O Premodern cresceu muito em 2024 e os sinais indicam de que o formato ficará ainda mais popular em 2025. Com um Campeonato Europeu com mais de 200 jogadores e outros eventos batendo números similares, temos a oportunidade de mapear o Metagame e entender um pouco mais sobre o que funciona ou não funciona nele.
Neste artigo, apresentamos nosso Tier List para o Premodern. Nem todos os arquétipos foram escolhidos para adentrar essa lista porque estavam fora dos padrões demográficos usados para criar esse ranking e/ou porque careceram de dados de representação o suficiente nos torneios em 2024.
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Os dados utilizados para construir esse Tier List foram:
Vale ressaltar que o Premodern é um formato bem diverso, com muito território inexplorado e, principalmente, muito regionalizado. Taxas de vitórias não significam especificamente melhores decks porque todo arquétipo tem suas partidas ruins.
Também é importante compreender que um arquétipo estar no Tier 2 ou 3 não significa que ele seja um deck ruim. Por vezes, ele só não é um baralho muito popular em comparação com outros e/ou sua taxa de vitórias em eventos de larga escala não foi das melhores. Pela natureza regionalizada do Premodern, qualquer deck funciona dentro de ambientes menores e pode ser adaptado para lidar com o Metagame da sua região, e não é como se todos tivessem um set de Phyrexian Dreadnought ou Mox Diamond sobrando para jogar com alguns dos arquétipos no Tier 1.
Tier 1
Sligh
Sligh é o clássico Mono Red do Premodern: criaturas de custo baixo, mágicas de dano baratas e o sonho de levar a vida do oponente de 20 até 0 na menor quantidade de turnos possíveis. Ele é uma das estratégias que ditam o clock do formato, e todo arquétipo precisa ter um plano de jogo contra ele, ou ser mais rápido do que ele ao ponto de poder ignorá-lo.
Outro motivador da popularidade do Sligh é ser um deck barato e fácil de pilotar. Mono Red é a estratégia historicamente mais eficiente do Magic competitivo, e o custo monetário do Sligh somado com sua capacidade de vencer qualquer oponente despreparado o torna uma escolha confiável para quem conhece o formato faz pouco tempo e/ou para quem não possui pet deck.
Oath Ponza
Oath Ponza é a mistura de dois arquétipos bem conhecidos no Premodern: Oath of Druids e Terrageddon. Seu objetivo é ser um “Lock-Control” com uma linha de combo envolvendo Oath of Druids para encontrar Terravore, colocando diversos terrenos no cemitério para garantir um clock de dois turnos, enquanto mágicas como Sphere of Resistance e Winter’s Grasp controlam a quantidade de mágicas que o oponente consegue conjurar.
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Ele foi o deck com mais cópias no Top 32 do European Championship de 2024 e uma estratégia que ganhou bastante popularidade esse ano, solidificando-se como um dos arquétipos de maior sucesso do Premodern hoje.
Stiflenought
Stiflenought já foi, ou ainda é, considerado o melhor deck do formato. Dividido em diversas variantes, sua estratégia envolve conjurar Phyrexian Dreadnought e responder ao seu trigger com Stifle ou Vision Charm para manter ele em jogo - uma proposta já bem conhecida no Legacy.
Esse é um dos arquétipos que todos os jogadores de Premodern acabam por considerar em eventos de alto nível. Ele não é muito popular em torneios menores, no entanto, porque Phyrexian Dreadnought é um card da Reserved List, e um com custo monetário alto que impede seu deckbuilding.
Goblins
Goblins é um clássico Aggro go wide com sinergias entre criaturas do mesmo tipo para explodir na partida com cards como Goblin Lackey que, idealmente, trapaceará no custo de mana de Siege-Gang Commander e Goblin Ringleader, enquanto apresenta uma curva crescente de criaturas para pressionar o oponente e disrupção barata de terrenos com Rishadan Port e Wasteland.
Algumas versões têm um splash de para Naturalize e outros cards de Sideboard.
Elves
Elves funciona de maneira semelhante com o Goblins em contar com a sinergia entre criaturas de um mesmo tipo para criar interações como gerar absurdos de mana com Priest of Titania e ganhar absurdos de vida com Wellwisher.
Esses são normalmente complementados por dois cards-chave da Reserved List: Survival of the Fittest permite um “toolbox” com diversos cards que vão de Kamahl, Fist of Krosa para dano letal até Goblin Sharpshooter como remoção, e Gaea’s Cradle garante a abundância de mana necessária para turnos mais explosivos ao lado do encantamento, ou até com cards como Masticore para limpar a mesa do oponente.
Parallax Replenish
Parallax Replenish é um deck de Combo-Control visando usar a interação entre Replenish e cards como Parallax Wave e Parallax Tide para controlar a mesa do oponente. Sua principal condição de vitória envolve Opalescence para transformar seus encantamentos em criaturas, que permite outra interação: usar Parallax Wave e Parallax Tide para estabelecer loopings com os triggers dos encantamentos na pilha para limpar a mesa do oponente e remover seus terrenos e criaturas de jogo.
Tier 1.5
Terrageddon
Terrageddon é um Midrange visando aproveitar a interação entre ameaças difíceis de remover como Nimble Mongoose e remoções eficientes para vencer a partida, com sua principal proposta envolvendo jogar Terravore seguido de um Armageddon para limpar a mesa de ambos os jogadores e transformá-lo em um clock rápido demais para o oponente segurar sem terrenos - proposta que se complementa bem com a mecânica de Threshold já que teremos muitos cards no cemitério.
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Madness
Madness é um deck clássico do Standard do começo dos anos 2000 que se popularizou pela mistura de ameaças de custo baixo e sinergia entre seus cards. O objetivo é de usar habilitadores como Wild Mongrel e Aquamoeba para conjurar Basking Rootwalla e Circular Logic pelo seu custo alternativo, ou extrair valor de cards com a habilidade de Flashback com Roar of the Wurm, ou Deep Analysis.
Esse é um deck bem flexível de montar: algumas listas apostam na interação entre Survival of the Fittest e Basking Rootwalla para criar um toolbox, enquanto outras variantes usam zero cards da Reserved List e apostam mais nas micro-interações de Madness e Flashback.
Rec-Survival
Survival of the Fittest é um dos cards mais flexíveis do Premodern e entra em diversas estratégias distintas, mas uma das mais populares delas é o RecSur, que aproveita a interação de Recurring Nightmare com o encantamento para criar uma lista de toolbox com respostas diferentes para cada partida enquanto usa de Nightmare para ter inevitabilidade e/ou para trazer bombas como Phantom Nishoba por um custo baixo.
Enchantress
Enchantress é um deck Control visando manter-se incapaz de perder o jogo ao travar recursos do oponente, como a possibilidade de atacar, causar dano ou até de interagir com seus encantamentos com Sterling Grove enquanto acumula card advantage com Argothian Enchantress e Enchantress’s Presence. Sua principal condição de vitória envolve gerar abundância de mana com Serra’s Sanctum com Mobilization para criar um exército de criaturas 1/1.
Mono Blue Control
Mono Blue Control é uma variante dos arquétipos de Landstill visando segurar os recursos do oponente com Counterspell, Powder Keg e Parallax Tide enquanto pressiona a vida do oponente com Mishra’s Factory e Faerie Conclave. Algumas versões recorrem ao combo de Stiflenought, mas não são inteiramente dedicadas a ele.
Stasis
Stasis é um arquétipo de Lock-Control que utiliza Stasis para travar os recursos do oponente enquanto diversas free spells como Gush, Daze e Thwart garantem que seu controlador possa “desvirar” terrenos enquanto Forsaken City permite continuar pagando o custo de manutenção de Stasis todo turno.
Com os recursos do oponente travados, Black Vise retira os pontos de vida dele aos poucos, e cabe ao seu controlador só garantir que o oponente não consiga resolver o Lock até lá.
Tier 2
Angry Hermit
Angry Hermit é um combo all-in em busca de vencer o jogo o mais cedo possível ao usar Hermit Druid para millar o deck inteiro e conjurar Reanimate ou Shallow Grave para trazer Sutured Ghoul do cemitério para o campo de batalha, exilar alguns Phyrexian Dreadnought para causar dano letal em um combate.
Sua maior vantagem é ser um combo de um card só com Hermit Druid, mas uma vez executado, qualquer remoção em Sutured Ghoul pode significar fim de jogo, especialmente se esta for Swords to Plowshares.
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BW Control / Deadguy Ale
Apesar de serem decks instintivamente diferentes, Deadguy Ale e B/W Control são arquétipos que compartilham uma proposta e pool de cartas bem semelhantes e, por isso, estão inseridos juntos.
O que ambos os arquétipos querem é propor um plano de jogo justo de atrito, com remoções e descartes acompanhados de ameaça. A mudança está nas ameaças: Deadguy Ale tenta ser mais agressivo com Nantuko Shade e Hypnotic Specter com, em alguns casos, Dark Ritual enquanto B/W Control entra mais no espectro de late-game com cards como Decree of Justice, Eternal Dragon e Exalted Angel além do uso mais ostensivo de sweepers como Wrath of God.
Pit Rack
Pit Rack é um deck baseado em descarte e na interação de Bottomless Pit e Hypnotic Specter com The Rack para causar dano incremental ao oponente todo turno. Ele também conta com um pacote de mágicas de descarte eficiente com Funeral Charm e Duress.
Mono Black Aggro
Mono Black Aggro é o clássico deck agressivo com criaturas de custo baixo e poder alto. Há maneiras distintas de montar essa estratégia: alguns optam por uma proposta mais explosiva com Dark Ritual para acelerar Phyrexian Negator e Drinker of Sorrow no primeiro turno, outras apostam em Smokestack para travar os recursos do oponente enquanto pode sacrificar Sarcomancy e Ravenous Rats para alimentar o artefato enquanto o oponente perde recursos preciosos.
White Weenie
White Weenie é tão clássico quanto o Mono Black Aggro e possui uma proposta parecida, mas normalmente com criaturas de duas manas, dois de poder e alguma habilidade que garante sua sobrevivência ou vantagem para seu controlador.
Algumas versões usam o splash para para cards como Meddling Mage e interação no Sideboard, enquanto outras focam em uma base de mana mais consistente e um plano mais objetivo.
The Solution
The Solution é vagamente semelhante com o White Weenie em alguns pontos, mas está mais próximo do espectro Aggro-Control: criaturas baratas complementadas por Counterspell, remoções e Standstill para gerar card advantage.
Um dos atrativos do The Solution, inclusive, é sua capacidade de mudar de plano entre ser o beatdown ou o Control da partida nos jogos 2 e 3, com mais respostas ao oponente e Exalted Angel como principal condição de vitória.
Tier 3
Ill-Gotten Storm
Como o nome já indica, Ill-Gotten Storm é um arquétipo de Combo voltado para a mecânica de Storm: ele usa diversas mágicas de custo baixo para acelerar a mana, Ill-Gotten Gains como recursão e cards como Intuition para ampliar sua consistência em achar as peças certas. Cunning Wish encontrará Brain Freeze para finalizar o jogo, ou Hunting Pack caso o oponente tenha Ivory Mask ou outro card para ganhar Shroud.
The Rock
The Rock, o pai de todos os Midranges, também tem algumas variantes no Premodern: das clássicas com Spiritmonger até versões mais agressivas com Ravenous Baloth, ou como a lista acima com Recurring Nightmare e Deranged Hermit.
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Todas, entretanto, compartilham a mesma base de remoções baratas, descarte e Pernicious Deed, o principal motivo para usar essa combinação de cores ao invés de , que o tornam um arquétipo interativo e consistente para Metagames justos, apesar de um pouco lento em algumas partidas.
Landstill
Landstill é um Control azul e branco voltado para a interação de Decree of Justice com Standstill para ganhar jogos. Ele conta com a clássica combinação de Counterspell, Swords to Plowshares e Wrath of God para prolongar a partida e manter a mesa limpa para, quando Standstill entrar, pressionarmos o oponente a jogar mágicas para extrairmos valor dela.
Gro-A-Tog
Gro-A-Tog mistura a proposta de um antigo arquétipo de Tempo conhecido como Miracle Grow com o deck de Psychatog que ficou conhecido pela vitória de Carlos Romão no mundial de 2002. Sua estratégia envolve cantrips baratas com mágicas como Gush para alimentar Psychatog e ampliar o poder de Quirion Dryad enquanto segura a partida com remoções baratas.
Conclusão
Vale ressaltar que estes são apenas alguns dos decks presentes no Premodern. O formato é muito amplo e a seleção de Tiers neste artigo foi feito considerando alguns fatores. Se ampliarmos o leque, os Tiers 2, 3 e até o 1.5 podem ter mais estratégias inseridas nele, e com a popularidade do Premodern em crescimento, é possível que o Metagame passe por mudanças em 2025 e/ou que o leque de estratégias viáveis na Tier List do próximo ano fique ainda maior.
Obrigado pela leitura!
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