Metagame: Quais foram os melhores cards de Aetherdrift?

Com as prévias de Tarkir: Dragonstorm batendo na nossa porta, estamos oficialmente nos despedindo da temporada de Aetherdrift. A expansão de corrida interplanar e - esperançosamente - o último resquício da crise estética de Magic trouxe diversos cards para os formatos competitivos, alguns que tinham muito potencial, mas não viram tanto jogo enquanto outros, que poucos se atentaram durante as prévias, tornaram-se staples de múltiplos formatos.

Neste artigo, apresentamos uma retrospectiva de Aetherdrift para avaliarmos quais foram os cards mais importantes da edição para os principais formatos competitivos de Magic, como as Verge Lands para o Standard ou Ketramose, the New Dawn para o Modern.

Verge Lands

Tal qual a maioria dos ciclos de terrenos duais raros, as Verge Lands nas cores inimigas foram a maior contribuição de Aetherdrift para o Standard.

Assim como ocorreu em Duskmourn, elas se tornaram staples de arquétipos de duas cores e habilitaram decks outrora inexistentes, como o Golgari Obliterator jogado por Javier Dominguez no Pro Tour Aetherdrift, onde Wastewood Verge possibilitou ao Golgari Midrange ter acesso consistente a sem abdicar de mágicas verdes eficientes.

Ainda nas cores Golgari, a lista de Self-Mill de Zevin Faust foi outra que aproveitou Wastewood Verge, enquanto resultados recentes tem demonstrado o Izzet Prowess com Riverpyre Verge como um potencial novo competidor no Metagame, e enquanto as listas de três cores ainda se apoiam muito na combinação de Pain Lands + Fast Lands, a rotação removerá uma boa parcela desse ciclo, tornando provável que a próxima temporada do Standard seja inicialmente definida por Surveil Lands + Verges.

Stock Up

De Divination com benefícios para staple de múltiplos formatos. Stock Up foi o grande sleeper da expansão e encontrou lar em praticamente todos os Metagames competitivos.

No Standard, o card trouxe as variantes de Azorius Control de volta ao mapa e o tornou um arquétipo viável como nunca foi desde o início da temporada, além de ter encontrado lar também em decks como Domain Overlords, onde tecnicamente selou a vitória de Matt Nass no Pro Tour ao encontrar o Negate que o protegeria de potenciais interações.

Hoje, outros arquétipos visam aproveitar o card como ferramenta de atrito. Diversas listas de Esper Bounce, por exemplo, têm optado por duas cópias de Stock Up no maindeck, substituindo outras ferramentas de atrito.

Não há dúvidas de que Stock Up permanecerá uma staple do Standard nos próximos meses até que outra expansão ofereça uma seleção de cartas mais eficiente, e dado o seu potencial de chegar até o Legacy, há um longo caminho até que isso aconteça.

Ride’s End

Ride’s End foi simultaneamente o card que alavancou o Domain Overlords pela sua interação com Up the Beanstalk e uma das interações que colocou o Azorius Control de volta ao radar pela vantagem de exilar criaturas, que tem sido essencial em um formato com cards como Heartfire Hero, Unstoppable Slasher e Mosswood Dreadknight.

Momentum Breaker & Grim Bauble

Apesar de existirem efeitos similares como Tithing Blade, Momentum Breaker foi um upgrade do card para os decks de Bounce por outras duas linhas importantes de texto: a primeira força o oponente a descartar um card se ele não tiver criaturas em jogo, e a primeira de poder sacrificá-lo para ganhar vida.

Ambos tornaram-no um “pacote completo” em que ele funciona tanto contra os go-wide quanto nos jogos de Control, enquanto excede as expectativas contra os Midranges.

Grim Bauble não teve a mesma relevância no maindeck, mas se tornou um card comum nos Sideboards das listas de Bounce para lidar com decks Aggro menores, sendo um Dead Weight reutilizável com Fear of Isolation ou This Town Ain’t Big Enough.

Spell Pierce

Uma das interações mais importantes de todos os tempos, Spell Pierce esteve ausente em Foundations, mas não demorou muito para voltar ao Standard e tornar-se um dos cernes de interação no Sideboard contra mágicas baratas em decks que tentam usar sua mana muito proativamente, ou em jogos mais longos em que a mana dos oponentes é gananciosa e/ou onde a vitória pode estar a um Sunfall de diferença.

Spell Pierce é um desses cards que, assim como Duress, funciona comumente como válvula de segurança contra combos problemáticos - ele é uma das melhores interações contra Abuelo’s Awakening hoje- e, portanto, deveria estar sempre no Standard, mesmo que fora de um core set.

Brightglass Gearhulk

O Selesnya Cage anda em baixa no Metagame atual do Standard pela sua dificuldade de interagir com decks como Omniscience ou Domain Overlords, mas uma das adições mais importantes de Aetherdrift foi o ciclo de Gearhulks de duas cores, e dentre eles, o que melhor demonstrou resultados competitivos com Brightglass Gearhulk.

Somado com Nurturing Pixie e Pawpatch Formation, é possível fazer o “setup” de Collector’s Cage apenas conjurando um Gearhulk, e a possibilidade de reutilizá-lo com Nurturing Pixie ou até com Parting Gust abre espaço para um toolbox abrangente no arquétipo, com cards como Basilisk Collar e Dusk Rose Reliquary, tornando-o um dos cards mais flexíveis do formato hoje e com bastante potencial de crescimento no futuro.

Momentum Breaker & Grim Bauble

Momentum Breaker e Grim Bauble foram um pouco mais importantes no Pioneer do que no Standard porque agregaram peças melhores para os decks de Bounce do formato que utilizam Yorion, Sky Nomad, e como o Companion demanda 80 cards, ter mais valor nas suas permanentes baratas é um ótimo meio de manter o início do jogo estável até que Narset, Parter of Veils encontre as ferramentas para dominar a partida.

Valor’s Flagship

Valor’s Flagship é um one-of muito específico e se tornou um card permanente nas listas de Mardu Greasefang, que utilizam sua habilidade de Cycling com Greasefang, Okiba Boss para pressionar a vida do oponente enquanto gera valor em jogos mais longos, onde é possível descartar o card com mana extra para criar fichas na mesa.

Além disso, Valor’s Flagship, quando tripulado, é um 7/7 com Lifelink. A ascensão dos decks Aggro no formato em variadas versões (Rakdos Prowess, Atarka Gruul, mais recentemente o Mono Red Lynx) torna da possibilidade de não perder na corrida muitas vezes mais importante do que conseguir vencer no próximo turno, como é o caso com Parhelion II, então ter essa saída que não precisa de um habilitador para funcionar tornou do novo veículo uma staple para Greasefang.

Ketramose, the New Dawn

Desde quando foi revelado na temporada de prévias, Ketramose, the New Dawn recebeu o título de melhor card de Aetherdrift, e o principal motivo era a quantidade de interações que o novo deus tinha com várias mágicas e habilidades dos formatos eternos, em especial do Modern, onde um arquétipo utilizando Phelia, Exuberant Shepherd e Overlord of the Balemurk já se destacava nos torneios competitivos.

O lançamento de Ketramose catapulta o Orzhov Blink como um dos quatro melhores arquétipos do Modern pela interação do deus com os vários efeitos de blink e a capacidade de exilar cards todo turno com Relic of Progenitus para comprar mais cards e o colocou em posição de ser um dos predadores naturais do Grinding Breach, atual melhor deck do formato e protagonista da maioria das discussões de banimentos hoje.

Marauding Mako

Marauding Mako tinha um lar certo no Modern desde o primeiro dia da expansão: Hollow One, e ele entregou os resultados esperados.

Dentre as diversas variantes existentes deste arquétipo hoje, que foi alavancado pelo desbanimento de Faithless Looting, o Mono Red Hollow One se tornou a versão mais eficiente pelo acréscimo de consistência que Marauding Mako ofereceu em pressionar o oponente desde o primeiro turno enquanto arrisca, a todo momento, trapacear em valores de mana e colocar Hollow One e Vengevine na mesa de graça, tornando-o um Aggro excelente para o Modern em 2025, posição que deve reter no formato durante todo o ano.

Stock Up

Stock Up levou um tempo para se estabelecer no Modern, mas tem conquistado mais espaço a cada semana: seus primeiros resultados foram em listas de Through the Breach, e algumas listas de Underworld Breach passaram a adotar o card após seus primeiros resultados no Legacy.

Hoje, é possível encontrar algumas variantes de Amulet Titan testando Stock Up, mas seu lar principal permanece sendo o Grinding Breach, onde deve permanecer até as possíveis intervenções em 31 de março.

Stock Up

Os primeiros resultados de Stock Up e que colocaram o card em evidência nos demais formatos aconteceram no Legacy. Na primeira semana de Aetherdrift, listas de Show and Tell surgiram no Top 8 dos Challenges com um set completo do card na lista. Afinal, para arquétipos que precisam apenas encontrar duas peças para ganhar o jogo e/ou preparar um setup específico, o novo card era quase tão bom quanto Dig Through Time, banido do Modern e do Legacy por facilitar demais o acesso aos combos.

Nas semanas seguintes, a nova mágica continuou se expandindo: versões de Mono Blue Painter apareceram com um set do card e se tornaram a versão mais consistente do combo no Metagame atual, em outro dia, havia listas de Delver of Secrets com duas cópias no maindeck, mas essa ainda não se tornou tendência.

O fato é que Stock Up tem níveis de poder para mudar e impactar o Legacy e até o Vintage, onde é possível haver uma restrição do card no futuro pela mesma facilidade de alcance que ele oferece aos demais formatos, mas em um ambiente abarrotado de one-ofs poderosos.

Ketramose, the New Dawn

O Orzhov & Taxes foi um dos primeiros arquétipos a incluir Ketramose, the New Dawn no Legacy, onde era possível usar cards como Flickerwisp e Skyclave Apparition para extrair valor do deus, enquanto Aether Vial garantia que ele passasse pelos Counterspells. O deck ainda conseguiria incluir Lion Sash no pacote de Stoneforge Mystic para criar mais interações.

No entanto, levou poucas semanas até o Orzhov Blink do Modern ser portado para o Legacy com uma base de mana aprimorada, tornando do famoso arquétipo a versão potencialmente mais eficiente em resultados das listas de Aether Vial hoje, substituindo as versões tradicionais de Death & Taxes por uma versão amplamente voltada para o potencial dos efeitos de ETB das suas permanentes.

Pactdoll Terror

Pactdoll Terror foi o único card de Aetherdrift a fazer alguma diferença no Pauper. Sua inclusão fez os decks de Altar Tron abdicarem de outras condições de vitória em prol de um card que interage sinergicamente com o combo de Ashnod’s Altar e Myr Retriever enquanto também extrai valor de Deadly Dispute e Fanatical Offering, fazendo o arquétipo adotar uma roupagem quase Mono-Black, com um leve splash de para Crop Rotation e Weather the Storm.

Ele também estabeleceu sua própria versão de Mono-Black Midrange voltado para a mesma interação entre artefatos e cards que colocam artefatos em jogo enquanto compram cartas, que levou inclusive à lista vencedora do Paupergeddon 2025, um Golgari Gardens utilizando três cópias de Pactdoll Terror para drenar a vida do oponente.

Isso é tudo por hoje!

Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!

Obrigado pela leitura!