Apresentação
Saudações, meus amigos do Legacy! É chegado o fim do ano de 2025, um período bem turbulento sob o ponto de vista do Legacy. E não há época melhor para a gente revisitar o que aconteceu ao longo desse ano do que Dezembro, o mês oficial das retrospectivas!
Já disse antes que é o meu mês preferido do ano – aniversário, aniversário do dog, Natal, Réveillon – e a retrospectiva é um dos meus artigos preferidos de redigir. Então vamos relembrar o que aconteceu nesses 12 meses!
Janeiro
Ao contrário de 2024, que começou bem devagar, 2025 já começou na esteira de um banimento bem importante em 16 de Dezembro do ano anterior, que viu Psychic Frog e Vexing Bauble darem adeus ao formato. O Sapo, embora presente em vários arquétipos, foi ceifado na segunda tentativa da Wizards de reduzir o domínio do Dimir Reanimator sobre o formato. Como veremos adiante, essa tentativa foi em vão, pois o deck apenas incorporou Tamiyo, Inquisitive Student no seu lugar e seguiu em frente.
Já a Bauble era uma carta, com o perdão da expressão, maligna. Ela fornecia uma maneira barata e acessível para qualquer cor para simplesmente ignorar um ângulo muito importante de jogo do formato. Embora jogadores possam dizer que ela era até justa em arquétipos Prison, o que quebrou ela de vez foi a possibilidade dela ser usada ofensivamente pelo deck de Mystic Forge, onde ela fazia tanto a função de Defense Grid ao cortar a interação de cartas como Force of Will e Daze quanto a função de eliminar o plano de jogo de outros decks de Combo.
A intenção foi boa, mas só o deck de Forge de fato foi escanteado com a alteração e o Dimir Reanimator seguiu no topo do formato.

Tivemos nesse mês também o lançamento de Innistrad Remastered, que não adicionou novas cartas ao formato, mas trouxe alguns reprints interessantes, em particular o banido Hermit Druid, o que dava uma indicação de que talvez a Wizards pudesse trazê-lo de volta da lista de banidas.
Fevereiro
A grande notícia de Fevereiro foi o lançamento de Aetherdrift. A edição, como um todo, não teve grande impacto no Legacy, com uma enorme exceção. Jogadores experimentaram com Chandra, Spark Hunter e Ketramose, the New Dawn, mas a grande adição de Aetherdrift ao formato foi o feitiço Stock Up. Por si só, um Feitiço de 3 manas para “comprar” 2 cartas não serve para o Legacy. Mas não é o caso aqui: Stock Up dribla o efeito de Orcish Bowmasters e cava fundo para encontrar peças de combo a um custo que joga particularmente bem com Ancient Tomb. Essa carta recolocou os decks de Show and Tell no mapa e também foi testada em outros arquétipos. Ela joga bem até no Vintage!

Março
O mês de março foi marcado por mais uma rodada de banimentos, sendo mais uma tentativa de conter o poder do Dimir Reanimator sem dinamitar o arquétipo. Dessa vez, quem tomou uma pelo time foi o Troll of Khazad-dûm. A ideia era reduzir a consistência do deck, além de reduzir a eficácia das mágicas de Reanimação, que ficariam basicamente restritas aos alvos de Entomb. Novamente, como veremos adiante, a mudança foi ineficaz.

O segundo banimento foi bem mais controverso. Sowing Mycospawn era uma carta alvo de muito amor e ódio. Seus defensores enxergavam nele a carta que reabilitou tanto o Eldrazi quanto o Cloudpost Ramp no formato, enquanto seus detratores viam como uma carta que inviabilizava a existência de decks mais focados no atrito, como os vários 4 e 5 Color Control.
No fim das contas, a Wizards pendeu para o segundo lado e indicou que a ideia era abrir espaço para esses decks. Mas isso também acabou não se concretizando.
Abril
Se Fevereiro nos trouxe uma edição cujo impacto foi centrado em uma carta só, o lançamento de Tarkir: Dragonstorm trouxe muita coisa para o Legacy:
Clarion Conqueror se tornou uma ótima carta de Sideboard, capaz de afetar vários decks diferentes de uma só vez.
Voice of Victory apareceu tanto para proteger Combos como os decks de Nadu, Winged Wisdom, quanto fornecendo combustível para decks como o Mardu Tokens.
Cori-Steel Cutter recolocou o Izzet Delver de volta ao mapa, criando um mecanismo recursivo de pressão resistente às remoções normais, ao contrário do aposentado Young Pyromancer.
Rakshasa’s Bargain aliado ao banimento de Sowing Mycospawn ajudou a subir o Sultai Control de nível.
Ugin, Eye of the Storms forneceu o primeiro passo para recolocar o Forge Combo de volta ao topo após o banimento da Vexing Bauble.
Mistrise Village foi uma carta que parece que foi feita com Show and Tell em mente.

Maio
Maio foi um mês bem morno para o formato, sem nenhum lançamento ou banimento no mês. Era o mês de espera antes do grande lançamento do ano (se não para o Legacy exatamente, de certo que a edição de Junho seria a mais popular para o jogo em geral).
Durante a temporada de spoilers e previews, tivemos um anúncio de mudança de regras que seria bastante impactante para o Legacy: a partir do lançamento de Junho, efeitos como os de Blood Moon não mais destruiriam Urza’s Saga, mas a deixariam “congelada” no seu capítulo atual enquanto o efeito ainda estivesse em jogo.

Junho
E já que falei em lançamento mais esperado do ano, Junho trouxe à luz Universes Beyond: Final Fantasy. A edição baseada na famosa franquia de RPG foi um sucesso imediato de vendas, trazendo atenção não apenas ao público de Magic mas atraindo os fãs dos jogos que ainda não tinham se aventurado no nosso card game.
Em relação ao Legacy, a edição acabou sendo bem frustrante. O nível de poder estava mais adequado ao Standard e acabou não agregando muito ao nosso formato. Talvez Tifa Lockhart tenha sido a única carta a gerar um arquétipo novo, enquanto outras cartas encontraram lugar como suporte a decks já estabelecidos.

Junho teve também como destaque o anúncio de banimentos do dia 30. O que nos leva a...
Julho
Julho era esperado como o mês em que teríamos as grandes mudanças pós-banimentos que trariam equilíbrio e paz ao formato. Só que 30 de junho nos trouxe apenas duas palavras: Sem mudanças.

As consequências de um ano até então sem grandes lançamentos de impacto no formato (não tivemos nada do nível de um Modern Horizons em 2025) aliado a um anúncio vazio de banimentos teve grandes repercussões no Legacy.
O formato acabou entrando em uma espiral de estagnação que levou a uma redução no engajamento de muitos jogadores nos meses seguintes.
Agosto
Agosto foi marcado pelo lançamento de Edge of Eternities. O set espacial seguiu mais a linha de Tarkir e menos de Aetherdrift em relação ao Legacy, com algumas cartas bem relevantes para o formato:
Starfield Shepherd mostrou a cara em alguns decks Aggro Brancos, especialmente aqueles com efeitos de Flicker.
Por falar em efeitos de Flicker, Quantum Riddler primeiro mostrou a cara em decks Control, mas parece que encontrou sua verdadeira alma gêmea no formato em Phelia, Exuberant Shepherd.
Frenzied Baloth (também conhecido como filhote de Questing Beast) é uma adição bem interessante e recorrente em decks de Green Sun’s Zenith, particularmente no Maverick.
O que era o 8-Cast tomou uma nova e bem-sucedida forma desde a chegada de Pinnacle Emissary. O novo Robô disputa com a próxima carta o título de lançamento mais relevante de Edge.
Tezzeret, Cruel Captain foi a carta que faltava, a cola para reconstruir o Forge Combo para o topo do formato após a queda que o arquétipo sofreu com o banimento de Vexing Bauble.
Por fim, Eumidian Hatchery ressuscitou o Golgari Pox e o colocou de novo como um deck relevante no formato.

Setembro
No final de Setembro ocorreu o lançamento de Marvel’s Spider Man. Mas é como se nada tivesse acontecido. O set teve um impacto praticamente nulo no Legacy, talvez a única carta a ter visto alguma participação mais relevante tenha sido Steel Wrecking Ball como opção para os decks de Karn, the Great Creator. Um set realmente esquecível.

Outubro
Assim como em 2024, não tivemos nenhum grande lançamento em Outubro, mas tivemos a primeira etapa do Eternal Weekend, disputada nos Estados Unidos. Como um retrato do que se tornou o formato: 200 jogadores a menos do que a etapa norte-americana de 2024, 3 decks do top 8 eram Dimir Reanimator e 3, incluindo o campeão, eram Forge Combo.
O restante do top 8 era composto por 1 Nadu Breakfast, o terceiro membro dos dominadores do formato, e 1 Golgari Pox, o arquétipo intruso, turbinado por Eumidian Hatchery. Foi praticamente o canto de cisne de um formato agonizante.
Novembro
O penúltimo mês do ano foi marcado por dois grandes acontecimentos. O primeiro foi o lançamento de Avatar: The Last Airbender. Depois de um controverso set do Homem-Aranha, havia muita expectativa sobre a nova edição. E ela se mostrou bastante interessante para o formato, com várias cartas fazendo barulho, a de maior destaque Badgermole Cub, mas também podemos citar Meteor Sword, Boomerang Basics, Katara, Waterbending Master, Wan Shi Tong, Librarian, só para citar algumas.

Mas o grande destaque mesmo, ao menos para o Legacy, havia sido anunciado alguns dias antes: os banimentos de Entomb e Nadu, Winged Wisdom. Após rodadas e mais rodadas de banimentos que não afetaram nada, a Wizards finalmente decidiu agir e sacudir o formato.
Entomb era claramente uma carta de nível de poder destoante e o deck que o Dimir Reanimator havia se transformado acabou por ir contra o que a Wizards considerava o ideal: se você vai dedicar seu deck a trapacear monstros na mesa, você tem que dedicar o seu deck a esse plano e não apenas 10 cartas, como era o caso da lista atual. E Nadu foi simplesmente um erro de design, banido até mesmo para o formato para o qual havia sido projetado, Commander. Sua partida não deixará saudades.

Novembro acabou concluindo com a etapa europeia do Eternal Weekend, o primeiro grande torneio pós-banimentos, vencido por um Pinnacle Affinity e um top 8 bem diverso. Um raio de esperança para o renascimento do formato.
Dezembro
No último mês de 2025 tivemos a terceira etapa do Eternal Weekend, dessa vez no Japão, em Yokohama. O torneio foi vencido pelo atual deck mais popular do formato, Izzet Tempo. Apesar de 3 cópias do Dimir Tempo no top 8 (nenhum passou para o top 4), no geral o torneio apresentou um bom grau de diversidade.
O formato pós-banimento tem se mostrado bem interessante e renovado, com mais espaço até mesmo para decks Control, que passaram a maior parte do ano em baixa.
Conclusão
2025 foi, em boa parte dos seus 12 meses, um ano bem tumultuado. Banimentos ineficientes, sets de baixo impacto, culminando com o “sem alterações” de 30 de Junho. O baque foi forte. Eu pude presenciar diante dos meus olhos jogadores darem um tempo no formato. Demorou para que a Wizards tomasse uma atitude relevante, mas ela veio. Embora alguns jogadores duvidassem do impacto final dos banimentos por considerá-los insuficientes e de que o Forge, principal deck intocado, dominaria, não foi o que aconteceu e estamos vivendo um novo período de renascimento.
Encerro por aqui, temos esperança de um 2026 ainda melhor. Um abraço agradecido, espero que tenham gostado e até a próxima!












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