Combos são uma parte essencial de todo TCG e até de outros gêneros de jogos. A ideia de misturar habilidades, uma peça A com B, ou qualquer coisa com o potencial de quebrar as mecânicas e/ou ganhar instantaneamente mexe com a imaginação de qualquer jogador, e também é um dos meios mais criativos de construir decks.
Neste artigo, apresentamos os dez combos de cards mais icônicos de Magic. Na lista, estão combinações que fizeram história no jogo, seja pela sua fama, viabilidade competitiva ou apenas pelo quão impactante eles foram em algum momento. Além disso, focamos também nos combos capazes de ganhar o jogo e demos maior atenção para as interações de duas cartas, ou que necessitam apenas de um terceiro efeito para desencadear.
Os 10 Combos Mais Icônicos de Magic: The Gathering
Channel Fireball

Não há como falar de combos mais icônicos sem mencionar o combo original de Magic: The Gathering. Reza a lenda que, em uma época onde as regras de deckbuilding ainda não eram definidas ou amplamente conhecidas, jogadores visionaram um deck capaz de ganhar consistentemente no primeiro turno, que envolvia usar 20 cópias de Black Lotus, 20 cópias de Channel e 20 cópias de Fireball.
Este combo funciona da seguinte maneira: um jogador com 20 de vida pode estourar uma Black Lotus para gerar e conjurar Channel, pagando 19 de vida para gerar 19 manas incolores. Com uma montanha em jogo, ou uma segunda Black Lotus, o jogador poderia gerar mana vermelha e usar a mana verde extra para totalizar 20 de dano no oponente com Fireball.
Apesar da fama, não existem registros de que este combo tenha sido utilizado em um torneio competitivo, até pela baixa longevidade com a qual ele existiu, já que Channel e Black Lotus foram restritos antes do primeiro Campeonato Mundial em 1994. Ainda assim, é possível dele ter ocorrido em mesas de Vintage durante a primeira década do jogo.
Twin Exarch

Splinter Twin foi provavelmente um dos combos mais icônicos da história do Modern e um difícil de esquecer na trajetória de Magic, tanto pelo tempo em que ele foi um pilar emblemático de um dos formatos competitivos mais famosos, quanto pela fama de injustiça que o seu banimento ganhou no decorrer dos anos.
Ele envolve encantar uma criatura cujos efeitos de ETB desvire uma criatura-alvo com Splinter Twin e virá-la para criar uma cópia. Essa cópia vai desencadear o ETB e pode desvirar a criatura original encantada, estabelecendo um looping que gera fichas infinitas com Haste para atacar no mesmo turno. Originalmente, ele foi utilizado com Pestermite, mas Deceiver Exarch se tornou seu alvo mais famoso pelo fato de sobreviver contra Lightning Bolt.
O que tornou o Twin tão eficiente era a facilidade com a qual podíamos aplicá-lo na partida e a evolução natural do arquétipo de um combo completo para um Combo-Control e, em algumas versões, um Combo-Midrange. Ele também capitalizava muito em torno do False Tempo: por ser um combo em Instant-Speed com Deceiver Exarch, o oponente era forçado a jogar para trás todo turno em que o jogador de Twin ameaçava o combo, culminando em pseudo-turnos extras.
Twin também se tornou sinônimo de outros combos de duas cartas que ganham o jogo com uma base eficiente que não requer dedicação integral ao combo, como o de Saheeli Rai com Felidar Guardian.
Flash Hulk

Para alguns, Flash Hulk ainda é o combo mais poderoso da história de Magic: The Gathering pela facilidade com a qual ele pode ser aplicado, mas o power creep fez seu trabalho e não temos, hoje, meios de confirmar seu direito a este título.
Ele envolve usar Flash para conjurar Protean Hulk de graça e, em seguida, sacrificá-lo. Quando Protean Hulk morre, um jogador pode buscar qualquer número de criaturas com valor de mana seis ou menor, o que normalmente culminará em outro combo baseado em criaturas.
As possibilidades são infindáveis: na época, o combo envolvia buscar Karmic Guide e Carrion Feeder para devolver Protean Hulk, sacrificá-lo para buscar Kiki-Jiki, Mirror-Breaker e iniciar um looping entre estes três cards. Hoje, pode haver opções mais eficientes, e Flash foi um card tão poderoso que está banido até do Commander pelos problemas que trazia ao cEDH.
Tinker

Tinker é uma das peças de combo mais poderosas de Magic: The Gathering e ganhou um potencial de combo-kill quando New Phyrexia trouxe Blightsteel Colossus para o jogo. Com ele, podemos sacrificar qualquer artefato para buscar uma criatura 11/11 com Indestrutível, Atropelar e Infect por apenas três manas, dando ao oponente um turno para lidar com a ameaça ou perder o jogo.
Além do combo-kill com Colossus, Tinker também habilita outros combos em potencial, dependendo de como cada lista é construída, e uma das interações mais antigas e famosas entre dois cards também pode ser buscada por ele.
Vault Key

Time Vault é, em teoria, uma versão ajustada de Time Walk que dá ao oponente um benefício antes de ser utilizado pelo seu controlador, mas a Saga de Urza trouxe um dos primeiros meios de tirar proveito dele: Voltaic Key desvira artefatos por um custo muito baixo e já tinha interações com Grim Monolith que eram amplamente usadas na época.
Com ambas as peças juntas, basta desvirar Time Vault todo turno com Voltaic Key para ganhar turnos infinitos. Essa interação é bem famosa no Vintage e hoje Time Vault é um dos alvos comuns de Tinker, pois Urza’s Saga pode buscar Voltaic Key.
Além disso, há também outros cards que desviram artefatos por um custo baixo, como Manifold Key, facilitando o acesso a cards que interagem com Time Vault.
Oracle Consultation

O Commander é, hoje, o formato mais famoso para conhecer novos combos e onde a maioria deles sucede. Pela sua natureza multiplayer, combos são a melhor maneira de encerrar partidas, e nenhum deles é tão eficiente quanto o Oracle Consultation.
Demonic Consultation requer nomear um card e exilar cartas do topo do grimório até encontrar o card revelado. Logo, se nomearmos algo que não está na nossa lista, como um You Are Already Dead, podemos exilar o deck inteiro. O que, normalmente, seria uma coisa ruim, se torna nossa passagem para a vitória rápida com Thassa’s Oracle, cuja habilidade faz seu controlador ganhar o jogo caso ele tenha menos cards no deck do que sua devoção ao azul.
Sendo o combo mais rápido do Commander hoje, há debate se Thassa’s Oracle deveria continuar sendo válida no formato, especialmente quando o mesmo resultado pode ser obtido com cards com valor de mana maior, como Jace, Wielder of Mysteries e Laboratory Maniac.
Exquisite Bond

Outro combo amplamente conhecido nas mesas casuais de Commander, Sanguine Bond e Exquisite Blood possuem muitas variantes disponíveis hoje. Por exemplo, a interação entre eles pode ser reproduzida no formato Standard com Bloodthirsty Conqueror e Enduring Tenacity, mas ainda não fez nenhum resultado relevante.
O combo envolve a maneira como ambos os encantamentos desencadeiam: sempre que o oponente perder vida, Exquisite Blood faz o seu controlador ganhar vida, o que desencadeia Sanguine Bond, onde sempre que seu controlador ganhar vida, o oponente perde essa mesma quantidade de vida, iniciando um looping infinito entre as duas permanentes que termina com a vitória do jogador.
Decks de Vampiros são os mais comuns de terem essa combinação pelo tema estético de ambos os cards e o fato deste tipo ter outros efeitos que desencadeiam de formas parecidas, como o já mencionado Bloodthirsty Conqueror e Vito, Thorn of the Dusk Rose.
Hex Depths

Dark Depths foi, durante anos, um card sem qualquer viabilidade em Magic. Apesar do seu combo com Aether Snap, este nunca chegou ao ponto de ter potencial competitivo - mas isso mudou quando Zendikar trouxe Vampire Hexmage e transformou Dark Depths em um dos combos mais poderosos do Extended.
Vampire Hexmage pode ser sacrificada para remover todos os marcadores de uma permanente. Apesar de essa habilidade ter sido projetada para lidar com Planeswalkers, a interação dela com Dark Depths permite desencadear a habilidade do terreno tão cedo quanto no segundo turno, colocando uma ficha 20/20 com indestrutível no campo de batalha para o oponente lidar.
Na época, havia poucas respostas que exilavam no Magic competitivo. Hoje, existem muitas maneiras de responder à ficha criada por Dark Depths, mas também cresceram as interações com ele: Thespian’s Stage é outro card que possibilita ter uma ficha de Marit Lage em jogo tão cedo quanto no terceiro turno e sem gastar slots de mágicas, já que podemos copiar Dark Depths com ele, sacrificar a original e, em seguida, desencadear o trigger da cópia para criar a ficha.
Além disso, por serem dois terrenos, podemos recorrer a eles com Life from the Loam, que tornou o combo viável em mais arquétipos no Legacy.
Painter’s Stone

Falando em Legacy, um dos combos mais antigos do formato é o de Painter’s Servant com Grindstone, mas este só ganhou tração quando Urza’s Saga deu um jeito fácil e eficiente de buscar uma das peças, tornando-o um dos decks mais famosos do Metagame.
O combo envolve ter Painter’s Servant em jogo, nomeando uma cor, que transformará todos os cards em todas as zonas - inclusive nos grimórios - em cards da cor escolhida. A partir desse ponto, basta ativar Grindstone, que millará dois cards do topo do grimório do oponente. Como eles compartilham uma cor, o processo vai se repetir e iniciará um looping que terminará com o oponente sem deck.
Heliod Ballista

O último combo da lista é também o mais recente dentre eles: Walking Ballista é, naturalmente, um payoff para mana infinita, pois leva ao dano infinito, mas com Heliod, Sun-Crowned, o seu potencial só cresceu por, agora, ele ter uma interação poderosa de dois cards que pode ser utilizada em diversos arquétipos.
Heliod, Sun-Crowned coloca um marcador +1/+1 em uma criatura sempre que seu controlador ganha vida e tem uma habilidade que dá Lifelink para uma criatura-alvo. Com ele em jogo, basta conjurar uma Walking Ballista com X = 2 para ele entrar com dois marcadores +1/+1, em seguida, usar a habilidade de Heliod para dar Lifelink a ela e remover um marcador para causar um de dano ao oponente - a habilidade de Heliod vai desencadear, e você pode colocar um marcador +1/+1 em Walking Ballista, repetindo o processo para dano infinito.
Esse combo é muito famoso porque permeou tanto o Pioneer, de onde foi banido junto de outros dois combos, e o Modern, onde protagonizou um dos melhores decks do formato até o lançamento de Modern Horizons 2. Hoje, ele ainda aparece ocasionalmente no Modern, mas seu lugar de destaque tem sido o Commander, onde oferece uma combinação de duas peças que cai bem com muitas propostas distintas da sua combinação de cores.
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!













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