Magic: the Gathering

Competitive

Metagame: O que Pode Ser Banido em 16 de Dezembro

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Neste artigo, nos aprofundamos no Metagame dos principais formatos competitivos para avaliarmos como está a saúde de cada um deles e quais cards devemos ficar de olho para a próxima atualização de Banidas e Restritas, que ocorre em 16 de dezembro.

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revised by Tabata Marques

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A próxima atualização de Banidas e Restritas de Magic: The Gathering será em 16 de dezembro. Após as controvérsias no decorrer do ano com Nadu, Winged Wisdom e Grief, as expectativas das comunidades são de que a próxima banlist traga mudanças pertinentes para o Modern, onde os decks de Energy já representam quase 40% do Metagame.

Enquanto isso, o Legacy debate se Psychic Frog deveria deixar o formato, e a discussão em torno de Vexing Bauble ficou mais intensa após os resultados da Eternal Weekend que mostraram como este card afeta o desenrolar das partidas. No Pauper, o debate sobre os principais pilares do formato é constante, mesmo quando existe um sinal aparente de diversidade no Metagame.

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Neste artigo, abordamos o que esperar da próxima lista de Banidas e Restritas de Magic, quais cards devemos ficar de olho agora e no futuro, e como o cenário competitivo dos formatos se apresenta hoje para, talvez, definir o que deixa os formatos no próximo dia 16.

Standard

A temporada atual do Standard é uma das mais diversas e saudáveis que tivemos em muito tempo. A diversidade de decks no momento se amplia tanto no número de arquétipos viáveis quanto na taxa de vitórias e representatividade, onde nenhum deles se mantém no topo por muito tempo.

Os Midranges pretos certamente tem uma vantagem no cenário hoje e a tendência é deles crescerem com cada nova expansão em 2025, mas o Standard requer reguladores para evitar a predominância dos Red Aggro, e nenhum deles entrou ainda em um estado de arquétipo com taxa de vitórias grande demais para o Metagame.

Além disso, temos uma variedade relevante de estilos de jogo viáveis: de Big Mana como Domain Ramp até combos como o Temur Otters fazem resultados e devem ser considerados na hora de construir sua lista.

O Melhor de Um tem seus problemas, no entanto. Leyline of Abundance foi banida do formato por criar muitas situações de anti-jogo e combo-kills rápidos e, agora, Boros Charm oferece combo-kills tão eficientes quanto, apesar de não serem jogados de graça no turno 0, então é importante ficar de olho em potenciais intervenções para diminuir a velocidade dos Aggros nessa modalidade.

Pioneer

O Pioneer anda bem diverso e as últimas atualizações de winrates mostram um cenário saudável onde muitos arquétipos têm chances de competir, e intervenções não parecem necessárias para regular o Metagame no momento.

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Precisamos, entretanto, falar um pouco sobre o dilema de Treasure Cruise e Dig Through Time: a cada temporada, a quantidade de cards que facilitam o cast dessas mágicas só cresce. Agora, Artist’s Talent se tornou o novo mecanismo adotado pelo Izzet Phoenix para cavar fundo no deck, e seu trigger alimenta Treasure Cruise com muita facilidade.

Artist’s Talent também habilitou, junto de Expedition Map, a nova versão Izzet do Lotus Combo - que também alimenta Dig Through Time com facilidade para encontrar as peças necessárias.

Podemos afirmar que o problema está em como o novo encantamento funciona nesses arquétipos, mas o dilema real é como tudo o que entrar no Pioneer pode ser um risco ao ponto de, em algum momento, as mágicas de Delve não pertencerem mais ao nível de poder aceitável do formato.

Não creio que essa próxima banlist será a que finalmente remove Treasure Cruise e Dig Through Time, mas é necessário continuarmos de olho em como esses cards se desenvolvem no Pioneer em 2025.

Modern

Se há um motivo para este próximo anúncio de Banidas e Restritas ser necessário, é o Modern. Desde o banimento de Nadu, Winged Wisdom, o formato não se recuperou do impacto que o Boros Energy teve no Metagame.

O problema deste arquétipo está em três pontos:

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  • Energy é uma mecânica parasítica e difícil de interagir até para a extensa pool de cards do Modern, e todas as respostas que lidam com ele são lineares demais e/ou ineficientes demais.

  • Boros Energy e suas variantes não são apenas o melhor Aggro do formato, como também conseguem jogar a par dos Midranges e contornar os Control.

  • A melhor resposta para este arquétipo tem sido “ignorar e ser mais rápido”, o que é um padrão que colocou outros arquétipos no radar de banimentos no passado, como Hogaak e Bant Nadu.

    Com quase 40% de representação do Metagame hoje, é evidente que o pacote de Energy requer uma intervenção, e com quase seis meses desde o lançamento de Modern Horizons 3link outside website, o timing parece ideal para a Wizards intervir.

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    Em minha última análise, mencionei não gostar da ideia de banir Guide of Souls porque ele é o coração do atual pacote de Energy e principal habilitador do arquétipo. Hoje, dado os números e evolução do arquétipo tanto no Modern como no Timeless (onde ele também é um dos atuais melhores decks), fica evidente que Guide of Souls precisa deixar o formato.

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    Todo o pacote de Energy fica melhor porque Guide of Souls existe para manter o fluxo de recursos constante: Amped Raptor pode conjurar cards mais caros, Static Prison se torna tão bom quanto Leyline Binding e sem tantas concessões de deckbuilding e Galvanic Discharge se transforma na melhor remoção de dano do Metagame ao ponto de tornar Unholy Heat obsoleto, mas ele também interage com o restante da lista.

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    Mas se olharmos para o outro pacote do arquétipo, o problema é maior: a interação de Ocelot Pride com Guide of Souls e Ajani, Nacatl Pariah cria algumas das sinergias mais poderosas que o Modern possui, e se o somarmos com o trigger de combate de Guide of Souls, qualquer uma das fichas produzidas por essas permanentes se torna uma ameaça por conta própria, além da interação delas com Goblin Bombardment.

    Ajani, Nacatl Pariah, inclusive, é outro card que pode tomar um banimento por um erro de design: duas cópias dele não deveriam desencadear a outra e transformá-lo instantaneamente em um Planeswalker e muito do plano de atrito do Boros Energy também envolve essa interação e seu potencial com o restante da lista, mas não creio que o tirar do formato resolveria o problema com o arquétipo.

    Outra peça importante nessa equação é Phlage, Titan of Fire’s Fury, que, junto de Guide of Souls, ganha a partida em duas fases de combate enquanto é um Lightning Helix de três manas antes de ser reanimado. Todas essas peças juntas tornam o Boros Energy o deck justo mais opressivo da história recente do Modern, e com um one-drop eficiente habilitando todas elas, não há opção melhor de banimento pelo bem da diversidade do formato do que retirar Guide of Souls do formato em 16 de dezembro.

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    Hoje, The One Ring parece uma peça essencial para dar aos Big Mana e os Control a oportunidade de competir em um cenário mais agressivo, mas sem a presença do Boros Energy em 16 de dezembro, talvez seja o momento de reavaliarmos a posição deste artefato no Metagame.

    Ele ainda é o card mais jogado do Modern com 60% de presença, e diversos arquétipos necessitam dele para funcionar apropriadamente, mas tal como Ajani, Nacatl Pariah, ele tem um problema de design que beneficia o uso de múltiplas cópias e a sua combinação de Ancestral Recall com Time Walk permite a estratégias de Combo e/ou Big Mana a prolongarem a partida por mais um, ou dois turnos até fecharem seu plano de jogo.

    Idealmente, a Wizards compreenderá que o mecanismo de valor proporcionado pelo artefato de Lord of the Rings retira o potencial de uma dúzia de cards no formato, substituiu todos os Planeswalkers em decks de Control, além de homogeneizar o significado de card advantage para o Modern, e qualquer arquétipo não-interativo se torna menos passivo a perder para Aggro quando pode segurar o jogo durante dois ou mais ciclos de turno enquanto compra três cards a mais por ciclo, e tornará do artefato banido junto de Guide of Souls.

    Na realidade, minha expectativa é de que, independente de quais banimentos o Boros Energy sofra, The One Ring permanecerá válido no Modern por mais três ou seis meses para avaliarem o impacto do artefato em um ambiente potencialmente mais diverso - que, uma hora, culminará na saída dele para o formato.

    Legacy

    O Legacy vive um período estranho. Entre o banimento de Grief e a chegada de Modern Horizons 3, além de Metamorphosis Fanatic que manteve Reanimator no topo do Metagame junto das variantes de Dimir Tempo, fizeram com que o formato focasse demais em dois cards recentes no topo da sua cadeia competitiva: Psychic Frog e Vexing Bauble.

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    Psychic Frog apresenta o padrão recorrentemente problemático em decks de Tempo no Legacy: dar fôlego extra para estratégias como Delver significa retirar suas fraquezas inerentes ao ponto dele ser presente demais no Metagame. Cards como Ragavan, Nimble Pilferer e Dreadhorde Arcanist foram banidos por motivos muito parecidos, mas o Frog tem outro problema - ser o habilitador perfeito para Reanimator e qualquer outro arquétipo que queira aproveitar do cemitério enquanto joga “justo” com uma fonte barata de card advantage.

    O metagame do Legacy hoje parece voltado demais para lidar com Psychic Frog, e a sua presença no formato hoje é equivalente a ser a criatura mais jogada no maindeck das listas, com aproximadamente 30% de presença. Talvez, os resultados da Eternal Weekend façam a Wizards decidir manter o card por mais um tempo, mas este pode ser um período longo, já que a manutenção do formato costuma ser menos frequente do que o desejado.

    O Eternal Weekend, entretanto, colocou outro card-chave no centro da discussão de banimentos.

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    Vexing Bauble foi o outro card mais impactante para o Legacy em Modern Horizons 3, pois ele retira da equação as principais válvulas de segurança do formato contra as estratégias mais injustas do Metagame: Force of Will e seus irmãos mais novos como Force of Negation, Daze: ou até respostas pontuais jogadas de graça como Force of Vigor.

    A intenção do lançamento deste card foi certamente dar respostas para o Modern contra uma dúzia de free spells que se apossaram do Metagame em Modern Horizons II e para segurar os decks de Crashing Footfalls que dominaram o formato meses antes de MH3, mas no Legacy, o que Bauble tem feito é dar aos combos o passe livre para executar seu plano de jogo sem se preocupar com disrupção barata. A Force of Will que deveria impedir um card-chave agora precisa impedir Vexing Bauble.

    O resultado é que a Wizards tem um poder de escolha sobre o Metagame do Legacy que ele não costuma ter: se Bauble ficar, a mensagem é de que Force of Will precisa ser respondido à altura e a empresa decidiu que esse “passe livre” dos decks degenerados é uma proposta aceitável para a saúde do Legacy, mas caso decidam por retirar o artefato do formato, significa que eles preferem manter o status quo e identidade que o Legacy sempre teve, onde Force of Will e similares solidificam os Blue-Based como principal regulador.

    Uma observação, no entanto, é que não pode haver um meio-termo: se Vexing Bauble for banida, Psychic Frog também precisa deixar o formato. A mesma lógica não se aplica caso o contrário aconteça, mas certamente coloca um alerta maior no potencial de riscos que a Bauble representa, já que os decks azuis saem enfraquecidos dos banimentos.

    Pauper

    Apesar das constantes reclamações sempre que abordamos o Metagame do Pauper, acredito que ele está em um bom momento. A diferença dele para o Pauper que conhecemos é como os pilares que solidificam o deckbuilding e quais estratégias funcionam ou não mudaram no decorrer dos anos, e se antes tínhamos uma tríade de Faeries-Tron-Monarch, hoje a tríade envolve Affinity-Kuldotha-Broodscale.

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    Não significa que o formato não tenha problemas - ele tem, mas nenhum será adereçado com banimentos porque estes não apresentam soluções plausíveis para a equação: o que o Pauper precisa, e isso só depende do design de jogo, é de cards melhores em pontos mais assertivos.

    Como mencionado pelo membro do PFP Alexandre Weber em nossa entrevista com ele, o Pauper hoje sofre com que todo card novo interessante já sai para um arquétipo inerentemente forte: Refurbished Familiar para o Affinity, Clockwork Percussionist para Kuldotha Red, Cryptic Serpent para Mono Blue Terror, e assim o status quo se mantém porque os demais arquétipos viáveis no Metagame demoram muito para receberem cards a altura: Gruul Ramp recebeu Malevolent Rumble e Writhing Chrysalis e se tornou um dos melhores decks do formato, o branco recebeu Thraben Charm e se encontra no espaço de Tier 1.5, mas outras estratégias não receberam nada durante o ano inteiro e, portanto, não conseguem se manter relevantes.

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    Minha aposta e sensação pessoal é de que o Pauper está em um cenário onde, apesar de haver melhores decks, eles não diferem das situações que já tivemos no formato durante a última década inteira onde três a cinco arquétipos estão no topo e o resto tenta se apresar de um ou mais deles - é assim que Metagames funcionam.

    Existem dois card que gostaria de debater sobre, no entanto:

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    O primeiro é Krark-Clan Shaman. Tem muitos decks no Pauper que parecem invalidados hoje pelo fato do Affinity e a variante mais famosa do Broodscale Combo terem acesso a um board wipe de uma mana que gera card advantage com artefatos como Ichor Wellspring, sem mencionar as diversas micro-interações com a pilha que podemos aplicar com ele.

    Por um lado, creio que o Pauper seria melhor sem Krark-Clan Shaman hoje porque já existem muitos sweepers eficientes para as cores que costumam ter esse tipo de efeito, de Fiery Cannonade até Drown in Sorrow. Todos possuem um custo real para serem usados e não produzem valor sinérgico em cima de cards que, por natureza, já interagem bem com outros mecanismos.

    Por outro, que tipos de estratégias degeneradas Krark-Clan Shaman está segurando? O primeiro que me vem em mente é o Broodscale Combo, que pode responder perfeitamente a remoções pontuais e sweepers, mas requer interação demais para lidar com múltiplas ativações do Shaman, e talvez o retirar do Metagame significaria dar mais espaço para um combo que, por si, já apresenta alguns padrões de riscos se não devidamente colocado em cheque.

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    O segundo card é Deadly Dispute, a mágica de maindeck mais jogada do Pauper e segundo card mais jogado do formato inteiro. Dispute escapa de banimentos porque existe uma dúzia de variantes dos seus efeitos no formato, de Reckoner’s Bargain até Eviscerator’s Insight, mas existe uma diferença entre esses e até Fanatical Offering em comparação com Deadly Dispute: a ficha de Tesouro.

    De manafixing para alimento de outros cards que se importam com artefato, Dispute oferece um pouco mais de valor do que qualquer outro efeito que faça o mesmo que ele, e a quantidade de arquétipos que tiram proveito dessa ficha de Tesouro e que, talvez, não teriam o mesmo proveito de um Fanatical Offering não é pequena, mas talvez também não suficientemente grande para justificar seu banimento.

    Seu espaço no atual Metagame hoje é comparável a outros cards que já foram pilares do Pauper. Para mim, ele assumiu uma posição que antes pertencia à Preordain ou Ninja of the Deep Hours em ouros tempos, o que não o coloca em um espaço de card quebrado e merecedor de banimentos, mas de algo que podemos avaliar se seria melhor para o Pauper se ele não existisse.

    Conclusão

    Isso é tudo por hoje!

    Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!

    Obrigado pela leitura!