - a essa altura, o Grinding Breach não parece jogar Modern nos termos do formato.
Não significa que ele seja um deck quebrado. Os resultados apontam que ele tem uma boa presença, e alguns arquétipos já trabalham o Sideboard ou até o maindeck para lidar com o combo, e ainda precisamos de algum tempo até apontarmos uma taxa de vitória consistente com e contra ele que apresente os sinais do quão bom ele é contra o resto do formato.
Broodscale Combo já existia no Modern antes dos banimentos e encontrou em Mox Opal outra maneira de acelerar seus turnos, não diferente do que já faz com Eldrazi Temple. Ele foi outro arquétipo que se destacou esta semana, e a mana extra complementa bem o quão fundo esse arquétipo é capaz de cavar em busca das suas peças-chave.
Houve outras surpresas nesta semana, mas a mais interessante delas com Mox Opal foi o retorno do Hammer Time, deck que desapareceu do formato desde que Orcish Bowmasters e The One Ring basicamente invalidaram seu plano de jogo. Agora, sem um super Fog no caminho, o deck encontra maneiras de ser tão rápido quanto outros combos enquanto exerce um plano B viável com Kappa Cannoneer ou Stoneforge Mystic e Kaldra Compleat.
De todos os desbanimentos, inclusive, Mox Opal parece o mais intrigante agora, pois vimos diversas intervenções no Modern no passado para tirar acesso à mana de graça, com o mais recente sendo Simian Spirit Guide, então precisamos observar de perto o quão eficiente ele está sendo.
O Nascer do Sol Verde
Green Sun’s Zenith foi um dos cards em listas mais diversificadas nesta leva de Challenges. Como esperado, ele encontrou de fato um lar no Amulet Titan e também deu um empurrão para o Golgari Yawgmoth que, convenhamos, estava precisando.
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Apesar de não buscar Yawgmoth, Thran Physician, Zenith faz um ótimo trabalho em encontrar peças específicas para responder ao hate do oponente e complementa Chord of Calling nesse processo, além de buscar Hapatra, Vizier of Poisons e Young Wolf, aumentando a consistência do combo.
Essa função, inclusive, foi repetida com Samwise Gamgee:
Outro destaque para as listas de Zenith, em maioria, foi Grist, the Hunger Tide, o Planeswalker tratado como uma criatura verde em qualquer zona que não seja o campo de batalha, encaixando-se naturalmente como parte do toolbox dos decks de Zenith - inclusive como protagonista em uma nova variante de Midrange.
É a primeira vez que vejo Agatha’s Soul Cauldron sendo usado como peça de atrito ao invés de material para combos (não que seja impossível adicionar algum na lista), mas essa versão é basicamente um deck de Grist tentando usar Cauldron para transformar criaturas em qualquer coisa: Fulminator Mage, Scavenging Ooze, Wight of the Reliquary e Haywire Mite garantem um leque amplo de habilidades para criaturas com marcadores +1/+1, e Grist garante um fluxo constante de criaturas.
As pilhas de Goodstuff tiveram um respiro com os banimentos recentes, e agora Omnath, Locus of Creation pode se juntar com Green Sun’s Zenith para um toolbox que vai de Grist, the Hunger Tide até Atraxa, Grand Unifier - potencialmente conjurável ou buscada com Zenith graças a mana extra gerada por Omnath.
Um Velho Nêmese Retorna
Sim, Arclight Phoenix e Hollow One fizeram aparições em Challenges e fizeram o hype em torno de Faithless Looting valer a pena, mas o acontecimento mais notável com o card desbanido foi, de longe, o retorno das listas de Indomitable Creativity.
Faithless Looting garante uma linha alternativa para Creativity trazer Archon of Cruelty para o jogo com Persist, estratégia já conhecida quando este era o melhor deck do Modern antes dele ser ofuscado durante 2023 e 2024 por The One Ring, que invalidava a viabilidade competitiva de Archon of Cruelty.
Este foi outro arquétipo que jogadores respeitaram durante os eventos, inclusive com algumas listas voltando a usar Orvar, the All-Form como uma resposta. As pilhas de Creativity foram um dos decks mais odiados do Modern antes do lançamento de Lord of the Rings, e me pergunto como ele vai se situar na versão atual do formato.
Apesar de ter trazido de volta Arclight Phoenix e Hollow One, parece que o novo melhor amigo de Faithless Looting foi Nethergoyf e o famoso pacote de Delirium com Fear of Missing Out e Dragon’s Rage Channeler.
Em ambos os casos, a base foi construída em torno desse tema com algumas adições pontuais para fazer outro plano funcionar: Manamorphose no Izzet Phoenix é uma necessidade, enquanto Street Wraith colabora ativamente para conjurar muitas cópias de Hollow One.
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Splinter Twin é tão 2015!
Splinter Twin foi o card menos impressionante dentre os desbanidos. Apesar do hype e de alguns resultados em Ligas com variantes distintas, Twin conseguiu apenas uma cópia no Top 8 dos Challenges deste fim de semana em uma variante Temur com Tarmogoyf
E talvez o problema do Twin hoje esteja exatamente no mesmo que vemos nessa lista: o deck está preso em 2015. Seja porque a interação de Deceiver Exarch com o resto do formato se tornou irrelevante, ou porque ainda estamos usando cards como Snapcaster Mage e Tarmogoyf, que perdem muito do seu potencial quando comparados ao que Modern Horizons trouxe.
Neste momento, minha impressão é de que Splinter Twin ficou lento demais. O hate incidental com Boseiju, Who Endures, Haywire Mite e outros também são fatores que jogam contra o encantamento no ambiente atual do Modern, colocando-o em uma posição desfavorável no Metagame.
E o resto do Modern?
O resto do formato está dividido entre os arquétipos que não mudaram tanto porque sabem exatamente o que querem neste Metagame, e os que estão adaptando-se às mudanças da semana passada.
Por exemplo, o Dimir Murktide passou a adotar um splash de para Meltdown como resposta universal contra Affinity e outros decks de Mox Opal. Talvez esse splash leve à adição de outros cards no futuro, ou pode desaparecer por completo quando/se decks de artefato forem menos relevantes, ou se existirem respostas melhores contra suas estratégias.
Eldrazi, em geral, estão tentando se readaptar após o banimento de The One Ring. Um destaque dessa semana foi uma versão de Through the Breach com Yggdrasil, Rebirth Engine como um meio alternativo de trapacear em custos de mana e Palantir of Orthanc como fonte de card advantage.
Outra lista interessante dessa semana foi o um Orzhov Vial com um toolbox de criaturas para buscar com Recruiter of the Guard, além de Overlord of the Balemurk como meio de recorrer constantemente a elas em cada turno onde ele atacar, além de ser uma das melhores listas de Phelia, Exuberant Shepherd que já vi desde seu lançamento em Modern Horizons 3.
Finalizando
Ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre o Modern após as últimas mudanças. Energy pode parecer o melhor deck, mas precisamos avaliar como o Metagame vai se adaptar a ele, além de observarmos como sua partida contra outras estratégias promissoras, como o Grinding Breach, se desenrola.
Há muitas novidades no caminho e, pela época de fim de ano, o formato deve levar mais tempo para se corrigir e criar um Metagame mais consistente com uma nova camada de estratégias predominantes, cabe descobrirmos se este será um ambiente mais saudável do que foi nos últimos seis meses, ou se enfrentaremos outro cenário polarizado.
Obrigado pela leitura!
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