Chegamos ao último dia de 2024. Este ano foi, de longe, um dos mais intrigantes para Magic: The Gathering e principalmente para os formatos competitivos.
Por um lado, alguns conseguiram manter um ambiente bem saudável por muito tempo. O Standard deste ano foi o mais divertido que já tivemos em muito tempo. Em troca, tivemos Modern Horizons 3, um erro de design absurdo com Nadu, Winged Wisdom e o pior Metagame competitivo da história do Modern durante quase seis meses. No meio, o Pioneer teve sua dose de problemas e MH3 fez coisas de Modern Horizons no Legacy também.
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Com o fim da tempestade e uma dúzia de banimentos depois, chega a calmaria. Enquanto o Modern e o Legacy tentem se redefinir após as intervenções do meio de dezembro, o Standard e o Pioneer continuam apresentando um cenário saudável.
Neste artigo, apresentamos as principais novidades dos últimos Challenges do Magic Online de 2024!
Standard
A última semana de 2024 para o Standard não foi de grandes novidades. O Metagame continua diverso e com boa representação de arquétipos diferentes a cada semana, inclusive com uma nova estratégia emergindo desde o Super Qualifier, o Esper Pixie.
Se você joga Pauper, esse deck será estranhamente familiar: seu objetivo envolve cards com ETBs eficientes como Stormchaser’s Talent e Nowhere to Run ao lado de criaturas que devolvem permanentes para a mão de seu dono, como Nurturing Pixie e Fear of Isolation.
Como devolvemos muitos encantamentos dessa maneira, aproveitamos Optimistic Scavenger e seus triggers de ETB para ampliar a pressão na mesa. Sim, de muitas maneiras essa estratégia lembra o famoso Boros Synthesizer do Pauper, e vocês podem esperar um guia dele em breve.
Pioneer
Apesar da ausência de um circuito competitivo oficial para 2025, o Pioneer não está parado: Challenges continuam acontecendo e novas propostas emergiram nesta última semana, em especial com as pilhas de cinco cores começando a misturar planos de jogo.
A lista acima mistura Enigmatic Incarnation com Bring to Light e sem Niv-Mizzet Reborn para criar um toolbox mais eficiente já que o feitiço pode ser as cópias 5-8 de Incarnation e/ou encontrar alguma das criaturas que procuraríamos com o encantamento, como Beza, the Bounding Spring contra Aggro, ou até o one-of de Zur, Eternal Schemer para transformar alguns encantamentos.
Essa versão aposta por completo no plano de Zur, Eternal Schemer, mas com a inclusão de Enigmatic Incarnation para também criar um toolbox com Linvala, the Preserver ou até com Atraxa, Grand Unifier para valor.
Em ambos os casos, a concessão fica no deckbuilding com a inclusão de Yorion, Sky Nomad para comportar dois planos de jogo em uma lista. Talvez não faça tanta diferença já que as pilhas de cinco cores são historicamente bons decks de Yorion, mas o risco de quebrar uma parte da consistência do Four-Color Zur, por exemplo, não pode ser ignorado.
Outra surpresa deste fim de semana foi a vitória do Simic Merfolks em um Challenge com uma versão utilizando Agatha’s Soul Cauldron para dar a habilidade de Kiora’s Follower para suas criaturas com marcadores +1/+1, permitindo o combo que duas cópias dela fariam com Deeproot Pilgrimage com mais facilidade graças a Kumena, Tyrant of Orazca, que coloca marcadores em todos os Tritões.
Uma versão Midrange do Selesnya Enchantments também marcou presença no Top 8 dos Challenges dessa semana. A lista tenta aproveitar a interação entre Calix, Guided by Fate e o ciclo de Overlords de Duskmourn, onde sempre que uma criatura encantada ou Calix causar dano a um jogador, pode-se copiar um dos Overlords para aumentar a pressão na mesa.
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Exceto por Elvish Mystic e Jukai Naturalist, além de adaptações da base de mana, este deck também é majoritariamente válido nessa temporada do Standard, e vale a pena conferir se é possível aproveitar desse mesmo tema no formato rotativo.
Greasefang, Okiba Boss também teve aparições essa semana nas versões Mardu com Fear of Missing Out ou em variantes de Esper com a interação entre Unholy Annex e Raffine, Scheming Seer, que se encaixa no tipo de criatura que o encantamento requer para gerar card advantage.
Modern
O Modern está se curando. A leva dos últimos Challenges de 2024 foi bem mais diversa do que a primeira semana pós-desbanimentos, com diversas estratégias adaptando-se e encontrando espaço no topo dos torneios. Os principais destaques foram as listas de Murktide, alguns decks de Energy e também o retorno de Crashing Footfalls, mas ainda é cedo para definirmos qual é o novo Metagame.
Ephemerate foi um card que cresceu esta semana com a aparição em dois decks “novos” para os Challenges. A versão Orzhov com Aether Vial e um toolbox de Recruiter of the Guard já tinha feito resultados na semana passada, e reaparecer esta semana só comprova que há alguma viabilidade competitiva nele.
A variante Selesnya parece, em partes, ter saído direto de 2019 com a adição de apenas alguns cards-chave de MH3 como a interação entre Guide of Souls e Ocelot Pride enquanto usa Solitude, Ephemerate e Eternal Witness como ferramentas de atrito e card advantage, além de Birthing Ritual para cavar o deck em busca de respostas.
Quanto aos desbanimentos do meio de dezembro, Mox Opal parece ter sido o card mais impactante desta semana, e dentre todos os arquétipos que o usaram, o Broodscale Combo permanece sendo a opção com resultados mais consistentes, solidificando sua posição como o melhor combo do momento. A adição de Mystic Forge é uma atualização importante, com lições a serem aprendidas do Legacy.
Mystic Forge também começou a aparecer no Affinity. Esta versão tira proveito da maior quantia de criaturas de valor de mana 7 para alimentar Ugin’s Labyrinth e tentar explodir cedo com seus cards. Se der errado, a interação entre Glaring Fleshraker e Mystic Forge pode garantir alcance extra e mais alguns pontos de dano para fechar a partida.
Jeskai Control está de volta e tirando muito proveito de Faithless Looting para card advantage ao somá-lo com Deep Analysis, Phlage, Titan of Fire’s Fury e também com Tamiyo, Inquisitive Student e Kiora, the Rising Tide, estabelecendo uma nova versão do arquétipo que abdica de cards mais “puro Control” como Teferi, Time Raveler em prol de um plano mais proativo para interagir com o Metagame.
Legacy
As primeiras semanas do Legacy após Psychic Frog e Vexing Bauble deixarm o formato são difíceis de ler. Há boa diversidade de arquétipos fazendo Top 8, alguns decks continuam se adaptando ao novo Metagame, mas a representação no Top 32 tem apontado para três estratégias como melhores opções do momento:
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Sem Psychic Frog, os arquétipos de Tempo voltaram para versões Izzet , algumas com leves splashes para verde ou preto. Como era esperado, os bans levaram o Legacy de volta ao que ele era pouco antes de Modern Horizons 3 no que concerne a Delver of Secrets e cantrips baratas, e este é sempre um bom medidor da saúde do Metagame.
Eldrazi, por outro lado, tem as demais cartas de MH3 que interagem com o arquétipo ao seu dispor e nenhuma limitação para usar cards como Kozilek’s Command e Glaring Fleshraker com o benefício da mana acelerada por Ancient Tomb e Eye of Ugin.
Outro destaque desta semana foi o Red Stompy, que perdeu Vexing Bauble, mas ainda possui Pyrogoyf como presente dado por Modern Horizons 3.
Ambos têm em comum o histórico de serem bons predadores de Delver, excelentes arquétipos com Chalice of the Void e também tirarem proveito de The One Ring para card advantage - um problema histórico dos Stompy do Legacy.
Ainda é cedo demais para afirmar que esse será o novo ecossistema do Legacy e diversos outros arquétipos fizeram Top 8 no fim de semana. Inclusive um cujo debates são muito longos.
Nadu, Winged Wisdom ainda é uma preocupação no Legacy. Apesar de os seus resultados e representação não impressionarem no Magic Online, é difícil negligenciar as diversas limitações que seus combos impõem em uma plataforma como o Magic Online.
Serão necessários torneios de média e grande escala de Legacy nos próximos meses para avaliarmos o verdadeiro impacto do maior erro de design de 2024 no formato, e dependendo dos resultados, talvez Nadu predomine nos jogos presenciais enquanto tenha pouquíssima presença em plataformas digitais - uma péssima posição para um formato que tem poucos holofotes no cenário competitivo da Wizards.
Conclusão
Isso é tudo por hoje!
Em caso de dúvidas, fique à vontade para deixar um comentário!
Obrigado pela leitura!
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