Habilidade Deathtouch: tudo sobre a keyword, interações, decks e dúvidas

O livro de regras diz que toque mortífero (deathtouch, em inglês) é uma habilidade estática em que a criatura com resistência maior que zero que sofrer dano por uma fonte com Toque Mortífero desde a última vez que foram verificadas as “ações baseadas no estado”, será destruída.

Ok, mas o que isso quer dizer?

Ações baseadas no estado são ações no jogo que acontecem automaticamente em determinadas situações e não vão para a pilha. No livro de regras, esse tipo de ação é regulamentado no artigo 704 e seguintes.

Não precisamos entrar em muitos detalhes sobre isso no artigo, só preciso que seja compreendido que Toque Mortífero destrói a criatura ao causar dano, independente da resistência, e que, causado o dano, não há o que fazer.

Exemplificando:

Jogador 1 ataca com a criatura Ashnod, Flesh Mechanist. Jogador bloqueia com a carta Adeline, Resplendent Cathar. Ainda que a Adeline tenha 4 de resistência, ela será destruída, devido o efeito do toque mortífero.

Até aqui, não há grandes complicações. Mas veremos algumas interações com outras habilidades.

Uma interação bastante comum é uma criatura com deathtouch e trample realizando um ataque.

Vamos supor que você, por algum motivo, usou o cycling da carta Titanoth Rex e colocou um marcador na Atraxa, Grand Unifier. Seu oponente defendeu o ataque da Atraxa, utilizando o Ao, the Dawn Sky. Você poderá designar um de dano de combate para matar o Ao, pois a Atraxa possui deathtouch. Com isso, todos os outros 6 de dano que ela causaria, são causados no oponente.

Trample, Deathtouch e Indestrutível

Continuando na suposição de que você deu trample para a Atraxa, mas agora seu oponente, além do Ao, possui também um Archangel of Wrath em campo e faz um bloqueio duplo com as duas cartas.

Agora você poderá distribuir 1 de dano no Ao, 1 de dano no Archangel e o resto no oponente. Essa regra continua valendo mesmo que as criaturas bloqueadoras tenham indestrutível. Elas não serão destruídas, mas o dano pode ser distribuído como se fossem.

Aqui é uma interação sem muito mistério. First Strike faz com que a criatura cause dano de combate antes da criatura sem First Strike, por tanto, a combinação de Deathtouch + First Strike costuma ser bastante útil, pois dificulta que a criatura seja bloqueada de maneira eficiente.

Equipar um Basilisk Collar em sua Thalia, Guardian of Thraben permitirá que ela ataque sem medo de grandes bloqueadores.

Mas podemos pegar um exemplo direto que já possui as duas habilidades, Glissa, the Traitor já foi bastante conhecida no mundo do Commander e deu bastante dor de cabeça.

Aproveitando que já mencionei o Basilisk Collar, vale lembrar que ela foi uma das cartas mais populares para o uso de interações de deathtouch e dano fora de combate. Equipar um Basilisk Collar na Walking Ballista é algo extremamente mortífero.

A regra de deathtouch não obriga que o dano causado seja um dano de combate, sendo assim, remover um marcador da Walking Ballista equipada com o Colar é o suficiente para matar criaturas como Cultivator Colossus sem depender de combate.

Ignore-as

Bem, criaturas com deathtouch, geralmente, costumam ter menos poder e resistência que criaturas sem deathtouch, então um método razoável é apenas ignorá-las, se o oponente estiver usando-as de maneira agressiva.

Claro, geralmente isso não vai ser uma estratégia viável, somente se o seu oponente estiver jogando de maneira mal otimizada.

Use criaturas com evasão

Se First Strike com Deathtouch é uma combinação interessante, uma criatura só com deathtouch contra uma só com First Strike acaba sendo inútil em combate. Como a criatura com First Strike não dará oportunidade para a outra causar dano, ela continuará intacta.

Se você for o agressor, criaturas com Fly e derivados poderão ser bem úteis para “fugir” do bloqueio das criaturas com deathtouch.

Remoções

Não dá para usar o famoso “morre para Doom Blade” aqui, pois temos muitas criaturas com deathtouch que são da cor preta, escapando dessa remoção. Mas a ideia é essa, se a criatura não está em campo, não tem perigo. Aliás, interagir com as ameaças do oponente é algo que deve ser corriqueiro no jogo.

Quase todos os bons decks tem alguma maneira de remover cartas dos oponentes.

Dito isso, não se esqueça de que encantamentos e equipamentos também dão deathtouch para as criaturas, então é bom sempre ter um Naturalize ou Disenchant disponível.

Algumas cartas com esta habilidade ficaram muito populares em determinado momento da história, seja por terem jogado em algum deck competitivo, por serem queridas no Commander ou algum outro motivo semelhante.

Atraxa, Praetor’s Voice e Acidic Slime são bastante populares dentro do Commander. A habilidade deathtouch certamente não é o principal motivo para isso, mas sem dúvidas são a cereja do bolo para ambas as cartas que tem ou tiveram muito sucesso nas mesas de Commander.

Wurmcoil Engine é uma carta muito forte dentro do deck Tron do Modern. Aqui a parte mais importante é o fato dela virar duas outras criaturas quando destruída, mas acredite, o Deathtouch na criatura 3/3 é extremamente irritante para qualquer oponente que tiver que lidar com ela, sendo um bloqueador e um atacante bastante eficiente.

Baleful Strix muito conhecida pelos jogadores de Legacy. Ela entra com o efeito ETB de comprar uma carta e ainda é um bloqueador ameaçador, apesar do corpo pequeno, já que possui Deathtouch, além do fly que torna difícil de lidar apenas com evasão.

Certamente você já viu a habilidade deathtouch, é extremamente comum dentro do jogo e em toda coleção são lançadas novas cartas que a possuem. Sem dúvida você conseguirá achar algo interessante para usar!

Espero que as regras tenham ficado claras e que tenham gostado do artigo.

Qualquer dúvida, é só perguntar nos comentários!