Magic: the Gathering

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Análise: Pro Tour Phyrexia, metagame e seu impacto no Pioneer

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Neste artigo faremos um review do Pro Tour, como foi o metagame e suas principais partidas. Também analisaremos seus impactos no metagame do Pioneer.

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Pro Tour Phyrexia – O Retorno do Tabletop

Finalmente voltamos ao tabletop. Após um período de diversos torneios realizados pelo Magic Arena, finalmente retornamos para um evento com cartas reais, jogadores frente a frente duelando e buscando alcançar o título do Pro Tour de Phyrexia: All Will Be Onelink outside website.

Esse evento também marca a estreia do Pioneer como formato competitivo, tendo em vista que o Magic Arena foi a plataforma escolhida para os torneios após as restrições ocasionadas pela pandemia .

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Introdução

No artigo de hoje, vamos falar sobre o cenário competitivo do torneio, seu metagame e como isso pode afetar nos FNMs (Friday Night Magic) locais de Pioneer.

O que é o Pro Tour?

O Pro Tour é um dos torneios mais importantes do cenário competitivo do Magic. Nele, são classificados os principais jogadores de suas regiões, jogadores que obtiveram vagas pelo Magic Arena e pelo Magic Online. Eles se juntam a jogadores que obtiveram resultado superior a 27 pontos no último “Pro Tour”, no caso do Pro Tour: Phyrexia All Will Be One, os jogadores que fizeram 27 pontos no New Capenna Championship e todos os jogadores que disputaram o Magic World Championships XXVIII e mais os convidados que fazem parte do Hall da fama, como Reid Duke, Shota Yasooka e Paulo Vitor Damo da Rosa.

O Torneio funciona da seguinte forma: os jogadores que obtiverem 4 vitórias se classificam para o segundo dia, jogadores com 9 vitórias estão automaticamente classificados para o próximo pro tour. Jogadores que atingirem 12 vitórias se classificam para o top 8 no dia 3 e ganham vaga no Mundial seguinte.

Além da importância de vagas para o cenário competitivo, o Pro Tour distribuiu uma premiação de $500.00,00 para os participantes.

Os detalhes das vagas e caminhos do cenário competitivo podem ser obtidos por aquilink outside website.

Pro Tour Phyrexia

Um dos torneios mais esperados de todos os tempos, a volta do Pro Tour criou uma atmosfera de ansiedade, afinal voltamos a ver os jogadores frente a frente, baixando cartas na mesa, embaralhando decks e todo o ritual que estamos acostumados a fazer quando jogamos nossos FNM.

Para o torneio foram definidos dois formatos, Draft de Phyrexia: All Will Be One e Pioneer, sendo três rodadas de Draft abrindo o dia seguido de cinco rodadas de Pioneer, tanto no dia 1 quanto no dia 2.

Limited – Draft

Os formatos limitados testam muito bem a versatilidade dos jogadores e o conhecimento das coleções atuais. Afinal, o que se espera de um campeão de Pro Tour é capacidade acima da média nos mais diversos campos do Magic.

Três nomes aparecem como destaques na fase de Draft: Shota Yasooka, Riki Kamo e Michael Belfatto.

Os três conseguiram fechar a fase do limitado com 100% de aproveitamento e assim evoluir alguns degraus durante o torneio.

Decklists invictas no Draft

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Dos jogos de Limitado, podemos tirar algumas particularidades da coleção:

O formato está agressivo, punindo consideravelmente os decks que jogam nos turnos mais a frente.

Podemos ver como a base de cores verde e vermelho podem ser eficientes no formato, não atoa foram as cores de 3 dos 6 decks apresentados, com apenas 1 deck das listas sem a presença de ambas.

Argentum Masticore deu uma demonstração de como pode ser eficiente no formato, limpando a board adversária e fazendo uma pressão considerável.

Apesar do excelente desempenho no Limitado, Riki Kamo e Michael Belfatto não conseguiram ficar entre os oito melhores, mas conseguiram as nove vitórias necessárias para se classificarem para o próximo Pro Tour, terminando em 25° e 52° respectivamente.

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Metagame Pioneer

Metagame Pioneer
Metagame Pioneer

Como era esperado antes do torneio, o Rakdos Midrange marcou presença como o deck mais jogado da competição, seguido de perto pelo seu principal rival, o Mono Green Devotion. Em terceiro aparece o Gruul Vehicles que surgiu como uma boa opção contra o Rakdos.

Esses três decks juntos são responsáveis por quase 40% do field, o que era esperado.

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Nesse ponto é importante entendermos o “ecossistema” do Pioneer. O Rakdos Midrange e o Gruul Vehicles são predadores naturais de decks agressivos, com uma maior presença de ambos, as listas aggros vão sendo cada vez menos presentes, como o Mono White Humans ou Mono Red aggro.

Com essa redução, o Lotus Field Combo achou um espaço interessante para ganhar terreno e fazer presença, sendo o quarto deck mais jogado e com bom confronto justamente contra os três principais decks do formato.

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Mais um ponto relevante do meta é a presença do Izzet Creativity, uma lista pouco comentada antes do torneio e que apareceu com uma presença significante, sendo pilotada por grandes nomes como Reid Duke, Gabriel Nassif, Martin Juza, LSV e Seth Manfield.

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O metagame se mostrou bastante equilibrado, com listas que buscavam tirar vantagem da presença dos três primeiros, mas não houve um domínio fora do comum de nenhuma lista. O que significa um ambiente saudável no formato.

Pioneer – Dia 01

Após os Drafts tivemos cinco rodadas de Pioneer e, para surpresa de todos, Benton Madsen com seu Selesnya Auras estava invicto.

Benton Madsen e seu dia perfeito

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Na sétima rodada, o Auras enfrentou um Azorius Control, uma das matchs mais complicadas para o Benton, já que o oponente tem acesso a cards como Supreme Verdict, Farewell e Temporary Lockdown que são capazes de demolir a estratégia do Auras.

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Duas cartas foram vitais para a retomada contra o Azorius, Adanto Vanguard e Boseiju, Who Endures. No game 2, o Adanto permitiu que continuasse a pressão após uma remoção global.

No game 3 uma Boseiju do topo, permitiu remover o Temporary Lockdown e retornar as auras ao campo, completando o dano que faltava para fechar o jogo.

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Os 8 melhores do dia 1

Fechadas as oito rodadas, somente 1 Rakdos Midrange estava presente entre os oito melhores, listas baseadas em combos como Abzan Greasefang, Lotus Field Combo e Izzet Creativity ocupavam quatro das oito posições do topo, se mostrando uma opção acertada contra o meta atual.

Top 8 - Day 1
Top 8 - Day 1

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Shota Yasooka e seus Mutavaults

Nem só uma lista rogue causou surpresa com seu resultado, o Rakdos Midrange de Shota Yasooka foi outro ponto de muito espanto e comoção na comunidade de Magic.

Por se tratar de um dos baralhos mais utilizados ao longo do último ano, o Rakdos Midrange parecia ter pouco espaço para mudanças, normalmente sendo adaptações no sideboard e pequenas adaptações no maindeck, porém Yasooka trouxe uma inovação para o Pro Tour.

O Baralho ainda conserva sua estrutura base de descartes e remoções, enquanto vai gerando valor, mas ele tem um detalhe muito diferenciado, a presença de seis manlands, sendo três delas Mutavaults.

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Embora seja uma escolha controversa, não se pode dizer que ela não deu resultado.

O que se viu no torneio foi um deck dominante que foi testado contra as principais listas do metagame e se manteve sólido.

Obteve vitórias contra Mono Green Devotion, Rakdos Midrange, Izzet Creativity e Lotus Field Combo do atual campeão mundial Nathan Steuer.

Esse resultado não torna essa a melhor versão do Rakdos Midrange automaticamente, talvez em outro torneio essa lista não seja mais efetiva, mas não se pode negar que a leitura do meta e a execução do plano de jogo do Shota foram sensacionais.

Pioneer – Dia 2

Em mais um dia de Pioneer, o Rakdos de Shota Yasooka foi o primeiro a garantir vaga entre os oito melhores, conseguindo mais duas vitórias, dessa vez contra Grull Vehicles e Mono White Humans, e atingindo as doze necessárias.

Benton Madsen manteve um desempenho consistente no segundo dia, colocando o Auras entre os oito melhores com uma rodada de antecedência. Se quiser entender melhor sobre como funciona o deck, confira nosso artigo sobre elelink outside website.

Surpresa do day 2

Se no primeiro dia o Selesnya Auras surpreendeu a todos, no segundo dia foi a vez de Derrick Davis com seu Enigmatic Fires.

Após fechar 5-3 no primeiro dia, conseguiu um excelente 7-1 no segundo, levando mais um deck off meta para o top 8.

Definidos os oito melhores

Top 8 - Day 2
Top 8 - Day 2

Finalizado o segundo dia, vemos como o metagame estava nocivo para as três principais listas do formato, dos 84 decks apenas o do Yasooka conseguiu uma vaga entre os oito primeiros.

O que isso significa?

Análise de desempenho das listas

O Hall da Fama Frank Karsten postou em seu twitter as conversões de vitórias de cada lista em confrontos contra listas diferentes.

Winrate por @karsten_frank via Twitter
Winrate por @karsten_frank via Twitter

Com ele podemos observar que a taxa de vitórias dos baralhos Rakdos Midrange, Mono Green Devotion, e Gruul Vehicles ficaram abaixo dos 50%, isso é um demonstrativo do quanto o metagame estava inóspito para os baralhos mais jogados.

Outro ponto digno de nota é a performance do Abzan Greasefang, com seus quase 68% de winrate o baralho esteve muito perto de avançar para o terceiro dia, ficando em nono com David Inglis. O baralho apresentou uma taxa de vitória de aproximadamente 88% contra os três principais decks do formato.

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Top 8 – Finals – day 3

Com os oito nomes definidos foram formadas as chaves, as partidas foram de eliminação única em melhor de cinco, com sideboard aplicado somente a partir do terceiro game.

Brackets
Brackets

Reid Duke e Benton Madsen avançaram até as finais e repetiram o confronto da quarta rodada do torneio, naquele momento o Selesnya Auras levou a melhor por 2x0.

Essa match é extremamente complicada para o Auras, devido à quantidade de remoções presentes no Creativity, é fundamental conseguir abrir uma mão com Gladecover Scout e pelo menos duas peças das auras-chave do baralho Ethereal Armor ou All That Glitters, de forma a conseguir pressionar.

Fable of the Mirror-Breaker e sua capacidade de ganhar jogos

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A jogada chave da final ficou por conta do Reid Duke, em um momento que Madsen havia colocado 12 pontos de dano em três turnos com capacidade de oferecer letal na volta. Nesse momento Duke nos mostrou o porquê da Fable of the Mirror-Breaker ser tão presente nos decks com vermelho. Com duas cópias na mão, Reid se manteve vivo, achou a terceira fábula, um Make Disappear e a Indomitable Creativity para virar o jogo e abrir 1x0.

Muitos vão classificar como sorte de campeão, o que não deixa de ser verdade, mas ambos os jogadores tomaram decisões relevantes para extrair o melhor do seu baralho durante esse game.

Benton Madsen fez um Mulligan agressivo para 5 entendendo que precisava pressionar e ter o Gladecover Scout para ter chances no jogo, foi recompensado, quase finalizando a partida.

Reid Duke por sua vez, utilizou a Fable de forma a ganhar tempo e procurar mais recursos para se manter vivo e fechar o jogo, as duas fábulas garantiriam quatro turnos se o oponente não obtivesse evasão. Ele cavou e foi premiado, achando o combo.

Nos outros dois games, Benton, pressionado, fez dois mulligans para quatro, não conseguindo achar auras no game 2, virando presa fácil. Embora tenha conseguido encaixar 2 Ethereal Armor no game 3 não conseguiu sequenciar com uma boa pressão, com Duke finalizando o jogo no turno 5 com seu combo e se sagrando o campeão do Pro Tour Phyrexia.

Impacto no metagame Pioneer

Devido ao nível do torneio, muitas informações são circuladas rapidamente e a tendência é que decks de boa performance comecem a ter mais espaço no metagame, como o caso do Enigmatic Fires, Lotus Field Combo e principalmente as duas listas finalistas, Izzet Creativity e Selesnya Auras.

Outro ponto de atenção são os resultados dos decks baseados em Greasefang, principalmente a versão Abzan que apresentou a melhor taxa de winrates do torneio.

Mono Green Devotion e Gruul Vehicles podem perder um pouco de espaço já que seus resultados fora bem aquém do esperado.

Embora o Rakdos Midrange ainda tenha feito o primeiro lugar na etapa do suíço, a dificuldade apresentada no confronto com o Enigmatic Fires deve impactar negativamente na sua presença no field, tornando ainda mais diversificado o metagame.

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Preços de singles x resultados do Pro Tour

Outro ponto de atenção é a variação nos preços das cartas, Skrelv, Defector Mite, Worldspine Wurm, Xenagos, God of Revels e Indomitable Creativity já apresentam valorização considerável, reflexo direto da expectativa criada pelo evento.

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Com o bom desempenho de outras listas, suas peças-chave também devem ter uma valorização, além de cards que tiveram destaques em jogadas decisivas, como Boseiju, Who Endures ou muito presentes nas listas como Fable of the Mirror-Breaker

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Conclusão

Foi excelente rever um torneio desse calibre sendo jogado no papel, lendas do Magic disputando contra uma geração formada pelo MTGO e Magic Arena lado a lado.

Ver Reid Duke campeão foi algo bem significante, um título que faltava em sua carreira e que premia um dos grandes nomes do Magic mundial.

Por fim, vimos uma variedade de listas conseguindo bons resultados e desbancando os decks que vinham liderando o metagame, mantendo o Pioneer um formato sadio e propício para novas estratégias. Foram três dias de aula sobre Magic, com grandes resultados e oito classificados para o próximo mundial!

Espero que tenham gostado do artigo. Qualquer dúvida usem o espaço de comentários, ficaremos felizes em responder.

Até o próximo!