Apresentação
Hoje, nós vamos falar de Poker! Ok, não exatamente sobre o tradicional jogo de cartas, mas sobre apostar todas as fichas em uma só jogada. Hoje vamos falar de Oops! All Spells!
Pra quem não sabe como o deck funciona, a estratégia é simples: fazer 4 manas, sendo 1 Preto, e ou baixar Balustrade Spy ou baixar e ativar Undercity Informer. O resultado em qualquer caso é o mesmo – seu deck não possui nenhum terreno e, portanto ele inteiro é triturado de uma só vez.
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Oi? Nenhum terreno? Pois é, é daí que saiu o nome do deck: através de uma mistura de Spirit Guides (Simian Spirit Guide e Elvish Spirit Guides), Rituais (Dark Ritual e Cabal Ritual, Lotus Petal e “Terrenos” MDFC (Fell the Profane, Agadeem’s Awakening, Sink Into Stupor, etc.), o deck é capaz de gerar mana para o combo sem que use nenhum Terreno de fato – a face frontal das MDFC conta como mágica para fins da habilidade de Spy/Undercity.
Voltando à habilidade dessas criaturas, uma vez ativada, seu deck inteiro vai para o cemitério e com isso, Narcomoebas entram em jogo, podem ser sacrificadas para Cabal Therapy para garantir o caminho tranquilo, Bridge From Below e Poxwalkers garantem mais corpos extras, se necessário, e, finalmente, o custo de Flashback de Dread Return é pago e Thassa’s Oracle entra em jogo e fecha a fatura.
Thoughtseize e Pact of Negation ajudam a forçar o combo por cima das defesas do oponente e Memory’s Journey garante que o deck tenha mais uma tentativa de combar de novo ao reembaralhar Reanimate e/ou Thassa’s Oracle, geralmente em resposta a uma Faerie Macabre ou Surgical Extraction.
Jack-o’-Lantern no cemitério serve para filtrar mana, seja para pagar o Flashback de Memory’s Journey ou o segundo Azul de Thassa’s Oracle, caso você precise combar uma segunda vez.
Construção do Deck
A lista que usaremos para análise foi utilizada por um dos maiores proponentes do arquétipo, o jogador online faultedform. A base do deck não muda: para o combo, 8 das criaturas-chave do Combo (Balustrade Spy e Undercity Informer), 1 Thassa’s Oracle, 1 Dread Return.
De aceleração, 8 Spirit Guides, 4 Lotus Petal, 4 Dark Ritual.
Já na proteção, 4 Pact of Negation, 3-4 Thoughtseize e 2 Cabal Therapy.
Quanto às MDFC, a maioria das listas usa em torno de 12 delas, um mix entre Pretas (Fell the Profane, Boggart Trawler ou Agadeem’s Awakening, Azuis (Hydroelectric Specimen ou Sink Into Stupor) e Verdes (Disciple of Freyalise ou Turntimber Symbiosis), dependendo de como o deck foi montado e de como está construído o seu sideboard.
Fora desse núcleo, a grande maioria das listas opta por usar um conjunto de cartas que ajuda aos planos do deck: Bridge from Below e Poxwalkers ajudam em jogos onde é necessário um pouco mais de atrito para forçar suas Cabal Therapy; Memory’s Journey e Reanimate ajudam o deck ao criar uma possibilidade ainda no main deck de forçar o combo 2 vezes; Jack-o’-Lantern ou Wild Cantor (esse em listas com Summoner’s Pact) para filtrar cores de Mana; e Cabal Ritual como complemento à aceleração.
Cartas que observei em algumas listas são Beseech the Mirror, Chrome Mox, Culling the Weak, Entomb, Goblin Charbelcher, Lively Dirge, Once Upon a Time, Unmask e o já citado Summoner’s Pact.
A lista examinada é bem balanceada, usando 12 MDFCs (8 Pretas e 4 Azuis), não corta os números de Thoughtseize nem Narcomoeba e usa 2 Jack-o’-Lantern para aumentar significativamente a chance de pelo menos 1 cópia cair no Cemitério quando você triturar seu deck. Além disso, segue o padrão da maioria das listas e usa as praticamente cartas-chave - Bridge from Below, Poxwalkers, Memory’s Journey e Reanimate.
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Mulligan
Minha máxima sobre decks de combo é: “você é um deck de combo, mulligue atrás do seu combo”. No caso do Oops, isso vale ao quadrado – o Mulligan é o momento mais crucial desse deck. Você é um deck de turno 1, você tem que combar no 1 ou mandar a mão embora. Uma mão que não combe no 1 só é aceitável quando você já estiver indo para 4 cartas ou, em casos muito específicos e quando você conhece o seu adversário, quando você abre caminho para o combo com um descarte no 1 para completar no 2.
Mas, novamente eu enfatizo, somente em casos muito particulares. Esse é um deck que perde a cada turno que ele não combar. Ele é o All-In do Legacy.
Exemplos de mãos:
É só comprar 1 Mana Preto e essa mão comba no 2 com proteção de Pact. Dá pra arriscar, né? Lembra do que falei bem aqui em cima? Não comba no 1, manda de volta. Você não tem cantrips, você não tem tempo de achar as cartas. Veredito: Mulligan
Essa mão não comba no 1, portanto: Mulligan. Essa aqui, porém, cai naquela exceção de conhecer o deck do oponente, pois ela consegue fazer o Undercity Informer no 1 com Mana para ativar no 2. SE e somente SE, você estiver contra um deck que você sabe que: não irá destruir seu terreno com Wasteland E não irá remover o Informer antes do turno voltar para você – portanto uma situação bastante incomum (um adversário que parece possível esse cenário é contra Elfos) – essa mão é passível de ser mantida. Veredito: Mulligan quase sempre.
Uma mão com o combo, mas sem o Mana para protegê-la com Thoughtseize. Arrisca? Claro, você já está em modo All In quando escolheu esse deck! Veredito: Keep!
Combo, proteção, mana. É por essas mãos que o deck joga. Veredito: Keep instantâneo.
Construindo o Sideboard
A construção do sideboard de um deck tão focado é um ponto de debate entre os jogadores do arquétipo. A nossa lista apresentada aqui tem: Disrupção extra contra counters (Duress, resposta contra permanentes problemáticas (Echoing Truth), resposta contra habilidades de remover cartas do seu cemitério, (Stifle e um elemento que pede um pouco mais de explicação: as cópias extras de Thassa’s Oracle juntamente com mais MDFCs Azuis.
A ideia aqui é ter mais redundância no combo mesmo diante de efeitos que possam remover o seu cemitério ou responder ao seu Dread Return. Com cópias extras de Oracle, você abre algumas jogadas alternativas, algumas que podem mudar o seu foco de um deck exclusivo de turno 1 para eventualmente parcelar o combo:
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• por 6 manas, triturar todo o seu deck e fazer uma Oracle da mão e combar independente das respostas do oponente;
• se o oponente exilar o seu cemitério, você tem a opção de usar o Flashback de Memory’s Journey em resposta para ter cartas suficientes no seu deck para uma Oracle da mão ganhar o jogo na hora, ou voltar uma quantidade de Oracles para combar no turno seguinte;
• se ele tentar exilar somente a(s) Oracle(s) com uma opção comum de jogo como Faerie Macabre, Journey volta a terceira cópia para o seu deck vazio para mais uma rodada.
É bom lembrar que Jack-o’-Lantern ajuda a pagar o custo dos 2 manas Azuis da Oracle.
Fora do plano dessa lista, cartas que são presenças no arquétipo, várias das quais usando a base Verde ao invés da Azul, são: Ancient Grudge, Disruptor Flute, Faerie Macabre, Force of Vigor, Force of Will, Into the Flood Maw, Nature’s Claim, Unmask e Xantid Swarm.
Uma lista apresentou um sideboard que se transforma com o combo de Chain of Smog, Witherbloom Apprentice e Spoils of the Vault, uma proposta interessante, mas eu questiono a eficiência.
Sideboard
Frognator
Não tem como ter jogo fácil contra um deck que tem acesso tanto counters de custo 0 quanto descarte, mas é possível sobrecarregar as defesas deles quando você consegue manter mãos com o combo e alguma peça de proteção. Há também sempre a possibilidade de eles terem mantido uma mão sem Force of Will ao não saber o seu deck. Novamente, All In.
Pós-side, você aumenta a sua quantidade de disrupção.
Entra:
Sai:
Eldrazi Aggro
Game 1, eles tem pouca defesa contra o combo, no máximo Chalice of the Void ou Vexing Bauble, que atrapalham, mas não encerram o combo – para jogar em volta de Bauble, você vai ter que retornar Reanimate para o deck via Memory’s Journey e ressuscitar a Oracle na volta.
A principal resposta de cemitério que eles costumam usar é Leyline of the Void. Isso pode ser resolvido tanto via Echoing Truth ou simplesmente exilando todo o seu deck, ignorando a Leyline, e fazendo a Thassa’s Oracle da mão.
Caso você saiba ou suspeite que eles venham de Faerie Macabre ao invés de Leyline, coloque Stifle no lugar de Echoing Truth.
Entra:
Saem:
Red Stompy
Assim como o Eldrazi, o Oops costuma ter um jogo tranquilo no game 1 – as respostas deles não se alinham bem com a proposta do deck e se eles não começarem jogando, eles não possuem resposta nenhuma! Aqui, a resposta mais comum de cemitério é Faerie Macabre.
Entra:
Saem:
Control
Há uma tensão aqui, pois esse é um adversário que não vai te punir por falhar em combar no 1, mas cada turno que você não consegue completar o seu plano, aumenta a possibilidade deles acumularem mais respostas do que você consegue forçar. Contra esse deck é válido abrir o turno 1 com descarte para entender o que você precisa responder e tentar combar no turno seguinte. E é basicamente isso após o side.
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Entra:
Sai:
Painter
Como um deck sem acesso a Force of Will, eles também são muito vulneráveis no game 1. Os counters deles necessitam de Painter’s Servant para funcionar. O plano de aumentar a quantidade de Thassa’s Oracle perde força aqui, por causa das várias Pyroblasts que eles têm.
Entra:
Saem:
Conclusão
Desde o surgimento do antigo 2-land Belcher há mais de 10 anos, combos que usam uma quantidade obscenamente baixa de terrenos participam do Legacy, geralmente sendo contidos pela presença constante de Force of Will.
O Oops, através da existência de Thassa’s Oracle, é uma ameaça constante, pois oferece pouca interação aos decks sem a presença do Counter Azul, mas sua própria inconsistência acaba sendo um freio que evita que ele distorça o formato. É um arquétipo que costumo dizer que se ganhasse mais uns 3 ou 4% de Winrate, teria peças imediatamente banidas.
No momento, costuma ser uma opção para quem gosta de jogar jogos rápidos no Magic Online ou para quem acordou se sentindo de bem com a sorte.
Isso é tudo por hoje, um abraço com todas as fichas e até a próxima!
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