Apresentação
Saudações, meus consagrados do Legacy! Vamos abrir a temporada pós-ban de Deck Techs com um velho conhecido que comeu o pão que o diabo amassou durante o período de domínio do Psychic Frog: Temur Delver (também conhecido pelos nomes de RUG ou Canadian Threshold).
Entre as várias encarnações dos decks de Delver ao longo dos anos de domínio do arquétipo no Legacy, as versões Temur estiveram entre as mais bem sucedidas. Desde a versão original, antes mesmo da existência do Delver of Secrets, com Nimble Mongoose e Werebear – de onde veio o nome Canadian Threshold – até a mais clássica com Tarmogoyf. O último grande momento do arquétipo foi antes do lançamento de MH3, onde o deck passou a usar Questing Druid e, em algumas listas, Up the Beanstalk como mecanismos de Card Advantage para substituir o buraco deixado pelo banimento de Expressive Iteration.
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Mas tudo isso mudou quando a nação do Sapo atacou. Não só o anfíbio era um melhor motor de Card Advantage, como ele ainda tornava um dos principais motivos de usar Vermelho, Lightning Bolt, basicamente irrelevante. Quando o Psychic Frog saiu de cena, vários decks deram as caras para ocupar o espaço de deck Aggro-Tempo deixado vazio. E um deles é o assunto de hoje.
Construção do Deck
A lista que usaremos de base hoje ganhou o Challenge 32 no Magic Online nas mãos do jogador C_S_W___. A base do arquétipo já é bem estabelecida e os detalhes que ficam ao gosto do freguês estão naquelas últimas cartas flexíveis.
O núcleo de criaturas dele, aquela parte que você não vai encontrar alterações entre listas, é composto de 1 Brazen Borrower, 4 Delver of Secrets, 4 Dragon’s Rage Channeler, 3 Murktide Regent e 2 Questing Druid. Algumas listas jogam com o 2º Borrower e/ou o 3º Druid, mas esses são opcionais.
Já o núcleo de mágicas, temos a onipresença com um de cada Brainstorm, Ponder, Mishra’s Bauble, Force of Will, Daze e Lightning Bolt. Eu encontrei também pelo menos 1 cópia de Unholy Heat nas listas que analisei. O restante do espaço de mágicas pode ser preenchido com unidades de Preordain e Dismember, como na lista apresentada, ou por coisas como Chain Lightning, Force of Negation, Pyroblast ou cópias extras de cartas que não estão maximizadas.
Quanto aos Terrenos, a maioria dos jogadores chegou a um consenso de rodar 19, mas você vai ver alguns tentando fazer a lista rodar com 18. As unanimidades aqui são 4 Wasteland, 4 Volcanic Island, 1 Tropical Island e 1 Island. O restante você completa com Fetch Lands que busquem Island. Alguns jogadores também optam por usar 1 Thundering Falls nesses últimos espaços de terreno.
Se você já jogou ao menos um torneio de Legacy na sua vida, existe uma boa chance de que você já tenha enfrentado algum desses decks Azuis de Tempo. A premissa é simples: colocar uma ameaça barata na mesa, jogar o oponente na defensiva com Daze e Wasteland e eventualmente finalizar o que sobrou de pontos de vida do adversário com dano direto. Já são quase 20 anos de sucesso.
Mulligan
Como é um deck de baixo custo e muitas cantrips (Brainstorm, Ponder, Mishra’s Bauble e Preordain), o Temur consegue operar com poucos terrenos, portanto qualquer mão com 3 ou mais terrenos é uma séria candidata a ser devolvida. É bom ressaltar que para fins de jogo, Wasteland conta mais como uma mágica do que como um terreno para essa matemática. Assim, basicamente com alguns terrenos e ação (criaturas ou maneira de comprar cartas) já no turno 1 dá para ser mantida. É importante não manter mãos reativas demais, afinal você ainda é um deck agressivo.
Exemplos de mãos:
Essa é uma mão complicada de avaliar. Ela tem interação via Daze, Lightning Bolt e Brazen Borrower, terrenos o suficiente para garantir o seu jogo, Wasteland para quebrar o desenvolvimento do oponente e até uma Mishra’s Bauble para comprar 1 carta. Só que ela é reativa demais e só a compra da Bauble não garante que você irá achar alguma pressão. Há justificativas em se mantê-la, mas eu prefiro mandar ela de volta atrás de algo mais ativo. Veredito: Mulligan.
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Aqui não tem mistério. Você tem ação já no 1 e ainda que a transformação do Delver não seja garantida, ela tem boas chances de acontecer naturalmente (cerca de 39,2%). Daze e Lightning Bolt garantem a interação de início de jogo. Ela corre o risco de ficar sem gás, mas se oponente lidar com os 2 Delvers, isso provavelmente habilitará o Delve do Murktide Regent. Veredito: Keep.
Essa é basicamente a mão que esse deck quer ver: um monte de cantrips, um bicho e interação. É bom se atentar que como ela só tem 1 Terreno, é interessante abrir de Ponder ao invés de Delver para garantir a compra de um segundo terreno e não correr riscos contra Wastelands adversárias. Veredito: Keep tranquilo.
Sem chance, essa é uma mão horrível. Veredito: Mulligan instantâneo.
Construindo o Sideboard
Para um deck rico em cantrips, o sideboard escolhido por C_S_W___ é até bastante redundante. De qualquer maneira, temos aqui uma lista bem ampla de respostas, que são ajudadas pela característica de respostas genéricas que as suas contramágicas do main deck já possuem.
Grafdigger’s Cage contra Reanimator e Oops, mas também que acerta o Nadu Elves; Price of Progress que pune decks de Ancient Tomb, sobretudo aqueles que querem fazer uso de Kozilek’s Command; e por falar em Command, Consign to Memory acerta em cheio os decks incolores, mas também é uma resposta contra eventuais habilidades desencadeadas como Storm ou Initiative.
Hydroblast e Pyroblast estão entre as respostas mais efetivas contra as cores que afetam; Force of Negation aumenta o seu potencial de interação de turno 0 em jogos em que o seu oponente começa e você não pode deixar algo resolver; e por fim, Counterbalance pode por um fim no dia de decks de combo que tentem atravessar o seu caminho. Pode também causar um estrago contra decks de custo semelhante, como Mirrors.
Outras cartas que levantei em Sideboards desse arquétipo são Abrade, Faerie Macabre, Cast Into the Fire, Ghost Vacuum, Meltdown, e Surgical Extraction.
Guia de Sideboard
Reanimator
Agora que não há o plano B de Sapo, o objetivo é segurar as tentativas de reanimação a todo custo. Suas remoções são praticamente inócuas aqui, por isso elas cedem espaço no sideboard.
Entra:
Sai:
Blue Aggro (Temur, Grixis, Izzet e Dimir)
O formato tem demonstrado essas 4 variantes dos decks de Tempo como viáveis. O jogo aqui é parecido contra todos, uma verdadeira guerra de atrito, já que ocorrem muitas trocas de 1 carta por 1 carta e esse arquétipo não tem muitas maneiras de recuperar investimento de carta, esse é umd os motivos de Questing Druid estar aqui.
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As listas com Preto são perigosas devido ao Orcish Bowmasters. Como é de costume, Force of Will não é fantástica nessas guerras de atrito.
Contra listas SEM Vermelho
Entra:
Sai:
Contra listas COM Vermelho
Entra:
Sai:
Eldrazi Aggro
Ambos vão tentar punir os terrenos adversários com Wasteland, mas as suas geralmente punem um ganho de 2 manas quando acertam Eldrazi Temple, Eye of Ugin ou Ancient Tomb. Seus counters podem perder valor por causa de Cavern of Souls. No passado, Lightning Bolt não era bom, mas agora que eles têm mais criaturas menores, a remoção Vermelha é excelente.
Pós-side, Consign to Memory é uma maneira eficiente de parar ameaças não protegidas pela Caverna e na pior das hipóteses, pelo menos para as habilidades desencadeadas de Thought-Knot Seer e Sowing Mycospawn. Price of Progress é capaz de causar um bazilhão de dano de uma só vez. É bom ficar atento a Chalice of the Void.
Na play
Entra:
Sai:
Na draw
Entra:
Sai:
Red Stompy
Eles têm 2 bombas que se resolvidas, atrapalham demais a sua vida: Blood Moon e Chalice of the Void. Por isso é importante ir atrás da sua Island básica logo, algo que é mais fácil de fazer quando você está na play. Daze é uma carta que eles podem jogar em volta com Simian Spirit Guide, mas ainda é importante o suficiente na play para você não tirar todas de vista.
Na play
Entra:
Sai:
Na draw
Entra:
Sai:
Nadu Breakfast
2 das criaturas-chave deles, Nomads en-Kor e Nadu, Winged Wisdom, são resistentes a Lightning Bolt, o que é um problemão. Esse é um dos jogos que você tem que ser o mais agressivo possível para que eles não tenham tempo de tentar achar os pedaços do combo.
Entra:
Sai:
Conclusão
Alguns jogadores costumam dizer que o formato está saudável quando Delver está no topo, pois é o inimigo que já é conhecido. Embora eu ainda tenha restrições quanto à existência do Nadu, é inegável que a última rodada de banimentos deu uma refrescada no formato. Vamos ver o desenvolvimento disso nos próximos meses. E enquanto isso, flipar o Delver no 2 segue sendo uma das táticas mais eficientes, um ar de familiaridade.
Um abraço voador e até a próxima!
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