Standard: Análise do Metagame do Campeonato Mundial

O Campeonato Mundial é a maior competição de Magic: The Gathering. Em sua vigésima nona edição, os melhores jogadores do mundo competirão entre si nos formatos Draft de Wilds of Eldraine e Standard nos dias 22, 23 e 24 de setembro para decidir quem será o próximo Campeão Mundial.

O metagame da competição nos dá uma visão mais ampla do Standard atual. Com isso, podemos analisar os decks e o impacto que os possíveis resultados no Mundial podem trazer para o formato nos dias que virão.

Os Midranges

Esper Midrange segue sendo o deck mais jogado, assim como foi na edição anterior, mas dessa vez com uma presença bem mais próxima dos outros arquétipos.

É importante destacar as diferenças entre Esper Midrange, Esper Legends e Esper Control, pois eles podem ser confundidos devido as suas similaridades, principalmente os dois primeiros. O Midrange utiliza em média quinze criaturas, conta com alguns Planeswalkers e as listas mais recentes estão utilizando Virtue of Loyalty. O Esper Legends, por sua vez, tem uma abordagem bem mais agressiva, com até 30 criaturas, quase todas lendárias, por isso o nome Legends - e as listas mais recentes trazem como novidade Lord Skitter, Sewer King. O Esper Control, como o nome já diz, é a versão Control que conta com pouquíssimas win conditions, normalmente na forma de The Wandering Emperor.

Juntos, os três representam 32% do metagame da competição, provando que as cores continuam muito fortes no formato e têm grandes chances nesse Mundial. Restless Fortress também aparece em algumas listas.

Os Aggros

Falando dos Aggros, Mono-Red Aggro e Mono-White Humans aparecem entre os decks mais jogados do torneio, com 9,6% e 6,7% do metagame respectivamente, ambos tendo bom desempenho em grandes torneios recentes.

Podemos atribuir essa crescente dos Aggros à grande variedade de decks no formato, o que gera um ambiente propício para estratégias mais rápidas, além, é claro, do surgimento do Cascade Combo, que ficou bem popular durante alguns dias, mas é uma presa fácil para os Aggros.

Mono-Red recebeu upgrades com Charming Scoundrel, Goddric, Cloaked Reveler e Monstrous Rage, que deram mais poder de fogo à lista. Já o Mono-White recebeu Spellbook Vendor, uma criatura bem forte que pode facilmente sair do controle se não for respondida logo.

O Selesnya Enchantments ficou um pouco para trás, colocando apenas três cópias na competição, e representando 2,9% do meta, mas ainda assim têm se mostrado uma opção resiliente no formato com as novas adições que recebeu de WOE.

Reanimator e Ramp (5c Control)

Ramp (5c Control) é uma das estratégias mais populares no Standard atualmente, e no mundial não foi diferente. O arquétipo representa 8,6% do meta e é um dos fortes candidatos nessa edição. O deck se tornou ainda mais resiliente com cartas como Up the Beanstalk e Bramble Familiar. Preparei um guia bem detalhado sobre o Ramp, que deve ser publicado em breve.

Rakdos Reanimator foi um dos decks mais jogados no Standard pré-ban e sofreu muito com a perda de Fable of the Mirror-Breaker, mas, surpreendentemente, o deck ressurge no Mundial com uma nova build, utilizando Collector’s Vault e Virtue of Persistence.

Restless Spire é outra carta que aparece em algumas listas e a estratégia promete bastante nessa competição, sendo uma das mais jogadas.

Golgari e Sultai Midrange

Uma das grandes novidades no formato é o Golgari Midrange, possuindo duas das melhores cartas que WOE trouxe para o Standard, Mosswood Dreadknight e Restless Cottage. A versão Sultai utiliza um splash para a cor azul para ter acesso a anulações e algumas cartas de valor, como Kaito Shizuki e Faerie Mastermind.

Tempo Decks

Azorius Soldiers é o principal deck Tempo do formato na competição, deixando para trás o recém-chegado Dimir Faeries, mas ambos têm seu espaço. Soldiers já é um deck consolidado no Standard e sempre aparece bem colocado nos grandes torneios. O arquétipo não recebeu nenhuma atualização com Wilds of Eldraine, mas isso não significa que não mereça destaque, ainda mais sendo um dos dez decks mais jogados no torneio.

As Fadas receberam algum destaque no lançamento de WOE e logo surgiu um deck dedicado a elas. O Dimir Faeries colocou apenas uma cópia na competição, acompanhado pela sua versão Sultai, também com uma única cópia. Ainda é uma estratégia nova, que não teve tempo suficiente para mostrar a que veio. O Mundial talvez seja o local perfeito para isso.

Combo Decks

WOE também possibilitou algo que o Standard não via a um bom tempo: os combos. Agatha’s Soul Cauldron e Sleep-Cursed Faerie possibilitaram um combo de mana infinita no formato, exilando a Fada com o caldeirão e usando Kami of Whispered Hopes na versão Sultai ou Omen Hawker no Mono-Blue Cauldron.

Já o Cascade Combo utiliza o valor absurdo gerado por Invasion of Alara conjurando de graça a Aventura de Bramble Familiar para trazer Cemetery Desecrator do cemitério, transformando a Invasão, tudo isso em uma única jogada.

Ambos os decks possuem suas fraquezas, mas ambos têm um potencial poderoso de alcançar a inevitabilidade muito rápido e podem surpreender no torneio.

O Campeonato Mundial será um excelente palco para exibir o novo Standard que se formou com os banimentos e a chegada de Wilds of Eldraine. O formato continua em fase de transformação e deve seguir mudando após esse grande torneio.

Mais um artigo finalizado. Espero que tenham gostado. Deixem suas dúvidas ou sugestões para artigos futuros nos comentários e tentarei responder a todos. Até a próxima.